Esta obra de Sade, publicada
clandestinamente em 1795, apresenta uma mistura inusitada para os padrões da época
e mesmo para os de hoje, ela mistura filosofia e pornografia gerando algo tão
explosivo quanto nitroglicerina. O livro trata de um tema que era comum à época,
a educação de jovens. Tema explorado literariamente por escritores como Rousseau
e Goethe, mas que Sade subverte introduzindo uma verdadeira pedagogia da
libertinagem.
O livro é dedicado a todos os libertinos, os únicos que serão capazes de compreender seu autor e lê-lo sem perigo:
“Voluptuosos de todas as idades e de todos os
sexos, é a vós somente que dedico esta obra; alimentai-vos de seus princípios
que favorecem vossas paixões; essas paixões que horrorizam os frios e tolos
moralistas, são apenas os meios que a natureza emprega para submeter os homens
aos fins que se propõe. Não resistais a essas paixões deliciosas: seus órgãos
são os únicos que vos devem conduzir à felicidade”.
E finalmente, como não poderia faltar ao
estilo chocante de Sade, a discípula prova que absorveu o conhecimento de seus professores,
torturando, perante os próprios mestres, a própria mãe, praticando nela atos
libidinosos, e permitindo até mesmo que esta seja estuprada por um empregado
infectado pela sífilis antes de ter a vagina costurada, a fim de facilitar o contágio.
Enfim, um livro imperdível para quem quer conhecer o pensamento de Sade.
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