sexta-feira, 29 de junho de 2012

PERDOANDO DEUS (de Clarice Lispector)

 Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso "fosse mesmo" o que eu sentia - e não possivelmente um equívoco de sentimento - que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.
E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.
Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contigüidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admiro e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado poderia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais.
Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar - não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele - mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação.
... mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

LAMENTO PELA MORTE DO MEU CARALHO (de Jim Morrison)


Lamente pelo meu caralho
dolorido e crucificado
Eu procuro conhecê-lo
Adquirindo conhecimeto da alma
Você pode abrir paredes do mistério
show de strip

Como adquirir morte no show da manhã

Morte na tevê que a criança absorve
Mistério mortal que me faz escrever
O trem lento, a morte de meu pau dá a vida

Perdoe as pobres velhas pessoas que nos deram a entrada

Ensinado-nos deus na oração de criança na noite

guitarrista

sábio satir antigo
Cante sua ode ao meu caralho

descuido é lamento

Endureça-nos e guie-nos, nós congelados
Células perdidas
O conhecimento do cancer
Para falar ao coração
E dar o presente grande
Transe do poder das palavras

Este amigo estável e a besta de seu jardim zoológico

Garotas com cabelos selvagens
Mulheres florescendo em seu ápice
Monstros da pele
Cada cor conecta
Para criar o barco
Qual balança a raça
Podia todo o inferno ser mais horrivel
Do que agora
E real?

Eu pressionei sua coxa e a morte sorriu


Morte, velho amiga

A morte e meu pau são o mundo
Eu posso perdoar meus ferimentos em nome da
Sabedoria, Luxuria,romance

Sentença em cima de sentença

As palavras são lamento curativo
Para a morte do espírito do meu caralho
Não tem nenhum significado no fogo macio
As palavras me feriram e vão me deixar bem
se você acreditar

Todos juntem-se agora e lamentem a morte do meu caralho

Uma lingua de conhecimento na noite de pluma
meninos ficam loucos na cabeça e sofrem
Eu sacrifico meu pau no altar do silêncio




quarta-feira, 27 de junho de 2012

PROVÉRBIOS DO INFERNO, de William Blake (1757-1827)

by William Blake
No tempo de semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta.

Conduz teu carro e teu arado sobre a ossada dos mortos.

O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria.

A Prudência é uma rica, feia e velha donzela cortejada pela Impotência.

Aquele que deseja e não age engendra a peste.

O verme perdoa o arado que o corta.

Imerge no rio aquele que a água ama.

O tolo não vê a mesma árvore que o sábio vê.

Aquele cuja face não fulgura jamais será uma estrela.

A Eternidade anda enamorada dos frutos do tempo.

À laboriosa abelha não sobra tempo para tristezas.


As horas de insensatez, mede-as o relógio; as de sabedoria, porém, não há relógio que as meça.


Todo alimento sadio se colhe sem rede e sem laço.


Toma número, peso & medida em ano de míngua.


Ave alguma se eleva a grande altura, se se eleva com suas próprias alas.


Um cadáver não revida agravos.


O ato mais alto é até outro elevar-te.


Se persistisse em sua tolice, o tolo sábio se tornaria.


A tolice é o manto da malandrice.


O manto do orgulho, a vergonha.


Prisões se constroem com pedras da Lei; Bordéis, com tijolos da Religião.


A vanglória do pavão é a glória de Deus.


O cabritismo do bode é a bondade de Deus.


A fúria do leão é a sabedoria de Deus.


A nudez da mulher é a obra de Deus.


Excesso de pranto ri. Excesso de riso chora.


O rugir de leões, o uivar de lobos, o furor do mar em procela e a espada destruidora são fragmentos de eternidade, demasiado grandes para o olho humano.


A raposa culpa o ardil, não a si mesma.


Júbilo fecunda. Tristeza engendra.


Vista o homem a pele do leão, a mulher, o velo da ovelha.


