quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A MISTERIOSA ORIGEM DO CHESTER



A MISTERIOSA ORIGEM DO CHESTER
Madrugada de Natal chegando. Famílias se preparando envolta da mesa para a ceia natalina. E ele já está lá no centro da mesa, chamando atenção de todos, com seu bronzeado de dar água na boca, no mesmo lugar onde um dia já brilhou o peru de Natal, mas que agora foi tomado por uma ave envolta em mistério. Afinal, o fato de nunca, ao contrário do peru, se ter visto a foto da ave viva, gerou toda uma série de lenda urbana sobre o famoso Chester.



Não faltaram aqueles que, com base no surgimento da moderna engenharia genética, diziam que tal ave era criada em laboratório, que eram mutações disformes com três coxas, com peitos mais protuberantes que o resto do corpo, com a função de se obter a maior quantidade de carne possível, e o maior lucro para a indústria. Havia também a crença de que eram aves que não possuíam cabeça, ou que eram alimentadas continuamente, ao ponto de ficarem tão gordas que não conseguiam se levantarem de pé; sem contar aquelas que afirmavam que estas aves eram criadas em tubos de ensaio de laboratórios, que eram compostas de carnes sem vida, etc.
   
Até hoje o Chester é vendido por uma única empresa brasileira, detentora da marca Perdigão, e durante muitos anos, não se sabe por qual motivo, a empresa evitou publicar fotos da ave viva por décadas. Despertando a curiosidade de porquê não ter nenhuma foto do animal a ser exibido aos consumidores.
 

A verdade é que o Chester não é uma nova espécie de ave, mas uma marca registrada. Soa estranho, não? Mas a ave tem origem em uma linhagem de frango que foi trazida da Escócia para o Brasil em 1980. Poucos anos depois, ele passou a ser comercializado no país como concorrente do peru de Natal da Sadia -- hoje, Sadia e Perdigão pertencem à BRF. 

A produção do Chester se concentra na cidade de Mineiros, em Goiás. O tempo de criação é superior ao do frango convencional: o Chester é abatido quando tem em torno de 50 dias, 20 dias a mais do que o frango, e somente o macho é vendido inteiro por ser maior que a fêmea, enquanto está é vendida em pequenas partes.

O Chester tem como características:
-    É maior que o frango comum;
-    Não tem hormônios, conforme proibição da legislação brasileira; 
-    Tem a carne mais macia;
-    O sabor é mais suave em comparação com outras aves natalinas;
-   70% da carne são concentradas no peito e nas coxas, partes nobres da ave;
-    Tem menos gordura que o frango;
-    Embora venha de uma linhagem de frango escocesa, só é vendido no Brasil;
-    Apesar de só ser vendido no Natal, a produção começa em março.

E como forma de comemorar os 40 anos da marca no Brasil, a empresa responsável pela produção e venda da ave, resolveu terminar o mistério e tornar público a imagem da ave:




Para você ela tem algo de estranho?

Na ilustração também foi usado o frango Dong Tao, do Vietnã, que também não é produto de laboratório, e que dizem ser uma delícia:


 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

CONHEÇA OS CARTÕES-POSTAIS DOS LINCHAMENTOS DA KU KLUX KLAN



CONHEÇA OS CARTÕES-POSTAIS DOS LINCHAMENTOS DA KU KLUX KLAN

O racismo nos Estados Unidos provocou histórias assombrosas e cruéis. Há relatos, por exemplo, de que bebês negros eram usados como isca para pegar crocodilos em algumas cidades dos Estados Unidos, no início do século XX. 



Havia também, nas décadas de 1950/60, em algumas cidades americanas, toque de recolher para negros, e negros que estivessem nas ruas à noite, corriam risco de vida, podendo ser linchado a qualquer momento. Foi nessa época que surgiu o curioso guia escrito por negros para negros viajantes, chamado Green Book, que trazia mapas das estradas, e dos estabelecimentos em que eram permitidos negros pernoitarem, comprarem comida, ou onde podiam comprar combustível para continuarem a viajem sem correrem o perigo de serem linchados. Além de todos esses extremos, havia uma rígida política de separação entre brancos e negros, em que se proibia que os mesmos serviços oferecidos a brancos fossem compartilhado com negros. Assim havia escolas, faculdade, música, lanchonete, restaurante, cinemas, etc., somente para brancos, e serviços, como ônibus, em que os melhores lugares eram reservados aos brancos.


