quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

APÓS A CHUVA DA TARDE: UM ROMANCE DE VAMPIROS PASSADO NA AMAZÔNIA


APÓS A CHUVA DA TARDE:

UM ROMANCE DE VAMPIROS PASSADO NA AMAZÔNIA

Na Ilha de Marajó, segundo a pesquisadora Dione do Socorro de Souza Leão, em seu artigo Cosmologias da Encantaria no Marajó/PA, uma antiga tradição ensina a amassar dentes de alho e jogar no rio a fim de afugentar o boto e impedir que ele entre nas casas dos ribeirinhos, em noites de lua cheia, transformado em um belo rapaz e encante as mulheres presentes. A mesma tradição também aconselha por crucifixos nas portas e jogar água benta no rio; deve-se também acrescentar a isso a crença de que botos são atraídos pelo sangue de mulheres menstruadas quando estas tomam banho de rio ou navegam em canoas, levando ribeirinhos a untar suas embarcações com óleo para prevenir que botos as farejam e virem a canoa em busca de seu objeto de desejo. 



A Inspiração para o Livro

É impossível não ver na atração do boto por sangue de mulheres férteis e nos procedimentos para afugentá-los, incríveis semelhanças com a lenda dos vampiros. Tal fato levou o autor do romance Após a Chuva da Tarde (título que alude ao nosso tradicional horário de chuva) a imaginar a vinda de vampiros europeus para a Amazônia para concertos no Theatro da Paz, convidados por Alice e Francisco Bolonha durante uma de suas viagens à Europa, em 1896, no auge do rico período da extração da borracha. O romance não tem apenas o Theatro da Paz como cenário, faz também do primeiro leprosário da Amazônia, o  Hospício dos Lázaros do Tucunduba, um importante cenário para sua história, contando um pouco de sua triste origem, de como foi um verdadeiro depósito para escravos doentes, abandonados por seus senhores à própria sorte, e de como toda uma comunidade de excluídos composto por seus descendentes se formou em tal lugar, dando origem ao bairro do Guamá. 

A Ambientação do Romance

O livro também usa os belos Palacete Bolonha e Palacete Bibi Costa como cenários, aproveitando as sombrias lendas ligadas a estes e, mais uma vez, contando suas histórias e as de seus donos; destaque maior aqui para o belo Palacete Bolonha, que por meio dos famosos saraus de Alice Bolonha é tomado pelo livro como o centro da vida intelectual e artística da sociedade belenense da época, onde se desenvolve a maior parte dos mistérios do livro. O romance descreve também a Belém do final do século XIX, descrevendo suas ruas e largos com seus nomes antigos, e até mesmo seu cheiro, como os aromas de flores e ervas nativas vindos da fábrica da perfumaria Phebo, mas, isso acontece em uma outra época, em 1934, já que o romance se divide entre o período do auge da riqueza proporcionado pela extração da borracha e a decadência desta, causado pelo contrabando de sementes de seringueiras por um inglês que tem sua história contada no livro e que ainda hoje é considerado o maior caso de biopirataria já ocorrido mundialmente.



A Trama Principal

Contendo quatro tramas que se desenvolvem paralelas, focando em diferentes estilos de escrita (fantasia, terror gótico, realismo mágico, mitos folclóricos e lendas urbanas) mas se unindo em prol da trama maior que tem na história de uma enigmática cantora lírica francesa que, ao vir para Belém, adquire fama de ser uma vampira. Sua história é contada no livro de forma indireta, ora por meio de relatos de populares, que a considera uma vampira (ou como é chamada por eles no linguajar popular: uma matinta perera), ora por meio de personagens da elite belenense que a conheceram e por matérias de jornais da época que a consideram ter sido uma grande artista, à frente de seu tempo e das convenções de sua época; uma mulher de espírito independente que lutava pelo direito ao voto feminino, em pleno século XIX, com seu comportamento livre que chocou a conservadora sociedade belenense da época, dando origem, por puro preconceito, a lenda de que ela seria uma vampira. A trama nos leva a perguntar: Quem estaria certo, então?