O pássaro um ninho, a aranha uma teia, o homem amizade.


O tolo, egoísta e risonho, & o tolo, sisudo e tristonho, serão ambos julgados sábios, para que sejam exemplo.


O que agora se prova outrora foi imaginário.


O rato, o camundongo, a raposa e o coelho espreitam as raízes; o leão, o tigre, o cavalo e o elefante espreitam os frutos.


A cisterna contém: a fonte transborda.


Uma só idéia impregna a imensidão.


Dize sempre o que pensas e o vil te evitará.


Tudo em que se pode crer é imagem da verdade.


Jamais uma águia perdeu tanto tempo como quando se dispôs a aprender com a gralha.


A raposa provê a si mesma, mas Deus provê ao leão.


De manhã, pensa, Ao meio-dia, age. Ao entardecer, come. De noite, dorme.


Quem consentiu que dele te aproveitasses, este te conhece.


Assim como o arado segue as palavras, Deus recompensa as preces.


Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução.


Da água estagnada espera veneno.


Jamais saberás o que é suficiente, se não souberes o que é mais que suficiente.


Ouve a crítica do tolo! É um direito régio!


Os olhos de fogo, as narinas de ar, a boca de água, a barba de terra.


O  fraco em coragem é forte em astúcia.


A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão ao cavalo como apanhar sua presa.


Quem reconhecido recebe, abundante colheita obtém.


Se outros não fossem tolos, seríamos nós.


A alma de doce deleite jamais será maculada.


Quando vês uma Águia, vês uma parcela do Gênio; ergue a cabeça!


Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para pôr seus ovos, o sacerdote lança sua maldição sobre as alegrias mais belas.


Criar uma pequena flor é labor de séculos.


Maldição tensiona: Benção relaxa.


O melhor vinho é o mais velho, a melhor água, a mais nova.


Orações não aram! Louvores não colhem!


Júbilos não riem! Tristezas não choram!


A cabeça, Sublime; o coração, Paixão; os genitais, Beleza; mãos e pés, Proporção.


Como o ar para o pássaro, ou o mar para o peixe, assim o desprezo para o desprezível.


O corvo queria tudo negro; tudo branco, a coruja.


Exuberância é Beleza.


Se seguisse os conselhos da raposa, o leão seria astuto.


O Progresso constrói caminhos retos; mas caminhos tortuosos sem Progresso são caminhos de Gênio.


Melhor matar um bebê em seu berço que acalentar desejos irrealizáveis.


Onde ausente o homem, estéril a natureza.


A verdade jamais será dita de modo compreensível, sem que nela se creia.


Suficiente! ou Demasiado.


*


Os Poetas antigos animaram todos os objetos sensíveis com Deuses e Gênios, nomeando-os e adornando-os com os atributos de bosques, rios, montanhas, lagos, cidades, nações e tudo quanto seus amplos e numerosos sentidos permitiam perceber.


E estudaram, em particular, o caráter de cada cidade e país, identificando-os segundo sua deidade mental;


Até que se estabeleceu um sistema, do qual alguns se favoreceram, & escravizaram o vulgo com o intento de concretizar ou abstrair as deidades mentais a partir de seus objetos: assim começou o Sacerdócio;


Pela escolha de formas de culto das narrativas poéticas.


E proclamaram, por fim, que os Deuses haviam ordenado tais coisas.


Desse modo, os homens esqueceram que todas as deidades residem no coração humano.



* * *


Origem do texto: Da tradução de José Antônio Arantes. São Paulo, Iluminuras, 1987.

Há uma edição bilíngue disponível: William Blake. Poesia e prosa selecionadas. S.P., Nova Alexandria, 1993.




UMA só Lei para o Leão e o Touro é Opressão.

