quarta-feira, 15 de maio de 2019

COMO CONVERSAR NOS SONHOS COM PESSOAS MORTAS

COMO CONVERSAR NOS SONHOS COM PESSOAS MORTAS
Dizem que algumas tribos africanas não gostam de ser fotografadas. Para seus membros, as fotografias, com o registro de suas imagens, são como formas de roubar-lhes a alma, mantendo-as cativas de alguma forma por meio dos registros fotográficos. Embora isso pareça engraçado, e bastante ingênuo, para a modernidade com suas câmeras acopladas a celulares, tem certa verdade quando aplicada à nossa memória.


Pois quando guardamos a imagem de alguém em nossa memória, sua imagem não pertence mais a ela, são propriedades nossa, imagens que continuam autônomas e indiferentes mesmo após a morte da pessoa que lhes deu origem. Desta forma é como se os mortos tivessem uma sobrevida em nossa mente, uma existência virtual em nossa memória, que torna-se mais evidente por meio dos sonhos. O que lembra um curioso sonho contado pelo poeta americano Allen Ginsberg com a esposa morta de um de seus amigos.
William Burroughs

O poeta William Burroughs tinha mania de revólveres. Um dia, bêbado, durante uma festa no México, quis brincar de Guilherme Tell, colocou então um copo de bebida sobre a cabeça de sua esposa, Joan Vollmer, para servir-lhe de alvo. Burroughs, fechou um dos olhos e mirou com o revólver o copo sobre a cabeça da esposa. Porém, ao errar o copo, ele acertou de cheio na testa da esposa que morreu na hora.


Joan Vollmer

Um dia, Allen Ginsberg sonhou com Joan Vollmer, sentada em um banco de jardim. No sonho, Joan pedia notícias sobre o marido e os amigos, que era prontamente respondido pelo amigo. Em um dado momento, Allen Ginsberg se apercebeu que estava em um sonho, foi então que perguntou a ela:


Joan, que tipo de conhecimento têm os mortos? Você ainda ama os mortais que conheceu? Lembra o quê, de nós?

E ela se desvaneceu à minha frente. E no instante seguinte tudo que vi foi sua lápide manchada pela chuva com um epitáfio ilegível sob um galho retorcido de uma árvore, entre o mato selvagem de um cemitério esquecido no México”.

Por alguma razão, nosso cérebro não consegue processar a ideia da morte em nossos sonhos. Estamos lá, sonhando que estamos dirigindo um carro em alta velocidade quando este se choca a outro carro, e simplesmente acordamos, assustados, sem acordarmos em alguma forma de paraíso (segundo a religião professada pelo sonhador). É como se nos faltasse informação suficiente sobre a morte para podermos "rodar" o "programa" em nossa mente por completo, travando-o. Sua interrupção seria um sinal de que havíamos morrido em nosso sonho?, ou seria apenas uma reação de defesa perante o perigo, mesmo em um pesadelo?
Allen Ginsberg
Da mesma forma, como bem viu Allen Ginsberg, ao sonharmos com alguém já falecido e perguntarmos sobre a morte, a pessoa simplesmente desaparece. Mais uma vez: é como se a falta de informação sobre a morte travasse o "programa" responsável por "rodar" o sonho em nossa mente, como se a pergunta não combinasse com sua existência em nosso sonho, o levando de volta para o lugar de onde vieram, para as gavetas empoeiradas de nossa memória.

Então, da próxima vez que sonhar com alguém morto, continue agindo normalmente, para que a pessoa não perceba que já está morta, e desapareça, como uma bolha de sabão estourada.

