quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

NO CASTELO DO DRÁCULA





APÓS ALIMENTAR MINHAS PLANTAS carnívoras em meu jardim, subo para meus aposentos no castelo de Otranto. E antes de dormir, como de costume, sento-me no escuro a contemplar as dezenas de cabeças decepadas do dia; e após contemplá-las, toco ela, a maravilhosa, a divina, TOCCATA E FUGA EM RÉ MENOR, do maravilhoso Johann Sebastian Bach. As notas pulsam como o sangue em minhas veias, acompanhadas com o clarão dos raios que caem do céu na madrugada chuvosa. Mas algo soa ao longe, uma canção profana que fere meus ouvidos, que pronuncia em lábios profanos, "tô indo embora, as malas estão lá fora...". Quem ousa ferir meus ouvidos desta forma? Maldito seja... Vejo que amanhã minhas plantas terão novas porções de carne humana!

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