 

terça-feira, 26 de junho de 2012

ANINHA E O CELULAR



ANINHA E O CELULAR
ANINHA GOSTAVA DE SE MASTURBAR, e, na grande maioria das vezes, com seu celular. Ficava lá, deitada no sofá de sua casa, quando seus pais não estavam, com o aparelho dentro de sua calcinha. Ligava para mim, e me pedia para lhe ligar de volta, dizendo-me que iria aguardar minha ligação, com o aparelho lá, bem juntinho dela, naquela parte tão íntima, úmida e quente. Dizia que a vibração do aparelho fazia seu corpo vibrar também. E assim ficava ela algumas horas do dia: apenas com suas roupas íntimas, enfrente à TV, ou ouvindo música, com aquele bendito aparelho entre as pernas. Às vezes, me ligava com o aparelho de uma amiga, enquanto estava no ônibus vindo da escola, dizendo... bem, vocês já sabem. E eu ligava por vários minutos; incansavelmente para ela.
Ela disse-me uma vez, que enquanto estava no ônibus, ninguém entendia o motivo de tantos risinhos, excessivamente espontâneos e esfuziantes. As pessoas a olhavam curiosas, talvez achassem que aquela menina, de cabelos castanhos longos, pele branca, com sarda no rosto e sorriso maroto, estivesse se drogando. Grande engano; ela se divertia do modo mais natural possível.
Começou cedo com tal ato, primeiro foi com seus bichinhos de pelúcia; tinha grande predileção pelo Snoopy de pelúcia, que ganhara de presente de aniversário. De seu focinho era do que mais gostava.
Aninha era o tipo de menina que qualquer um queria, principalmente eu, um coroa, que ansiava a cada dia por mais juventude. E isto para um homem maduro é algo fundamental, um modo de retornar à juventude. Tanto que muitas vezes me juntava ao número de homens que se encontravam, discretamente, ao fim da tarde, enfrente aos bares, para ver aquelas belas colegiais, com seus uniformes escolares, ostentando suas belas pernas nuas, em pleno vigor da beleza e juventude, passarem em frente. Podia-se ver aquele bando de homens maduros, como vampiros, a babarem por aquelas carnes novas.
Ah, Aninha era um sonho! Lembro-me bem de quando a conheci; sentava-se em frente à fileira de alunos; de modo que estava sempre em frente de mim, com seu uniforme escolar: bata branca, sapatos negros, com meias brancas e saia negra acima dos joelhos. Ficava lá, sentada, com seu ar de pura ingenuidade; até que aos poucos suspendia sua saia e abria as pernas em direção à mim. Eu não podia evitar de olhá-la, de examinar aquela cena, que para mim era um misto de prazer e embaraço: eu esquecia meu texto; embaralhava as palavras, enquanto ela esboçava leves sorrisos para mim. Até que um dia algo novo surgiu: Aninha começou a ir para escola sem suas peças íntimas. Embaraçado, olhava para todos os lados, menos para sua direção; ah, mas era impossível não olhá-la; não admirar o vigor de sua juventude, a beleza de seu rosto, de suas curvas de adolescente, seu olhar sedutor, de uma sedução verde, sob os cabelos caprichosamente arrumados por um grande laço vermelho. E, ao fim da aula, uma grande surpresa me aguardava: em meio a minhas anotações e livros, lá estava sua peça íntima, delicadamente dobrada entre as páginas de um livro. E quando a encontrava em meio aos corredores, abraçada a livros junto ao peito, seu olhar me seduzia. Aqueles grandes olhos verdes me atraiam com um misto de perigo e mistério, como o mar que atrai paras suas profundezas a quem não sabe nadar.