FONTE: Mundo Fantasmo: O Fantasma de Joan Burroughs

quarta-feira, 8 de maio de 2019

O DIABO NA ENCRUZILHADA - A HISTÓRIA DE ROBERT JOHNSON (RESENHA)

O DIABO NA ENCRUZILHADA - A HISTÓRIA DE ROBERT JOHNSON (RESENHA)
Se você é um fã de Rock já deve ter ouvido falar do famoso Clube dos 27, composto por Brian Jones (ex-guitarrista dos Rolling Stones), Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Emy Winehouse,  famosos astros da música que, no auge do sucesso, morreram com 27 anos de idade. Bem, mas falta um nessa lista, aquele com quem o Clube dos 27 tem início, e cuja vida cheia de lendas e mistérios, incluindo um suposto pacto com o Diabo para obter sucesso, acabará por emprestar ao grupo e ao Rock em geral a famosa mística diabólica envolvendo seus membros. Trata-se do lendário guitarrista de Blues, Robert Johnson, personagem do novo documentário da Netflix: O Diabo na Encruzilhada.

O documentário, dirigido por Brian Oakes, é composto por entrevistas com familiares de Robert Johnson, com músicos de Blues, pesquisadores de sua música e da cultura afro-americana, que ajudam a jogar um pouco de luz sobre a vida de um dos músicos mais importantes do Blues e do Rock’n’Roll, pois, como diz um dos músicos entrevistado no documentário, não existe um som de Blues e Rock que não tenha acordes de Robert Johnson.


O documentário também esmiúça como era a vida dos negros americanos no tempo em que viveu Robert Johnson, que ainda sofriam muito com o racismo, levando uma vida não tão diferente de seus avós escravos, e cujo o extremo racismo do Mississíppi podia a qualquer momento levar um negro a ser linchado e morto, pelo menor motivo, bastando apenas que ele olhasse para uma mulher branca, frequentasse lugares para brancos, ou que um branco simplesmente não fosse com a cara dele.

Robert Johnson
A forma de misticismo afro-americano, denominado Hoodoo, possuía forte influência nos negros americanos durante as décadas de 1920/30, e tinha grande influência em Robert Johnson — o que é bastante evidente em sua música —, que dava às encruzilhadas poder místico, e era onde negros iam receber dons de suas entidades espirituais africanas, e onde supostamente Robert Johnson teria vendido a alma ao Diabo em busca de sucesso e dons musicais. Não se sabe se isto aconteceu realmente, mas o que se sabe com certeza, é que negros cristãos logo iriam se contrapor a esta forma de misticismo, demonizando tudo que tinha  origem africana, como o Blues, que era chamado de a "música do Diabo".

O documentário deixa claro, o quanto Robert Johnson sofreu não somente pelo racismo dos brancos americanos, mas sobretudo do preconceito a sua música vindo de seus próprios irmãos de cor.

É interessante notar que este mesmo preconceito vemos hoje direcionado aos músicos de  Rock, que herdaram não apenas os acordes de Robert Johnson, como também sua fama de diabólico.

keith Richard, dos Rolling Stones, conta que ao ouvir pela primeira vez o álbum famoso de Johnson "The King of The Delta Blues Singers", perguntou ao seu colega de banda, Brian Jones: "Mas quem é o outro cara que toca com ele?". Não havia outro cara: Johnson fazia tudo aquilo sozinho. A menos que o outro cara fosse o Diabo. Mas lendas são lendas, e essas coisas não existe. Não é mesmo?

Você Também Poderá Gostar de Ler: Robert Johnson e seu Pacto com o Diabo.



segunda-feira, 6 de maio de 2019

A LENDA DA MOÇA SEM FACE (por Walcyr Monteiro)

A lenda de hoje faz parte do livro "Visagens e Assombrações de Belém", de Walcyr Monteiro, obra que registra e resgata histórias e mitos da capital paraense para as gerações futuras.



