Para o escritor francês
Marquês de Sade o sadismo é um impulso natural que, em menor ou maior grau,
está presente em todos os seres humanos; que tanto pode dar prazer a um
déspota, provocando-lhe sentimento de superioridade perante seus semelhantes,
como também a um assassino que subjuga sua vítima, forçando-a a se submeter aos
seus desejos; ou ainda, como um estimulante de prazer sexual com que um casal,
por meio de chicotes e algemas, apimenta a relação a dois com joguinhos sexuais
de submissão e autoridade. E se por meio dele se obtém prazer, é porque,
segundo Sade, para a natureza é algo necessário, uma vez que o prazer é o modo
pelo qual a natureza nos faz seguir seus desígnios, suas prescrições, como bem
podemos ver no sexo.
MASSACRE DE CRIANÇAS NA SÍRIA COM BOMBAS QUÍMICAS |
O prazer e a dor, a vida
e a morte, sempre andaram juntas, tanto nas histórias individuais quanto da
humanidade. Os antigos espetáculos de sangue, oferecidos ao divertimento
público de Roma, em que indivíduos eram mortos, torturados ou devorados por
leões, são agora substituídos por lutadores que, com seu sangue e golpes
certeiros, comprazem ao público. Ao mesmo público que, “modernos e
civilizados”, assistem com um prazer mórbido o resultado de um acidente de
carro, em que corpos estão mutilados.
ACIMA, DOIS MODOS DE SATISFAZER O SADISMO HUMANO |
Por meio de guerras,
vícios, poluição, destruição da natureza, ou pelo puro egoísmo, exercemos nosso
sadismo em mil formas de ardis, formas perfeitas de destruição, tão evoluídas
que a fabulosa arte da destruição humana adquiriu poder jamais visto: agora não
só podemos destruir povos inteiros, como a humanidade toda. Eis o grande mérito
de Sade, o de mostrar esta faceta obscura da mente humana, que a cada dia
torna-se mais clara: o homem é um ser autodestrutivo que obtém prazer com isso.
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