Um Romance Amazônico

O romance, que se define como “romance gótico amazônico”, não se utiliza dos tradicionais cenários desse tipo de narrativa --- como casas vitorianas sombrias, ou paisagens noturnas com denso nevoeiro, ou ainda antigos cemitérios infestados de corvos --- para criar o clima de tensão e suspense propício a história de terror. Em vez disso, o adapta ao nosso clima tropical e aos belos palacetes de Belém, aproveitando-se da sombria atmosfera amazônica durante a chuva da tarde para contar histórias visagentas.

O livro, além de fazer interagir vampiros com criaturas fantásticas do folclore amazônico e de lendas urbanas de Belém (matinta perera, a princesa de Mayandeua, cobra grande e Josephina Conte, a famosa Moça do Táxi) tem algumas de suas aventuras regadas a doses alucinógenas de ayahuasca em meio a rituais místicos indígenas, e não esquece também de abordar temas ecológicos e sociais que nos afligem tanto atualmente, tomando importantes personalidades da história de Belém como personagens (Antônio Lemos, Magalhães Barata, Lauro Sodré, Francisco Bolonha, Waldemar Henrique, etc.), tendo como pano de fundo acontecimentos importantes da história da nossa cidade, o que faz do livro ser, não apenas uma forma de diversão, como também uma fonte de informação para as novas gerações, tendo em obras de historiadores, transcrita em notas de rodapé, uma base segura para abordar o que ficou conhecido como a Belle Époque belenense.

O romance Após a Chuva da Tarde está sendo publicado de forma independente.

Ficha Técnica

Título: Após a Chuva da Tarde - A Lenda do Cão Fantasma do Palacete Bolonha

Autor: Bosco Chancen

Editora: Uiclap

Especificações: 284 páginas, 16x23 cm; brochura

Site de Compra: https://loja.uiclap.com/titulo/ua13930/

Para mais informações: bozco3535@gmail.com 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

RELATO do LEITOR: Eu Vi a Matinta Perera (por Berg Sombra)



RELATO do LEITOR: Eu Vi a Matinta Perera (por Berg Sombra)

Estávamos passando um final de semana na casa de um pescador numa ilha próxima de Belém. A casa, como toda casa de pescador da região, era de telhado de palha, a porta era trancada por uma corda e o banheiro era no quintal com a mata por trás.

Sentados à tarde, conversamos com o pescador, seu Batat, mais a mulher dele, ouvimos atentamente ele contar sobre a matinta perera que quase matou o pescador de nome Arraia, que conhecemos mais tarde nesse mesmo dia; seu Batat contou também sobre as visagens que apareciam pra eles em determinadas noites; e assim foi.

Na madrugada, durante a dormida, passamos a ouvir passos vindos da mata e indo até a cozinha, e o som de que algo mexia nas coisas de lá e voltava para a mata. Eu e meu amigo tentamos ir ver o que era, mas quando a lamparina apagou, voltamos pras nossas redes, e aí ouvimos aquele assobio medonho e passos no telhado onde víamos as marcas dos pés caminhando e marcando a palha. Eu acordei determinada hora sem poder me mexer (paralisia do sono?), mas senti quando alguma coisa passou por baixo da minha rede; chamei meu amigo e ele disse pra ficarmos acordados... Depois de 5 minutos, ouvi ele querendo falar, se debatendo na rede. Eu o chamei e ele, de olhos arregalados, me perguntou se eu tinha visto a mulher que mexia e acariciava ele na rede. Eu disse que não.

De manhã, contamos pra mulher do pescador o que aconteceu e ela confessou que tinha uma moradora que gostava desse meu amigo e que a primeira pessoa que parecesse na casa, seria a matinta... e ela foi a primeira pessoa que apareceu logo cedo querendo ver ele . 