A LENDA DA MOÇA SEM FACE
Vinícius era soldado do Núcleo do Parque de Aeronáutica de Belém. Brincalhão, bom camarada, era querido por seus companheiros de farda e superiores. Contador de anedotas, onde estivesse nos momentos de folga sempre tinha uma roda em volta. Estudante, fizera até a 4ª série ginasial antes de ingressar na caserna. Festeiro, frequentador das gafieiras de Belém, principalmente as do bairro de Marco, da Pedreira e de Canudos, era tido como bom dançador de merengue. Quantas vezes Vinícius não "pulou" serviço para "balançar o esqueleto" num dançará suburbano! Em várias ocasiões esteve para ser preso por tal motivo. Nunca dava alterações de outra natureza, mas se sabia que havia um "samba", Vinícius, estivesse ou não de serviço, ia bater lá. Fugia do quartel e ingressava triunfalmente na sede onde se ouvia o La Bamba ou outro sucesso musical da época. Depois, era arranjar uma "amiguinha" e pronto... veria depois.
Conhecia as histórias de aparições que se contavam do Parque, mas não lhes dava muita importância. Pelo menos dizia. E afirmava mesmo que, se visse alguma coisa, ia dirigir-se e pergunta:
— Que é que tu qué, meu irmão? Reza, missa, diz lá o que é. Se tu já morreste, fica pra lá. Não vem perturbar os vivos.

E, brincando sempre, levava tudo na gozação. Só que, no dia em que viu alguma coisa, que pensou depois ser assombração, não fez nada do que disse.

Ninguém podia duvidar que ele era corajoso. Disto já era provas em diversas ocasiões. E brigava bem.

Num dia de folga, em que os "dançarás" não funcionavam, Vinícius saiu trocando pernas pelo bairro do Marco. Desceu a Almirante Barroso e já se aproximando ao Largo de São Braz encontrou uma garota de branco, com o vestido clássico de "merengueira": decotado, curto para a época em que ainda não havia minissaia. Vinícius pensou:  Taí, vou "baixar" nesta "miquimba".

E dirigiu-se à moça.
— Que é que há, minha filha? Noite tá fria, boa pra fazer neném, hein?
Vinícius era assim. Nada de meias palavras. Era objetivo, direto, "entrava forte" mesmo.

A moça permaneceu como estava. Respondeu ao cumprimento e foi o bastante para o soldado colocar o braço pela suas costas. Conversa vai, conversa vem, Vinícius falando sempre, e a moça respondendo mais por monossílabos.

Saíram andando em direção a Canudos, pois ela havia dito que morava "para lá" indicando com o braço a entrada daquele bairro. O soldado tentara beijá-la várias vezes, e a moça sempre virava para o lado, de modo que Vinícius praticamente não pôde ver-lhe o rosto.

— Mas tu é metida a virgem, hein! E dizendo isto Vinícius tirou o braço das costas da moça, segurando-lhe a mão. Ao primeiro contado, Vinícius sentiu-se arrepiar: a mão da moça parecia gelo. Mas procurou raciocinar. Ora, a noite estava fria.
Naturalmente era por esta razão. Mesmo assim Vinícius começou a arrepender-se de ter "baixado" naquela "miquimba".
Continuaram andando Canudos adentro, na direção do Bairro de Santa Izabel. Vinícius falou:
— Mas tu mora longe, menina. Puxa vida! Depois de uma caminhada dessas, se tem de descansar. Porque, do contrário, o neném que a gente vai fazer já vai nascer cansado!
— Já estamos perto de onde moro. É logo ali.
Ao chegarem a uma esquina, a jovem parou.
— Rapaz, tu és muito corajoso! Gostei de ti, sabes? Mas é melhor que te vás embora. Não quero que te aconteça nada de mal.
Vinícius ficou admirado do rumo das coisas. A moça continuava de lado, sem virar-se de frente.
— Mas que é que me pode acontecer de mal? Tu é amigada? Ou é de teu "xodó" que tás com medo? De qualquer forma, se tu quisé ir comigo, é só dizer que vou. Ninguém é mais homem do que eu. Logo, digo pra ele que tu quiseste vir e pronto! E se ele quisé se balançar, não te incomoda que não vou apanhar, não.
— Não é nada dito. Não tenho "xodó", nem ninguém. Apenas deves ir embora. Eu te admirei muito e por isto estou sendo tua amiga. Eu não posso ir contigo, nem tu deves ir onde moro. Estou falando para teu bem. Adeus.
Ante ao desfecho inesperado, Vinícius titubeou um momento. Em seguida, segurou a moça violentamente pelo braço, puxou-a, colocando-a a sua frente, enquanto falava:
— Tu não vais me...

