segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

RELATO DO LEITOR: Guardião da Estrada (por Gabriella Contente)



Relato da minha última experiência sobrenatural na Universidade Federal Rural  da Amazônia.

RELATO do LEITOR: Guardião da Estrada

Dinho (meu exs marido) e eu estávamos saindo entre 22/23 horas do setor onde eu estagiava, sentamos no banco da Zootecnia Básica pra chamar o uber pra voltar pra casa, mas as luzes da zoobasica estavam piscando e estava soturno, nem os caprinos faziam barulho, eu sugeri a ele que fossemos pro ICA, ia ser melhor pra chamar o Uber, seguimos para o ICA e até então uma sombra se projetava entre a penumbra das luzes do poste em frente ao prédio da reitoria. Dava pra ver uma silhueta de sombras se formando, o primeiro que viu isso foi o Dinho, que fez eu olhar e eu vi a coisa descrita e tentei na minha mente fazer uma associação com algo que eu pudesse explicar. Nos diálogos ele cogitou ser alguém pra nos assaltar, apressamos os passos e chegamos no ICA e aquela silhueta de "sombra" estava lá. Não foi preciso nós conversarmos pra decidir ir andando, até quase correr, sempre que olhávamos pra trás a sombra estava lá, "ela" ficava sempre a alguns M de distância, que pra mim eram longos, era só olhar pra trás estava lá. E foi assim seguindo, ICA, Carroceiro, curva que vai pra Solos, Solos, Pavilhão e chegamos ao portão entreguei a chave pro guarda e pegamos o uber. Eu vi e ele viu, somos 2 céticos e até agora não encontrei nenhuma explicação para a "sombra".

PS: Não tinha festa era um dia normal de aula, meu curso é integral e eu fui em escala voluntária alimentar "filhotes" que não tinham como mamar, porque a mãe estava tomando antibióticos incompatíveis com a lactação, então fizemos de tudo para que eles pudessem se alimentar.

Eu estava escalada para dormir, mas a menina que estava tbm na escala não pode ir e eu chamei meu marido pra ir me buscar depois que eu terminasse o manejo.


Gabriella Contente

Contato: Facebook.

domingo, 10 de janeiro de 2021

CONHEÇA O ASSASSINATO QUE LEVOU A FILOSOFIA DE NIETZSCHE AO TRIBUNAL


 

CONHEÇA O ASSASSINATO QUE LEVOU A FILOSOFIA DE NIETZSCHE AO TRIBUNAL

Em 1924, na cidade americana de Chicago, um jovem de 14 anos foi assassinado; seu assassinato foi cometido como um teste de coragem e superioridade praticado por Nathan Freudenthal Leopold Jr. e Richard Albert Loeb, ambos, na época, com 19 e 18 anos, respectivamente.

Nathan Leopold e Richard Loeb eram dois alunos com inteligência excepcional, pertencentes a Universidade de Chicago, que decidiram, em 1924, cometer o crime perfeito. Para tanto, sequestraram e mataram Bobby Franks, então um garoto de 14 anos.

Richard Loeb e Nathan Leopold

Leopold e Loeb eram superdotados: Leopold falou suas primeiras palavras com apenas quatro meses de idade; já Loeb era, então, o mais novo graduado pela Universidade de Michigan. Ambos começaram a praticar pequenos crimes. 

Achando-se superiores aos demais, e por isso as leis não deveria ser as mesmas para eles, partiam cada vez mais para crimes mais audaciosos, até que, para testar suas  capacidades, resolveram cometer o mais grave de todos os crimes: o assassinato. Passaram seis meses arquitetando-o, em seus mínimos detalhes; e já haviam escolhido a vítima: o garoto Bobby Franks, que era vizinho de Loeb, e pertencia a família deste.

