CARTA DE HEINRICH HIMMLER DESCREVE A MONSTRUOSA “FÁBRICA DA MORTE” NAZISTA
Ainda hoje o sistema político alemão, que se tornou conhecido pelo nome Nazismo, que vigorou durante os anos de 1933 a 1945, e que volta e meia ameaça tomar novamente sua forma monstruosa através de pequenos grupos racistas e intolerantes de hoje, espalhados em países com população predominantemente branca, ainda gera muita discussão, com alguns a afirmar que não foi um movimento político de direita mas, sim, de esquerda; enquanto outros chegar a negar que existiram campos de concentração, e que lá foram mortos milhares de famílias judias durante a segunda guerra mundial, que tinham partes de seus corpos aproveitados como matéria prima para confecção de sapatos para o exército alemão. Porém, vez por outra, estudiosos com evidências bastante palpável surgem botando as coisas em seu devido lugar, e demonstrando que, sim, houve o grande extermínio de judeus durante o nazismo nos campos de concentração que eram verdadeiras fábricas de morte.
Um desses estudiosos é o historiador Joachim Fest que ao escrever uma biografia sobre o líder nazista máximo, Hitler, publicou em seu livro, Hitler, parte de uma carta escrita por Heinrich Himmler, que é considerado o grande idealizador da chamada “Solução Final”, a decisão de matar judeus. Essa passagem de sua carta é extremamente tocante e dá a verdadeira dimensão do que foi a fria e desumana “Solução Final”.
Heinrich Himmler |
"Monique e eu, fomos diretamente as valas, ninguém nos impediu. Houve tiros a curtos intervalos por trás de um montículo de terra. As pessoas, homens, mulheres e crianças, que tinham descido dos caminhões despiam-se por ordem de um SS que empunhava um chicote e, de acordo com suas indicações, deixavam suas roupas em três montes separados: sapatos, vestidos ou ternos, roupas de baixo. Vi um montão de sapatos, uns 800 a mil pares, e grandes pilhas de roupas de baixo e costumes. Sem um grito, sem uma lágrima, essas pessoas se despiam, reuniam-se em grupos de famílias. Beijavam-se, despediam-se, e aguardavam um sinal de outro homem da SS, que se achava junto às valas e que também empunhava chicote. Nos quinze minutos que passei perto das valas não houve uma queixa, um pedido de misericórdia. Olhei com atenção particularmente para uma família de umas oito pessoas; uma senhora idosa, de cabelos brancos, segurava nos braços uma criança de um ano; cantarolava para ela e lhe fazia cócegas. A criança ria, satisfeita. Seus pais a contemplava com os olhos úmidos. O pai segurava a mão de um menino de dez anos, e falava-lhe carinhosamente. O menino esforçava-se para conter as lágrimas. O pai apontou para o céu, afagou-lhe a cabeça, parecendo explicar-lhe alguma coisa, mas nesse momento o homem da SS, postado junto a vala, gritou qualquer coisa ao seu companheiro; este separou umas vinte pessoas, e ordenou-lhes que fossem para detrás do monte de terra; a família de que falo fazia parte desse grupo. Ainda me lembro de uma jovem esbelta de cabelos escuros, que ao passar por mim, apontou para si mesma e disse “23 anos!”. Contornei o monte de terra e descobri a imensa sepultura. As vítimas jaziam tão comprimidas umas às outras que a gente quase só lhes via as cabeças; e de quase todas essas cabeças o sangue escorria sobre os ombros; algumas das vítimas ainda se mexiam; algumas viravam os braços e levantam as cabeças para mostrar que ainda estavam vivas. Olhei para o homem que atirava, era da SS, estava sentado a beira da vala, balançando as pernas, a metralhadora sobre os joelhos e fumando um cigarro. as pessoas completamente nuas desciam por uma escada escavada no barro da vala, exitavam um pouco e subiam por sobre as cabeças até o lugar indicado pelo SS; deitavam-se junto aos mortos e aos feridos; alguns acariciavam os que ainda viviam, e lhes falavam baixinho. Olhei para dentro da vala e vi os corpos se contorcerem e as cabeças se imobilizarem calmamente sobre os cadáveres já deitados ali; o sangue escorria-lhes pelo pescoço".
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