Desse dia adiante, nunca mais duvidei dessas coisas.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

SHOPPING DE BELÉM É O PREFERIDO DOS SUICÍDAS



SHOPPING DE BELÉM É O PREFERIDO DOS SUICÍDAS

Hoje (21/05/22), ocorreu mais um suicídio no SHOPPING BOULEVARD em Belém, de um rapaz que saltou da parte interna do shopping apenas três dias após o suicídio da jovem Jamilly Kouri, de 28 anos.

Estes suicídios foram antecedidos pelo suicídio, ano passado, de uma mulher, de nome não revelado, que se jogou do estacionamento do shopping, falecendo no local.

Edifício Manoel Pinto da Silva 

O estabelecimento já comporta outros suicídios em seus 13 anos de funcionamento. O que nos leva a associá-lo a outro local que já fora o preferido dos suicidas de nossa cidade: o Edifício Manoel Pinto da Silva que, durante as décadas de 1970/1980, foi o palco de inúmeros suicídios;

Vários fatos assemelham-se no caso do Shopping Boulevard e do Edifício Manoel Pinto da Silva, além dois suicídios, assim como o shopping, o edifício Manoel Pinto também se dedicava a parte financeira, comportando inúmeros escritórios, o que permitia a entrada de grande número de pessoas que não eram moradores, facilitando, assim, a entrada de pessoas que iam lá apenas para se jogarem de sua altura. O crescente número de casos de suicídios levou a administração do prédio a permitir apenas a entrada de moradores e de pessoas que estavam ali visando obter algum serviço relacionado aos escritórios, o que fez com que o número de suicídios diminuísse muito.

Jamilly Kouri

Devido ao crescente número de suicídios, torna-se urgente que o Shopping Boulevard faça campanha de conscientização sobre depressão e que passe a usar em suas dependências redes de proteção para evitar novos suicídios.

TERATOMA: O TUMOR QUE QUER SER SEU IRMÃO GÊMEO



TERATOMA: O TUMOR QUE QUER SER SEU IRMÃO GÊMEO

TERATOMAS são tumores benignos que podem se desenvolver em úteros e testículos, sendo mais comum em mulheres férteis. Como podemos ver, o TERATOMA possui pele, dentes, veias, cabelos e até mesmo olhos.

O TERATOMA é como um parasita que lhe suga as energias, aos poucos; uma parte de você que cresce, se desenvolve, criando uma forma distorcida e monstruosa de você próprio; um pequeno demônio, o lado seu pútrido e monstruoso; é como um irmão siamês, que sonha tomar seu lugar, se não fosse um cérebro que ainda lhe falta.

Abaixo, alguns exemplos de TERATOMAS extraídos... Quem disse que filmes de terror estão tão longe da realidade!



sábado, 11 de dezembro de 2021

O CASTELO DE VLAD TEPES, O DRÁCULA


 

O CASTELO DE VLAD TEPES, O DRÁCULA

CONTA-SE QUE UM DIA um viajante reclamou que havia sido roubado em meio às terras de seu reino. Vlad, não suportando roubo e desonestidade, disse-lhe que pagaria sua hospedagem e que no dia seguinte voltasse para pegar seu dinheiro roubado de volta.

No dia seguinte, o viajante ao voltar ao seu castelo, viu ao lado de uma cabeça humana decepada sobre a mesa um saco com dinheiro. Vlad disse-lhe que contasse o dinheiro. E após o peregrino contar as moedas de ouro, perguntou-lhe, o rei:

— É a quantia roubada?

— Não, meu senhor — disse o viajante.

— Diga-me então quanto falta e lhe darei o dobro.

— Não falta nada, senhor, ao contrário, há uma moeda de ouro a mais.

