Reza a lenda que Narciso
era forte, jovem e, sobretudo, belo. Ao olhar, pela primeira vez, sua imagem
nas águas de um rio enquanto se banhava, apaixonou-se por sua própria beleza
refletida nas claras águas do rio; passando, todos os dias, horas à fio a
contemplá-la à beira de rios e lagos. Quando se aborreceu das pequenas ondas e
peixes ofuscar sua beleza, criou o espelho. Narciso agora podia contemplar-se incansavelmente,
sem nenhuma interferência em seu quarto. Quando castigado por achar-se belo
mais que todos os deuses, e por admirar apenas a si próprio, fora condenado a
habitar uma pequena casa onde nada podia refletir sua beleza. Narciso passou
então a esperar horas a fio a jovem carcereira que lhe trazia comida. Não por
esta ser bela, mas por meio dos olhos daquela Narciso ainda podia ver o
reflexo de si mesmo.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
A BOMBA DE HIROSHIMA (por Bosco Silva)
Em uma inocente manhã de
6 de agosto de 1945, quando crianças se preparavam para irem à escola e
velhos conversavam tranquilamente nas
praças em mais um dia aparentemente comum, algo chamam-lhes atenção: um clarão de cor verde por sobre a cidade de Hiroshima, mais brilhante
que mil sóis, iluminou o céu, ofuscando o brilho deste; em seguida, em uma
fração de segundo, ondas de calor derreteram tudo que havia pela frente, aço,
carros, prédios e centenas de corpos humanos foram instantaneamente transformados
em pó;
E, por sua vez, foram seguidos por ondas de choque, que deslocaram o
ar arrasando tudo que havia sobrado em um raio de alguns quilômetros; por
último, uma densa fumaça com resíduos atômicos cancerígenos fora levada pelo
vento, contaminando solo, água, e os sobreviventes, provocando não apenas a
morte destes mas de gerações futuras, inclusive hoje, por câncer.
Aquele belo dia havia se
transformado em um verdadeiro inferno, feito de intolerância, ingratidão e egoísmo,
tornando-se real na forma de uma bomba de três metros e três
toneladas, fruto do mais alto conhecimento humano; e como um segundo sol,
explodiria matando instantaneamente 78000 e depois mais 62000 japoneses. Era a
bomba de Hiroshima que daria início ao fim da segunda guerra mundial.
A IRONIA: A bomba fora
transportada em um avião B’29, que havia carinhosamente recebido o nome de Enola
Gay, dado pelo experiente piloto Paul Tibbets como prova de seu amor por sua
mãe, avião que, ao lançar a bomba, mataria milhares de mães japonesas.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
UMA HORA ANTES DO FIM DO MUNDO
Uma hora antes do fim do
mundo o padre Carmelo beijou a boca do coroinha em plena missa...
Cinquenta minutos antes
do fim do mundo o prefeito andou nu em plena avenida...
Quarenta minutos antes do
fim do mundo o médico da cidade trepou sem camisinha...
Trinta minutos antes do
fim do mundo foram abertas as portas de todos os hospícios e delegacias...