quarta-feira, 22 de maio de 2013

PERVERSÕES #3: Zoofilia (de Bosco Silva)



O GANSO
Um homem subiu ao palco, apanhou um pequeno ganso que havia em uma gaiola, enquanto um narrador comentava que havia o costume nos melhores bordeis antigos de França de manter aves para tais usos; era um costume sofisticado e ao mesmo tempo bárbaro, que remontava ao mais antiquíssimo tempo. O homem, então, penetrou a ave com extrema devassidão com o pênis, enquanto lhe apertava o bico, produzindo no pobre animal uma agonia silenciosa. E enquanto penetrava-lhe com ardor, passou a apertar-lhe o pescoço, até que um estalo fez-se ouvir: o homem havia torcido o pescoço da pobre ave, provocando-lhe convulsões ferozes; a ave se debatia em movimentos cegos, enquanto ele colhia os prazeres de tal ato.

Tirado do livro "Sexo, Perversões & Assassinatos".

domingo, 19 de maio de 2013

A INCRÍVEL HISTÓRIA DE FLORENCE FOSTER JENKINS, DAQUELA QUE FICOU CONHECIDA COMO “A DIVA DO GRITO” (de Bosco Silva e Wikipédia)



As artes sempre tiveram suas divas, mulheres talentosas, possuidoras de grande talento e beleza quase divina, como Diana Ross, na música, e a estonteante Marilyn Monroe, no cinema, que levaram muitos à beira do prazer infinito, mas nenhuma certamente foi como Florence Foster, aquela que foi um bom exemplo de perseverança absoluta ou de estupidez infinita?


A FORÇA DE UM GRANDE SONHO OU A ESTUPIDEZ DE UM GRANDE ERRO?

    NASCIDA EM 1868, Florence, desde criança, manifestou o desejo de seguir a carreira de cantora lírica. Sonhava em cantar as mais belas árias de óperas de compositores famosos, à frente de um grande público que, em reverência ao seu grande talento, lhe cobriria de rosas. E assim frequentou as aulas dos maiores mestres do canto. Porém, um dia, o pai, um banqueiro bem-sucedido, ao notar o resultado das primeiras aulas de canto da filha, um misto de grunhidos e urros, como uma gata no cio, ou o cacarejar de uma galinha, recusou-se a continuar pagando seus estudos. Contudo, Florence não desistiu. Aos 17 anos, fugiu de casa para continuar dedicando-se à arte de cantar, passou fome e cede em nome de seu grande sonho. Casou-se com o primeiro que a tratou bem, e continuou na pior até o pai aceitá-la de volta, com a terrível condição de que desistisse de cantar. Ela topou e foi assim até completar 41 anos, quando o pai morreu e Florence herdou grande parte de sua fortuna. Com a morte do pai, Florence teve um misto de tristeza e alegria, pois não havia mais empecilho algum para mostrar ao mundo sua indomável voz de soprano.

À SUA ESQUERDA, RETRATO DE FLORENCE E, À DIREITA,
 VESTIDA COM O FAMOSO VESTIDO COM ASAS 

Três anos depois, ela já estava pronta para seu primeiro recital. Tinha inquebrantável segurança de seu talento e dispunha-se a cantar as arias mais difíceis do repertório clássico. Em 1934, conheceu o pianista Cosmé McMoon com quem formou uma dupla até o fim da vida. Porém seu recital foi um grande fiasco, os poucos presentes saíram antes mesmo da primeira música acabar, sob grande gargalhadas e vaias que ecoaram naquele espaço sagrado em que grandes divas tinham dado a alma. Todavia, Florence tinha um grande trunfo, uma riqueza incalculável. E assim disposta a continuar com seu sonho, investiu toda sua riqueza nele: pagou para que o público fosse vê-la.  Neste período, manteve o recital no Ritz, agora com McMoon — ela pessoalmente dava os ingressos a fim de evitar a presença de jornalistas — e gravou dois discos. A renda ia sempre para instituições de caridade. Contudo, surpreendentemente, o público começou a frequentar seus recitas espontaneamente. Não por sua incrível voz ou por seu talento excepcional de canto. Admiravam-se de como alguém podia cantar tão mal. E riam de suas notas desafinadas. Conta-se que a atriz Tallulah Bankhead riu tanto durante uma de suas apresentações que teve que ser retirada do teatro.
Aos 75 anos, viajando num táxi, sofreu um acidente no trânsito. Os amigos tentaram convencê-la a processar o motorista. Ela preferiu enviar-lhe uma caixa de charutos. Adquiriu a crença de que, depois do desastre, conseguia emitir um fá maior melhor do que nunca. Os amigos temeram também a gravação dos discos. Acreditavam que, se ela se ouvisse, perceberia o quanto cantava mal. Mas Florence não se deu conta. Achava que os discos revelariam seu talento para gerações futuras, seriam como um souvenir de sua arte.