Disse então Vlad Tepes ao viajante:

— Vejo que és um homem honesto. Reclamaste que sobra uma moeda de ouro, a qual eu mesmo pus como teste. E caso não fosses honesto, haveria agora sobre a mesa duas cabeças decepadas, pois tu serias tão ladrão quanto aquele que te roubou as moedas.








domingo, 28 de novembro de 2021

A GLÂNDULA PINEAL E AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE



A GLÂNDULA PINEAL E AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE

Muitos dizem que experiências sobrenaturais são invenções, criações imaginárias da mente humana, e que nenhuma suposta experiência sobrenatural resistiria a uma boa análise científica. Contudo há uma forma de experiência sobrenatural que tem resistido a qualquer análise científica e muitas delas acontecem em um ambiente bastante científico, com pessoas submetidas a aparelhos de detecção de reações fisiológicas, que negam as convicções dos mais céticos. Estou falando das chamadas experiências de quase-morte.

Há milhares de relatos de pessoas que durante operações cirúrgicas, narram terem tido experiências de quase-morte, no momento em que, segundo seus médicos (e comprovado por aparelhos hospitalares), não poderia haver nenhuma atividade cerebral consciente no paciente. Essas pessoas relatam terem saído de seus corpos, visto a si próprios deitados na mesa de cirurgia e, em muitos casos, chegam a descrever instrumentos e os procedimentos usados pelos médicos durante a operação, chegando ao ponto de citar nomes dos aparelhos e de pessoas presentes à cirurgia, e tendo sido confirmado pelos profissionais envolvidos.

O canal do youtube Afinal, O Que Somos Nós? se dedica a coletar estas experiências por meio de entrevistas com os envolvidos. O canal, que possui dezenas de relatos, é comandado pelo neurocirurgião Edson Amâncio e pelo físico Carlos Mendes.

Há relatos de experiências que se originaram das mais variadas formas: afogamento, acidente de carro, atropelamento, AVC, complicações cirúrgicas, ataque cardíaco, choque elétrico, etc. E surpreendentemente há relatos, em menor número, de pessoas que tiveram tais experiências sem terem passado por fatos drásticos, bastou apenas um simples acordar, ou meditar.

Os Sentimentos

Em quase todos os casos, o entrevistado afirma ter sido inundado por um profundo sentimento de paz, amor e familiaridade com o lugar vivido em sua experiência de quase-morte, e que ao voltar ao corpo sente toda a dor e desconforto causado por sua enfermidade. 

Todos parecem também ser unânimes em afirmar que os fatos e sensações vividos por eles não se assemelham a sonhos, e muito menos obedecem às descrições dadas por suas religiões. Ateus descrevem terem deixado sua descrença de lado e passado a crer na existência de algo além da morte, após suas experiências de quase-morte; e com a experiência passam a não temerem mais a morte. 

O Ambiente

Em tais relatos é comum a presença de outros indivíduos que aparentam estar na mesma situação dos entrevistados; há  também criaturas humanoides em forma de luz, que estão lá para auxiliar, ou apenas testemunham a experiência. E em muitos casos é relatado a presença de familiares já falecidos. É dito também que a comunicação não se dá por meio da fala ou de gestos, mas pelo puro pensamento, como uma espécie de telepatia; e os entrevistados afirmam possuir durantes estas experiências uma visão global de tudo ao redor, não necessitando mover os olhos para captar o ambiente; é há até mesmos aqueles que relatam terem tido contato com OVNIS durante estas experiências.

É também bastante curioso a descrição dos ambientes onde ocorrem tais experiências, que são muito mais variados do que os tradicionais túneis de luz e o “vi minha vida passar em minha frente como se fosse um filme”. Há relatos de pessoas que descreveram terem ido para salas de paredes brancas, ou sem paredes alguma, como uma sala de espera, sempre com uma delimitação que conduz a outro ambiente, a um ambiente ainda não permitido de ser ultrapassado pelo entrevistado; em outros casos a pessoa flutua sempre mais alto da Terra, alcançando o espaço infinito em direção a um ambiente de muita luz vislumbrado por meio de uma porta, por exemplo; outros relatam terem sidos transportado para um lugar paradisíaco, com gramas verdes e um belo céu, diferente do terrestre. 

