segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A FABULOSA ARTE DE DESTRUIÇÃO HUMANA (Por Bosco Silva)



Para o escritor francês Marquês de Sade o sadismo é um impulso natural que, em menor ou maior grau, está presente em todos os seres humanos; que tanto pode dar prazer a um déspota, provocando-lhe sentimento de superioridade perante seus semelhantes, como também a um assassino que subjuga sua vítima, forçando-a a se submeter aos seus desejos; ou ainda, como um estimulante de prazer sexual com que um casal, por meio de chicotes e algemas, apimenta a relação a dois com joguinhos sexuais de submissão e autoridade. E se por meio dele se obtém prazer, é porque, segundo Sade, para a natureza é algo necessário, uma vez que o prazer é o modo pelo qual a natureza nos faz seguir seus desígnios, suas prescrições, como bem podemos ver no sexo.

MASSACRE DE CRIANÇAS NA SÍRIA COM BOMBAS QUÍMICAS
O prazer e a dor, a vida e a morte, sempre andaram juntas, tanto nas histórias individuais quanto da humanidade. Os antigos espetáculos de sangue, oferecidos ao divertimento público de Roma, em que indivíduos eram mortos, torturados ou devorados por leões, são agora substituídos por lutadores que, com seu sangue e golpes certeiros, comprazem ao público. Ao mesmo público que, “modernos e civilizados”, assistem com um prazer mórbido o resultado de um acidente de carro, em que corpos estão mutilados.


ACIMA, DOIS MODOS DE SATISFAZER O SADISMO HUMANO
Por meio de guerras, vícios, poluição, destruição da natureza, ou pelo puro egoísmo, exercemos nosso sadismo em mil formas de ardis, formas perfeitas de destruição, tão evoluídas que a fabulosa arte da destruição humana adquiriu poder jamais visto: agora não só podemos destruir povos inteiros, como a humanidade toda. Eis o grande mérito de Sade, o de mostrar esta faceta obscura da mente humana, que a cada dia torna-se mais clara: o homem é um ser autodestrutivo que obtém prazer com isso.

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