Um homem subiu ao palco,
apanhou um pequeno ganso que havia em uma gaiola, enquanto um narrador
comentava que havia o costume nos melhores bordeis antigos de França de manter
aves para tais usos; era um costume sofisticado e ao mesmo tempo bárbaro, que
remontava ao mais antiquíssimo tempo. O homem, então, penetrou a ave com
extrema devassidão com o pênis, enquanto lhe apertava o bico, produzindo no
pobre animal uma agonia silenciosa. E enquanto penetrava-lhe com ardor, passou
a apertar-lhe o pescoço, até que um estalo fez-se ouvir: o homem havia torcido
o pescoço da pobre ave, provocando-lhe convulsões ferozes; a ave se debatia em
movimentos cegos, enquanto ele colhia os prazeres de tal ato.
Tirado do livro "Sexo, Perversões & Assassinatos".
As artes sempre tiveram
suas divas, mulheres talentosas, possuidoras de grande talento e beleza quase
divina, como Diana Ross, na música, e a estonteante Marilyn Monroe, no cinema,
que levaram muitos à beira do prazer infinito, mas nenhuma certamente foi como
Florence Foster, aquela que foi um bom exemplo de perseverança absoluta ou de
estupidez infinita?
A FORÇA DE UM GRANDE SONHO OU A ESTUPIDEZ DE UM GRANDE ERRO?
NASCIDA EM 1868, Florence, desde criança, manifestou o desejo de seguir a
carreira de cantora lírica. Sonhava em cantar as mais belas árias de óperas de
compositores famosos, à frente de um grande público que, em reverência ao seu
grande talento, lhe cobriria de rosas. E assim frequentou as aulas dos maiores
mestres do canto. Porém, um dia, o pai, um banqueiro bem-sucedido, ao notar o
resultado das primeiras aulas de canto da filha, um misto de grunhidos e urros,
como uma gata no cio, ou o cacarejar de uma galinha, recusou-se a continuar pagando seus estudos. Contudo, Florence
não desistiu. Aos 17 anos, fugiu de casa para continuar dedicando-se à arte de
cantar, passou fome e cede em nome de seu grande sonho. Casou-se com o primeiro
que a tratou bem, e continuou na pior até o pai aceitá-la de volta, com a terrível
condição de que desistisse de cantar. Ela topou e foi assim até completar 41
anos, quando o pai morreu e Florence herdou grande parte de sua fortuna. Com a
morte do pai, Florence teve um misto de tristeza e alegria, pois não havia mais
empecilho algum para mostrar ao mundo sua indomável voz de soprano.
À SUA ESQUERDA, RETRATO DE FLORENCE E, À DIREITA,
VESTIDA COM O FAMOSO VESTIDO COM ASAS
Três anos depois, ela já
estava pronta para seu primeiro recital. Tinha inquebrantável segurança
de seu talento e dispunha-se a cantar as arias mais difíceis do repertório
clássico. Em 1934, conheceu o pianista Cosmé McMoon com quem formou uma dupla
até o fim da vida. Porém seu recital foi um grande fiasco, os poucos presentes saíram
antes mesmo da primeira música acabar, sob grande gargalhadas e vaias que
ecoaram naquele espaço sagrado em que grandes divas tinham dado a alma. Todavia,
Florence tinha um grande trunfo, uma riqueza incalculável. E assim disposta a
continuar com seu sonho, investiu toda sua riqueza nele: pagou para que o público
fosse vê-la. Neste período, manteve o
recital no Ritz, agora com McMoon — ela pessoalmente dava os ingressos a fim de
evitar a presença de jornalistas — e gravou dois discos. A renda ia sempre para
instituições de caridade. Contudo, surpreendentemente, o público começou a frequentar
seus recitas espontaneamente. Não por sua incrível voz ou por seu talento excepcional
de canto. Admiravam-se de como alguém podia cantar tão mal. E riam de suas
notas desafinadas. Conta-se que a atriz Tallulah Bankhead riu tanto durante uma
de suas apresentações que teve que ser retirada do teatro.
Aos 75 anos, viajando num
táxi, sofreu um acidente no trânsito. Os amigos tentaram convencê-la a
processar o motorista. Ela preferiu enviar-lhe uma caixa de charutos. Adquiriu
a crença de que, depois do desastre, conseguia emitir um fá maior melhor do que
nunca. Os amigos temeram também a gravação dos discos. Acreditavam que, se ela
se ouvisse, perceberia o quanto cantava mal. Mas Florence não se deu conta.
Achava que os discos revelariam seu talento para gerações futuras, seriam como
um souvenir de sua arte.
ACIMA, SEU ÚNICO DISCO, COM O SUGESTIVO TÍTULO:
A GLÓRIA (???) DA VOZ HUMANA
Tinha 76 anos quando aceitou
se apresentar a um público maior que o dos recitais no Ritz e estrelou um
concerto no prestigioso Carnegie Hall. Feito o anúncio, os ingressos se
esgotaram em poucas horas. Mais de duas mil pessoas voltaram da porta do
teatro, na noite de 25 de outubro de 1944, depois de tentar comprar algum
ingresso de desistentes. Quem viu garante que foi uma apresentação
inesquecível. E interminável. Entre uma música e outra havia intervalos enormes
para Florence mudar de figurino. Sua roupa com asas — ela chamava de “Angel of
inspiration” (anjo da Inspiração) — tornou-se um clássico.