Nem Sempre a Experiência é Boa

Contudo, enquanto a grande maioria relata terem alcançado um ambiente de total ausência de dor, de muita paz e amor absoluto, alguns entrevistados, certamente um número bem menor de pessoas, relataram vivenciados um ambiente horrível, de destruição, e com pessoas sofrendo, envoltos em sentimentos de angústia, medo e desespero. Destaco aqui o relato impressionante de um dos entrevistados, que narrou sua estadia, por alguns dias, em um ambiente de campo aberto, em que pessoas mutiladas se contorcia com dor, no chão, enquanto uma criatura gigantesca e disforme caminhava pelo campo mutilando os corpos que não morriam e continuavam a sofrer. Ele procurava fugir do local, orientado por uma voz que o alertou para não entrar em uma passagem onde se vislumbrava uma fogueira; a voz dizia-lhe que se ele entrasse ali, não conseguiria mais voltar.

Como Explicar as Experiências de Quase-Morte?

Acompanhando as entrevistas, vê-se que alguns dos entrevistados afirmam que seus médicos atribuíram tais experiências como efeito da anestesia, ou de outro medicamento, ao mesmo tempo que alguns ficam perplexos pela experiência acontecer em um momento de extrema inconsciência, como durante de uma parada cardíaca, em que os entrevistados não possuem nenhuma atividade consciente. Contudo, a maioria dos cientistas tentam explicar o fenômeno como efeito do DMT, o dimetiltriptamina, uma droga alucinógena natural produzida pelo corpo, principalmente pela glândula Pineal, localizada no cérebro, responsável por criar nossos sonhos, e que quando sob grande estresse, nosso corpo a reproduziria em maiores doses, gerando estes relatos maravilhosos; e até se conseguiu reproduzir casos semelhantes aplicando altas doses de DMT em pacientes durante experiências. 

Porém, estas explicações não explicariam os detalhes vistos pelos entrevistados durante suas experiência de quase-morte, acontecido ao seu redor; detalhes que depois foram confirmados como acontecidos de fato, como o caso do senhor Nilton David que, após ter se acidentado durante um voo de asa delta, durante sua experiência de quase-morte pôde ver onde havia caído a mochila que carregava antes do acidente, e com base nas visões que tivera, pôde mapear a região e o local onde se encontrava a mochila, mochila que posteriormente foi encontrada com base em sua informação. E para todos os entrevistados, esses detalhes são a prova incontestável de que saíram de seus corpos.

Para terem obtidos estes detalhes minuciosos, seria necessário que seus relatos houvesse de fato acontecido e não apenas frutos de alucinações criadas por suas mentes sob os efeitos do DMT.

Seja prova ou não da existência de vida após a morte, as experiências de quase-morte provam que ainda se sabe pouco sobre a consciência humana, e que tais experiências devem nos dar uma nova concepção de consciência.

Para acessar o canal: Afinal, o que Somos Nós? 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

NASCE UMA LENDA: “O CÃO FANTASMA DO PALACETE BOLONHA”



NASCE UMA LENDA: “O CÃO FANTASMA DO PALACETE BOLONHA”

Lendas são histórias criadas de forma anônima e repassadas, oralmente, de geração em geração; e sempre quem narra dá sua própria versão à história, não raro, adicionando fatos novos, ou, aumentando ainda mais algum aspecto espantoso delas para chamar mais atenção dos ouvintes. Por isso é comum que uma lenda tenha várias versões diferentes, até que surge alguém disposto a registrá-la no papel, tornando a versão escrita a oficial, que nada mais é do que a versão daquele que a registrou por escrito --- os contos de fadas são um bom exemplo disso.

Walcyr Monteiro Registrou Lendas de Belém em
 seu Livro Visagens e Assombrações de Belém

Mas, algumas vezes, essas regras são quebradas originando causas diferentes para a criação de lendas, que surgem não de fontes anônimas, mas por meio de obras de autores conhecidos que com o tempo acabam tendo o nome esquecido, e sua obra acaba se popularizando de forma indireta, de boca à boca, terminando por ser vista como lenda por aqueles que a reproduzem sem saber sua real origem, passando a ser vistas erroneamente como anônimas. 

