sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
SAINDO DO ARMÁRIO (de Bosco Silva)
Esta cena se repete algumas vezes no mundo:
Paulo, após meditar muitas e muitas vezes, sob circunstância inesperada, toma coragem, em cara sua mãe, e lhe diz inesperadamente:
- Sim, sou um, e isso não me faz ser diferente, mãe; não me faz ser uma pessoa ruim.
A mãe de Paulo cai em choro, dizendo, repetidamente:
- Como encararei os vizinhos, como encararei seu pai, a minha igreja, minhas amigas. Não acredito, não acredito...
Paulo não se sente bem em ter-lhe dito a verdade, pôs sentiu-se, ao ver sua reação, como se lhe tivesse dito algo extremamente desagradável a seu respeito, como se este houvesse participado do mais terrível crime: Paulo sentiu-se como um criminoso. Mas entre manter uma mentira e agradar sua mãe, Paulo prefere ser autentico consigo próprio. E, sob lágrimas, a mãe de Paulo completa sua frase:
- Não acredito, que após todo carinho que lhe dei, meu filho é um... é um...
- Sim, mãe, sou um ateu.
COMENTÁRIO:
Vivemos em um mundo em que cada vez mais, as minorias são respeitadas e protegidas. Assim, temos leis e órgãos que protegem os negros, os índios, gays, e mulheres. Sabemos que ser negro, ou ser gay, não faz de uma pessoa um mau caráter, mas há uma minoria esquecida em seus direitos, principalmente em seu direito de expressão e de livre escolha, que é desrespeitada, e ofendida, todos os dias, confundindo suas opiniões com mau caráter: os ateus.
Foi lamentável, por exemplo, assistir no dia 27 de julho de 2010, a uma verdadeira aula de PRECONCEITO e IGNORÂNCIA, por parte de quem deveria informar melhor o povo, um formador de opinião: o jornalista José Luiz Datena.
“Ateus são pessoas sem limites, por isso matam, cometem essas atrocidades. Pois elas acham que são seu próprio Deus.” (Datena).
Em seu programa Brasil Urgente, transmitido pela rede Bandeirantes de televisão, Datena pôs-se a fazer uma enquete de quantos acreditavam em Deus, dizendo: "quero ver 30 mil pessoas votando que acreditam em Deus, porque quero provar que as pessoas de bem ainda é maioria". Ao dizer tal frase, Datena queria provar que as "pessoas de bem" ainda são a maioria no Brasil, ao contrário daquelas que se entregavam aos crimes mais horrendos, todas, segundo este apresentador, descrentes, e, por isso mesmo, criminosas. Em outras palavras, para este apresentador qualquer descrente em Deus seria um potencial criminoso, um assassino, que livre dos limites imposto pela religião teriam liberdade suficiente para matar, estuprar, roubar, etc. Como se a história das religiões não estivessem cheias de sangue de inocentes.
“Como nós temos mais de mil ateus? Aposto que muitos desses estão ligando da cadeia.” (Datena).
Ao fazer suas afirmações, Datena omitiu (ou possivelmente ignora) as milhares de mortes feitas em nome de crenças como as suas, com todas as barbaridades que as inquisições católicas e protestantes, cruzadas, guerras religiosas, etc... etc... etc., cometeram durante toda a história da humanidade, sem falar dos sacrifícios humanos feitos em nome de um Deus, como os feitos ainda hoje por terroristas suicidas islâmicos, como aqueles que explodiram milhares de pessoas nos edifícios do World Trade Center em 2001, nos Estados Unidos, e que ainda hoje ouço muitos ("pessoas cristãs e tementes a Deus", como dizem), dizerem “bem feito”, por ser os Estados Unidos um país explorador e imperialista.
