FESTA DOS DEUSES E A ABERTURA DAS OLIMPÍADAS
Não é de hoje que cristãos se acham o centro do universo, e acreditam que toda a cultura da humanidade se resume à sua própria crença, mesmo que a cultura pagã seja milhares e milhares de anos mais antiga.
Assim não é de estranhar que tenham confundido a cena dos deuses pagãos reunidos à mesa, durante a abertura das olimpíadas na França, com a cena cristã do quadro de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, mesmo que lá esteja presente, ao centro, o deus pagão Dionísio (deus do vinho e da alegria) em meio a frutas e flores; também ignoraram que a palavra “Olimpíada” tem origem no termo grego “Olimpo”, nome do lugar dos deuses gregos e que as olimpíadas têm origens pagãs e nascida na Grécia antiga. Portanto, tendo mais a ver com deuses pagãos da alegria e da união, do que com uma cena cristã.
Mas há uma razão para a confusão: a ignorância de outras culturas e crenças religiosas por parte dos cristãos, que ignoram, por exemplo, que encontros de entidades religiosas em banquetes não é cena única do cristianismo, deuses da mitologia nórdica se reúnem à mesa em Valhala, em grandes banquetes com seus guerreiros; também deuses gregos, como Dionísio, se reuniam em banquetes e reuniões festivas para compartilhar seu sangue (vinho) com devotos; mais tarde copiado pelas missas católicas.
Outro elemento que ajudou a confusão, foi o fato da figura central da mesa possuir uma coroa de raios sobre a cabeça, que foi confundida com a auréola de cristo. A coroa de raios é um símbolo pagão antigo, simbolizando o sol, a iluminação e a sabedoria; símbolo que, mais tarde, seria copiado por pintores cristãos e atribuído em suas pinturas ao Cristo.