terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O VERDADEIRO VALE-TUDO (por Bosco Silva)



O ano começa com uma forte candidata a ser eleita a maior novidade sexual do ano:

Essa aqui é para aqueles que acham que as famosas lutas de MMA são violentas de mais. Um site americano, o nakedcombat.com, resolveu mudar este conceito. Na modalidade criada por ele, dois homens lutam e se esfregam entre si com o objetivo de dominar o oponente. Até aí nada de novo, certo? Mas agora vem a novidade: eles, no último round, ficam nus; e a luta possui regras que vão muito além das conhecidas regras da luta greco-romano. Suas lutas possuem regras incomuns, como:

Sentar na cara do adversário, segurar os testículos deste e masturbá-lo, palmadas, fio-terra e o escambau. E em caso de empate, ganha quem manteve o maior tempo de ereção. Esse é o verdadeiro vale tudo. E para quem pensa que os lutadores não são de nada, Rick Bauer, um de seus integrantes, foi o sexto colocado na International Wrestling Championship de 2001.

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sábado, 26 de janeiro de 2013

NA CALADA DA NOITE (de Bosco Silva)



A chuva continuava a cair sem parar. A água rodopiava pelos esgotos trazendo à tona o fétido cheiro de nossas excreções e pesadelos.
Os pingos, trazidos pelo vento, molhavam nossos pés, aos poucos.
A garçonete, com frio, guardava as últimas cadeiras e, por fim, nos avisava que o estabelecimento já iria fechar. Tentei comprar mais uma cerveja, enquanto esperava a chuva passar, mas o Mauro, o dono do bar, nos diz, em tom ríspido de quem não lucrou com a noite, que não daria mais para esperar. Fomos então para frente do bar, nos protegendo dos grossos pingos de chuva, enquanto ele apagava as luzes dizendo que a energia estava cara demais. Seguimos, aproveitando os telhados vizinhos para algum lugar que pudesse nos oferecer um teto e algumas garrafas de bebidas. Por fim, logo encontramos um lugar que poderia nos proporcionar alguns tragos em troca de doses não homeopáticas de dinheiro.
Vejo então uma prostituta solitária, que com a chuva estava sem clientes. Eu e João entabulamos conversa, lhe oferecemos bebida e companhia, mas tudo que parecia animá-la era apenas dinheiro.
Um carro para na pista enfrente, ela corre. Mas após alguns minutos ela volta com o semblante de que o programa tão esperado não viria tão cedo.
Um viciado se a conchega, conta sua história, enquanto oferecíamos bebida e também algumas doses de companhia.
Após horas, a chuva, por fim, para. O espeço véu da noite é aos poucos desfeito pela claridade do dia. Partimos embora. À frente a prostituta sem clientes; lhe proponho um programa de consolo, João também, mas por morar perto, este vence.
- Bem, não se pode ganhar todas – disse eu a ele.

Maldito capitalismo!!!


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

À MANEIRA DOS CÃES ( de A. N. Afanassiev)



Num certo país, num certo reino, vivia um grão-senhor: ele tinha uma filha muito bonita. Um dia, ela passeava acompanhada de um lacaio, e este pensou:
- Que bela flor! Não há nada no mundo que eu deseje mais do que ter o prazer de fodê-la, ainda que uma vez apenas: se assim for, nem a morte me assustará mais!
Pensou, pensou e, sem sentir, disse em voz baixa:
- Ah, bela senhorita! Se eu ao menos lhe pudesse saudar à maneira dos cães!
A bela jovem ouviu estas últimas palavras. E assim que voltou para casa, mandou chamar o lacaio, ao anoitecer.
- Repita, seu cretino! – disse-lhe ela. – O que você disse quando eu estava passeando!
- Perdão, senhorita! Eu disse tal e tal coisa.
- Pois bem, para você aprender, comece agora mesmo a imitar um cão; caso contrário. Conto tudo ao meu pai.
E a jovem levantou a saia, pôs-se de quatro, o traseiro ao ar livre, e disse ao lacaio:
- Abaixe-se e cheire, como fazem os cães!
Ele ficou de quatro e pôs-se a cheirar.
- E agora, lamba como lambem os cães!
Ele foi lambendo uma, duas, três vezes.
- E agora comece a correr à minha volta!
Ele pôs-se a correr em volta da garota. Deu dez voltas e recomeçou a cheirá-la e lambê-la. Fazer o quê? O pobre lacaio estava exausto, mas continuava a cheirá-la; cuspia, mas continuava a lambê-la.
- Pois bem, por hoje é só – disse a jovem. – Vá dormir e volte aqui amanhã à noite.
Na noite do dia seguinte, a jovem mandou chamar o lacaio:
- E por quê, seu patife, você não veio por iniciativa própria? Não posso ficar mandando te procurar toda noite. Cabe a você saber o que deve fazer!
E assm dizendo, ela levantou a saia, pôs-se de quatro e o lacaio começos a cheirar sua bunda e a lamber sua buceta. Dez vezes de novo, ele correu em volta dela, depois recomeços a cherar e a lamber.
A jovem se regalava todo esse tempo, mas acabou sentindo pena dele: acabou deitando-se na cama dele, levantou a saia de frente e consentiu que ele a fodesse uma vezinha só. O lacaio cumpriu sua tarefa e disse:
- Não faz mal. Precisei lambê-la toda, mas consegui o que eu queria!