Bobby Franks ao Lado do Pai

No dia do crime, o garoto fora atraído para dentro de um carro sem identificação, e morto em seguida pelos dois amigos. O corpo de Frank foi desovado, nu, à beira de uma estrada longe da cidade. Foi jogado ácido no cadáver para dificultar sua identificação. Após o crime a dupla, festejou o assassinato, comemorando em uma barraca de cachorro-quente.

Como forma de despistarem ainda mais o assassinato, ou como forma de lucrarem com ele, ao voltarem para Chicago, os dois ligaram e escreveram cartas dizendo que Frank havia sido sequestrado, e exigiam um valor para o resgate. 

A Prova do Crime

Leopoldo e Loeb acreditavam que tinham conseguido planejar o crime perfeito, afinal eram pessoas extremamente inteligentes, e tinham tomado todos os possíveis cuidados para não serem identificados, como: não deixar digitais na cena do crime, queimar roupas usadas no dia do assassinato, limpar cuidadosamente o banco do carro sujo de sangue que haviam alugado, e etc. 

Antes da família de Frank pagar o resgate, o corpo do menino foi encontrado, o que levou os assassinos a destruírem a máquina de escrever que tinham usado para escreverem a carta de resgate. Porém, um pequeno descuido foi o suficiente para levar a polícia até aos assassinos. Junto ao corpo de Frank havia sido achado um óculos que os assassinos tinham deixado cair. O fato não havia preocupado tanto eles, afinal o óculos era bastante comum, era usados por centenas de milhares de outras pessoas. Contudo embora os óculos fossem de um modelo bastante comum, tivesse lentes e armação extremamente populares, possua um pequeno detalhe extremamente incomum: suas dobradiças.

As dobradiças possuíam um tipo incomum de encache que apenas três pessoas de Chicago tinham comprado o óculos com tais dobradiças e entre estes estava Nathan Leopold.

Loeb disse a policia que estava com Leopold na noite do crime. Segundo eles, os dois haviam saído com o carro de Leopold e passado a noite com duas mulheres desconhecidas, a qual eles deixaram perto de um campo de golfe. Todavia, o carro de Leopold estava no conserto àquela noite, sendo que a mulher do mecânico confirmou que o carro estava na garagem àquela noite.

Aos poucos os álibis dos dois assassinos foram sendo desmentidos e, por fim, assumiram o assassinato.

O Julgamento

Ao serem descobertos pelo crime, Leopold e Loeb revelaram terem cometido o crime inspirado na filosofia de Nietzsche, em sua ideia de super-homem.

Antes do assassinato, Leopold escreveu para Loeb: 

Um superhomen (...) é, em virtude de certas qualidades superiores inerentes a ele, isento das leis comuns que regem os homens. Ele não é responsável por qualquer coisa que ele possa fazer.



A família de Loeb contratou o advogado Clarence Darrow para  defendê-los, um advogado especialista em defender assassinos.

A defesa de Clarence Darrow chamou logo atenção porque todos esperavam que ele evitasse que os dois fossem condenados a pena de morte alegando insanidade, algo muito comum em defesas de assassinos. Porém, Clarence assumiu que os dois não estavam loucos quando cometeram o crime, mas influenciados pela filosofia do filósofo alemão Nietzsche. Afirmando:

"Esse terrível crime era inerente a esses garotos, que se originou no passado … devemos culpar alguém que tomou os ensinamentos de Nietzsche em sua vida? … devemos realmente condenar um garoto de 19 anos pela filosofia que foi obrigado a absorver na faculdade?"

Em outras palavras, o advogado culpa a influência da filosofia de Nietzsche como a verdadeira causa de tal crime.

Porém, é claro que Nietzsche não teve nenhuma responsabilidade pela interpretação de sua obra feita por Leopold e Loeb. Para tanto basta ler esta opinião de Maurice Heine sobre a obre de Sade, autor também apontado de estimular crimes:

“Todos os livros, uma vez nas mãos de degenerados, podem ser considerados perigosos. Não é possível prever que impulso mórbido um degenerado pode receber da mais inocente leitura. Uma narrativa sobre a vida dos santos, ou outra sobre a paixão de Joana D’arc, pode perfeitamente levar um desses infelizes a se apoderar de uma irmãzinha e assá-la viva...”

