sexta-feira, 24 de novembro de 2023

JESUS CRISTO, UMA INVENÇÃO ROMANA?




JESUS CRISTO, UMA INVENÇÃO ROMANA?

Jesus Cristo sempre foi apresentado como sendo de origem judaica e como a realização de profecias judaicas do Velho Testamento. Porém, há uma corrente de pensamento que afirma que Cristo é pura invenção romana para tornar o povo judeu submisso ao Império Romano.


Segundo esta corrente de pensamento, a religião judaica foi o maior obstáculo para o Império Romano impor seu domínio sobre o povo judeu, principalmente por conter a profecia da vinda de um messias, enviado por Deus, que lideraria o povo judeu na luta contra o domínio romano e aos invasores de suas terras. Sabendo disso, líderes romanos, desejando enfraquecer a religião judaica, pensaram: Porque não dar ao judeus o que eles desejam: um messias? Mas, ao contrário do messias guerreiro e revoltoso contra Roma, um que fosse submisso ao Império Romano. Assim, criaram um novo messias, que em essência teria as características dos deuses greco-romana mas, ao mesmo tempo, seria a concretização de profecias judaicas, que seria, aos poucos, imposto aos judeus. 


Mas teria esta corrente de pensamento razão? E quais teriam sido as evidências que levaram seus autores a acreditar ser verdadeira? 


Então, vamos às evidências:


Invertendo o Sentido de Messias

Um dos primeiros fatores que chama atenção foi a mudança brusca de sentido da concepção judaica de “Messias” (ou “Cristo”, em grego) feita pelo cristianismo. 


Segundo a religião judaica, o Messias seria um guerreiro mandado por Deus para liderar os judeus a derrotar os romanos e a expulsá-los de suas terras, bem diferente do messias cristão, Jesus Cristo, que a todo momento, nos evangelhos, ensina seus devotos a ser submissos ao Império Romano, ao ponto de reconhecer que se deve pagar imposto à Roma, mesmo sendo Roma um invasor: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, Marcos 14:17.


Jesus também ensina seus devotos a não revidar qualquer forma de insulto ou violência: “Se alguém bater em você numa face. Ofereça-lhe também a outra”, Lucas 6:29.


À Esquerda, as Prováveis Características Físicas que Teria um Jesus Judeu, ao Lado da Versão Artística Feita por Pintores Europeus 


Em  Mateus 5:39-43, Jesus reafirma a submissão: “Se alguém lhe tirar a túnica, dê também a capa; e se te obrigarem a caminhar uma milha, caminhe duas.”


E Jesus conclui: “Mas eu digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”, Mateus 5:44.


Quem era o principal inimigo dos judeus daquela época? Era o Império Romano, que com suas legiões de soldados destruíam povoados judeus, estupravam mulheres judias, matavam pais e mães, e tornavam suas crianças escravos sexuais. 


Diferente do Messias judaico, que protegeria seu povo e expulsaria soldados romanos de suas terras, Jesus, o Messias cristão, ensina seus devotos a oferecer a outra face aos inimigos, incluindo soldados romanos; e se um soldado romano, após matar judeus e estuprar crianças judias, obrigasse um judeu a carregar sua mochila por uma milha, o judeu não apenas carregaria sem reclamar, como pediria para carregar mais uma milha; e quando o soldado romano lhe tirasse a túnica, o judeu deveria também oferecer sua capa; e após o soldado deixá-lo, o judeu cristão deveria orar pelo bem estar do romano.


Jesus Cristo, um Semi Deus Greco-Romano?

Outro fato fundamental que demonstra que Jesus Cristo tem mais haver com a cultura greco-romana do que a judaica, são os inúmeros elementos presentes na história de Cristo que são estranhos ao judaísmo mas bastante comuns à cultura greco-romana, vamos aos principais:


O nascimento de Jesus Cristo se dá através da união entre um Deus e uma mortal, Maria. A união entre deuses e mortais é bastante comum nas mitologias greco-romana. Semideuses como Hércules e Dionísio, e tantos outros, surgem da união entre o deus Zeus e mortais.


Nos Evangelhos, Deus assume a forma de uma pomba para engravidar Maria. Na mitologia grega, Zeus toma a forma de um cisne para seduzir Leda, rainha de Esparta, e gerar nela os semi deuses: Clitemnestra, Helena, Castor e Pólux. 


Leda Seduzida por Zeus em Forma de Cisne

Em uma festa de casamento, Jesus é chamado para realizar seu primeiro milagre: transformar água em vinho. Algo também realizado pelos deuses Dionísio e Baco, muito antes de Cristo; e também, como nas missas cristãs, o vinho estava presente nos rituais à Dionísio e Baco.


Estando em um barco, com seus discípulos, em meio a uma tempestade, Jesus mostra seu poder sobre a natureza, acalmando o vento e as águas. Na mitologia greco-romana, deuses como Orfeu e Poseidon, o deus do mar, também possuíam poder sobre a natureza, acalmando os mares ou produzindo tempestade.