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SAIBA COMO A IMAGEM DO DIABO FOI CRIADA PELA IGREJA


Palavras como LÚCIFER, SATANÁS, DIABO, DEMÔNIO, SATÃ, etc, só de ouvi-las, muitos se arrepiarão e se borrarão de medo, (tanto que poucos lerão esta matéria!) Palavras que são imprescindíveis em qualquer culto evangélico que se preze.
E o que estará por trás delas, destas figuras horrendas que fazem a maioria dos crentes se borrarem de medo? Elas, de fato, existem?
Antes, porém, de responder a isso, um pouco de história:

AS ORÍGENS
A partir do séc. IV, quando o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano, a religião cristã se propaga com uma velocidade extrema. Muitos santuários e templos pagãos são destruídos, e em seus lugares são construídos igrejas cristãs, como tentativas de substituir a velha fé pela nova. Contudo, mesmo com todo o poder da igreja, muitas divindades pagãs ainda eram reconhecidas, e cultuadas, em muitos lugares. Tem inicio, então, uma nova estratégia da igreja: a transformação de deuses de outras religiões em demônios, seres destituídos de qualquer valor positivo. Deturpando, deste modo, o verdadeiro sentido que tais seres teriam para tais povos.


Crenças pagãs tiveram seus simbolismos deturpados pela igreja
 
Na verdade tal estratégia não era nem um pouco nova, pois, na antiguidade, quando um povo entrava em guerra com outro povo, não apenas os membros destes povos eram tidos como inimigos, assim como seus deuses eram tidos como adversários. O que seria de esperar, já que se um deus é tido como benéfico para determinado povo, o mesmo deus passaria a ser maléfico para o povo adversário. E, por conseguinte, seria natural que um povo adversário deturpasse os deuses adversários. O que se pode ver, de modo claro, nos termos SATANÁS e SATÃ: termos oriundos do hebreu SHAITAN, que em hebreu significa adversário. Era usado para denominar rivais. Portanto, qualquer rival era denominado de Shaitan, ou melhor, na linguagem de hoje, Satanás ou Satã, mesmo para deuses de povos inimigos.

A IMAGEM DO DIABO
DIABO – Termo oriundo da palavra grega diabolos. Segundo Marcelo Del Debbio, seu verdadeiro significado, ao contrário de simbolos, seria “aquilo que nos separa”.
Como já foi dito, a igreja Cristã, durante sua tentativa de arrecadar novos fiéis e destruir religiões inimigas, - ato tão comum naquela época, e uma das formas de intimidar o culto de outros deuses -, distorceu, não apenas o significado de tais deuses, como suas imagens e qualidades, associando-os a figuras de seres horrendos e maléficos. Deste modo, o que era tido como símbolos sagrados e benéficos para outros povos passaram a ser vistos como símbolos maléficos para a cultura cristã, associados à imagem do Diabo.
E embora na Bíblia apareça uma figura denominada com tal nome, notamos que tal figura não aparece, de modo algum, com características, tidas hoje, como pertencente à sua malévola natureza, como os famosos chifres, tridente e as pernas de bode. Como em Ezequiel 28: 12 a 19, em que supostamente uma estranha figura é interpretada como o tal (e que alguns interpretaram de outra forma):

Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá.