As palavras morreram em sua boca. Ia dizer: - Tu não vais me fazer de besta, não! Mas o que viu deixou-o paralisado. Quando terminou o movimento e ela ficou de frente, olhou para o seu rosto, procurando-lhe os olhos e então viu que sua face era alguma coisa informe, ou melhor, era como se ela não a tivesse. Aterrorizado, Vinícius recuou. A moça calmamente virou de costas, começou a andar, dizendo:
— Eu te avisei...
E dobrou a esquina.
Vinícius estava apavorado. Contudo, refletiu um momento e, sendo corajoso, rapidamente seguiu-a.

Para surpresa de Vinícius, não havia ninguém. A moça havia sumido. Ainda chegou a pensar que havia entrado numa casa qualquer próxima à esquina. Certificou-se que tal não tinha acontecido, que a moça sumira mesmo. Vinícius ficou todo arrepiado. Quis se mexer e não conseguiu. Só então tomou consciência que estava próximo ao Cemitério de Santa Izabel.

Quando pôde se mexer, Vinícius saiu desabalada carreira por dentro de Canudos e, sem parar, subiu a Almirante Barroso até o Parque de Aeronáutica.

Foi surpresa geral quando Vinícius chegou todo afobado, cansado, gaguejando e sem conseguir dizes nada. Os poucos soldados que estavam acordados providenciaram água com açúcar, e, depois de muito tempo, conseguiu relatar sua história, jurando que todo aquele tempo estivera conversando com um fantasma.

Apesar de sua expressão de pavor, alguns ficaram incrédulos.
— Só depois é que reparei que ela não virava o rosto na minha direção. Aliás, não lhe vi a face.
E era gelada, meu irmão, vou te contar. Esta mulher não era gente viva, não era, não! Eu é que não quero acordo com estas coisas.
Troçaram com Vinícius.
— Taí, tá vendo o que dá andar querendo conquistar todo mundo? Vai nessa, vai!
Daí em diante, Vinícius, quando queria "baixar" em uma "miquimba", olhava seu relógio. Se era tarde da noite, podia ser a mulher mais linda do mundo, que Vinícius ficava fora da jogada...e dizia:
— Eu, hein!

sábado, 4 de maio de 2019

ROBERT JOHNSON E SEU LENDÁRIO PACTO COM O DIABO

ROBERT JOHNSON E SEU LENDÁRIO PACTO COM O DIABO
Entre os supostos pactos diabólicos, as histórias de pactos entre músicos e o Diabo, em troca de talentos musicais, são um capítulo à parte entre os sinistros pactos diabólicos. De modo geral, quando alguém possui talentos musicais que parece ir além da capacidade humana, logo são chamados de dons divinos, como no caso do compositor alemão Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) que desde a tenra idade de 5 anos já demonstrava talentos musicais excepcionais. Por outro lado, por uma série de razões, estranhas, há aqueles cujos talentos musicais são atribuídos não a Deus, nem mesmo a dedicação e ao esforço próprio, mas ao Diabo. Nesse caso, podemos incluir o compositor e violinista italiano Niccolò Paganini (1782 - 1840), cujo talento de violinista era tão excepcional que muitos acreditavam que um ser humano não seria capaz de alcançar tal perfeição naturalmente. Logo atribuíram seus dons a um suposto pacto com o Diabo.


Niccolò Paganini
Dizia-se que durante um de seus concertos, as cordas de seu violino arrebentaram, e ele continuou tocando apenas numa, não demonstrando sentir falta das outras. Contava-se também que as cordas de seu violino era feito de tripas humanas. Acrescenta-se a isso o grande poder que Paganini possuía de seduzir mulheres durante seus concertos, como se exercesse certa magia com sua música sobre o sexo oposto, levando mulheres entrar em delírios, gritar freneticamente e desmaiar durante suas apresentações.Tal talento excepcional levou a fama de ter feito um pacto com o tinhoso, com pessoas jurando ter visto o próprio Diabo dedilhando seu violino durante seus concertos e enchendo o palco de sombras diabólicas.