Um bom exemplo disso, é a lenda da cidade de Recife (PE), conhecida como A Lenda da Emparedada da Rua Nova.

A lenda conta que há muito anos atrás na Rua Nova, um rico comerciante após saber que sua única filha havia se engravidado de alguém que ele considerava indigno de ser pai de seu neto, por desgosto, mandou amarrar e emparedar a filha em sua própria casa antes de viajar com a esposa para Portugal. 

Para Saber Mais Sobre a Lenda, Clique em: Investigando a Lenda da Mulher Emparedada Viva, de Recife.


Ao que tudo indica, essa lenda foi criada pelo escritor Joaquim Maria Carneiro Vilela (1846 - 1913), em seu livro A Emparedada da Rua Nova, que foi publicado em capítulos durante o mês de agosto de 1909 e janeiro de 1912, em um jornal bastante popular da cidade.

A história da emparedada se tornou tão popular que, ao contrário de seu autor, não foi esquecida, se tornou lenda anônima para a população da região. O interessante é que a história se enraizou tanto no imaginário da população que, mais de um século depois da publicação do livro, sua história ainda origina toda uma variedade de relatos fantasmagóricos de pessoas que juram terem visto o fantasma de uma mulher segurando um bebê, atribuindo a visão ao fantasma da emparedada e de seu filho.

Essa forma de criação de lenda urbana tornou-se bastante comum com o surgimento da internet, principalmente com a chamada Deep Web, com as mais diversas histórias escabrosas, que são contadas com a afirmação de que foi obtida do relato de quem presenciou o acontecido, citando alguma fonte segura de sua origem, como nome de jornais, nome de pessoas, cidade e endereço, que leva a aparentar ter mesmo acontecido, mas sem que haja qualquer comprovação, fato que acontece com a história narrada no livro A Emparedada da Rua Nova.

Pois não é que em nossa cidade, Belém, algo semelhante está acontecendo com um conto escrito para esse blog, que está também presente no livro Após a Chuva da Tarde - A Lenda do Cão Fantasma do Palacete Bolonha.

O conto passou a ser citado junto com lendas anônimas associadas ao Palacete Bolonha, tanto em vídeos de mistérios do youtube quanto em comunidades do Facebook, sendo reproduzido como uma das Lendas Urbanas de Nossa Cidade, citada junto com lendas antigas e tradicionais de nossa cidade, como as da "Moça do Táxi", e a "Lenda da Cobra Grande". O conto narra a ocorrência de assassinatos monstruosos causados por um misterioso cão negro que habitaria as dependências do Palacete Bolonha, que protegeria o belo prédio de vândalos e ladrões, e que estaria associado a figura do cão negro que se encontra em sua entrada.

Leia ou Ouça o Conto Clicando Aqui: O Cão Fantasma do Palacete Bolonha.

É curioso acompanhar o surgimento de uma nova lenda, quando se é o autor dela. O que me leva a imaginar que as outras lendas também tiveram seus autores conhecidos, e que seus nomes simplesmente se perderam no tempo por puro descaso e desinteresse da população por seus autores.

Abaixo, leia algumas lendas de Belém produzidas pela comunidade Belém Ontem e Hoje do Facebook, que também acrescentou a elas, um resumo do conto O Cão Fantasma do Palacete Bolonha.








sexta-feira, 29 de outubro de 2021

AS TRÊS PRINCESAS TURCAS E OS PORTAIS MÁGICOS

AS TRÊS PRINCESAS TURCAS E OS PORTAIS MÁGICOS

Algumas religiões brasileiras possuem um conceito religioso bastante curioso, por ser extremamente moderno, combinando com as mais sofisticadas teorias físicas modernas e também com histórias de ficção científica. Trata-se do conceito de encantaria, que concebe suas entidades religiosas, não como espírito de pessoas já mortas, mas de encantados, ou seja, pessoas que ganharam poderes sobre-humanos e que foram transportados para um outra dimensão.



