A “VAMPIRA DE BELÉM”: RESPONDENDO AOS HISTORIADORES
Os historiadores Thiago Gomide e Michel Pinho, em vídeo gravado no antigo Cemitério da Soledade, em Belém, afirmam que a “vampira de Belém” é "fake news".
Bem, com base no significado da expressão "fake news": "informação falsa intencionalmente divulgada com o objetivo de obter alguma vantagem", sendo assim, não se pode dizer que a história da "vampira de Belém" seja uma fake news, já que a história se popularizou de forma espontânea por populares, tornando-a independente do livro de que é personagem, como se o público lhe tivesse dado vida e a libertado das páginas do livro.
O livro "Após a Chuva da Tarde - A Lenda de Camille Monfort, a Vampira da Amazônia" é um romance histórico que tem como pano de fundo a história de nossa cidade --- do Ciclo da Borracha até a sua decadência, na era Vargas: (1878 - 1934).
CAMILLE MONFORT, "a vampira de Belém", FOI INSPIRADA EM UMA PESSOA REAL, embora seu nome seja fictício. O título de "vampira" se origina de um costume, de fim de século XIX, dado de forma maldosa, às cantoras e atrizes que possuíam grande poder de sedução, e se valiam disso para "sugar" a riqueza e energia de homens ricos até levá-lo à ruína. A origem de tal apelido se deu com o quadro pintado por Philip Burne-Jones (1861 - 1936), chamado de "The Vampire", que retratava uma mulher sobre o corpo morto ou adormecido de um homem na cama. A pintura inspirou o poema, de mesmo nome, do poeta Rudyard kipling (1865 - 1926), retratando um homem "tolo" por amar uma mulher que queria apenas "drenar" seus bens e vitalidade (uma "vampira").
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| Quadro "The Vampire" de Philip Burne-Jones Acompanhado do Poema de mesmo Título, de Rudyard Kipling |
No livro "Após a Chuva da Tarde" o termo vampira também é visto pelo viés dos preconceitos religiosos à cultos espíritas que começavam a chegar à Belém através de músicos estrangeiros que se apresentavam no Theatro da Paz.
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| Maestro Etorre Bosio |
O italiano Ettore Bosio (1862 - 1936) que, em 1891, dirigiu o Conservatório Carlos Gomes, é um bom exemplo. Bosio fotografava fantasmas por meio da médium paraense Ana Prado, em sessões espíritas em sua casa. Bosio guardada estas atividades em segredo, tanto que ficaram em segundo plano em sua biografia, apenas divulgada no meio espírita.
Quanto ao túmulo referido no vídeo, o livro especula que, devido ao roubo das sementes de seringueiras em 1876, pelo inglês Henry Wickham, que arruinou a economia de Belém, estrangeiros passaram a ser mal vistos, então, ricas famílias belenenses, teriam cedido, anonimamente, mausoléus para o sepultamento de estrangeiros. No livro, teria sido também cedido à Camille Monfort.
A história da vampira de Belém tem ajudado a divulgar a cultura paraense e estimulado as novas gerações se interessarem pela história de Belém, que é um dos objetivos do livro.





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