`A esquerda, Hermes, o Bom Pastor, um dos Modelos que Serviram para Criar Jesus

Jesus Cristo possuía o poder de curar aleijados, doentes e ressuscitar mortos, nada diferente do deus grego da medicina, Asclépio que curava doentes e aleijados, e tinha o poder de trazer mortos à vida.


Escritos Cristãos

É consenso que nos tempos antigos, era raro pessoas saberem ler e escrever, privilégio apenas de uma elite rica. Por isso seria muito improvável que simples pescadores, como eram descritos os discípulos de Jesus, tivessem escrito livros contando a vida de seu mestre. O que motivou críticos mais radicais a afirmar que os evangelhos teriam sido escritos por um grupo de romanos e judeus instruídos. Esse grupo de pessoas teria sido liderado pelo historiador judeu Flávio Josefo, um judeu que foi feito prisioneiro do Império Romano e que caiu nas graças do imperador Vespasiano, e mudado de nome, assumido o nome Flávio como homenagem ao imperador e sua dinastia, conhecida como flaviana; Josefo era um profundo conhecedor da história do judaísmo e do povo judeu, autor de livros como A Guerra dos Judeus e Antiguidades Judaicas,  tornou-se um importante colaborador do Império Romano. Portanto, não somente Jesus Cristo teria sido uma invenção, mas todos os outros personagens judeus ligados a ele.


E apesar de ser dito que Cristo e o cristianismo nasceram na Judéia, até hoje nenhuma obra cristã escrita em aramaico ou hebreu --- línguas naturais daquela região ---, foi encontrada, mas apenas obras escritas em grego. Mais um fato que parece confirmar a teoria de que o cristianismo é invenção greco-romana, não judaica.


Cristianismo Primitivo

É estranho também que com poucos anos da supostamente morte de jesus Cristo, após ter divulgado suas crenças religiosas nos cafundós da Judéia, para pobres e miseráveis, poucos anos depois já teria cristãos nos palácios reais do Imperador de Roma, como Flávio Clemente, neto do imperador Vespasiano e filho do Imperador Tito Flávio Sabino, considerado segundo papa católico, e Flávia Domitila, neta do Imperador Vespasiano, e sobrinha dos Imperadores Tito e Domiciano, considerada a primeira santa cristã.


Pintura em uma Tumba Crista do Primeiro Século, Onde se Vê Cristo ao Lado de Hércules e Cérbero o Cão de Três Cabeças


Acrescente-se a isso o fato de que nas pinturas das primeiras catacumbas cristãs romanas, como as de Santa Flávia Domitila em Roma, a figura de Jesus aparece ao lado de deuses  greco-romanos, como Hércules, Orfeu, Hermes, deuses que, assim como Cristo, teriam vencido a morte. Ou seja, bem diferente de hoje, os primeiros cristãos de Roma não diferenciavam Jesus Cristo de outros deuses greco-romano, criado por eles.


E você, o que acha?  

 

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

A.I. E SUA VERSÃO PARA A DISPUTA ENTRE HUMANOS E MÁQUINAS







A.I. E SUA VERSÃO PARA A DISPUTA ENTRE HUMANOS E MÁQUINAS

Filmes como O Exterminador do Futuro e Matrix nos ensinaram que no futuro seremos escravos da Inteligência Artificial e que robôs tomarão nossos lugares e empregos. O que parece se confirmar a cada nova versão de programas de Inteligência Artificial, tais como Chat GPT e Midjourney.


Mas em 2001, o filme Inteligência Artificial, de Steven Spielberg, fugiu de todas essas regras e propôs uma nova visão sobre o tema.


Em Inteligência Artificial são as máquinas que possuem bons sentimentos: amor, companheirismo e amizade, enquanto os humanos possuiriam apenas ódio, desprezo e orgulho em seus corações.




O filme conta a história de David, um menino-robô, comprado pelo marido com a finalidade de preencher o tempo de sua esposa com uma criança-robô enquanto o único filho do casal se encontra inconsciente em um hospital devido a uma doença.




David começa a desenvolver sentimentos de amor por sua mãe adotiva, e passa a disputar com o filho biológico, após sua melhora, a atenção de sua mãe adotiva. David passa a ser alvo de bullying de seu “irmão” biológico, e ao lhe devolver inocentemente as brincadeiras, o machuca sem querer. O que leva David a ser abandonado pela sua família adotiva.


A partir daí, o filme se desenrola com David tentando se tornar humano para que possa ser amado por sua mãe adotiva como um filho biológico.




O filme Inteligência Artificial é uma nova versão de Pinóquio --- um Pinóquio dos tempos modernos.


Inteligência Artificial, em suas entrelinhas, propõe um desfecho bem diferente da disputa entre humanos e máquinas, propondo que não apenas seremos substituídos por máquinas, que terão o melhor de nós --- inteligência, poder de criar e bons sentimentos ---, mas que ainda estarão a existir muito tempo depois que os seres humanos tiverem sido extintos, seja por epidemias ou por guerras travadas entre nós mesmos.

 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

LED ZEPPELIN: Quem Era o Homem na Capa do Álbum IV?

LED ZEPPELIN: Quem Era o Homem na Capa do Álbum IV?