Ah, Aninha era um verdadeiro sonho! Lembro-me também quando a conheci pessoalmente... digo: intimamente. Eu levei-a para sua casa. Ela havia perdido o ônibus de volta para casa. Pediu-me que a levasse. Entrou em meu carro, e pôs-se a conversar. Disse-me do grande desejo que mantinha por mim; do seu desejo por homens mais velhos; do quanto eu a excitava, com meu conhecimento e autoridade. Dizia-se odiar os garotos de sua idade, cheios de espinhas e de inexperiências com as meninas. Em um dado momento, pôs-se a suspender a saia, e abria as pernas novamente, pondo uma sobre o painel do carro e a outra sobre meu pênis. Esfregando-o com o pé sobre as calças. Sua falsa ingenuidade me cativara, tanto que ali mesmo, no carro, consumamos o ato. E após isto, deixei-a em casa. Tempos depois, vim saber que tudo não passou de um plano que esta armara para seduzir-me.
Ah, Aninha não era do tipo de garota de sua idade: não fazia o que vinha à sua cabeça sem medir as consequências. Não decidia rápido como outras meninas, assim como num estalar de dedos; em que se é tão rápido em se decidir, quanto mudar de ideia. Aninha maturava suas ideias, arquitetava seus planos por meio de sentimentos forjados e sórdidos.
Àquela noite, seguiu-se outras e outras e outras mais...
Aninha passou a ligar-me todos os dias; exigia que eu fosse visitá-la nas horas mais impróprias possíveis. Na escola, exigia a todo instante minha atenção. Nas pequenas salas vazias nos encontrávamos entre lousas e materiais de impressão.
Um dia, pareceu-me em casa; minha mulher não estava; quis conhecer nosso quarto; ao entrar, deitou-se sobre a cama de casal; esticou seu belo corpo jovem sobre as cobertas; esfregou-se sobre os travesseiros; ao fim do qual pegou o retrato de casal, e olhando-o, disse-me, sussurrando baixinho: possua-me, assim como a ela.
Ah, era-me impossível fugir de suas vontades e desejos. E lá estava eu, um homem feito sucumbido por seus caprichos de menina.
Numa tarde, enquanto esperava por minha esposa e filha, eis que chegam acompanhadas de uma nova amiga:
- Onde está Renata? – perguntei a minha esposa.
- Já está vindo com uma amiga.
E qual não foi minha surpresa ao ver Aninha em companhia de minha filha.
Ah, Aninha tinha invadido não apenas minha casa e o meu quarto, mas também minha vida.
Na lanchonete, sob a mesa, enquanto falávamos, pôs a esfregar novamente seu pé, descalço, sobre minha genitália, me excitando ao máximo. Virou para minha mulher, e disse: “vou ao banheiro”, e olhou-me fixamente por uma fração de segundo. E eu sabia o que ela queria. Inventei uma desculpa, e a segui ao banheiro...
Ah, Aninha tinha de fato invadido minha vida! Tornando-a pouco a pouco insuportável.
Adorava pôr-me em risco: invadia minha casa, obrigando-me possui-la, enquanto minha mulher estava em casa.
Ameaçava contar tudo à minha filha, se seus desejos não se concretizassem.
Quando eu quis deixa-la, ameaçou contar tudo à escola. Falou-me que todos me acusariam de pedofilia.
    