ACIMA, SEU ÚNICO DISCO, COM O SUGESTIVO TÍTULO:
A GLÓRIA (???) DA VOZ HUMANA

Tinha 76 anos quando aceitou se apresentar a um público maior que o dos recitais no Ritz e estrelou um concerto no prestigioso Carnegie Hall. Feito o anúncio, os ingressos se esgotaram em poucas horas. Mais de duas mil pessoas voltaram da porta do teatro, na noite de 25 de outubro de 1944, depois de tentar comprar algum ingresso de desistentes. Quem viu garante que foi uma apresentação inesquecível. E interminável. Entre uma música e outra havia intervalos enormes para Florence mudar de figurino. Sua roupa com asas — ela chamava de “Angel of inspiration” (anjo da Inspiração) — tornou-se um clássico.
Um mês depois do grande e rebatador concerto, Florence morreu. Há quem atribua a morte à depressão por, enfim, dar-se conta, ao ouvir seus discos, de como cantava mal. Florence foi uma estrela que sabia como tornar sua plateia feliz.

Abaixo, a "singular" interpretação de uma ária de Mozart. A conselhamos que prepararem seus ouvidos!!!


terça-feira, 14 de maio de 2013

PERVERSÕES #2: Coprofagia (de Bosco Silva)



Próximas cenas: as coprofágicas. Que tiveram início com a subida ao palco de um homem branco, estatura mediana, magro, que se deitou sobre o mesmo, sendo seguido por duas mulheres vestidas apenas por pequenas peças íntimas. O sujeito se desnudou por completo. A mulher mais alta pôs-se a acariciar o órgão sexual do homem deitado, enquanto a outra tomava grandes goles de vinho. Enquanto a primeira praticava sexo oral no mesmo, a segunda pôs-se de cócoras ao seu lado; levou então um dedo à garganta e vomitou-lhe o vinho sobre o rosto, banhando-o com o vermelho líquido, o que o levou a uma vigorosa ereção, facilmente percebida. A outra, então, aproximou-se dele, e posicionou-se sobre seu rosto, arriou a pequena peça íntima e defecou-lhe no rosto. O homem mastigava ferozmente o que lhe foi posto na boca, enquanto era masturbado vigorosamente pela mulher mais baixa. Esta, em seguida, pôs-se de cócoras novamente sobre o rosto do homem, e lavou os excrementos com sua urina, levando-o finalmente a um orgasmo extremo.

Tirado do romance SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS: dedicado ao bicentenário da morte do Marquês de Sade (1740-1814).

Para saber mais, acesse: http://infernodesade.blogspot.com.br

PERVERSÕES #1: Sadismo (de Bosco Silva)



Novas cenas de blasfêmias e deboche se seguem. Até que Albert S. surge novamente. Ele é saudado pelo público. E após a multidão calar-se, avisa então que a paixão seguinte necessitará da pequena participação de seus devotados praticantes. O público se manifesta mais uma vez. Uma mulher, então, é conduzida à força ao palco; ela se debate inutilmente enquanto é puxada por alguns homens. Albert S. a despe e a algema pelos pulsos a uma parede, fixando-a também com algemas nos tornozelos ao chão. Ele a chicoteia, a mulher se esquiva do chicote indo até a parede. O público delira pedindo por mais chicotadas certeiras. O homem provoca-os perguntando se querem mais. A multidão responde sim em uníssono. Ele então lhes diz que tem coisa melhor. Para surpresa do público, lâminas pontiagudas são destravadas da parede em direção ao corpo da mulher. Esta passa então a ser açoitada furiosamente por ele, o que a põe em um terrível dilema: se esquivar-se novamente dos açoites encontrará pela frente as terríveis lâminas cortantes, e ao evitá-las terá que suportar as dores lancinantes dos chicotes. A mulher suporta o chicote sem se mexer, com extremo sofrimento. Em seguida, é estuprada por dezenas de homens que são convidados a subirem ao palco.