Portanto, nada há de chifres, tridente e, muito menos, pernas de bode.
A imagem do Diabo como um ser possuidor de tais atributos é uma imagem, portanto, EXTRA BÍBLIA, criada para associar um conjunto de atributos que para outros povos eram sagrados e benéficos, pertencentes à natureza de seus deuses, à imagem de algo ruim. Senão, vejamos:

CHIFRES1

Detalhe da estátua de Moisés com chifres, feita por Michelangelo

Os chifres em muitas culturas antigas eram sinais de algo divino, e em muitos casos o número de chifres representava o poder e a importância de cada deus. Acreditava-se também que os chifres recebessem poderes divinos, para quem os usasse. Por isso, em muitos povos era honroso o uso, não apenas por reis, como por guerreiros destes mesmos povos. E, assim, vários personagens foram retratados com chifres, como Alexandre, o grande e Moisés.
Foi com o cristianismo que tal uso tornou-se um símbolo maléfico, bem como desonroso. Mais tarde, “LEVAR CHIFRE” tornou-se ofensivo. Mas isso deveu-se primeiro aos romanos. Pois, durante as guerras, as rainhas celtas, durante a ausência dos reis, mantinham haréns, com homens incumbidos de substituí-lo. Para os romanos, como posteriormente para os católicos, isto era um ato desonroso e absurdo. O que logo foi associado ao uso dos chifres. Dando origem a tal expressão tão usada em países latinos, como o nosso.


Para povos antigos o chifre representava algo divino, 
mas para os latinos passou a representar traição amorosa

Cornucópia

Outra forma que demonstra, inequivocamente, a idéia dos chifres como um símbolo divino é a cornucópia. Este símbolo é representado como um chifre, de onde brotaria alimentos em abundância, aplacando a fome de todos.

TRIDENTE
O tridente para muitas culturas era (e ainda o é) um instrumento sagrado e extremamente poderoso. “O tridente mais antigo que se tem registro é o TRISHULA, a arma principal de SHIVA [um dos deuses da religião hindu, responsável pela destruição dos defeitos da alma, que entravam nossa evolução espiritual], retratado aproximadamente 6.000 anos atrás. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).”2
“Portanto, para os indianos e durante mais de 4.500 anos, o tridente foi o símbolo de sabedoria; uma arma sagrada que todos nós devemos sempre lembrar de carregar conosco.”3 Mas que, mais uma vez, foi tomado pelo cristianismo como um símbolo diabólico. E no imaginário popular cristão, tornou-se uma espécie de espeto diabólico, com o qual o Diabo espetaria as almas condenadas ao inferno.


Acima, o Deus Hindu Shiva, abaixo, o deus grego Poseidon, seguido por uma fantasia do Diabo, vista pelo imaginário popular





PERNAS DE BODE
Muitas divindades pagãs possuíam pernas de bode, como os deuses romanos SYLVANUS e FAUNUS, ou o deus celta CERNUNNOS, bem como o antigo deus grego PAN. Além de possuírem suas pernas em formato de pernas de bode, estes antigos deuses também possuíam chifres.
O deus Pan, assim como os deuses acima, era o deus da fertilidade, dos instintos, das paixões, do sexo, tido como um benéfico atributo dos deuses. Suas pernas de bode simbolizavam a sexualidade e a fertilidade, umas das características atribuídas ao bode.

O Deus grego Pan

Portanto, há ou não alguma verdade no que foi dito?

LÚCIFER
A palavra Lúcifer tem origem do latim, das palavras LUCIS e FERRE (Lucis = luz; Ferre = carregar). Portanto, Lúcifer significa: “o que trás a luz”. Era um nome dado, na antiguidade, para o planeta Vênus. Vênus, devido sua proximidade ao sol, aparece antes do amanhecer e do anoitecer. Isto, para os antigos, era como se Vênus puxasse o astro rei de seu sono para criar as manhãs. E no entardecer o empurrasse de volta, para as regiões obscuras, abissais. Daí, portanto, dando origem ao seu nome, Lúcifer, “o que trás a luz”. Vênus também é conhecido, pelo mesmo motivo, como a “estrela d’alva”, “estrela da manhã” e “estrela vespertina”.
Em nenhum momento na Bíblia seu nome aparece como sinônimo de Diabo. Tal associação surge, posteriormente, devido a uma má interpretação de uma passagem bíblica do Velho Testamento, cujo o profeta Isaías, assim nos relata: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da manhã”, ou mais precisamente:

