RESENHA DO FILME “DEUS NÃO ESTÁ
MORTO”
O
filme ‘Deus não está Morto’ conta a história do confronto entre o aluno
universitário Josh Wheaton e seu professor de filosofia, conhecido por seu ateísmo
radical. O confronto inicia-se quando seu professor pede aos alunos que escrevam
em uma folha de papel, a fim de encurtar discussões, “Deus está morto”. Josh é
o único da turma que tem crise de consciência e não realiza o pedido. Em contra
partida seu professor lhe diz que então terá que defender sua crença perante os
alunos, e que se não conseguir, terá pontos descontados para passar na matéria.
Conclusão, Josh torna-se um defensor de Deus, enquanto seu professor torna-se o
acusador e o pequeno público de alunos, o júri.
O
filme também conta, paralelamente ao tema principal, a conversão de outros
personagens ao cristianismo: um aluno oriundo da China - país comunista, em que
o ateísmo faz parte de sua ideologia política; uma aluna cuja família pertence
ao Islamismo - religião para a qual os cristãos são vistos como infiéis.
O
filme é extremamente desonesto, pois ao apresentar o professor de filosofia e
seus colegas de profissão como pessoas arrogantes, com sentimento de
superioridade, cheios de si, e os cristãos como pessoas humildes, calmas e
sábias, acaba por demonizar os ateus, como pessoas maldosas e desagradáveis e os cristãos
como pessoas que sempre gostaríamos de ter por perto. É desonesto também com o
pensamento defendido pelo professor de filosofia, pois próximo ao final do
filme descobrimos que o tal professor é ateu não porque seu ateísmo é a
conclusão de sua experiência, de seu raciocínio e de seu conhecimento, mas é o
resultado de um trauma de infância, quando sua mãe adoeceu de câncer e Deus
não a livrou da morte. Ou seja, ele não é alguém que não acredita na existência
de Deus, mas apenas alguém que odeia Deus por pura ignorância de não saber como
Deus age. Isto também passa para aqueles que acompanham o filme, a ideia de que
ateus são ateus apenas por não aceitarem e ignorarem os planos de Deus.
O
filme também se baseia em puro preconceito contra ateus e pessoas com crenças
diferentes da religião cristã. Um desses preconceitos é usado quando seu
protagonista, ao defender a crença em Deus, usa contra o ateísmo um argumento
tirado do escritor Dostoievski: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”.
Este argumento é usado pelo protagonista para afirmar que a crença em Deus é a
base para que o ser humano possa distinguir o bem do mal, e também para afirmar
que os ateus são pessoas que por não acreditarem em Deus são capazes de tudo, incluindo
as mais terríveis ações.
É
evidente que este argumento é superficial de mais, pois ateus são pessoas como
outras quaisquer, que temem a lei dos homens, temem seus desprezos, que amam, e
que, por isso, evitam de magoar pessoas e cometer crimes.
No
final do filme, como seria de esperar, o estudante cristão convence a todos que
Deus não está morto.
- Filme interessante, confere aos crentes a segurança para alicerçar seu caminho religioso. Boas citações bíblicas, boas teorias e conclusões sobre a orígem do universo e a dualidade do bem e do mal, como parte da trajetória humana. O final é que foi despido de emoções e bastante previsível. Deixou, propositalmente, em aberto, os casos secundários enfocados, por isto não lhe fiz uma avaliação melhor. Oito, em dez, creio, é o que é, quando poderia ter sido melhor finalizado. Mas valeu muito a pena assistir, analisar e concluir.
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