Ouvi falar de um sujeito
cujo um livro inteiro lhe veio à mente de uma só vez, assim, pá!, num estalar
de dedos, e ele passou a limpo o texto durante algumas horas de insônia. Como
tinha que dar um título provisório antes de salvá-lo, e como não tinha uma boa
ideia, olhou para o lado, viu uma caixa de chiclete sobre a mesa e, bum!, batizou
o arquivo como “Trident”, e salvou. Daí em diante ficou usando esse nome, e
aquilo foi se integrando de tal maneira à obra que na hora depois da revisão
final, hora de mandar para a editora, ele chegou à conclusão de que seu drama
existencialista sobre a vulnerabilidade do Eu na sociedade pós-moderna iria
mesmo se intitular Trident, não porque isto tivesse alguma relação com a
narrativa, mas porque ele simplesmente não conseguia mais pensar no livro com
outro título.
Pois bem. Hoje acordei
com uma boa história na mente, que me veio assim num estalar de dedos, passei-a
para o papel, mas o maldito título sempre me escapava da mente. Trata-se da
história de uma grande expedição a uma misteriosa caverna, cercada por uma
densa floresta negra, em que os membros ao entrar e sair de seu ambiente úmido
e quente, se sentem enrijecidos e úmidos, e cujos indivíduos ao tentar chegar
ao seu fim, são mortos pelo caminho; centenas, milhares, bilhares mortos todos
os anos, mas apenas um consegue alcançar seu fim, e por lá fica por nove meses.
Mas como o título continuava a fugir de minha mente, pensei no exemplo contado
acima; e, bum!!!, olhei para o canto, e vi minha namorada nua, dormindo ao meu
lado. E não é que o que eu vi veio bem a calhar! O conto vai se chamar vagina.
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