Mas se ateus não temem a Deus poderiam temer a algo? Claro, como bem viu o filósofo D’Holbach: “Pode temer os homens; pode temer o desprezo, a desonra e os castigos da lei; e pode temer-se a si mesmo e ao remorso que sentem todos aqueles que têm consciência de ter chamado sobre si e merecido o ódio dos seus semelhantes...”
“Pergunta-se [também] que motivos poderá ter um ateu para fazer o bem. A vontade de dar satisfação a si e aos outros; de viver feliz e em paz; de conquistar o afeto e estima dos homens, cuja existência é muito mais certa e cujas disposições se podem conhecer muito melhor do que as dum ser incognoscível por natureza.” (D’Holbach).
Portanto, a crença do Datena é infundada, embora, infelizmente seja a da maioria:
“Pesquisa encomendada por VEJA, realizada pela CNT-Sensus, mostra que 84% dos brasileiros votariam em um negro para presidente da República, 57% dariam o voto a uma mulher, 32% aceitariam votar em um homossexual, mas apenas 13% votariam em um ateu.” O que prova que o preconceito contra os ateus ainda é o maior de todos.
Tais pessoas (incluindo o Datena) ignoram que são justamente os países com maior índice de ateus, como Noruega, Dinamarca, Suiça e Canadá, que possuem o menor índice de violência. Enquanto países tradicionalmente religiosos, como o IRÃ, ainda APEDREJAM mulheres até a morte por adutério. E embora eu não seja ateu, NÃO CONFIARIA E TEMERIA MENOS UM ATEU DO QUE A UM CRENTE. PELO MENOS AQUELES AO FAZEREM O BEM, FAZEM PORQUE, DE FATO, QUEREM. E NÃO POR TEMEREM SEREM FRITADOS NAS LABAREDAS DO INFERNO OU DESEJAREM AS DELÍCIAS DE UM PARAISO. Aliás, quem deixa de cometer um crime por medo do castigo, ou por obter fama e reconhecimento, jamais poderá ser chamado de virtuoso.
Para ler textos de filosofia e literatura underground, acesse: CEREBRAU.COM.BR
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
A SOBREVIDA DE NAPOLEÃO (de Ageu Pazoud)
Ora, logo o pobre Napoleão
Dono de uma boca
inconsolável e mente arredia,
foi ter com a morte.
Gritava com ardor,
mas cheirava a desespero,
certo de que seu grito a espantaria.
Sorvia, a Morte, aquele grito.
Deliciava-se, a Morte, com tais sons.
E maior desespero, maior desespero,
despedaçava seus culhões.
Arrematava com uma argumentação de Estadista.
Sôfrego, piscava os olhos.
Detinha-se perigosamente a frente da foice.
Esquivava-se, como bom lutador
O bailar de suas pernas incomodava a Morte.
E sorvia-lhe mais um pouco da vida.
Sabedora que sua proposta final,
adentrar no abismo sem causa,
era o golpe derradeiro.
Já admitia, a Morte,
um fim para tão preparado homem.
Continuavam a digladiar-se.
Napoleão cruzava a espada no ar,
Timbalava um risco sem tons
Afastava um pouco da fumaça
O enxofre fumegava a certa distância
Ardia-lhe nas narinas
Dor, desespero, vertigem, traição,
e ainda 7 pragas capitais
combinando seu fim.
Pronto a argumentar a solução do abismo
(Lhe restavam forças ainda)
Bom lutador Napoleão...
Velho, velho, velho Napoleão.
Acordado de um sono insolente,
Despertado para ganhar o mundo,
mas sempre tão arrogante.
Apostas na arrogância tua mente.
E sofres com retidão
Mas acendes a dúvida no coração alheio.
Não te vais simplesmente,
queres antes teu reconhecimento.
Assim disse a morte.
Argumenta Napoleão:
- Tu prestas serviços ao mundo.
E julga, segundo teu argumento,
a tristeza, o ardor d’alma,
a alegria, como fins de meu tempo
ofegante, sondas a ultima maneira
de dizer que sobrevives...
sobrevives à palavra e na morte.
