Francisco acordou com uma
baita vontade de urinar. Olhou o relógio eram três horas da madrugada. Acendeu
a luz e pôde ver que estava em um quarto estranho, trancado à chave e, pior, sem
banheiro. Francisco não sabia dizer o porquê nem como havia parado ali. Procurou
ao redor algo que pudesse servi-lhe de banheiro, não encontrando. Olhou ao lado,
viu que havia uma criança de colo sem fraldas dormindo em seu pequeno berço. Foi
quando viu um bilhete sobre a cabeceira da cama. Tomou-lhe em suas mãos e leu-o
atentamente. Nele, uma letra de mulher, dizia: “Fui ao supermercado comprar fraldas. Não demoro. Roberta”. Francisco
então pôde lembrar-se que havia conhecido Roberta durante a noite que ainda não
acabara e que após algumas cervejas ela havia-lhe convidado para ir a sua casa.
Francisco se apertava,
tentava não pensar na grande vontade de urinar que havia se instalado em seu
corpo. Olhava o relógio insistentemente, os minutos passavam angustiantemente:
não via a hora da mãe do bebê voltar. Pensou em urinar na parede como fazia nas
ruas, mas morreria de vergonha quando ela voltasse. Foi quando teve uma ideia
mirabolante, que julgou ser a ideia mais inteligente que teve na vida:
Tomou a criança nos braços e deixou-a sobre a cama onde estava. E
urinou sobre o pequeno berço vazio. Francisco, enquanto sentia o maravilhoso prazer
do alivio, se sentia como o homem mais inteligente do mundo naquele instante,
pois quem iria desconfiar que havia sido ele e não o bebê quem havia urinado. Voltou
para a cama aliviado, pegou o bebê em seu colo rumo ao berço, foi quando sentiu
algo estranho: o bebê havia, na cama, defecado.
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