Jonas entrou
na melhor loja de bebidas da cidade, e comprou o melhor vinho que seu dinheiro
podia comprar; vestiu-se com a melhor roupa que tinha, e até comprou uma cueca
com carinha de elefantinho, cuja tromba comportava sua genitália, antes de
passar na farmácia e comprar uma nova cartela de Viagra.
Era uma noite
especial, afinal, dali a pouco ele se encontraria com a mulher que há quarenta
anos dividia a mesma cama com ele, e com quem havia tido três filhos.
Ele, após o
jantar em família, a levaria pela primeira vez a um motel de luxo, onde
comemorariam, sozinhos, mais um aniversário de casamento; e em retribuição aos
quarenta anos de casamento, sua esposa havia lhe prometido ir além do tedioso e
costumeiro papai-mamãe, que no máximo acontecia umas três vezes ao ano.
Jonas estava
ansioso pela noite, há anos ambicionava explorar o corpo da mulher como
naquelas cenas de filme pornô.
E durante a
relação sexual com sua esposa, pela primeira vez em anos, notara que ela estava
verdadeiramente excitada, parecia como nos primeiros dias de namoro: ela
apertava-lhe as costas com os dedos, o arranhava com as unhas no pescoço,
estava com a vagina rígida e apertada, parecia tomada pelo mais prazeroso
êxtase e ele a beira do mais fulminante dos orgasmos. Até que descobriu que na
verdade ela estava tendo um ataque epilético. Jonas ligou imediatamente para
gerência do motel. E, com o auxílio de um ajudante, a levou ao hospital.
Após o
perrengue ter passado, com a mulher devidamente medicada, Jonas não conseguia
tirar da cabeça a noite de prazeres redobrados que tivera ao seu lado, tanto
que não sabia dizer se fora a pior ou a melhor noite de amor com a esposa; mas
de uma coisa tinha total certeza: às vezes esquecia, intencionalmente, de lhe
dar os remédios.
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