Visto por essa ótica, as obras de Nietzsche não teria nenhuma culpabilidade nos crimes praticados por Leopold e Loeb, anulando totalmente a defesa feita pelo advogado do caso. A culpa recairia apenas sobre os algozes; a maldade já estaria presente em suas mentes antes destes conhecerem a obra de Nietzsche.

Seja como for, o juiz sentenciou Leopold e Loeb a prisão perpétua por assassinato, adicionados de 99 anos pelo sequestro.

A prisão de Leopold e Loeb

Na prisão, Leopold e Loeb começaram a dar aulas para os outros presos na escola da penitenciaria. Em 28 de janeiro de 1936, Loeb foi atacado por James E. Day com uma navalha no vestiário da prisão, morrendo dos ferimentos. Segundo Day, ele matou Loeb por que ele havia tentado abusar sexualmente dele, embora isso nunca tenha sido provado. Todavia um inquérito foi feito, e as autoridades da prisão concluíram que Day agiu em legitima defesa.

Em 1944, Leopold esteve na Penitenciária de estudos da Malária de Stateville ,onde foi voluntário para ser infectado com malária] Nos idos de 1958, após 33 anos de prisão, Leopold recebeu condicional. Naquele ano ele escreveu uma autobiografia intitulada Life Plus 99 Years. Leopold se mudou para Puerto Rico e se casou com uma florista. Ele era conhecido como "Nate" pelos vizinhos e pelos colegas de trabalho no Castañer General Hospital em Castañer, Porto Rico, onde trabalhava num laboratório.

Ele até planejou escrever um outro livro, intitulado Snatch for a Halo, sobre sua vida na prisão, coisa que nunca fez. Tempos depois ele tentou bloquear o filme Compulsion, alegando invasão de privacidade e difamação ganhando dinheiro em cima da sua imagem.

Ele morreu de ataque do coração, agravado por sua diabetes em 29 de agosto de 1971 com 66 anos. Ele doou seus órgãos.

Obras Inspiradas no Caso Leopold-Loeb

A história do Caso Leopold-Loeb, como ficou conhecido, originou várias obras de arte que se inspiraram em sua história. Uma das mais famosas é o filme Festim Diabólico (Rope 1948), do diretor Alfred Hitchcock. 

Cena do Filme Festim Diabólico

O caso também virou um musical, denominado Pacto, do autor Stephen Dolginoff, onde é retratado, em forma de música, o relacionamento entre Leopold e Loeb.

Fontes: Wikipédia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE



DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX ABORDA A EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE

O que acontece nos momentos finas da vida? Que sensações temos quando a morte se aproxima? O que existe após a morte?

O documentário Vida Após a Morte, da Netflix, tenta responder a essas perguntas, recorrendo a pesquisadores, médicos e relatos de pessoas que tiveram paradas cardíacas, ficaram sem oxigênio por vários minutos, e cujos aparelhos médicos comprovaram estarem mortas, voltaram relatando experiências curiosas. 

Vida Após a Morte, se divide em
1) Relatos dos Ressuscitados; 
2) Médiuns - Parte 1; 
3) Médiuns - Parte 2; 
4) Recados dos Mortos; 
5) Vendo Gente Morta; 
6) Reencarnação.

A primeira parte do documentário, se dedica a relatar as experiências de quase-morte.

Estima-se que entre 10 a 20 por cento das pessoas cujos corações param, relatam experiências curiosas.

Várias relatam um túnel de luz e, do outro lado, seres de luz, e também o encontro com parentes já falecidos; outras, que desfaleceram durante cirurgias, relatam verem de cima seus corpos sendo operados, as posições dos médicos, e até detalhes dos instrumentos usados pelos médicos durante as cirurgias, e  os detalhes de seus relatos comprovados pelos próprios médicos. Mas como poderia acontecer isso, se tais pessoas estavam anestesiadas e inconscientes?