Este conceito está presente na religião Tambor de Mina e na Pajelança. Para entendermos por que ela é tão moderna, temos que conhecer um pouco a lenda das três princesas turcas, as entidades pertencentes ao Tambor de Mina, Mariana, Jarina e Herondina.

As Três Princesas Turcas


Diz a lenda que as três princesas, Mariana, Jarina e Herondina, eram filhas do sultão turco chamado Darsalam, que na esperança de reconquistar territórios perdido de seu reino para os inimigos durante a primeira Cruzada, em 1049, mandou suas três filhas para um reino amigo na Mauritânia, que já as esperava para mantê-las em segurança. Porém, passaram-se dias, semanas, meses, anos, e a comitiva das princesas não chegava.

A lenda diz que as três princesas nunca chegaram ao reino amigo porque, ao cruzar o estreito de Gibraltar, região entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, elas sumiram ao entrarem em um portal místico, fazendo-as deixarem o nosso mundo e entrarem em um mundo encantado.

O povo que conta tal lenda afirma que elas entraram em uma região onde quem entra não sai nunca mais, fica para sempre encantado. E, por meio do portal, elas foram transportadas há milhares de quilômetros e séculos para o futuro, para o Rio Amazonas, no Pará, sendo recebidas por uma índia Tapuia. 

No “Rio das Amazonas”, foram despertadas do sono profundo, e encontraram a sacerdotisa Tapuya que chorava a perca de seus filhos: “ Minhas lágrimas são o Rio… Eu sou a barreira do Mar, Eu sou a Pororoca , Defendo meu povo contra a maldade que chega do mar, mas vocês princesas Turcas podem entrar nestas Terras.

Recepção da Pororoca.

Estudiosos brasileiros especialistas em lendas regionais, se basearam em alguns fatos históricos que diziam que no começo de 1500 o espanhol Vicente, visitou o litoral do Pará, onde levou muitos escravos indígenas para a Europa. Contam que por isso a sacerdotisa indígena que recebeu as três princesas, chorava muito até se transformar em Pororoca (para os povos da Amazônia a Pororoca representa “Defesa contra estrangeiros“, onde invasores violam a cultura e a influência da mata).

Dom Sebastião

A lenda também conta que as três princesas se aventuraram pelas terras do Maranhão, e lá encontraram o reino encantado do rei de Portugal, Dom Sebastião, que também teria desaparecido por meio de um portal, com alguns soldados, em plena guerra contra os Mouros, em 1578, e aparecido nas Ilhas dos Lençóis e de Maiaú (a 160 Km de São Luís), onde teria um palácio encantado feito de ouro celestial, cristais, esmeraldas e pedras preciosas, que teria dado hospedagem às  três princesas.

Culto ao Rei Dom Sebastião

A lenda prossegue com as aventuras das três princesas  pelos mundos encantados. Mas vamos nos concentrar no conceito de portal mágico.

Portais Mágicos

Para essa crença os portais mágicos se localizam em vários lugares da Terra, podendo mudar a todo instante, mas em geral são encontrados principalmente em:

* Matas

* Cavernas

* Rochas

* Espelhos de água

Estes portais seriam como passagens para outras dimensões, ou passagens ligando diferentes mundos, entre o nosso mundo e outros mundos com leis diferentes do nosso. 

É claro que estas e demais lendas, são criadas a partir da aquisição de  informações vindas de diferentes povos que passaram a conviver e trocar informações culturais entre si, neste caso, informações vindas de portugueses, espanhóis, africanos e indígenas. 



Mas ao ler tais histórias é impossível não lembrar dos teletransportes vistos em filmes de ficção científica, em que personagens se locomovem, instantaneamente, de um lugar para o outro; e também as misteriosas histórias envolvendo a região conhecida como triângulo das Bermudas --- conjunto de ilhas localizadas no Caribe ---, que ficou famosa pelo desaparecimento de aviões e de suas tripulações. 



