segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A SINGULARIDADE



Muito tem se falado do grande poder da literatura de ficção científica de prever grandes invenções e descobertas humanas; assim, vez por outra, alguém lembra que Júlio Verne foi capaz de antecipar em seus livros a ida do homem a lua, de prever submarinos com a capacidade de percorrer grandes extensões de oceanos, etc.
E agora com as novas tecnologias tem surgido a ideia de que uma das maiores ameaças à espécie humana nas histórias de ficção científica esteja se tornando, aos poucos, real, sem que a maioria das pessoas sejam capazes de notar isso. Falo da realização de um dos maiores clichês dos filmes de ficção científica: a escravização e destruição da humanidade por máquinas criadas por nós próprios.
E uma das primeiras evidências disso já pode ser visto.
Na história da relação do homem com suas máquinas, notamos atualmente uma grande novidade: dependência psicológica delas.
A relação do homem com máquinas sempre foi marcada por uma profunda dependência física: precisamos, por exemplo, tanto de carros para nos locomover quanto um deficiente físico precisa de sua cadeira de rodas; mas com o surgimento destes pequenos aparelhos, notebooks, celulares, ipads, e a criação das chamadas redes sociais da internet, vemos surgir uma nova forma de dependência humana, uma forma de dependência psicológica a estas novas máquinas, que antes não havia.
Assim passa a ser cada dia mais comum em reuniões vermos pessoas que em vez de interagir entre si preferem se relacionar virtualmente com outras pessoas via celular. E por conta disso cada dia mais novas formas de distúrbios são catalogados pela psicologia. FOMO é a sigla em inglês para Fear of Missing Out, ou em português, medo de ficar de fora, para denominar a sensação de angústia que muitos internautas têm quando ficam grande tempo sem acessar a internet.
Para o documentarista James Barrat, em seu livro Nossa Invenção Final: Inteligência Artificial E o Fim da Era Humana, "está se aproximando aquele momento que alguns escritores de FC chamam A Singularidade, quando as inteligências artificiais criadas pelo homem superarão a inteligência da nossa espécie. Pode ser um upgrade cósmico de integração a uma inteligência universal; mas pode ser o momento em que as máquinas simplesmente tomarão a decisão de nos descartar"*.
“À inevitável pergunta: ‘Mas por que essa Super-Inteligência iria querer nos eliminar?’ Scoblete responde: “Computadores, como os humanos, precisam de energia. Numa competição por recursos energéticos as máquinas se preocupariam tão pouco em nos conceder acesso a eles quanto nós nos preocupamos com a próxima refeição de uma formiga.’”*
Esta Super-Inteligência Artificial surgirá num mundo cada vez mais dependente do virtual, e vulnerável a ele e em que a dependência psicológica do homem à máquina terá um papel fundamental. E como já apontou o texto o primeiro nível de escravização do homem à máquina já foi dado.

PREPAREM-SE ENTÃO PARA OS PRÓXIMOS PASSOS.

*Citado por Bráulio Tavares
     

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