Niccolò Paganini exercia a mesma histeria sobre o público feminino do que os Beatles provocam em seu tempo. Curiosamente, o mesmo poder de exercer fascínio sobre as mulheres de seu tempo, teve também um outro músico, que teve muita influência no Blues e no Rock, ao ponto de já ter sido dito que não há música de Blues ou de Rock que não tenha um acorde usado por ele, que também teve fama de ter feito pacto diabólico para obter seus dons musicais. Estamos falando do bluesman Robert Johnson.

Robert Johnson
Conta-se que Robert Johnson (1911 - 1938) era um músico medíocre quando começou a tocar guitarra. Gostava de assistir músicos famosos de sua região, e enquanto os músicos descansavam, gostava de dedilhar seus instrumentos. Mas ele tocava tão mal, que certa vez foi repreendido pelo público e abandonou o ambiente, aborrecido, dizendo: “Vocês vão ver”.



Um ano se passou, quando Johnson voltou ao mesmo lugar, e após ser advertido de que não perturbasse o público, Robert Johnson pediu uma pequena chance para tocar sua guitarra de 7 cordas. Johnson tocou de uma forma que ninguém havia visto, como se 2 ou 3 pessoas tocassem ao mesmo tempo, com ritmo contagiante e rapidez como nenhum outro guitarrista. Todos ficaram a se perguntar como ele havia ficado tão bom em tão curto tempo!

Então uma lenda se criou. Robert Johnson havia ido, à noite, a uma encruzilhada e ficado à espera do Diabo passar. Quando este parou, ele ficou de joelhos e entregou sua guitarra para que o Diabo a afinasse. Foi quando o Diabo disse: “Quando receber a guitarra, sua alma será minha”. E assim foi.


Clube dos 27
Lenda ou não, este fato marcaria o Rock para sempre, criando a ideia de que o Rock é a música Diabo. Curiosamente, Robert Johnson também seria o primeiro membro do Clube dos 27, que tem como membros: Brian Jones, guitarrista dos Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse, músicos famosos que morreram no auge da fama, todos com 27 anos de idade. Robert Johnson contribuiu para dar a este grupo a mística que o envolve, de um pacto com o Diabo em troca de talento musical que todos teriam feito.

A Música do Diabo
É claro que sempre há uma explicação racional para tudo, inclusive para o talento excepcional de Robert Johnson.



Mesmo antes de Robert Johnson, o Blues já era denominado pelos pastores negros como a música do Diabo. Por uma simples razão: Era uma forma de demonizar comportamentos, crenças, ritmos que lembravam uma cultura não cristã, como era a cultura africana, que muitos negros americanos ainda mantinham viva, e o Blues tinha muito de africano, e também uma forma encontrada pelos pastores de fazer com que homens deixassem de frequentar os populares bares onde tocavam a música Blues, e passassem a frequentar mais suas igrejas, e consequentemente contribuir mais com dízimos.

Tocando no Cemitério
Robert Johnson teve um conhecido guitarrista como mestre, Ike Zimmerman, que tinha como crença dar aula de guitarra, à noite, em cemitério. Ike dizia para seu jovem aluno que a única forma de aprender a tocar o Blues era sentado em uma lápide à meia noite em um cemitério para que os fantasmas e os espíritos saíssem de seus túmulos e o ajudassem a aprender a tocar o Blues.

E foi o fato de vê-lo, à noite, tocando sentado a uma sepultura, ajudou a espalhar pela população das redondezas a suposta influência diabólica de Robert Johnson. Acrescenta-se a isso, as letras de suas músicas, cheias ainda das crenças africanas.

Uma Alma Atormentada
O preconceito por tocar a música do Diabo, o Blues, ao mesmo tempo que lhe deu felicidade e prazer, por outro lado,  também foi sua ruína.