Oh MORTE!
sobrevives na Morte!
Enchente
Transbordante
Jogas a todos no mesmo lugar
Podes isso Napoleão!
És Senhor, e arrogante também!
Imperas sobre os mortais
Joga tua lança e amedronta-me!
Amedronta a alma alheia,
e serve-se como presente.
És um argumento forte
para eu partir.
Arrebata o som para ti
dos címbalos que ecoam
diante de um trono que já não pertence
à Zeus.
Usurpador de almas!
Toma-o! Toma-o!
Faz da vida a tomada da luz.
Mas não te cegas
Joga com as propostas e renasce!
Sem dizer nada
Sem questionar nada mais
Mas querendo muito arrebatar o mal de ti.
E o bem já te absolveu.
Julgo que o mal já te quer eterno...
Bem e Mal com vida dentro de tua morte.
Pede passagem Napoleão.
Seu suor tocou a areia fumegante
Suas pernas que bailavam
agora trêmulas, quedavam o Imperador.
O mal já lhe queria eterno.
Sobe.
Toma teu lugar.
Segue comigo.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
FILHO-DA-PUTA (de Anthony Pancho)
Não sou “filho-da-puta”, no significado lato da palavra - mãe e pai sabidos.
Nasci na Ordem Terceira. Perto da antiga Central de polícia. Bem sugestivo.
Apesar disso, declaro-me como tal: um FDP, bastardo na pequena burguesia onde me criaram.
Briguei; defendo e tomei parte, de afrontas e ações as quais expus a cara aos socos.
Tomei-os. Fui à lona, não sou Muhammad; talvez Ali.
Ontem/cambaleante no ringue/ sob as cordas e gracejos.
Minha resposta foram cuspes amarelo- catarrentos.
Hoje/ espio e rio dos normalíssimos/ burgo-vegetarianos/ só comem o que não tem boca e olhos/
Mandam os filhos p/a Disney/ Simone Daibes/Daibes/Dóibes/ Honda Civic/Coluna do Bernadino.
Idiota e politicamente corretos, esqueceram da vaca da mãe/ dos cofres do pai/ onde mamaram nas tetas.
Exaltam a matter mídia/a superestrutura/ o sistema que os pariu e os consome.
Meçam-se; Bebam; Afoguem-se; Suguem seios outros. Somente os peitos direitos.
Mas passarinho que come pedra, sabe o cu que tem, diz amiga minha.
E esses burgo-mamíferos nem têm asas, bico/cloaca.
São uns Ornitorrincos. Põem ovos.
O tempo é curto. São doze rounds.
O que me sobra, aos cinqüenta, me faltava aos dezessete.
E aos vinte e um/achava que o gongo soou.
O suicídio foi quase/ quando me convenci que deus não existe.
Tanto trabalho às freiras do Santa Rosa e os pneus do Montepio-Guamá quase estragam.
Fim da linha aos que conheci e se foram/ não deram nem tchau/pularam a roleta.
Revejo-os em sonho.
Cá, me restei. Vitória por pontos/sem meia passagem.
Aos socos e mortes recebidas, dou um guiza.
Toureiro sem olé.
Os que me chifram, transformo em cálculos nos rins. Sublimação.
Em tempos, os verto, as pedras/ cristais cortantes no canal do pênis.
Despejo-os num mictório sujo qualquer.
E que alegria!
Viva minha uretra e a cabeça do meu nobre pau!
Já resisti a dolorosos e geológicos partos penianos/por razões renais.
Os rins, porra, os rins!
A pedra nasceu. Pai e o cálculo passam bem.
Expeli pedreiras, sem samba, sem amor e com muita dor.
Por mais, mereço felações; boquetes; lambidas no prepúcio.
A língua daquela mulata me faz de sorvete.
Eu, o filho da puta.
O caboco, prossegue, erecto, genericamente priápico.