Um mês depois do grande e
rebatador concerto, Florence morreu. Há quem atribua a morte à depressão por,
enfim, dar-se conta, ao ouvir seus discos, de como cantava mal. Florence foi
uma estrela que sabia como tornar sua plateia feliz.
Abaixo, a "singular" interpretação de uma ária de Mozart. A conselhamos que prepararem seus ouvidos!!!
Próximas cenas: as
coprofágicas. Que tiveram início com a subida ao palco de um homem branco,
estatura mediana, magro, que se deitou sobre o mesmo, sendo seguido por duas
mulheres vestidas apenas por pequenas peças íntimas. O sujeito se desnudou por
completo. A mulher mais alta pôs-se a acariciar o órgão sexual do homem
deitado, enquanto a outra tomava grandes goles de vinho. Enquanto a primeira
praticava sexo oral no mesmo, a segunda pôs-se de cócoras ao seu lado; levou
então um dedo à garganta e vomitou-lhe o vinho sobre o rosto, banhando-o com o
vermelho líquido, o que o levou a uma vigorosa ereção, facilmente percebida. A
outra, então, aproximou-se dele, e posicionou-se sobre seu rosto, arriou a
pequena peça íntima e defecou-lhe no rosto. O homem mastigava ferozmente o que
lhe foi posto na boca, enquanto era masturbado vigorosamente pela mulher mais
baixa. Esta, em seguida, pôs-se de cócoras novamente sobre o rosto do homem, e
lavou os excrementos com sua urina, levando-o finalmente a um orgasmo extremo. Tirado do romance SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS: dedicado ao bicentenário da morte do Marquês de Sade (1740-1814).
Novas cenas de blasfêmias
e deboche se seguem. Até que Albert S. surge novamente. Ele é saudado pelo
público. E após a multidão calar-se, avisa então que a paixão seguinte
necessitará da pequena participação de seus devotados praticantes. O público se
manifesta mais uma vez. Uma mulher, então, é conduzida à força ao palco; ela se
debate inutilmente enquanto é puxada por alguns homens. Albert S. a despe e a
algema pelos pulsos a uma parede, fixando-a também com algemas nos tornozelos
ao chão. Ele a chicoteia, a mulher se esquiva do chicote indo até a parede. O
público delira pedindo por mais chicotadas certeiras. O homem provoca-os
perguntando se querem mais. A multidão responde sim em uníssono. Ele então lhes
diz que tem coisa melhor. Para surpresa do público, lâminas pontiagudas são
destravadas da parede em direção ao corpo da mulher. Esta passa então a ser
açoitada furiosamente por ele, o que a põe em um terrível dilema: se
esquivar-se novamente dos açoites encontrará pela frente as terríveis lâminas
cortantes, e ao evitá-las terá que suportar as dores lancinantes dos chicotes.
A mulher suporta o chicote sem se mexer, com extremo sofrimento. Em seguida, é
estuprada por dezenas de homens que são convidados a subirem ao palco.
Tirado do meu romance SEXO, PERVERSÕES & ASSASSINATOS
A tribo que prevê a
sina dos viventes
Levantou arraiais hoje de madrugada;
Nos carros, as mulher', c'o a torva filharada
Às costas ou sugando os mamilos pendentes;
Ao lado dos carrões, na pedregosa estrada,
Vão os homens a pé, com armas reluzentes,
Erguendo para o céu uns olhos indolentes
Onde já fulgurou muita ilusão amada.
Na buraca onde está encurralado, o grilo,
Quando os sente passar, redobra o meigo trilo;
Cibela, com amor, traja um verde mais puro,
Faz da rocha um caudal, e um vergel do deserto,
Para assim receber esses p'ra quem 'stá aberto
O império familiar das trevas do futuro!
Para viver bem é preciso chegar aos 30 anos com a satisfação de se ter
permitido todas as loucuras imagináveis na juventude. E só freqüentar os amigos
que suportam os nossos defeitos.
Recomenda-se também uma boa gargalhada, à sós, no momento de se erguer da cama:
"Quanta bobagem tenho feito neste mundo! Quá, quá, quá!" A serenidade
imperturbável conduz ao fanatismo, e este dá câncer.
Nenhuma preocupação burguesa ou pequeno-burguesa, como por exemplo o medo de
perder o emprego ou os bens; nenhuma ambição material, fora as indispensáveis
(casa, comida, roupa lavada), ou então que seja gratuita: juntar dinheiro para
algum dia comprar um iate ou passar dois anos zanzando pela Europa.
Nunca ferir uma mulher a ponto de fazer-se odiado por ela. O homem inteligente
é o que sabe transformar antigos amores em sólidas amizades.