E agora, sobre o seu corpo inerte, com minhas mãos manchadas de sangue, reconheço:
Ah!, Aninha foi um sonho, que tornou-se pesadelo.    


terça-feira, 19 de junho de 2012

ENTREVISTA SOBRE O LIVRO “SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS”



ENTREVISTA SOBRE O LIVRO “SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS”
O que lhe motivou a escrever o livro “Sexo, Perversões e Assassinatos”?
BOSCO SILVA: Sempre ouvimos alguma história sobre alguém que possui comportamento sexual que para muitos é tido como “estranho”: da mulher que, durante suas relações sexuais, implora por tapas (há até música sobre o tema), de outra que se masturba ao andar de bicicleta, do homem que prefere ter relações sexuais com mulheres menstruadas fantasiando tê-las desvirginado, etc. O engraçado é que tais gostos sexuais são sempre atribuídos a terceiros, nunca a si próprio. É um mundo que acontece sob o anonimato, mas que com o advento da internet, com seus milhares de sites dedicados ao tema, vemos que há um grande público sedento por esta forma de conteúdo. E que também tem reflexo na literatura, basta citar que um dos mais recentes sucessos literário mundiais é o livro “Cinquenta Tons de Cinza”, da inglesa E. L. James, que conta a história de uma mulher que tem sua curiosidade despertada, por seu amante, pelo mundo do sadomasoquismo. E assim o que julgávamos estranho é muito mais comum do que se pensa. Este mundo sexual anônimo sempre me causou interesse, com suas histórias impressionantes, então pensei, já que também causa interesse a outros, por que então não unir questões sobre o tema a outra de minhas paixões, histórias policiais, com elementos reais que superam a mais fantasiosa ficção, aproveitando temas atuais, como a pedofilia, descrevendo e analisando várias formas de perversões por meio de perfis psicológicos e sexuais de vários personagens, tendo como instrumento as ideias do maior ícone de todos os pervertidos, Marquês de Sade. Seria uma história explosiva! Então a criei.
Qual o objetivo do livro?
BOSCO SILVA: O livro “Sexo, Perversões & Assassinatos” tem como objetivo levar o leitor a uma viagem sem preconceito ao alucinante e obscuro mundo do sadomasoquismo; um mundo composto de pessoas que só obtém plena satisfação sexual com práticas não consideradas “normais”: são pessoas que precisam de algo além do que o sexo convencional pode lhes dar, este algo pode ser a dor ou o desejo sexual voltado para objetos ou partes específicas do corpo humano, ligados indiretamente ao sexo, como botas de couro, pés, etc. Uma viagem que parte de inocentes jogos sexuais, envolvendo cordas, chicotes e algemas, que apimentam um relacionamento a dois, em que um dos parceiros assume uma postura submissa, a um sadomasoquismo mais extremo (hard), onde há também desejos por secreções e excrementos humanos; e por fim, a um último estágio que tem a morte como sua finalidade, como é o caso extremo dos necrófilos. E embora o livro passei por várias formas de atividades sexuais, que em muitos casos tem como modelo a obra de Sade, ele se concentra em uma forma específica de atividade sexual que é importante para a trama policial, a asfixia erótica.
Qual a característica principal desta forma de fetiche?
BOSCO SILVA: A asfixia erótica é uma atividade sexual relativamente comum em grupos de pessoas que praticam o sadomasoquismo, pode ser praticada em duplas, durante o ato sexual, ou sozinha, durante a masturbação, tem como finalidade a intensificação do prazer sexual por meio da privação de oxigênio.
Em seu livro você toca em dois casos famosos de suspeita de asfixia erótica, que são os casos do ator americano David Carradine e do vocalista da famosa banda de rock australiana da década de 80, Michael Hutchence do INXS. Comente um pouco sobre isso.
BOSCO SILVA: São dois casos já bastante famosos na internet, ambos foram encontrados nus com corda e cinto, envolta do pescoço, respectivamente. É uma atividade perigosa, só nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que entre 500 a mil pessoas morram por ano praticando-a. Contudo, na maioria das vezes, são interpretadas como homicídio ou suicídio.
Embora o livro seja classificado como policial, ele possui outros aspectos importantes?
