terça-feira, 26 de junho de 2012

ANINHA E O CELULAR



ANINHA E O CELULAR
ANINHA GOSTAVA DE SE MASTURBAR, e, na grande maioria das vezes, com seu celular. Ficava lá, deitada no sofá de sua casa, quando seus pais não estavam, com o aparelho dentro de sua calcinha. Ligava para mim, e me pedia para lhe ligar de volta, dizendo-me que iria aguardar minha ligação, com o aparelho lá, bem juntinho dela, naquela parte tão íntima, úmida e quente. Dizia que a vibração do aparelho fazia seu corpo vibrar também. E assim ficava ela algumas horas do dia: apenas com suas roupas íntimas, enfrente à TV, ou ouvindo música, com aquele bendito aparelho entre as pernas. Às vezes, me ligava com o aparelho de uma amiga, enquanto estava no ônibus vindo da escola, dizendo... bem, vocês já sabem. E eu ligava por vários minutos; incansavelmente para ela.
Ela disse-me uma vez, que enquanto estava no ônibus, ninguém entendia o motivo de tantos risinhos, excessivamente espontâneos e esfuziantes. As pessoas a olhavam curiosas, talvez achassem que aquela menina, de cabelos castanhos longos, pele branca, com sarda no rosto e sorriso maroto, estivesse se drogando. Grande engano; ela se divertia do modo mais natural possível.
Começou cedo com tal ato, primeiro foi com seus bichinhos de pelúcia; tinha grande predileção pelo Snoopy de pelúcia, que ganhara de presente de aniversário. De seu focinho era do que mais gostava.
Aninha era o tipo de menina que qualquer um queria, principalmente eu, um coroa, que ansiava a cada dia por mais juventude. E isto para um homem maduro é algo fundamental, um modo de retornar à juventude. Tanto que muitas vezes me juntava ao número de homens que se encontravam, discretamente, ao fim da tarde, enfrente aos bares, para ver aquelas belas colegiais, com seus uniformes escolares, ostentando suas belas pernas nuas, em pleno vigor da beleza e juventude, passarem em frente. Podia-se ver aquele bando de homens maduros, como vampiros, a babarem por aquelas carnes novas.
Ah, Aninha era um sonho! Lembro-me bem de quando a conheci; sentava-se em frente à fileira de alunos; de modo que estava sempre em frente de mim, com seu uniforme escolar: bata branca, sapatos negros, com meias brancas e saia negra acima dos joelhos. Ficava lá, sentada, com seu ar de pura ingenuidade; até que aos poucos suspendia sua saia e abria as pernas em direção à mim. Eu não podia evitar de olhá-la, de examinar aquela cena, que para mim era um misto de prazer e embaraço: eu esquecia meu texto; embaralhava as palavras, enquanto ela esboçava leves sorrisos para mim. Até que um dia algo novo surgiu: Aninha começou a ir para escola sem suas peças íntimas. Embaraçado, olhava para todos os lados, menos para sua direção; ah, mas era impossível não olhá-la; não admirar o vigor de sua juventude, a beleza de seu rosto, de suas curvas de adolescente, seu olhar sedutor, de uma sedução verde, sob os cabelos caprichosamente arrumados por um grande laço vermelho. E, ao fim da aula, uma grande surpresa me aguardava: em meio a minhas anotações e livros, lá estava sua peça íntima, delicadamente dobrada entre as páginas de um livro. E quando a encontrava em meio aos corredores, abraçada a livros junto ao peito, seu olhar me seduzia. Aqueles grandes olhos verdes me atraiam com um misto de perigo e mistério, como o mar que atrai paras suas profundezas a quem não sabe nadar.
Ah, Aninha era um verdadeiro sonho! Lembro-me também quando a conheci pessoalmente... digo: intimamente. Eu levei-a para sua casa. Ela havia perdido o ônibus de volta para casa. Pediu-me que a levasse. Entrou em meu carro, e pôs-se a conversar. Disse-me do grande desejo que mantinha por mim; do seu desejo por homens mais velhos; do quanto eu a excitava, com meu conhecimento e autoridade. Dizia-se odiar os garotos de sua idade, cheios de espinhas e de inexperiências com as meninas. Em um dado momento, pôs-se a suspender a saia, e abria as pernas novamente, pondo uma sobre o painel do carro e a outra sobre meu pênis. Esfregando-o com o pé sobre as calças. Sua falsa ingenuidade me cativara, tanto que ali mesmo, no carro, consumamos o ato. E após isto, deixei-a em casa. Tempos depois, vim saber que tudo não passou de um plano que esta armara para seduzir-me.
Ah, Aninha não era do tipo de garota de sua idade: não fazia o que vinha à sua cabeça sem medir as consequências. Não decidia rápido como outras meninas, assim como num estalar de dedos; em que se é tão rápido em se decidir, quanto mudar de ideia. Aninha maturava suas ideias, arquitetava seus planos por meio de sentimentos forjados e sórdidos.
Àquela noite, seguiu-se outras e outras e outras mais...
Aninha passou a ligar-me todos os dias; exigia que eu fosse visitá-la nas horas mais impróprias possíveis. Na escola, exigia a todo instante minha atenção. Nas pequenas salas vazias nos encontrávamos entre lousas e materiais de impressão.
Um dia, pareceu-me em casa; minha mulher não estava; quis conhecer nosso quarto; ao entrar, deitou-se sobre a cama de casal; esticou seu belo corpo jovem sobre as cobertas; esfregou-se sobre os travesseiros; ao fim do qual pegou o retrato de casal, e olhando-o, disse-me, sussurrando baixinho: possua-me, assim como a ela.
Ah, era-me impossível fugir de suas vontades e desejos. E lá estava eu, um homem feito sucumbido por seus caprichos de menina.
Numa tarde, enquanto esperava por minha esposa e filha, eis que chegam acompanhadas de uma nova amiga:
- Onde está Renata? – perguntei a minha esposa.
- Já está vindo com uma amiga.
E qual não foi minha surpresa ao ver Aninha em companhia de minha filha.
Ah, Aninha tinha invadido não apenas minha casa e o meu quarto, mas também minha vida.
Na lanchonete, sob a mesa, enquanto falávamos, pôs a esfregar novamente seu pé, descalço, sobre minha genitália, me excitando ao máximo. Virou para minha mulher, e disse: “vou ao banheiro”, e olhou-me fixamente por uma fração de segundo. E eu sabia o que ela queria. Inventei uma desculpa, e a segui ao banheiro...
Ah, Aninha tinha de fato invadido minha vida! Tornando-a pouco a pouco insuportável.
Adorava pôr-me em risco: invadia minha casa, obrigando-me possui-la, enquanto minha mulher estava em casa.
Ameaçava contar tudo à minha filha, se seus desejos não se concretizassem.
Quando eu quis deixa-la, ameaçou contar tudo à escola. Falou-me que todos me acusariam de pedofilia.
    
E agora, sobre o seu corpo inerte, com minhas mãos manchadas de sangue, reconheço:
Ah!, Aninha foi um sonho, que tornou-se pesadelo.    


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