Tirado do meu romance SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS


Para ler mais, acesse: http://infernodesade.blogspot.com.br

CRÔNICAS III (de Matias Gibbamone Lemos)

by Joel Peter Wtkin


A LEPRA QUE SAI DO PENSAMENTO DO DESGRAÇADO
AÇOITADO PELO SISTEMA INCONSEQUENTEMENTE
FRÁGIL PARA UMA BARRA
DE TITÂNIO REVESTIDA EM AÇO NOBRE
POBRE FRÁGIL LEPROSO
COM SEUS PENSAMENTOS DE UM DIA VER
ANTES DE MORRER
UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA
HAHAHA!
QUE MULTIPLIQUE AS FERIDAS DESSES LEPROSOS SONHADORES!


sexta-feira, 10 de maio de 2013

CIGANOS EM VIAGEM (de Charles Baudelaire)



A tribo que prevê a sina dos viventes
Levantou arraiais hoje de madrugada;
Nos carros, as mulher', c'o a torva filharada
Às costas ou sugando os mamilos pendentes;

Ao lado dos carrões, na pedregosa estrada,
Vão os homens a pé, com armas reluzentes,
Erguendo para o céu uns olhos indolentes
Onde já fulgurou muita ilusão amada.

Na buraca onde está encurralado, o grilo,
Quando os sente passar, redobra o meigo trilo;
Cibela, com amor, traja um verde mais puro,

Faz da rocha um caudal, e um vergel do deserto,
Para assim receber esses p'ra quem 'stá aberto
O império familiar das trevas do futuro! 

FEIRA DO ÁLCOOL E MAIS ALGUMAS DOSES (de Haroldo Brandão)

by Cara Thayer e Louie Van Patten


Feira do álcool e mais algumas doses
     às 3 da madrugada 
  
      O sopro da morte
      e alguns tiros
      na falta do ânimo
      mimo o copo de wisk
      vapor
      barato
    
      sai
     dos lábios.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

RECEITA DE VIVER (de José Carlos Oliveira)




Para viver bem é preciso chegar aos 30 anos com a satisfação de se ter permitido todas as loucuras imagináveis na juventude. E só freqüentar os amigos que suportam os nossos defeitos.

Recomenda-se também uma boa gargalhada, à sós, no momento de se erguer da cama: "Quanta bobagem tenho feito neste mundo! Quá, quá, quá!" A serenidade imperturbável conduz ao fanatismo, e este dá câncer.

Nenhuma preocupação burguesa ou pequeno-burguesa, como por exemplo o medo de perder o emprego ou os bens; nenhuma ambição material, fora as indispensáveis (casa, comida, roupa lavada), ou então que seja gratuita: juntar dinheiro para algum dia comprar um iate ou passar dois anos zanzando pela Europa.

Nunca ferir uma mulher a ponto de fazer-se odiado por ela. O homem inteligente é o que sabe transformar antigos amores em sólidas amizades.

Estar sempre em condições morais de perder tudo e começar tudo outra vez. Interessar-se por tudo, principalmente por aquilo que não nos diz respeito. Amar apenas uma mulher de cada vez. Dizer sempre a verdade, seja qual for e doa a quem doer. Conhecer um por um os nossos defeitos, curar-se dos que não são naturais e cultivar aqueles que mais nos agradam.

Evitar ao máximo o paletó e a gravata, os chatos que falam no ouvido, as mulheres que resolvem tudo pelo telefone, os bêbados que mudam de personalidade quando lúcidos, os vizinhos muito prestativos e todo papo do qual participem mais de três pessoas.

Longa caminhada solitária pelo menos uma vez por semana. Não discutir preços -- é melhor ir embora sem comprar. Não guardar ódios a ninguém. Dormir oito horas e, acordando, continuar na cama enquanto puder. Recusar-se terminantemente a beber uísque que não seja escocês legítimo, preferindo a cachaça como alternativa. (Isto vale apenas para quem gosta de beber e bebe freqüentemente, como é o caso do autor dessa receita. Neste caso, a aceitação de qualquer bebida é moralmente inquietante, pois atravessa a fronteira que separa o prazer do vício.)

Ser condescendente com o comportamento sexual dos outros. Tentar compreender cada pessoa, evitando julgá-la. Saber exatamente o momento em que os amigos gostariam de estar sós. Ter caráter bastante para reconhecer as qualidades positivas de um eventual inimigo. Treinar, como quem faz ginástica, para ser sinceramente modesto. Saber contar com irreverência histórias em que faz papel de bobo, e que tenham acontecido realmente.