BOSCO SILVA: Sim, possui dois aspectos que para mim são bem mais importantes que a trama policial, e que são usados como pano de fundo: um em que é discutida a sexualidade humana, principalmente sobre a questão “o que é normal em matéria de sexo?”, em que são analisadas algumas “perversões” sexuais e discutida o porquê de alguns casos serem proibidas; qual a parcela de culpa da sociedade naquilo que tentam justamente proibir; e a outra, uma concepção filosófica que toma o escritor Marquês de Sade como uma das personalidades fundamentais para o entendimento da sexualidade humana, visão que é contraposta, por sua vez, ao senso comum que vê este autor apenas como um pensador pornográfico e pervertido, incapaz de outro mérito a não ser o de ter servido de modelo para a psiquiatria, como um modelo por excelência de sádico.
Como surgiu o interesse por Sade?
BOSCO SILVA: Cheguei a Sade como a maioria: o conheci por meio de matérias sobre sua literatura ácida, que mistura sexo, dor, morte e excrementos, e também de suas ideias extravagantes e comportamentos de vida excessivos, como, por exemplo, o seu famoso prazer em chicotear prostitutas. Mas, ao contrário da maioria, que permanecem nesse aspecto somente, me senti muito mais atraído por suas ideias e história quando percebi o que há por trás de tudo isso, as ideias que justificavam seus atos.
E o que há?
BOSCO SILVA: Há um grande pensador, que foi o primeiro a questionar e conceber uma nova interpretação de liberdade, independente da tradição de 25 séculos de pensamento grego. Um pensador injustiçado, que, ao ter misturado, revolucionariamente, pornografia e filosofia, jamais - mesmo que cada vez mais seja valorizado - será devidamente respeitado. Mas esta mistura explosiva era necessária ao seu pensamento, pois ele foi um dos primeiros a ver a grande influência da sexualidade na mentalidade humana, por isso ele foi o grande catalogador das perversões sexuais de seu tempo. E por meio delas ele queria entrever os limites do humano. Uma das grandes sacadas de Sade, que creio exemplifica bem seu trabalho, é a afirmação de que as sociedades humanas ganhariam muito se liberassem mais modos do ser humano extravasar seu sadismo e masoquismo naturais; e isto é a pura verdade, e já era sabido pela antiguidade, pelo menos de modo inconsciente, por isso sempre vemos na história humana atividades ligadas a esse modo de pensar, desde os antigos espetáculos de sangue do coliseu romano, aos vídeos games violentos e, por sua vez, as lutas de vale tudo de hoje; tudo isso são meios de liberar o sadismo, não são apenas “pão e circo”.   
Quando você comenta sobre seu livro, quais são as perguntas mais frequentes sobre ele?
BOSCO SILVA: Quando se fala sobre sexo, é comum que apareça logo alguém com algum comentário engraçado ou pergunta ofensiva, eu não fui exceção a esta regra. É como se fosse impossível falar com seriedade a respeito de sexo, talvez isso demonstre que o sexo ainda é um assunto bastante polêmico e tabu para muitos, e justamente por isso alguns tentam descontrair o assunto fazendo estas piadas, por isso o livro traz suas pitadas de humor também, eu diria de um humor negro e ácido, para torná-lo mais descontraído, um humor que aparece desde sua primeira página. Mas a pergunta que mais me fazem a respeito do livro, é o quanto de experiência própria foi necessário para sua feitura.
Então aproveitando o ensejo, quanto de sua experiência há no livro?
BOSCO SILVA: Eu diria que o mais importante foi minha vivência com uma população que tem por hábito frequentar a noite, as casas noturnas de shows eróticos e também as minhas conversas com prostitutas. Na noite, há uma tendência maior à liberação das paixões, dos desejos. É como se o dia fosse dedicado aos compromissos sociais e a noite fosse dedicada às paixões do corpo. Nisso há certa semelhança entre a noite e as guerras, tomada as devidas proporções, claro, pois assim como aquelas, nestas, uma vez afrouxadas as regras sociais, impera os desejos mais primitivos dos homens.
Em tempos de tanta liberdade sexual ainda é necessário um livro que debata a repressão sexual?
BOSCO SILVA: Como é citado no livro, um elemento importante do sexo, que é muito negligenciado, é a transgressão; ela também é fonte de prazer, que tanto pode gerar atos de vandalismo quanto prazer sexual. É ela que na maioria das vezes está por trás, por exemplo, de casais que gostam de praticar atos sexuais em público ou pessoas que possuem interesse pelo incesto. Sendo assim, mesmo que haja uma maior liberdade sexual, sempre haverá aqueles que procurarão ir além dos limites, que procurarão transgredir as regras, que nunca estarão satisfeitos com elas, sejam em que grau de liberdade for. O que não quer dizer que terão sempre atitudes extremas, poderão ter também atitudes conservadoras, já que o importante para essas pessoas é transgredir as regras vigentes. Assim sendo a transgressão poderá gerar casos de pessoas que agridem aquelas que se beneficiem de uma maior liberdade sexual, como os homossexuais. Deste modo o livro fala não apenas de repressão sexual mas também de liberdade sexual e de sua relação com a transgressão.
