terça-feira, 17 de março de 2015

O GRANDE PODER DA MENTE



Quando eu era garoto descobri, casualmente, frequentando um extenso terreno próximo de casa, que eu era capaz de correr descalço sobre plantas rasteiras com espinhos e não me ferir. Isso se tornou um divertimento para mim já que passei a provocar outros garotos da minha idade e fazer com que eles, descalços também, corressem atrás de mim em direção ao caminho de espinhos; porém, logo, eu ouvia, com um grande sorriso em meus lábios, suas expressões de dor, pois eles, ao contrário de mim, sentiam a dor das furadas dos espinhos, paravam e ficavam a tirar os mesmos espetados de seus pés; e com imenso cuidado caminhavam de volta para longe daquelas plantas espinhentas. E eu continuava, em meio a tais plantas, provocando-os seguro de que eles jamais viriam atrás de mim.
O tempo passou. E quando já adulto eu li uma reportagem sobre uma dessas festas religiosas em que devotos caminham sobre brasas, me chamou atenção quando um dos devotos comentou que o poder de não se queimar estava na certeza de que eles iriam pisar em brasas e não se queimar, pensamento que era análogo ao que eu possuía quando pisava sobre os espinhos. Porém o que o monge Thich Quang Duc, da foto acima, que colocou fogo no próprio corpo como protesto contra o governo do Vietnã do Sul, em 11 de junho de 1963, fez é surpreendente. Ele queimou em posição de lótus até ficar completamente carbonizado sem se mexer ou demonstrar qualquer sinal mínimo de dor. E se este poder é capaz de vencer a própria dor da morte, imagine o que é capaz com coisas bem menores. Hoje, penso, através do exemplo de Thich Quang Duc, que o homem é capaz de vencer a própria morte.
Todos nós temos esse poder, basta apenas aperfeiçoá-lo.

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