Após casar às escondidas com Virginia Travis, como a moça possuía família extremamente religiosa, Robert Johnson foi obrigado a desistir de tocar a música do Diabo, para se tornar fazendeiro e um bom marido. Porém durante a viagem da esposa para a casa da avó para ter filho, Robert Johnson resolveu pegar sua guitarra e viajar e ganhar algum dinheiro tocando Blues, e voltar antes que a esposa e o filho estivesse de volta. No entanto, Virginia morreu durante o parto. E quando estava de volta a casa, Johnson recebeu a triste notícia da família da moça que quando o viu chegar com sua guitarra, o culpou pela morte da esposa por estar tocando a música do Diabo. Depois disso Robert Johnson se dedicou totalmente ao Blues.

Anos depois, o preconceito ao Blues volta novamente a lhe marcar fortemente. Foi quando conheceu a jovem estudante Virgie Cain, que Johnson a engravida, e a pede para fugirem juntos. Porém, mais uma vez, o preconceito ao Blues, leva a família da moça a proibir contato entre o casal. E mais uma vez, uma possível esposa e filho lhe são tirados por causa do Blues.

O Diabo Vem Prestar Contas
Por ter levado uma vida desregrada e se entregado a envolvimento amorosos com várias mulheres, a vida veio fazer suas cobranças.

Uma noite quando se apresentava no bar Three Forks, em Greenwood, Mississippi, Robert Johnson desrespeitou o marido de uma mulher com quem ele tinha se envolvido, o homem trabalhava no bar.

Ele pediu uma garrafa de uísque. Quando trouxeram o lacre estava aberto. Alguém tentou tirar a garrafa de suas mãos. Robert Johnson se recusou a entregá-la e a bebeu. Robert Johnson caiu de quatro no chão. Dizem que uivava como um lobo. Ele demorou 2 ou 3 dias para morrer.

O homem que o envenenou nunca foi condenado pelo simples fato de ter assassinado alguém que tocava a música do Diabo.



Robert Johnson morreu em 1938, sacrificando sua vida em nome daquilo que mais gostava, a música, e deixando um legado para as futuras gerações de músicos, por meio de uma arte que ajudaria a valorizar a cultura de origem negra e seus irmãos de cor, em um tempo em que negros eram vistos apenas como mão de obra barata. E com sua vida lendária, envolta em mistérios, em grande parte alimentado conscientemente pelo próprio como forma de chamar atenção para si, também transferiu para o Rock a magia dos elementos de cultura africana ainda presente na população negra afro-americana, que acabou sendo  interpretada como diabólica por religiosos.

FONTE: O Diabo na Encruzilhada/Netflix

quinta-feira, 2 de maio de 2019

DISCOVERY CHANNEL FAZ DOCUMENTÁRIO SOBRE ATAQUES EXTRATERRESTRES OCORRIDOS NO PARÁ

DISCOVERY CHANNEL FAZ DOCUMENTÁRIO SOBRE ATAQUES EXTRATERRESTRES OCORRIDOS NO PARÁ
As ocorrências de contatos com extraterrestres que aconteceram no município paraense de Colares nos anos 70, que mobilizou a Aeronáutica e o Exército brasileiro, foi algo muito importante e extraordinário, que, infelizmente, é tratado pela maioria dos brasileiros com deboche e piadas, principalmente pelo fato de ter acontecido em pequenas cidades de uma região tida como atrasada e vista com desdém pelos  grandes centros urbanos de nosso país.

Matéria do Jornal O Estado do Pará

Contudo, o que aconteceu no Pará foi um dos mais assombrosos casos de contato extraterrestres já confirmados no mundo, com milhares de testemunhas oculares e documentos, que desafia quem não acredita na existência de extraterrestres.