Viver tão intensamente que possa dizer à morte, quando vier: "Já veio tarde."

quarta-feira, 8 de maio de 2013

"A FILOSOFIA NA ALCOVA", DO MARQUÊS DE SADE



Esta obra de Sade, publicada clandestinamente em 1795, apresenta uma mistura inusitada para os padrões da época e mesmo para os de hoje, ela mistura filosofia e pornografia gerando algo tão explosivo quanto nitroglicerina. O livro trata de um tema que era comum à época, a educação de jovens. Tema explorado literariamente por escritores como Rousseau e Goethe, mas que Sade subverte introduzindo uma verdadeira pedagogia da libertinagem.



O livro é dedicado a todos os libertinos, os únicos que serão capazes de compreender seu autor e lê-lo sem perigo:
 “Voluptuosos de todas as idades e de todos os sexos, é a vós somente que dedico esta obra; alimentai-vos de seus princípios que favorecem vossas paixões; essas paixões que horrorizam os frios e tolos moralistas, são apenas os meios que a natureza emprega para submeter os homens aos fins que se propõe. Não resistais a essas paixões deliciosas: seus órgãos são os únicos que vos devem conduzir à felicidade”.


A obra tem como tema a educação da jovem Eugênia, uma moça recém-saída de um convento, à filosofia libertina, por três experientes libertinos, a devassa madame de Saint Ange, o libidinoso Senhor de Mirvel, seu irmão, e o cínico Domancé. Para tanto, primeiro a ensinam a conhecer por si próprio seu corpo, e o corpo do outro, tanto feminino quanto masculino. E em seguida, a obter prazer por meio destes. E durante a descoberta do prazer sexual, são proferidos argumentos filosóficos por meio de perguntas e respostas entre discípula e mestres. E afim de descondicionar a discípula e torná-la apta a absorver seus conhecimentos, tal pedagogia assume a aparência de uma FILOSOFIA DE CHOQUE, em que, por meio do chocante e do grotesco, o homem descobriria a liberdade, quebrando restos de moralidade e religiosidades, que atrapalham tal aprendizagem; para tanto, tais libertinos são levados a praticarem sexo grupal, homossexual, incestuoso e a proferirem blasfêmias, bem como a darem exemplos de sexo bizarro, praticados por eles, e também de costumes sexuais e morais de outros países, que embora respeitados e considerados sábios nestes países, seriam odiados e tachados de criminosos em sociedades cristãs, exemplificando a inferioridade e relatividade das leis humanas perante à universalidade das leis da natureza, as únicas que devem ser seguidas. 
E finalmente, como não poderia faltar ao estilo chocante de Sade, a discípula prova que absorveu o conhecimento de seus professores, torturando, perante os próprios mestres, a própria mãe, praticando nela atos libidinosos, e permitindo até mesmo que esta seja estuprada por um empregado infectado pela sífilis antes de ter a vagina costurada, a fim de facilitar o contágio.
Enfim, um livro imperdível para quem quer conhecer o pensamento de Sade. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

O problema é o ISMO (de Haroldo Brandão)

by Grzegorz Kmin



                      Nazismo
                      Fascismo
                      Nazifascismo
                      Liberalismo
                      Capitalismo
                      Iluminismo
                      Conservadorismo
                      Vanguardismo
                      Anarquismo
                     

                      Marxismo
                      Socialismo
                      Centralismo
                      Mercantilismo
                      Conformismo
                      Consumismo
                      Budismo
                      Judaismo
                      Orientalismo
                      Cristianismo
                      Evangelismo
                      Machismo
                      Maneirismo
                      ...
                      ...
                    
                     O avesso do avesso!


FRESTAS INDISCRETAS Nº 6 (de Haroldo Brandão)

by Spencer Tunick


                            NAU DOS INSENSATOS:

                            A loucura me fascina

                            É o animal que assombra meus pensamentos
                        
                            e pesadelos.

CRÔNICAS II (de Matias Gibbamone Lemos)




Foi a vida que fez, eu querer saber mais

e você tão longe de tudo
otário não existe,

é bom se fazer para ter um pouco de diversão
depende do ângulo que se enxerga,

se não for cego
agora você começa a entender a alma boa,

ou a boa arma
sem ter o que dizer,

fala mais enquanto vou mijar
e aí Brother tudo bem?

Nada a dizer porque eu voltei, eu tenho!




quinta-feira, 2 de maio de 2013

JANELAS DISCRETAS Nº 20 (de Marcos Salvatore)


Acheropita muda de religião como quem troca uma calcinha suada (estampa de frutas vermelhas). Católica, evangélica. Gostei da fase budista pelos cânticos e da Krishna pelos altos rangos suculentos. Me chama sempre de Sumano e acaba de ligar dizendo "estar" hindu com ênfase em vestibular para faquir.