A internet teve alguma influência em seu trabalho?
BOSCO SILVA: Sim, claro, graças a ela tornou-se viável a pesquisa para o livro, já que ninguém sai por aí contando, livremente, sobre suas fantasias, principalmente se essas fantasias fogem do convencional: o mundo do sadomasoquismo é bastante fechado. Assim prestei bastante atenção em redes sociais, fóruns, comunidades, etc. de sites sadomasoquistas. E pesquisando algumas dezenas de sites, e sendo sites pagos, que oferecem a seus clientes todas as formas de fetiches, desde o mais usual ao mais escatológico, vemos logo que o que achávamos ser algo incomum é bastante comum, sendo bastante praticado sob a penumbra do anonimato, com sites tendo milhares de acessos diários.
E o que você encontrou que lhe chamou mais atenção?
BOSCO SILVA: A indústria pornô japonesa, pois é bastante interessante. Os japoneses são responsáveis pela criação de atividades sexuais que fogem totalmente do convencional, que chega até ser engraçado. Isso tem uma explicação simples: como a indústria pornô japonesa é tolhida por uma lei que proíbe que órgãos sexuais sejam mostrados sem tarjas eletrônicas que dificulta a visualização destes, o jeito foi encontrar formas de sexo que fugisse deste empecilho investindo mais nos fetiches, assim há filmes de mulheres vestidas que se esfregam em objetos caseiros, como maçanetas, quinas de mesas, etc., como substituto para pênis. O que originou, por sua vez, o famoso bukakke, que é o banho no rosto de mulheres com o esperma de dezenas de homens. E embora haja esse limite, a indústria pornô japonesa é bastante diversificada havendo até mesmo filmes que beiram o crime, como filmes com mulheres pequenas e de rostos infantis, em cenários imitando móveis caseiros enormes, para que dei a impressão de ser um filme com crianças, sem falar dos filmes com coprofilia (sexo com fezes humanas), enema (sexo com lavagens intestinais) e vômitos. Mas saindo da área dos japoneses, vi um site que a atração principal é a ejaculação nos olhos das atrizes; um outro que beira a necrofilia, já que mostra a extração de vaginas de cadáveres. E há também aqueles em que anônimos tornam-se famosos mostrando suas aventuras sexuais, como um em que o sujeito enfia um vidro de maionese no ânus, quebrando-o em seguida e expelindo bastante sangue. Isto tudo apenas na internet convencional, mas há também a chamada Deep Web, uma parte obscura da internet, em que os Googles da vida não conseguem identificar os sites e seus conteúdos, aí a coisa pega fogo, havendo desde sites ligados a terrorismo à pedofilia e ao canibalismo. Bem, em suma, há espaço na internet para todos os gostos imagináveis; coisas que nem mesmo Sade sonhou.
Em seu livro você também fala sobre as sociedades secretas ligadas ao sexo.
BOSCO SILVA: Sim, descrevo algumas delas. Em geral as pessoas associam sociedades secretas apenas com misticismo ou com o crime, como a Máfia ou a Yakuza, a máfia japonesa, embora estas, em alguns casos, trabalhem com o tráfico de mulheres para a prostituição, mas há também sociedades secretas ligadas exclusivamente ao sexo. No século XVIII, havia centenas delas, como a Ordre de Cythère e a Société du Moment. Elas possuíam códigos secretos e rituais de iniciação. Houve na França, no começo do século XX, sociedades secretas de estranguladores sexuais. No livro eu tento situar essas sociedades nos tempos de hoje. Especulo o quanto ganhariam estas sociedades com a discrição da modernidade, com a internet, por exemplo. Os pedófilos são um bom exemplo disso. Eu não me surpreenderia, nem um pouco, se houvesse uma grande sociedade secreta internacional de pedófilos.
Por último: O livro visa a que público?
O livro tem como leitor ideal pessoas que querem conhecer os extremos do sadomasoquismo, adornado por uma história policial, com suspense, horror e pitadas de história dos costumes sexuais, incluindo os gostos sexuais de importantes escritores. E também, claro, aqueles que sentem interesse em conhecer melhor o pensamento e a obra do Marquês de Sade. Portanto, ele não agradará aos que desejam uma história de amor envolvendo joguinhos sexuais picantes com chicote e algemas.
Acesse o link a seguir para ler os primeiros capítulos de “SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS”:
https://clubedeautores.com.br/book/130007--SEXO_PERVERSOES__ASSASSINATOS