Como caíste do céu,
Ó ESTRELA D’ALVA [LÚCIFER], filho da manhã!
Como foste atirado à terra,
vencedor das nações!
E, no entanto, dizias no teu coração:
‘hei de subir até o céu,
acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono,
estabelecer-me-ei na montanha da assembléia,
nos confins do norte.
Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao
Altíssimo.’
E, contudo foste precipitado ao Xeol,
nas profundezas do abismo”.
Os que te vêem fitam os olhos em ti,
e te observam com toda atenção, perguntando:
“Porventura é este o homem que fazia tremer a terra,
que abalava reinos?
(Isaías 14, 12 – 15)

O que o profeta nos relata não é a queda de um anjo demoníaco, mas a morte do rei da Babilônia, Nabucodonosor, identificado, metaforicamente, à Lúcifer (o planeta Vênus), pelo pecado da luxúria que era, então, associado a Vênus. Posteriormente esta passagem será associada à origem do Diabo.
Isto é tão verdadeiro, que as próprias palavras de Jesus comprovam que tal nome, não poderia ser associado a algo mal:
Eu, Jesus, ... Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou a ESTRELA RADIOSA DA MANHÃ.” (Apocalipse 22:16).
Portanto, JESUS (a estrela radiosa da manhã) É LÚCIFER, isso mesmo, para seu espanto, pois, Jesus, tal qual a estrela da manhã (Lúcifer), é aquele que trás a luz, o iluminado. Por isso, um dos primeiros Papas foi chamado de Lúcifer. Houve também um bispo da Sicília, de 370 a 371, chamado Lúcifer de Cagliari, que é um Santo cristão conhecido. O que reforça, ainda mais, tais idéias.

LÚCIFER E A QUEDA DOS ANJOS
Tal erro surge da tentativa de substituir uma velha tradição então, aceita correntemente, da “queda dos anjos”, encontrada nos chamados Livros de Enoque. Um livro apócrifo, não pertencente ao conjunto dos livros bíblicos, mas que possuía enorme influência. E na tentativa de substituí-la, com influências cristãs, alguns autores tomaram a infeliz decisão de transformar a palavra Lúcifer como título de Demônio. Para tanto, como já foi dito, interpretaram de modo errôneo uma passagem do Livro de Isaías “no qual [o Deus] Yaveh protege seu povo destruindo o orgulho de seu inimigo”.
Deste modo, interpretaram Lúcifer como sendo o nome de Satanás antes de sua queda do Paraíso. (Lembrem-se que a palavra Satanás (Shaitans), como já foi visto, possuía o significado de adversário, ou inimigo).

O DEMÔNIO
A idéia de um deus, ou de um semi-deus, que trás a luz para os homens, não era um tema novo, mesmo naquele tempo. Muito antes já havia o mito grego de Prometeu, o deus grego que rouba o fogo dos deuses para prover os homens com esse elemento divino, anteriormente inexistente entre os homens. E mesmo entre essa espécie grega de Lúcifer, nada havia de Demoníaco.


PROMETEU: o deus grego que trouxe o fogo aos homens

Aliás, o termo Demônio possui origem grega, de Daemon, palavra que em sua origem, significava uma espécie de anjo protetor, ou uma intuição interior benéfica, à nos dirigir nos bons atos. Deste modo, Sócrates, o filósofo grego, que foi considerado o homem mais justo que, então, o mundo tinha conhecido, bem como o homem mais sábio, pelo oráculo de Delphos, se dizia inspirado em suas boas ações por um Daemon. Posteriormente tal palavra originaria a palavra Demônio, já obedecendo às interpretações cristãs, no sentido de espírito maligno.


O filósofo grego sócrates, considerado o homem mais 
justo da antiguidade, dizia-se inspirado por um Daemon

CONCLUSÃO:
Devemos sempre nos lembrar que não apenas nossos atos possuem conseqüências, como também nosso modo de pensar. E que um pensamento calgado no medo e na ignorância não pode nos dar bons frutos. E que o pior medo, é aquele que surge da ignorância, pois ignorando suas origens, não podemos dominá-lo, porém ele nos domina. Por isso, desde muito cedo, é sabido: O MELHOR MEIO DE DOMINAR ALGUÉM É LHE INCUTINDO MEDO. Idéia que sempre foi usada na humanidade e que, em nós, é incutida desde que somos criancinhas, como forma infeliz de nos “acalmar” os ânimos, nos impondo medo de um bicho-papão, ou de algo parecido. E poucas são as fontes tão prodigiosas em medo quanto as religiões.
Assim, Lúcifer, Satanás, Diabo e etc, surgem como deturpações criadas de deuses, ou símbolos, pagãos, feitas pela igreja cristã. E o que são tais figuras, além de uma espécie de bicho-papão que assombrariam nossas mentes, mantendo-nos cativos de nossa própria ignorância? E, assim, provendo de um gordo dízimo àqueles interessados em mantê-las, mantendo, deste modo, o medo.

