quinta-feira, 6 de agosto de 2020

CONHEÇA AS ESCRAVAS ISAURAS DA VIDA REAL


CONHEÇA AS ESCRAVAS ISAURAS DA VIDA REAL
A novela A Escrava Isaura, novela brasileira de sucesso mundial, conta a história de Isaura, uma escrava branca, filha de um pai branco com uma escrava negra que, criada como filha por sua senhora, se vê em maus lençóis com a morte da senhora e do assédio do filho de sua dona, que passa a lhe tratar como propriedade sua após a morte da mãe. O que poucos sabem é que a história de Isaura não está tão longe da realidade do que acontecia no tempo da escravidão no Brasil.


Os escravos brancos eram relativamente comum. Em um censo de 1860, nos Estados Unidos se verificou que aproximadamente 5% dos escravos nascidos no sul do país fossem filhos de pais brancos. No Brasil não deveria ser tão diferente. Estes escravos brancos eram frutos de estupros cometidos pelos senhores brancos e pelos filhos destes, que geravam filhos brancos em suas escravas, que jamais eram reconhecidos como filhos, e continuavam sendo escravos.


O mais trágico nisso tudo, é que enquanto os escravos de pele escura eram mantidos presos, espancados, chicotados nos mercados à venda, durante os leilões, não despertavam a menor indignação na maioria das pessoas, porém bastava apenas que um escravo de pele branca, e com traços europeu, estivesse exposto à venda para despertar a indignação de todos. Era como se as pessoas de pele escura não fossem vistas como humanos, e por isso seu sofrimento ignorado. É o que podemos apreender sobre os relatos da época.


Em São Paulo no ano de 1865 foi posta à venda uma escrava com 8 filhos, sendo que entre os mais novos existia uma criança de “cor branca”. De acordo com a matéria “a comoção foi tanta que logo se criou um grupo para arrematar o lote”. Situação idêntica passou Maria Machado, que branca e com um filho de colo, também branco foi posta em leilão.


Um outro caso foi de uma “moça branca” no porto do Rio de Janeiro, que vista pelos trabalhadores chorando muito, foi indagada de seu sofrimento, e relatou para os mesmos que era escrava e estava sendo embarcada para seu novo proprietário. O choque de todos foi grande, ao se verificar que a moça era mais branca que o seu senhor, que provavelmente descendia de “escravos africanos libertos”.


No ano de 1875 foi aberto um leilão na cidade de São Paulo onde, entre os escravos, encontrava se a jovem Felicidade de 15 para 16 anos de idade. De acordo com o jornal da época “todos ficaram surpreendidos e repassados de dor encontrando uma menina perfeitamente branca, e de bela aparência, esperando que alguém lhe dissesse: segue-me escrava!”. O impacto da situação fez com que os presentes fizessem uma vaquinha e comprassem a liberdade da jovem.


O choque provocado por crianças escravas, de pele branca e com traços europeus, juntas com demais escravos, foi aproveitado nos Estados Unidos em fotos (publicadas aqui) para arrecadar fundos a favor da causa abolicionista e conscientizar pessoas da época que, apesar da diferença da cor da pele, somos todos humanos, com sentimentos e direitos iguais.

FONTE: Adaptado da comunidade Consultoria Mnesis.




Nenhum comentário:

Postar um comentário