E por mais que possamos achar que tais histórias nada mais são do que apenas crendices, é extremamente curioso constatar que lendas antigas, que remetem a pelo menos à metade do século XIX, (o terreiro mais antigo de Tambor de Mina do Maranhão, foi fundado em meados do século XIX), tenha ideias semelhantes aos mais modernos conceitos científicos, que  afirmam existir em nosso mundo dimensões além das três conhecidas por nós, que podem conduzir a universos paralelos, com leis físicas diferentes do nosso e também lembra o conceito conhecido por Pontes de Einstein-Rosen, mais conhecido popularmente por Buraco de Minhoca, que afirma que no universo existem atalhos que liga lugares extremamente distantes entre si.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

O QUE VOCÊ FAZIA EM 11 DE SETEMBRO DE 2001?



 O QUE VOCÊ FAZIA EM 11 DE SETEMBRO DE 2001?


ÀS 9 HORAS DA MANHÃ de 11 de setembro de 2001, no WORLD TRADE CENTER, era um dia como outro qualquer:

John Miles tomava mais um gole de café no intervalo de trabalho, enquanto olhava os seios avantajados da secretária sentada ao lado.

Melissa Ring falava ao telefone esperançosa de fechar mais um contrato rentável com uma empresa europeia.

Walter Spencer, discretamente, tirava da bunda a calcinha fio dental que ele resolveu usar na empresa naquela manhã.

Carol McGregor travava a porta do elevador com o pé enquanto fazia sexo oral em seu colega de empresa antes de voltarem para a mesa de trabalho.

Carlos Lopes lavava os banheiros que um americano acabara de defecar fora do vaso propositadamente, dizendo, ao sair: “Limpe tudo, seu chicano”.

Billy Joy frequentava seu primeiro dia de emprego, após dois anos de prisão por tráfico de drogas.

Frank Miller apalpava a bunda da nova estagiária latina que lhe havia implorado por uma oportunidade de emprego.

Sarah Conner ligava para casa, para saber se seus filhos já tinham ido para a escola.




Às 9:01 da manhã, um terrível tremor abala uma das torres do World Trade Center, que faz quebrar vidraças, voar papéis de documentos e derrubar as milhares de pessoas em seu interior.


O tremor também faz a secretária Carol McGregor morder fortemente o pênis de seu colega de trabalho durante o sexo oral no elevador, que sangra com o pênis decepado pelos dentes da colega, enquanto ela é jogada ao chão sufocada com o resto de pênis preso em sua garganta.


A notícia de que um avião se chocou com uma das torres é logo propagada por ligações telefônicas. Todos correm para os elevadores, mas uma cachoeira de combustível em chamas desaba pelos túneis dos elevadores, inundando com o líquido em chamas os elevadores lotados de pessoas, que têm seus corpos derretidos e inflamados instantaneamente.


O alumínio da fuselagem do avião, com o calor do incêndio, se derrete, e com contato com o vapor de água dos corpos dos passageiros, se transforma em um gás quente e sufocante que se eleva até aos andares superiores do prédio, sufocando ainda mais os sobreviventes, que pressionados entre o calor das labaredas e o gás, se jogam a todo momento pelas janelas.




Às 9:20, um segundo avião choca-se com a segunda torre, invadindo as salas de escritórios, produzindo uma gigantesca bolha de fogo e gás, que se propaga pelos andares, arrastando móveis, incendiando pessoas, comprimindo cadeiras, mesas, estantes e esmagando cérebros humanos contra as paredes.




Às 9:45, o alumínio derretido do avião em contato com a água de corpos e da água encanada do prédio, produz uma série de explosões que faz desabar a primeira torre, que cai esmagando os restantes dos sobreviventes, comprimindo seus corpos, transformando-os em líquido e soterrando-os no subsolo.




Às 10 horas da manhã, a segunda torre também desaba.