Em 8 de novembro de 1971, chegava às lojas de discos um dos álbuns mais famosos da banda inglesa Led Zeppelin, trazendo consigo uma das mais belas capas do rock. O álbum, contrariando o mercado de discos, não trazia o nome da banda nem a imagem de seus integrantes em sua capa. Em vez disso, trazia um quadro contendo a velha imagem de um velho homem desconhecido, curvado, carregando em suas costas um grande feixe de gravetos, dependurado sobre o papel de parede de uma casa em ruína, criando uma imagem de desolação, unindo passado e ruína; e na contra capa, imagem dos prédios modernos de Londres.




A imagem do velho homem, desde então, tem gerado nos fãs as mais variadas interpretações, principalmente por se saber que a famosa banda fazia bastante uso de símbolos esotéricos --- e com o referido álbum, não era diferente: os nomes de seus integrantes haviam sido substituídos por símbolos esotéricos nele.




O quadro fora comprado por Robert Plant e Jimmy Page durante visita a uma loja de antiguidades, sem que ambos soubessem de quem se tratava.




A identidade do velho senhor se manteve ignorada até que o pesquisador Brian Edwards, vasculhando um antigo álbum de fotos, denominado “Reminiscências de uma Visita a Shaftesbury”, do fotógrafo Ernest Howard Farmer (1856 - 1944), que fora dedicado a sua tia, com fotos de casas, ruas e populares de algumas cidades da região, encontrou em uma de suas páginas uma foto preto e branco, familiar, que remetia aos seus tempos de jovem quando havia comprado o famoso álbum do Led Zeppelin. Pronto. Ali estava a foto original, em que uma cópia (que muitos julgavam ser uma pintura) fora colorida, emoldurada e vendida pela loja de antiguidades.














Por meio do álbum de fotos, Brian Edwards descobriu que o homem era conhecido por Lot Long, um viúvo de de 69 anos, que trabalhava consertando telhados de palha das casas de campo na zona rural de Wiltshire, um condado no sudoeste da Inglaterra, na década de 1890, e que provavelmente foi flagrado pela câmera de Ernest Howard Farmer em pleno trabalho.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

CAMILLE MONFORT: ELA EXISTIU!



CAMILLE MONFORT: ELA EXISTIU!  

Com a viralização do texto “Camille Monfort, a Vampira da Amazônia” muitos têm perguntado se ela existiu. De certa forma, sim. Ela foi inspirada em uma nobre inglesa que foi responsável, de forma indireta, por um acontecimento, por si só, trágico e misterioso: o suicídio do compositor inglês Jeremiah Clarke (1674 - 1707).


Jeremiah Clarke


Jeremiah Clarke fora tomado por uma paixão avassaladora por uma mulher da nobreza. Porém, por não possuir título de nobreza, nem riqueza, teve seu amor rejeitado pela nobre dama. Angustiado pela rejeição, e não suportando viver sem o ser amado, pretendeu pôr fim a própria vida. Indeciso entre afogar-se ou enforcar-se, decidiu jogar uma moeda para o alto para decidir-se. Surpreendentemente a moeda caiu com a borda cravada na areia. Não ligando para isso, à noite, ele tirou a própria vida com um tiro na cabeça.

 

Na época suicidas não eram sepultados em locais santos, nem recebiam os últimos sacramentos da igreja. Tinham os corpos arrastados pelas ruas com uma estaca enfiada no coração, para a vergonha pública, e enterrados em encruzilhadas, sob a luz da lua --- uma superstição da época, um modo de evitar que os mortos sepultados sem os rituais da igreja fossem usados por forças diabólicas, e se tornassem vampiros ou algo semelhante, pois acreditava-se que suicidas ao terem tirado a própria vida teriam rejeitado o bem mais precioso que Deus teria dado a uma criatura: a vida, e consequentemente o negado. Contudo, Jeremiah Clarke fora enterrado no Cemitério da Catedral de Saint Paul, em Londres.


Catedral de Saint Paul

Ironicamente, a música pela qual Jeremiah Clarke ainda é lembrado hoje, Prince of Denmark’s March, se tornou a marcha nupcial preferida da nobreza inglesa, embora não tenha sido feita para esse fim. E cada vez que a música toca em um casamento parece zombar dele e de seu amor rejeitado.



Vi nesse acontecimento real todos os elementos de uma boa história de vampiro: tragédia, mistério, suspense, romance, com as lacunas: Mas quem teria sido a misteriosa dama? Teria sido umas de suas nobres alunas de música? Teria sido ela quem evitou que Jeremiah tivesse o coração transpassado por uma estaca e sepultado de modo vil? Teria Clarke virado um vampiro?


Foi tentando preencher as lacunas desse misterioso caso (porque Jeremiah Clarke não foi sepultado como um vil suicida? Quem teria sido a misteriosa dama?), que nasceu o romance “Após a Chuva da Tarde”: uma história de vampiro baseado em fatos reais e em meio a cultura da Amazônia.


Agora, qual a relação da Amazônia com tal história? Você vai ter que descobrir lendo o livro.





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