FONTES:
1. O Diabo não é tão Feio Quanto se Pinta – I / Marcelo Del Debbio. Ver em:
(http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/o-diabo-nao-e-tao-feio-quanto-se-pinta-i-5334)
2. Baseado em: Belzebu, Satanás e Lúcifer – Parte II / Marcelo Del Debbio. Ver em:
(http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/belzebu-satanas-e-lucifer-parte-ii-5489)
3. Idem
4. Citado em: 666, The Number of The Beast / Marcelo Del Debbio. Ver em:
(http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/666-the-number-of-the-beast-5706)
5. Idem
6. Idem
7. Citado no Zine: Putrefação Agnóstica
8. Idem

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

JANELAS DISCRETAS Nº 17 (de Marcos Salvatore)

Grahan Nash, Stephen Still, David Crosby, Neil Young, James Taylor, Joni Mitchell, Carole King, Laura Nyro. Acrescente um céu de firmamento, um pouco de gelo ao vinho barato, uma costela da terra com ascendente venenoso, umas piadinhas sujas antes e depois de cada beijo e você terá uma excelente noite de segunda para terça-feira (só não se esqueça de olhar nos olhos, porra!). PS: dê uma reprisada em "Down By The River", do Neil.

Um brinde! ( De: ReNê Romana)


Um brinde à doçura,à delicadeza, e a harmonia erótica.

Deixei poucas pessoas conhecerem a mulher que me habita.
Essa de verdade, cheia de imperfeições e desordens íntimas,mas que carrega mais ternura do que se pode imaginar.
Eu e minha fome de amor, e essa fragilidade engraçada.
Eu, essa moça que quer ser a protagonista de um sonho bom...
Não que eu quisesse um compromisso com a eternidade,
mas poucos souberam do meu corpo, das minhas marcas, das manhãs de preguiça
e do meu rosto sem maquiagem. É que eu preciso acreditar para me mostrar.
Porque se mostro meus medos, minhas incoerências e fraquezas,só o que consigo é uma rasteira, fico tão desabitada.

É,assim, eu fico assim, isso...fico assim como  uma cidade vazia.

Acho que é por isso que por muito, muito pouco, fecho a porta e volto para a minha vida! Mas hoje eu não quero mais ser assim tão desabitada, tão esse cenário de filme apocalíptico.
Prazer,entre, não se avexe não, não tente me surpreender,não tente me seduzir, não tente, entra logo e escreva com as pontas dos dedos um poema ao redor de minhas coxas, desça pela minha virilha e vem brincar de ser feliz aqui no meu triangulo das bermudas.



BOM DIA A BEÇA (de Haroldo Brandão)

by Lisa Yuskavage


Em busca do texto perdido

(uma armadilha salvatoriana)


A tua pele branca
não te deixa mais branda
mas eu sou sagi
quando me intoxiquei com teu encanto
sabia que era cruel, too bad
reduzi-me ao canto que me coube
e a seta atravessou
estava no livro: o destino
sigo fundamentalmente só


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O SOBRENATURAL (de Bosco Silva)