Não sei da prova dos nove, nunca tirei nota dez nas provas que não fiz.
Minha álgebra não bate com a raiz quadrada de 121, É onze.
Os meus desconhecidos são campeões em tudo, como os amigos do Pessoa.
Para mim, basta um vice-campeonato.
O Filho da Puta.
Nasci na Ordem Terceira. Perto da antiga Central de polícia. Bem sugestivo.
Apesar disso, declaro-me como tal: um FDP, bastardo na pequena burguesia onde me criaram.
Briguei; defendo e tomei parte, de afrontas e ações as quais expus a cara aos socos.
Tomei-os. Fui à lona, não sou Muhammad; talvez Ali.
Ontem/cambaleante no ringue/ sob as cordas e gracejos.
Minha resposta foram cuspes amarelo- catarrentos.
Hoje/ espio e rio dos normalíssimos/ burgo-vegetarianos/ só comem o que não tem boca e olhos/
Mandam os filhos p/a Disney/ Simone Daibes/Daibes/Dóibes/ Honda Civic/Coluna do Bernadino.
Idiota e politicamente corretos, esqueceram da vaca da mãe/ dos cofres do pai/ onde mamaram nas tetas.
Exaltam a matter mídia/a superestrutura/ o sistema que os pariu e os consome.
Meçam-se; Bebam; Afoguem-se; Suguem seios outros. Somente os peitos direitos.
Mas passarinho que come pedra, sabe o cu que tem, diz amiga minha.
E esses burgo-mamíferos nem têm asas, bico/cloaca.
São uns Ornitorrincos. Põem ovos.
O tempo é curto. São doze rounds.
O que me sobra, aos cinqüenta, me faltava aos dezessete.
E aos vinte e um/achava que o gongo soou.
O suicídio foi quase/ quando me convenci que deus não existe.
Tanto trabalho às freiras do Santa Rosa e os pneus do Montepio-Guamá quase estragam.
Fim da linha aos que conheci e se foram/ não deram nem tchau/pularam a roleta.
Revejo-os em sonho.
Cá, me restei. Vitória por pontos/sem meia passagem.
Aos socos e mortes recebidas, dou um guiza.
Toureiro sem olé.
Os que me chifram, transformo em cálculos nos rins. Sublimação.
Em tempos, os verto, as pedras/ cristais cortantes no canal do pênis.
Despejo-os num mictório sujo qualquer.
E que alegria!
Viva minha uretra e a cabeça do meu nobre pau!
Já resisti a dolorosos e geológicos partos penianos/por razões renais.
Os rins, porra, os rins!
A pedra nasceu. Pai e o cálculo passam bem.
Expeli pedreiras, sem samba, sem amor e com muita dor.
Por mais, mereço felações; boquetes; lambidas no prepúcio.
A língua daquela mulata me faz de sorvete.
Eu, o filho da puta.
O caboco, prossegue, erecto, genericamente priápico.
Não sei da prova dos nove, nunca tirei nota dez nas provas que não fiz.
Minha álgebra não bate com a raiz quadrada de 121, É onze.
Os meus desconhecidos são campeões em tudo, como os amigos do Pessoa.
Para mim, basta um vice-campeonato.
O Filho da Puta.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Pensando no que aconteceu no fim de ano (de Ageu Pazoud)
Começo o fim pelo meio
afagando minha alma
(tão cheia de lascívia)
Voltando a cumprimentar o início,
sem dizer muita coisa.
suspendo a mão direita,
estendendo-a,
dou meia volta.
Sabedor que não temos final feliz,
salto num instante.
Retorno ao meio,
e construo da vida
uma grande esteira,
furtando de tudo o momento final.
Recomeço o meio
sempre antes do instante
que já se confunde com o fim...
Mas é somente confusão.
O tempo em minha esteira
tem começo meio e fim.
Sabedor que não tivemos
um início tão feliz assim
salto em direção à um começo
enquadrado no centro,
e confundo fim com o início
e início com meio.