O Primeiro Pesquisador


A primeira pessoa que se interessou em catalogar tais experiências foi o suíço Albert Heim, que durante a prática de alpinismo, em 1892, caiu escalando uma montanha, e ele durante a queda notou que o tempo havia ganhado outra dimensão, expandia-se indefinidamente durante a queda. Curioso, Albert perguntou a outros montanhistas se estes haviam tido alguma experiência semelhante, e vários relataram que sim. Desses relatos Albert Heim fez um livro com mais de 30 relatos semelhantes ao seus.

Décadas depois, com a evolução da medicina e das técnicas de ressuscitação, os relatos ficaram mais fáceis de serem obtidos. Foi então que, em 1975, o médico Raymond Woody, escreveu o livro Vida Depois da Morte

Mas o que Poderia Ser a Causa de tais Relatos?


Argumentou-se que tais experiências seriam produzidos pelos medicamentos injetados no paciente. Mas os relatos de tais experiências são muito antigos, são anteriores aos usos de tais medicamentos.

Argumentou-se também que a falta de oxigênio poderia ser a causa das alucinações provocadas pelo cérebro humano. Mas você não pode manter a consciência a não ser que o cérebro esteja com oxigênio suficiente para que possa estar de alguma forma consciente para produzir tais experiências, afirma pesquisadores do assunto.

No documentário Vida Após a Morte, dedicado ao tema, da Netflix, há o depoimento de uma médica que ao cair e afundar de caiaque em um rio no Chile, ela ficou durante os inacreditáveis 30 minutos submersa e sem oxigênio debaixo d’água, tendo ela relatado experiência de quase morte, em que ela havia ido para um ambiente composto por milhares de flores, e onde teria encontrado com um avô já falecido. O documentário conta outros relatos de pessoas que foram tidas como mortas e que passaram por experiências semelhantes de quase-morte. O mesmo documentário  conversa com médicos, neurocientistas e pesquisadores sobre suas pesquisas sobre o tema, e até visita centros universitários dedicados a pesquisa do fenômeno. Porém, infelizmente, o documentário não foca sobre o DMT, substância  alucinógena produzida pela glândula pineal.

A Glândula Pineal e Experiências de Quase-Morte


No fundo do nosso cérebro existe uma glândula tão pequena quanto um grão de feijão, a glândula pineal. Capaz de produzir um poderoso alucinógeno, chamado DMT, ou dimetiltriptamina, responsável por criar nossos sonhos quando dormimos.

A glândula pineal sempre esteve associada a crenças místicas. Povos antigos a consideravam como uma espécie de terceiro olho, capaz de nos fazer ver o que os olhos da carne não conseguem ver. Tem sido assim desde os egípcios, passando pelas milenares crenças hindus da Índia.

Uma hipótese é de que quando próximos da morte, esta glândula é estimulada a produzir a maior quantidade possível de seu alucinógeno, servindo como um relaxante natural produzindo as experiências de quase-morte daqueles que estiveram no limiar da morte, e que, por alguma razão, voltaram à vida descrevendo túneis de luzes, criaturas angelicais durante sua breve permanência em um lugar mágico, descrito com formas paradisíacas, ou ainda o famoso relato de que "toda sua vida lhe passou como um filme em sua mente".

O Túnel de Luz


Na maioria das vezes, nas experiências de quase-morte é descrito um túnel de luz, e do outro lado do mesmo, vê-se uma figura clara, em um ambiente iluminado, que espera o recém chegado. Esta descrição possui semelhanças com o nascimento de um ser humano, que percorre o túnel que o conduz do útero para fora  da vagina de sua mãe; e o ser do outro lado do túnel, se assemelha a figura de uma parteira, enfermeira, ou médico encarregado de ajudar no parto, que estando ligado a esse momento, ganha ares místico. Não seria de se surpreender se, durante experiência extrema causado pelo momento de quase-morte, o DMT, produzido pela glândula pineal produzisse uma regressão psíquica, e recriasse o momento do nascimento. 