O telefone já devia estar tocando a alguns minutos naquela manhã quando fui, cambaleando de sono, atendê-lo. Do outro lado da linha, minha tia dizia- me que meu tio, seu irmão, acabara de falecer. O choque da surpresa fez meu sono passar instantaneamente. Fui para um dos quartos, o qual estava fechado com a chave para o lado de fora da porta, para pegar algo, talvez uma caneta. Ao sair do quarto, noto que a chave não se encontrava. Procuro-a na sala, no corredor, na cozinha, etc. Volto novamente para o mesmo quarto. Procuro-a debaixo da cama, ao redor da mesma, em cima das prateleiras, etc. Não a encontro. Olho para o criado-mudo e vejo um papel dobrado, cuidadosamente em forma de quadrado, que chama minha atenção. Pego-o, desdobro-o, lentamente... E qual não foi minha surpresa ao descobrir que a chave se encontrava cuidadosamente embrulhada no mesmo papel! A dúvida, misturada ao espanto, invadiu minha mente, naquele momento, sóbria. Como a chave teria ido parar lá?! Se não havia outra idêntica e eu estava só! Teria sido eu que a teria embrulhado, cuidadosamente, naquele papel, e não lembrava? Ou seria este mais um dos ditos fenômenos sobrenaturais, em que não encontramos explicações óbvias? Bem, sempre há espaços para dúvidas.
Contudo, não era a primeira vez que fatos estranhos, como esse acontecia. Fatos, assim, são comuns em minha família: sons de passos, quando não há ninguém por perto, espectros humanos desconhecidos, descrições semelhantes sobre fenômenos estranhos, sobre nossa casa, por pessoas de dentro e fora da família, etc.
Para um cético, como eu, tais fenômenos poderiam ser explicados pela extrema crença adotada por tais pessoas, por sua imaginação, ou por processos inconscientes, o que em muitos casos parecem se confirmar, por exemplo, quando pessoas ditas médium, durante estados de transe, supostamente recebem entidades de personalidades e comportamentos extremamente diferentes do próprio médium. Porém, quando analisadas por pessoas que conhecem bem a personalidade e o comportamento do dito médium, percebe-se que a tal entidade se resume a fatos vividos pelo próprio médium. Como o exemplo, que tive oportunidade de observar, em que uma pessoa conhecida, durante um estado de transe, teria supostamente recebido o espírito de um malandro. Porém, tal entidade ao verbalizar palavrões ou gírias, não ia além dos palavrões e gírias conhecidas pelo próprio médium, o que no mínimo soa como estranho, já que as expressões de gírias e palavrões possuem uma variedade extremamente grande. No entanto, se resumia a uma quantidade pequena que o próprio médium, sendo uma pessoa educada e não afeito a ambientes e atos de malandros, conhecia.
Ou a sensação que algumas vezes podem ocorrer, quando, algum tempo após deitarmos e fecharmos os olhos sentimos a sensação de parte do colchão atrás de nós afundar, pouco a pouco, como se alguém cuidadosamente se deitasse ao nosso lado, não querendo nos acordar. E ao sentirmos isso, viramos a cabeça para verificar quem é, e ao olharmos verificamos que não há ninguém! O medo e o espanto apoderam-se de nós, nesse momento e nos persegue durante outras noites. O medo que dá próxima vez se repita e que a visão seja terrível. O medo poderia se desfazer ao percebermos que tudo não passou de sonho. E que a sensação de estar acordado ou dormindo, não possui nenhuma diferenciação, nem mesmo ínfima! O que gera toda a confusão entre estar acordado ou dormindo.
Há ainda os chamados corpos incorruptíveis: corpos humanos mortos que após dezenas ou mesmo centenas de anos, permanecem no mesmo estado como se estivessem vivos. Como o de Santa Bernardette, morta em 1879, tendo o seu corpo, de modo natural, sido preservado intacto até aos nossos dias. Assim como os de vários outros santos.

Santa Bernardette, morta em 1879. 
Seu corpo permanece incorruptível até nossos dias

Durante a exumação de seu corpo em 1909, a comissão encarregada de investigar sua santidade, encontrou seu corpo intacto, como no dia de seu sepultamento, com uma única diferença, seu hábito estava molhado. “Sepultada, foi novamente exumada em 1919, sob as vistas de testemunhas leigas e religiosas. Os médicos que examinaram o corpo escreveram: ‘Quando o caixão foi aberto o corpo parecia estar absolutamente intacto e sem nenhum odor post mortem. Não havia cheiro de putrefação e nenhum dos presentes experimentou qualquer desconforto’. Uma terceira exumação foi feita em 1923 e o cadáver encontrava-se nas mesmas condições. Desta vez, o corpo foi aberto (necropiciado) e os órgãos internos estavam flexíveis. Um médico escreveu: ‘O fígado estava leve e sua consistência era praticamente normal’.”1
Antes, porém, que possam demonstrar ceticismo, convém esclarecer que tal fato não acontece apenas com santos católicos, embora alguns afirmem o contrário, ou de outros credos, mas também com pessoas comuns, acometidas pelo processo natural chamado adipocere, em que um corpo estando protegido de insetos, como moscas e larvas, em ambiente com pouco oxigênio e úmido, com certa dose de alcalinidade e temperatura constante, começa ter seu tecido transformado, lentamente em sabão. O que protege o resto do corpo, lhe mantendo preservado. Como o ocorrido na cidade de Acapetahua no México. Foi uma grande surpresa para a família do morto, durante a exumação, constatar que apesar deste ter sido assassinado há 65 anos, seu corpo permanecia intacto como se acabara de morrer, sem exalar qualquer mau cheiro. Durante a tentativa de abrir a sepultura, os coveiros ainda feriram o pé do morto, o qual não sangrou, mas ficou em carne viva!2