Estar sempre em condições morais de perder tudo e começar tudo outra vez.
Interessar-se por tudo, principalmente por aquilo que não nos diz respeito.
Amar apenas uma mulher de cada vez. Dizer sempre a verdade, seja qual for e doa
a quem doer. Conhecer um por um os nossos defeitos, curar-se dos que não são
naturais e cultivar aqueles que mais nos agradam.
Evitar ao máximo o paletó e a gravata, os chatos que falam no ouvido, as
mulheres que resolvem tudo pelo telefone, os bêbados que mudam de personalidade
quando lúcidos, os vizinhos muito prestativos e todo papo do qual participem
mais de três pessoas.
Longa caminhada solitária pelo menos uma vez por semana. Não discutir preços --
é melhor ir embora sem comprar. Não guardar ódios a ninguém. Dormir oito horas
e, acordando, continuar na cama enquanto puder. Recusar-se terminantemente a
beber uísque que não seja escocês legítimo, preferindo a cachaça como
alternativa. (Isto vale apenas para quem gosta de beber e bebe freqüentemente,
como é o caso do autor dessa receita. Neste caso, a aceitação de qualquer
bebida é moralmente inquietante, pois atravessa a fronteira que separa o prazer
do vício.)
Ser condescendente com o comportamento sexual dos outros. Tentar compreender
cada pessoa, evitando julgá-la. Saber exatamente o momento em que os amigos
gostariam de estar sós. Ter caráter bastante para reconhecer as qualidades
positivas de um eventual inimigo. Treinar, como quem faz ginástica, para ser
sinceramente modesto. Saber contar com irreverência histórias em que faz papel
de bobo, e que tenham acontecido realmente.
Viver tão intensamente que possa dizer à morte, quando vier: "Já veio
tarde."
Esta obra de Sade, publicada
clandestinamente em 1795, apresenta uma mistura inusitada para os padrões da época
e mesmo para os de hoje, ela mistura filosofia e pornografia gerando algo tão
explosivo quanto nitroglicerina. O livro trata de um tema que era comum à época,
a educação de jovens. Tema explorado literariamente por escritores como Rousseau
e Goethe, mas que Sade subverte introduzindo uma verdadeira pedagogia da
libertinagem.
O livro é dedicado a todos os
libertinos, os únicos que serão capazes de compreender seu autor e lê-lo sem perigo:
“Voluptuosos de todas as idades e de todos os
sexos, é a vós somente que dedico esta obra; alimentai-vos de seus princípios
que favorecem vossas paixões; essas paixões que horrorizam os frios e tolos
moralistas, são apenas os meios que a natureza emprega para submeter os homens
aos fins que se propõe. Não resistais a essas paixões deliciosas: seus órgãos
são os únicos que vos devem conduzir à felicidade”.
A obra tem como tema a educação da jovem
Eugênia, uma moça recém-saída de um convento, à filosofia libertina, por três
experientes libertinos, a devassa madame de Saint Ange, o libidinoso Senhor de
Mirvel, seu irmão, e o cínico Domancé. Para tanto, primeiro a ensinam a
conhecer por si próprio seu corpo, e o corpo do outro, tanto feminino quanto
masculino. E em seguida, a obter prazer por meio destes. E durante a descoberta
do prazer sexual, são proferidos argumentos filosóficos por meio de perguntas e
respostas entre discípula e mestres. E afim de descondicionar a discípula e
torná-la apta a absorver seus conhecimentos, tal pedagogia assume a aparência
de uma FILOSOFIA DE CHOQUE, em que, por meio do chocante e do grotesco, o homem
descobriria a liberdade, quebrando restos de moralidade e religiosidades, que
atrapalham tal aprendizagem; para tanto, tais libertinos são levados a
praticarem sexo grupal, homossexual, incestuoso e a proferirem blasfêmias, bem
como a darem exemplos de sexo bizarro, praticados por eles, e também de
costumes sexuais e morais de outros países, que embora respeitados e
considerados sábios nestes países, seriam odiados e tachados de criminosos em
sociedades cristãs, exemplificando a inferioridade e relatividade das leis
humanas perante à universalidade das leis da natureza, as únicas que devem ser
seguidas.
E finalmente, como não poderia faltar ao
estilo chocante de Sade, a discípula prova que absorveu o conhecimento de seus professores,
torturando, perante os próprios mestres, a própria mãe, praticando nela atos
libidinosos, e permitindo até mesmo que esta seja estuprada por um empregado
infectado pela sífilis antes de ter a vagina costurada, a fim de facilitar o contágio.
Enfim, um livro imperdível para quem quer conhecer o pensamento de Sade.
Acheropita muda de religião como quem troca uma
calcinha suada (estampa de frutas vermelhas). Católica, evangélica. Gostei da
fase budista pelos cânticos e da Krishna pelos altos rangos suculentos. Me
chama sempre de Sumano e acaba de ligar dizendo "estar" hindu com
ênfase em vestibular para faquir.