Porém, o DMT não seria capaz de produzir relatos em que pessoas que tiveram experiências de quase-morte relatam detalhes de fatos acontecidos nas salas de cirurgias quando estavam inconscientes.

Médiuns
O documentário da Netflix também dedica a segunda e terceira parte a abordar o fenômeno dos médiuns, que afirmam receberem mensagens dos mortos, e repassando as mensagens endereçadas a parentes, por meio de perguntas a estes. Confesso que nesse ponto o documentário perde a credibilidade científica, caindo no reino da fé. Vale lembrar que sessões envolvendo médiuns já foram muitas vezes desmascaradas como fraude, e aqui, diferentemente, dos casos de experiências de quase-morte, não se tem a confiança proporcionada por aparelhos hospitalares que a testam que o paciente, de fato, esteve em um estado de quase morte. 

Vendo Mortos
A parte denominada Vendo Gente Morta tem como tema: casas mal-assombradas, detecção de vozes e imagens de supostos fantasmas por meio de gravadores e câmeras fotográficas, etc., pesquisadores conhecidos como Caçadores de Fantasmas, que pesquisam locais tidos como mal-assombrados, munidos de aparelhagens próprias, fenômenos que, mais uma vez, não possuem a mesma credibilidade que possui as experiências de quase-morte, e também pessoas que descobriram, por acaso, imagens estranhas em fotos caseiras, que são apontadas como manifestações sobrenaturais.

Aqui, um assunto importante é abordado por um médico  que auxilia doentes em fase terminal, que se dedica a coletar relatos dos pacientes que afirmam serem visitados em sonhos, ou mesmo presencialmente, por familiares já falecidos.

Esses pacientes são vistos conversando com alguém que não é visto por outras pessoas. Já crianças em fase terminal, por não terem parentes falecidos, tais experiências se dá com bichos de estimação, que lhes aparecem em sonho, ou em uma forma tão viva, que eles relatam que tiveram uma "visão".

As pesquisam mostram que doentes à beira da morte tem mais sonhos com entes queridos já falecidos do que os saudáveis.

Reencarnação
Contudo, a parte dedicada a reencarnação, é simplesmente surpreendente, trazendo relatos de casos de crianças que desde muito cedo possuem traumas e sonhos em que relatam nomes de estranhos, e de detalhes de uma outra vida, que foram devidamente pesquisadas, e que acabam sendo relacionados a fatos ocorridos verdadeiramente.

Aqui, dois casos são abordados, em que crianças relatam seus nomes de outra vida passada, relatando também fatos que até mesmo os filhos da pessoa falecida, não tinha conhecimento, sobre objetos, comportamento, costume do morto.

Vale lembrar que o documentário Vida Após a Morte, da Netflix, foi feito abordando relatos de pessoas, que não apenas tem suas identidades reveladas, como também fazem parte de pesquisas de médicos e psiquiatras que tem seus nomes identificados, bem como as universidades de onde provem a pesquisa.  
 
E embora a pesquisa sobre o que vem após a morte ainda não seja conclusiva, já aponta para uma forma mais abrangente de se conceber o que chamamos de consciência. Evidencia também o fato de que, quem experimentou a quase-morte, não parece ser mais o mesmo, passando a ter outra visão sobre a vida e a morte. 