Acma, foto de Victor Chamlatti em vida

Foto durante a exumação

Acima, outro caso de adipocere:
criança sepultada em 1912, exumada em 1995

Porém, há fatos que nos desafiam e que questionam nosso ceticismo. Até mesmo de um cético, como eu! Casos, por exemplo, de visões - vistas até por mim próprio -, de imagens humanas bem delineadas, que foram atestadas por mim, como não sendo o reflexo de nenhum objeto ou formação casual dos mesmos, e que foram vistas somente por mim. Caso como o acontecido comigo, há muitos anos atrás, quando era menino. Ao acordar assustado em meio à imensa escuridão ao qual se encontrava o quarto, procurei incessantemente algum sinal luminoso que demonstrasse não estar cego, e afastasse tão desagradável sensação. Ao procurar por todos os lados, notei a presença, ao meu lado esquerdo de uma figura com traços humanos a segurar uma luz. Não podia ver toda a figura, mas podia visualizar um dos braços, o qual segurava a luz, e parte de seu vestido branco com fita vermelha, o rosto e outras partes do corpo não me era possível ver, estavam tomados pela escuridão. Até esse momento não havia temor. Porém, ao tentar identificá-lo, chamando-o pelos nomes de meus familiares e não obtendo resposta, a sensação de medo apossou-se de mim. Imediatamente levantei-me da cama e fui para outra, da qual olhava assustado para o mesmo lugar onde tal figura aparecera. Porém, ela já não estava lá. Da cama verifiquei a total ausência de reflexos ou objetos que poderiam explicá-la.
Sonho? Alucinação? Talvez. Alguns dizem que é preciso adaptar a mente a fatos novos, desde que comprovados pelos sentidos ou pela razão. E, assim, mesmo que um dia uma xícara, por exemplo, nos dizer bom dia, devemos respondê-la, sem nenhum choque de surpresa. Mas a verdade é que nossa primeira reação é duvidar de nossos sentidos ou de nossa mente, ou ainda de nossa sanidade mental. Pois, foi o que aconteceu, segundo o que nos conta uma conhecida revista de divulgação científica3, com Maurício Casagrande:
No rádio tocava Oceano, de Djavan. Maurício ia de São Paulo a Santos e acabava de entrar no primeiro túnel da Rodovia dos Imigrantes. Foi quando sentiu um calafrio e ouviu:

– Ai, gosto tanto dessa música.
– Tia, o que a senhora está fazendo aqui? Disse Maurício, reconhecendo a voz.
– Ué, estou indo para a praia, responde a tia, com naturalidade.
– Mas a senhora não pode. A senhora está morta faz uma semana.