Em minha esteira mando eu!
Ninguém aqui a determina.
Minha esteira somente a mim
determina!
O terminal não chega nunca.
Fujo do presente como inicio,
que como passa, passado é
num breve instante.
Salto para o fim...
Um fim que já se confunde com o início
Mas é apenas confusão.
Corro por sobre a esteira
arredondando a vida
para buscar
extirpar as extremidades...
Suficiente para me confundir
a mente que maltrato.
Mas é apenas confusão.
Parto assim, sem fim
e nem começo.
Apenas começo do meio
fim do fim.
afagando minha alma
(tão cheia de lascívia)
Voltando a cumprimentar o início,
sem dizer muita coisa.
suspendo a mão direita,
estendendo-a,
dou meia volta.
Sabedor que não temos final feliz,
salto num instante.
Retorno ao meio,
e construo da vida
uma grande esteira,
furtando de tudo o momento final.
Recomeço o meio
sempre antes do instante
que já se confunde com o fim...
Mas é somente confusão.
O tempo em minha esteira
tem começo meio e fim.
Sabedor que não tivemos
um início tão feliz assim
salto em direção à um começo
enquadrado no centro,
e confundo fim com o início
e início com meio.
Em minha esteira mando eu!
Ninguém aqui a determina.
Minha esteira somente a mim
determina!
O terminal não chega nunca.
Fujo do presente como inicio,
que como passa, passado é
num breve instante.
Salto para o fim...
Um fim que já se confunde com o início
Mas é apenas confusão.
Corro por sobre a esteira
arredondando a vida
para buscar
extirpar as extremidades...
Suficiente para me confundir
a mente que maltrato.
Mas é apenas confusão.
Parto assim, sem fim
e nem começo.
Apenas começo do meio
fim do fim.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
BORDADOS DE PSICODELIA (RAINHA DO MEL) (de Dulce Quental)
Dulce Quental |
Quem me fala em ponte quando eu salto no escuro,
Num artefato projeto presente, passado e o futuro.
O que será de nós, somos crianças tão velhas,
Voando nos lençóis bordados de psicodelia
Num artefato projeto presente, passado e o futuro.
O que será de nós, somos crianças tão velhas,
Voando nos lençóis bordados de psicodelia
Quem me fala em círculos quando imagino pirâmides.
Me vejo falando idiomas em línguas que nunca entendi.
Quem sabe nunca existi e quem está aqui não sou eu.
Apenas alguém parecido que um dia você conheceu.
Me vejo falando idiomas em línguas que nunca entendi.
Quem sabe nunca existi e quem está aqui não sou eu.
Apenas alguém parecido que um dia você conheceu.
Estamos tão perto agora como nunca poderíamos
estar.
Você com os pés no chão, eu voando no ar.
Estamos não mais juntinhos do que a terra e o céu.
Mas que falta me faz seu carinho de abelha rainha do mel.
Você com os pés no chão, eu voando no ar.
Estamos não mais juntinhos do que a terra e o céu.
Mas que falta me faz seu carinho de abelha rainha do mel.
Você diz que é o capitalismo, eu penso em
decadência.
Em como nos separamos, porque demoramos, não sei.
Você queria alianças, eu pensava em viajar.
Você sonhava Miami, eu Gibraltar.
Em como nos separamos, porque demoramos, não sei.
Você queria alianças, eu pensava em viajar.
Você sonhava Miami, eu Gibraltar.
Estamos tão perto agora como nunca poderíamos
estar.
Você com os pés no chão, eu voando no ar.
Estamos não mais juntinhos do que a terra e o céu.
Mas que falta me faz seu carinho de abelha rainha do mel.
Você com os pés no chão, eu voando no ar.
Estamos não mais juntinhos do que a terra e o céu.
Mas que falta me faz seu carinho de abelha rainha do mel.