Os habitantes da região afirmavam que eram perseguidos por feixes de luzes vindas de uma luz maior que se movia pelo céu que deixavam marcas de dois pequenos furos paralelos em seus corpos, em geral na altura do peito. Os habitantes também afirmavam que sentiam que seus sangue era drenado pela luz, fato que levou os moradores a chamar tal fenômeno de chupa-chupa. Os misteriosos ataques se manifestaram não apenas nas pequenas cidade de Colares, mas também em cidades próximas, como a ilha de Mosqueiro, e os municípios de Vigia, Santo Antônio do Tauá, Viseu, Benevides, etc. O pânico cresceu tanto nestas pequenas cidades que o prefeito do município de Vigia enviou um ofício ao I Comando Aéreo Regional (COMAR) pedindo providências, e assim passou a chamar atenção dos militares. A Aeronáutica então mandou militares para pesquisar tais fenômenos, que aconteceram entre 1977 e 78.

Uyrangê Hollanda

A operação militar responsável por desvendar tal mistério, chamou-se Operação Prato --- seguindo a tradução para o português do nome inglês (flying saucer) usado para denominar discos voadores nos países de língua inglesa, que os compara com um prato, pires. Anos depois, o responsável por  tal operação, o coronel Uyrangê Hollanda, na época capitão, durante entrevista filmada, reconhece que houve contato com seres extraterrestre, e que foram feitas fotos e filmagens das naves alienígenas. Ele descreveu seus contatos e de seus subordinados com tais criaturas e as estruturas de suas naves. Infelizmente, menos de um mês de suas declarações, o coronel Uyrangê Hollanda foi encontrado morto em sua casa em Iguaba Grande, interior do Rio de Janeiro, enforcado com o cinto de seu roupão de banho; sua morte foi confirmada como suicídio.

Desenhos de Naves Vistas Pela Operação Prato em Cidades do Pará

Já o jornalista Carlos Mendes, em seu livro Luzes do Medo, com artigos seus e de outros jornalistas, que foram feitos para jornais da época sobre o caso, relembra:
As aparições de naves eram praticamente diárias. O jornal Estado do Pará tinha muitas fotos que foram confiscada pela Aeronáutica. Não se fala em naves alienígenas porque não se sabe se eram daqui ou de outros planetas (...) Nem todos os ataques de luzes tiravam sangue. Só eu entrevistei mais de 80 pessoas”.
E continua o jornalista com suas declarações bombásticas:
"Os relatórios das Forças Armadas (da operação) continuam secretos. Provo no livro que não revelaram tudo. Eles tinham mais de 1.500 fotografias e 16 horas de filmes. Os americanos enviaram equipamentos poderosos (avançados, de captação de imagens) para eles. Onde está esse material?"

Por meio de entrevistas com militares e jornalistas importantes na época, Carlos Mendes, em seu livro, declara o poder dos militares sobre os jornais da época, que confiscavam fotografias do ovni's, como revelou o falecido jornalista Walmir Botelho, editor-chefe de O Estado do Pará, em entrevista concedida em 2017.

O jornalista também conta a história do falso estudante peruano de jornalismo que participou como estagiário somente para roubar fotografias dos misteriosos objetos. 
"Ele alegou que era estudante da UFPA, mas descobrimos que não era e que usava nome falso. Flagrei ele falando com o Coronel Holanda e o SNI. Um dia enchemos ele de cachaça e o pressionamos com a ajuda de policiais. Ele confessou que queria roubar as fotos, mas não entregou tudo. Depois ele sumiu. Achamos que era um agente infiltrado da CIA (serviço americano de espionagem)", afirmou Carlos Mendes.
E recentemente (01/05/19), uma equipe da Discovery Channel chegou ao estado do Pará para fazer gravações para a série chamada “Unidentified: The Hunt for Contact” (Não Identificado: A Busca pelo Contato), que será exibida inicialmente na Europa e nos Estados Unidos, que abordará os fenômenos ocorridos em alguns municípios do estado. A equipe entrevistou o jornalista Carlos Mendes, e seguiu para o município de Bragança onde reside atualmente a médica Adelaide Cecim, que na época era médica em Colares, e que tratou de vários pacientes atacados pelo chupa-chupa.

A equipe deve também seguir para outros municípios em busca de depoimentos de testemunhas.

* Fonte: O Liberal.com