Dona Rosa, a tia de Maurício que apareceu no carro de repente, reclamava de que estava perdida e ninguém tinha ido buscá-la. “Só vi o Zé [o irmão dela], mas parecia que ele estava de fogo”, disse. Sem saber o que fazer, o sobrinho sugeriu que ela aguardasse para seguir seu caminho. Antes de sumir do veículo, a mulher agradeceu a coroa de flores e só não deixou mais perplexo o administrador e engenheiro eletricista Maurício Casagrande porque essa não era a primeira vez que algo parecido acontecia. As primeiras manifestações estranhas apareceram na infância, mas foi depois dos 27 anos que ele passou a protagonizar cenas de horror: acordava durante a noite e via figuras cadavéricas no quarto, ouvia vozes e começou a adivinhar data e hora da morte de pessoas próximas. Entre o susto e o incômodo, buscou ajuda médica com psicólogos, psiquiatras, neurologistas. Nunca encontrou nada errado.
Maurício chegou a dormir duas noites no Hospital São Paulo, vigiado por equipamentos de mapeamento cerebral, e a tomar ansiolíticos, que não o impediram de continuar acordando com presenças fantasmagóricas. Apesar das inúmeras tentativas, não se descobriu nenhum transtorno mental.
As consultas médicas também fizeram parte da adolescência de Regina Braga, hoje com 52 anos. Aos 15, ela começou a acordar rodeada de estranhos. “Eram figuras grotescas. Eu via pessoas com os olhos esbugalhados em cima de mim. Comecei a entrar em parafuso”, diz. Os pais passaram a levá-la a médicos, que receitavam calmantes. “O tranqüilizante era uma porta de acesso maior. Eu relaxava, ficava indefesa e os ataques à noite eram mais ferozes.”     
E o que pode a ciência, esse deus de ateus, dizer sobre tais fenômenos. Para a ciência tudo se resume a mero fruto da imaginação ou a alucinações provocadas pelo próprio funcionamento de nosso cérebro.
Apesar dos vários meios inventados, como a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e outros, a capitação do que provoca estes estados de consciência está muito aquém do que se deseja. Tal é a explicação para que estados como o de Maurício não possam ser explicados, segundo os cientistas.
Contudo, a epilepsia passou a ser um ponto chave para tentativas de explicá-los.
Os ataques epiléticos podem provocar alucinações semelhantes a experiências sobrenaturais. O que levou alguns pesquisadores a conceberem a possibilidade que reações semelhantes às epiléticas possam ser a causa das chamadas experiências sobrenaturais.
 O médico Olaf Blanke, da Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça, criou em laboratório aquela sensação desagradável de ter uma presença parada às costas. A cobaia foi uma mulher de 22 anos, com epilepsia, que se submetia a uma cirurgia para retirar a lesão que provocava as crises4.
A equipe de Blanke aplicou estímulos elétricos em pontos do lado esquerdo do cérebro. A reação foi sinistra: a mulher sentiu que alguém estava atrás dela. Empolgados, os médicos estimularam ainda mais a área e a paciente foi capaz de descrever o ser invisível como uma pessoa jovem. Os pesquisadores, então, pediram que ela tentasse abraçar os joelhos. Ao se abaixar, a mulher podia jurar que a presença que sentia tinha segurado seus braços5.
No entanto, tais sensações também podem ser produzidas por outros meios. Como por ondas eletromagnéticas.  O neurologista canadense Michael Persinger faz testes com ondas eletromagnéticas em pessoas normais. A experiência consiste em colocar capacetes, que geram uma espécie de campo magnético, em voluntários vendados, dentro de uma sala escura e com isolamento acústico. À medida que o pesquisador estimula o lobo temporal, os voluntários têm sensações de fazer inveja a qualquer usuário de alucinógenos: olhos que se mexem e viram luzes roxas, visões de incêndios, demônios, des­locamento do corpo e cenas da infância como se acontecessem no presente6.
Para a neurologia, ver espíritos é resultado de uma disfunção cerebral ainda não diagnosticada. Os sintomas são parecidos com os de doenças como epilepsia, esquizofrenia (que provoca alucinações auditivas e delírios de perseguição), tumores cerebrais (que podem causar alucinações) e transtorno de identidade dis­sociativa, quando o doente tem dupla identidade, ouve vozes e muda sua caligrafia. Mas a causa seria bem diferente da dessas doenças e estaria relacionada a erros de sinapse do cérebro. “Se há áreas do cérebro capazes de fazer contatos por telepatia, a ciência simplesmente não tem como refutar ou comprovar”, diz a neurologista Kátia Lin.  Talvez nem mesmo o cérebro abrigue todas as explicações.7
Contudo, esses são apenas uma parcela de fenômenos descritos como sobrenaturais. Como explicar cientificamente fatos como o do tecladista do conjunto Mamonas Assassinas que horas antes, em uma gravação de vídeo, demonstrou preocupação com um sonho, em que um avião se acidentava, que tivera uma noite antes, do acidente aéreo que vitimou suas vidas.
Coincidência? Ou o poder misterioso de prever a própria morte?
A verdade é que, embora sejamos crentes por natureza, ainda sabemos muito pouco sobre tais fenômenos, e enquanto as brumas que os envolvem, não si dissiparem mantenho-me cético, porém, com reservas!

FONTES:

1. sobrenatural.org
3. Revista Super interessante: Eles Vêem Espíritos / edição 237 – Março 2007
4. Idem
5. Idem
6. Idem
7. Idem