segunda-feira, 23 de outubro de 2017

POR QUANTO TEMPO UMA CABEÇA HUMANA DECEPADA PODE MANTER A CONSCIÊNCIA?


POR QUANTO TEMPO UMA CABEÇA HUMANA DECEPADA PODE MANTER A CONSCIÊNCIA?

Foi, sem dúvida, durante a Revolução Francesa que a maior quantidade de cabeças humanas foram decepadas em menor período de tempo, e com eficiência nunca visto antes; eficiência garantida com a volta de um antigo instrumento de morte, que já havia sido usado desde o império romano, mas que havia sido esquecido na França, porém, estava de volta desta vez muito mais aperfeiçoado, que ficou conhecido pelo nome daquele que foi o responsável por sua reutilização no ofício da morte: a guilhotina, nome derivado do médico francês Joseph-Ignace Guilhotin (1738 - 1814).




Joseph-Ignace Guilhotin após ter verificado que grande parte dos condenados à morte por enforcamento não morriam instantaneamente, com seu sofrimento se prolongando por um longo tempo; e mesmo pessoas que tinham a cabeça decepada por machado ou espada, em geral, não morriam ao primeiro golpe, necessitando de golpes a mais para terminar com seu sofrimento, o que o motivou a ver no antigo instrumento da guilhotina o instrumento ideal para dar uma morte instantânea com o mínimo de sofrimento possível aos condenados.



A guilhotina se constituía de uma armação de madeira onde o condenado era posto de bruço com a as mãos amarradas à suas costas, e tinha o pescoço preso por uma pequeno orifício entre duas tábuas de madeira que se fechavam o impossibilitando de mexer a cabeça, tendo uma pesada e grande lâmina içada por uma corda por uma trave de madeira logo acima de seu pescoço, e, em seguida, solta, e pela ação da gravidade, decepava sua cabeça fazendo-a cair em um cesto, e posteriormente levantada pela mão do carrasco e mostrada para o público.



A guilhotina mostrou-se tão eficaz que até 1977 ainda era usada na França como instrumento usado em prisioneiros condenados à morte.

De fato, a guilhotina se demonstrou tão eficaz e tão rápida que durante as milhares de execuções durante a Revolução Francesa muitas pessoas passaram a observar que logo após as cabeças terem sido decepadas estas ainda conservavam os olhos e lábios em movimento, como se olhassem para o público e tentassem balbuciar algumas palavras com expressão de ódio estampado em seus rostos. O que gerou relatos monstruosos sobre prisioneiros que mantiveram expressões faciais mesmo após terem suas cabeças separadas do corpo, como os casos famosos contados sobre famosas personalidades da época.

CHARLOTTE CORDAY



Há o relato sobre a assassina do revolucionário francês Jean-Paul Marat, morto durante a Revolução Francesa por Charlotte Corday; este relato afirma que após a decapitação pela guilhotina, e durante a exibição de sua cabeça ao público, sua cabeça recebeu um tapa do assistente do carrasco ao que a cabeça corou e respondeu com “uma última expressão de repúdio a esta ofensa a sua dignidade”.

ANTOINE LAVOISIER



Antoine Lavoisier foi um importante químico e um nobre rico que durante a Revolução Francesa caiu sob o poder de seus inimigos políticos, o que lhe valeu conhecer bem de perto a lâmina afiada da guilhotina. Dizem que Lavoisier era um homem tão afeito a experiências científicas que mesmo perante sua execução pela guilhotina aproveitou para realizar sua última experiência. Lavoisier combinou com um amigo que após sua decapitação continuaria piscando para provar que ainda estava vivo, fato que seria acompanhado pelo amigo. Lavoisier teria piscado por aproximadamente 15 segundos após sua cabeça ter sido decapitada.

Contudo, mesmo em decapitação não provocada pela guilhotina, mas por outros meios como em acidentes ou explosões, os relatos se assemelham como o relato proferido em 1986 por um soldado que relatou após ter sofrido um acidente ao lado de um amigo que perdeu a cabeça, descreveu a expressão do colega: “Primeiro foi um choque ou uma confusão, depois foi terror e tristeza”. Ele ainda relatou que o colega movimentou os olhos, direcionando-os em direção ao amigo, ao próprio corpo e ao amigo novamente, olhando-o diretamente nos olhos.

CABEÇAS DECEPADAS AINDA CONTINUAM VIVAS?


E já durante a Revolução Francesa perguntas morbidamente curiosas tomaram conta do público: “As cabeças decepadas ainda continuavam vivas, a observar o carrasco e o público a festejar sua morte?”, “E por quanto tempo?”.

Na época, a ciência ainda não possuía conhecimento suficiente para responder a tais perguntas, o que motivou alguns escritores a achá-las dentro dos limites de sua arte; foi quando tais perguntas passaram a ser temas de contos de terror.



No conto “Pensamentos e Visões de um Decapitado”, o pintor e escritor belga Antoine Wiertz (1806 - 1865) descreve as sensações sentidas por alguém que acaba de ser decapitado na guilhotina; já na obra prima do conto de horror “O Segredo da Guilhotina”, o escritor Villiers de L’isle Adam descreve o acordo que um médico, a fim de saber se uma cabeça decepada permanece consciente por alguns minutos, faz com um prisioneiro, também médico, prestes a morrer decapitado na guilhotina; o acordo é de que após ele ter a cabeça decepada, pisque três vezes como prova de que a cabe humana decapitada ainda se mantém vivo e consciente por alguns momentos.

Hoje ainda há muitas dúvidas mas já sabemos algumas coisas. Sabemos, através de pesquisas realizadas em 2011 pela universidade holandesa de Radboud Nijmegen em cérebros de ratos decapitados que o cérebro desses animais mantém ondas cerebrais de até 100 Hz suficiente para manter a consciência viva por 4 segundos. E há estudo com outros animais que sugere que estes podem sentir e pensar por até 26 segundos.

Embora isto possa parecer um tempo bastante pequeno, porém temos que reconhecer que mesmo 4 segundos parece ser bastante tempo para quem estiver sentindo muita dor e desconforto como parecer ser o caso dos decapitados, o que dirá 26 segundos! E com os humanos aconteceria o mesmo? Por quanto tempo? Estas perguntas ainda se mantém sem respostas precisas ainda hoje.

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