Vale a pena assisti-lo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

ELIZABETH SIDDAL, A BELA VAMPIRA DO CEMITÉRIO DE HIGHGATE



ELIZABETH SIDDAL, A BELA VAMPIRA DO CEMITÉRIO DE HIGHGATE

Lendas de vampiros, em grande parte, foram criadas devido a má compreensão dos processos naturais da decomposição de corpos humanos. Hoje sabemos que gases produzidos após a morte fazem com que os corpos enterrados se movam lentamente, fazendo com que cadáveres sejam encontrados, ao serem exumados, em posições bem diferentes do que haviam sido enterrados, dando a falsa impressão de que estavam vivos quando enterrados, ou, como se pensava antes, que tivessem saído de suas sepulturas E, algumas vezes, um bizarro fenômeno alimentava ainda mais a lenda dos vampiros.
 


Tratava-se do estranho fenômeno da incorrupção de corpos, que fazia com que cadáveres humanos se mantivessem perfeitamente conservados, por décadas, da podridão da carne; seja porque eram condicionados hermeticamente em seu ataúde, protegidos, assim, das bactérias e intempéries do tempo; seja porque o terreno onde foram enterrados, rico em minerais conservantes, propiciava a eles um ambiente naturalmente favorável à sua conservação, ou por alguma outra causa ainda hoje desconhecida.

Cemitério Highgate

Nesse sentido, um fato assombroso acontecido no Cemitério de Highgate, Londres, em 1869, ajudou a reviver ainda mais a crença em vampiros.

Elizabeth Siddal

A história envolve o pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti (1828 - 1882) e sua bela esposa, a também pintora e poeta, Elizabeth Siddal (1829 - 1862), que, grávida, viciada em ópio e tomada pela melancolia, matou-se por meio de uma alta dose de láudano — uma perigosa mistura de vinho branco, açafrão, canela e ópio. Compadecido com a morte de sua jovem esposa, Dante Gabriel Rossetti, escreveu-lhe magistrais poemas inspirados em sua profunda tristeza, e pôs seu pequeno caderno de poemas junto ao corpo da esposa em seu caixão funerário, sendo enterrado com ela.

Dante Gabriel Rossetti

Após sete anos da morte da esposa, surgiu a oportunidade de publicar manuscritos do esposo. Dante lembrou dos manuscritos que havia posto no caixão junto ao corpo da esposa. Ele então buscou uma ordem judicial para exumar o corpo de sua querida Lizzie.

Como o poeta se recusou a presenciar tão doloroso ato, pediu para que seu editor, Charles Howell, comparecesse a cerimonia para recuperar seu manuscrito. E assim foi feito.

Ao Centro, a Sepultura de Elizabeth Siddal

Na noite determinada para a exumação, homens caminharam pelos escuros caminhos do Cemitério de Highgate portando lampiões, clareando túmulos após túmulos, em busca de seu nome. Ao achá-lo, sons de pás cavando a terra fizeram-se presente por horas. Até que ouviu-se o som da pá a bater em um objeto oco. Era seu esquife. Ao abri-lo, e iluminá-lo, uma surpresa tomou conta de todos os presente, incluindo o editor, ao descobrir que o corpo de Elizabeth Siddal permanecia perfeitamente intacto, como se não estivesse morta, mas apenas dormindo. Elizabeth estava mais bela do que nunca, com as faces coradas, lábios vermelhos, e seus belos cabelos ruivos haviam crescidos, preenchendo o caixão, com seus fios sedosos e brilhantes como nunca estivera em vida.
 


A mão do homem percorreu por entre os fios de seus cabelos, contornando seu dorso e, por fim, apalpando o pequeno caderno de capa de couro, que uma vez em suas mãos, fora ordenado que o corpo de tão bela criatura fosse devolvido às profundezas de seu túmulo.
 
Elizabeth Siddal Pintada por Dante Gabriel Rossetti

Quando a notícia do estado em que se encontrava a morta se espalhou por Londres, Elizabeth Siddal foi vista como uma vampira.
 
O acontecido inspirou Bram Stoker, o autor do livro Drácula (1897), a criar uma das personagens de seu livro, a vampira Lucy Westenra.

Ainda hoje o túmulo de Elizabeth Siddal ainda é um dos mais visitados do cemitério de Highgate, Londres.