          

quarta-feira, 6 de junho de 2012

SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS (de Bosco Silva)



RESUMO
 Três corpos masculinos são achados, com marcas no pescoço e pulsos, nus, em rios que contornam a cidade. Exames afirmam que não foram mortos por afogamento, e que, possivelmente, tiveram atividade sexual antes ou durante seus assassinatos. O investigador Moreira e sua namorada, a legista Renata, contrariando o resto da polícia, creem que há uma ligação entre eles: o assassino os atraiu sexualmente para concretizar suas mortes.
 Com a ajuda casual de um escritor francês, que pesquisa o turismo sexual no Brasil para um livro, as pistas encaminham para a crença de que os crimes foram feitos por meio da asfixia erótica, uma perigosa atividade sexual que busca intensificar o prazer sexual por meio da asfixia. E não apenas isso: as pistas indicam também que há uma sociedade secreta que engloba turistas sexuais com os mais bizarros gostos sexuais em atividade no Brasil, por trás de tais crimes.
 Não há tempo a perder, novos crimes podem acontecer, o que obriga o escritor francês, a fim de achar pistas sobre a sociedade, a se camuflar como turista sexual e, contra sua vontade, a experimentar as mais terríveis formas de sexo bizarro e, com isso, atrair seus agenciadores.
 Por meio do romance SEXO, PERVERSÕES e ASSASSINATOS, descubra o que o ator americano David Carradine, conhecido pelos famosos filmes Kill Bill, e o vocalista Michael Hutchence, da banda de rock australiana INXS, ambos encontrados misteriosamente mortos, enforcados, nus, têm a ver com a misteriosa sociedade e com as ideias do “pervertido” escritor francês Marquês de Sade.
 SEXO, PERVERSÕES e ASSASSINATOS é muito mais que apenas uma sátira aos romances policiais, com misteriosas sociedades secretas envolvidas; aborda também, em um crescente de mistério e prazeres proibidos, com extremo bom humor, assuntos sérios, como o sexo; as inúmeras perversões sexuais, definindo-as e analisando-as por meio de suas personagens; os estranhos gostos sexuais de escritores famosos; as sociedades secretas dedicadas ao sexo; e também os mais terríveis assassinatos sexuais; as formas mais bizarras de sexo; e o mundo estranho e bizarro dos sites sadomasoquistas da internet, com suas atividades sexuais extremas; bem como a pedofilia e o criminoso turismo sexual no Brasil. Conduzindo o leitor a uma viagem alucinante ao mais terrível submundo do sexo; conduzindo-os também, por meio das ideias e literatura do escritor francês Marquês de Sade, a traçar, junto com as personagens principais, os perfis psicológico e sexuais dos prováveis assassinos, levando também o leitor a entender melhor como pensa e se comporta os criminosos sexuais. 
 Um romance imperdível que não apenas diverte, mas também instrui; um verdadeiro grito contra o terrível e degradante turismo sexual; que tem como cenário o submundo do sexo no Brasil.