quarta-feira, 27 de maio de 2015

UMA TARDE NO BOTECO DO ARAÚJO



Conheci o padre Ferdinando em um boteco. Isso mesmo, não em uma igreja, ou em uma catedral, ou mesmo em um encontro de jovens da paróquia em um dia de domingo, mas em um boteco, o boteco do Araújo. O lugar era um lugar como tantos outros, digo quanto a sua estrutura, pois aquele era um boteco diferente, pois além de se situar entre duas igrejas evangélicas, possuía um padre como freguês.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O MISTÉRIO DA PEQUENA OFÉLIA



APÓS UMA ESTRANHA GRAVIDEZ de apenas cinco meses, nasceu Ofélia, o mais jovem membro de uma nobre família inglesa, que contava entre seus antepassados com antigos cavaleiros, que com intrépida coragem haviam expulso turcos sanguinários dos negros bosques da Transilvânia, por meio dos cortantes fios de espadas.

domingo, 3 de maio de 2015

TRIDENT E VAGINA



Ouvi falar de um sujeito cujo um livro inteiro lhe veio à mente de uma só vez, assim, pá!, num estalar de dedos, e ele passou a limpo o texto durante algumas horas de insônia. Como tinha que dar um título provisório antes de salvá-lo, e como não tinha uma boa ideia, olhou para o lado, viu uma caixa de chiclete sobre a mesa e, bum!, batizou o arquivo como “Trident”, e salvou. Daí em diante ficou usando esse nome, e aquilo foi se integrando de tal maneira à obra que na hora depois da revisão final, hora de mandar para a editora, ele chegou à conclusão de que seu drama existencialista sobre a vulnerabilidade do Eu na sociedade pós-moderna iria mesmo se intitular Trident, não porque isto tivesse alguma relação com a narrativa, mas porque ele simplesmente não conseguia mais pensar no livro com outro título.