Quando criança, meu pai fez
uma viagem com os amigos para Manaus, nas férias. Ele comprou uma boneca lá que
falava “mamãe”; ela só funcionava com pilhas; e me deu de presente.
A boneca causou-me muita
alegria; brincávamos de lhe dar sopinha; passeávamos com ela; e eu sempre a
apertava para lhe ouvir chamar-me de “mamãe”. Até ela tornar-se velha, quebrada, e não falar mais. Então a pus junto com as outras tralhas no fundo do quintal. Lá ela
ficou suja e abandonada por meses.
Então um dia, eu brincando
com minha irmã fomos até no fundo do quintal, e lá estava a boneca que
tanto me deu alegria, jogada entre as coisas inutilizadas de casa, com seu
rostinho virado em direção a mim; foi quando, sem esperar, ela falou "mamãe" para mim. Eu e minha irmã entramos correndo e assustadas para dentro de casa.
A boneca estava totalmente
destruída e largada no fundo do quintal e ainda estava falando!
Então meu pai, ao saber disso, a queimou.
Lembro que eu, como mais velha, tentei acalmar
minha irmã, pois ela ficou muito assustada.
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