Uma horrível lembrança dessa época chegou aos nossos dias, mostrando com todo o realismo das fotos, o extremo racismo que, não raro, levava ao linchamento de negros, ou por não ter demonstrado submissão a um branco, ou por ter sido apontado como suspeito de um crime, simplesmente, por ser negro, e não poder se defender, ou por ter mantido relacionamento amoroso com alguma mulher branca, e por demais motivos injustos. Tais fatos ficaram registrados em cartões-postais da época que mostravam corpos negros enforcados em árvores. O que indigna é notar o clima de festa estampado nos rostos daqueles que participavam de tais atrocidades, ao ponto de usarem tais registro como cartões de lembrança, sendo ofertados a parentes e amigos.


O linchamento de Thomas Shipp e Abram Smith. Este foi um grande encontro de linchadores acontecido no dia 7 de agosto de 1930, em Marion, Indiana. Inscrito a lápis na moldura: "Bo aponta para seu niga". Fora da moldura está escrito: "Klan 4° Joplin, Mo. 33." Achatadas entre o vidro e o papel há cabelos da vítima." 



Imagens do linchamento de Frank Embree, Fayette, Missouri, 1899.

O linchamento de Leo Frank. 17 de agosto de 1915, Marietta, Georgia. Sobreposta à imagem: "O fim de Leo Frank, enforcado por uma turba em Marietta. Agosto 17, 1915."

Bennie Simmons, ainda vivo, embebido em óleo de carvão antes de ser incendiado. 13 de junho de 1913. Anadarko, Oklahoma.

Este é o cadáver carbonizado de Jesse Washington suspenso em um poste. O verso diz: "Este é o churrasco que fizemos ontem à noite, minha foto está à esquerda com uma cruz sobre seu filho Joe." 16 de maio de 1916, Robson, Texas.

Os cadáveres de cinco homens afro-americanos, Nease Gillepsie, John Gillepsie, "Jack" Dillinghan, Henry Lee e George Irwin com espectadores. 6 de agosto de 1906. Salisbury, Carolina do Norte.

O Linchamento de Elias Clayton (19 anos), de Elmer Jackson (19) e de Isaac McGhie (20). 15 de junho de 1920, Duluth, Minnesota.

sábado, 24 de outubro de 2020

CIDADE JAPONESA TEM SURTO DE RELATOS SOBRE PASSAGEIROS FANTASMAS



CIDADE JAPONESA TEM SURTO DE RELATOS SOBRE PASSAGEIROS FANTASMAS

Não raro, ouvimos histórias de taxistas terem pego passageiros “fantasmas”. Uma famosa história é a da Moça do Táxi, que, dizem, que no dia de seu aniversário, seu fantasma costuma pegar táxi próximo do cemitério onde está enterrada, e passear pelas ruas de Belém; um hábito que, segundo consta, era ofertado por seu pai, todo dia de seu aniversário quando a moça era viva. Existindo ainda hoje taxistas que juram terem feito corrida com a misteriosa passageira, que lhes pede para que eles apanhem seu pagamento no outro dia no endereço de seu destino, e lá, descobrem, assustados, que a passageira está há muito tempo morta.


Se você acha que estas histórias de taxistas é coisa de povos de terceiro mundo, supersticiosos, e com pouca instrução, o documentário Mistérios Sem Solução, da Netflix, conta com o episódio Espíritos Pós-Tsunami, que aborda o aumento de relatos fantasmagóricos acontecidos no Japão após o terremoto e o tsunami de 2011, que inclui relatos feitos por taxistas japoneses de passageiros fantasmas terem embarcado em seus táxis e desaparecido ao fim da viagem.



O terremoto de 2011, que foi seguido por terrível tsunami, com ondas com mais de 40 metros de altura, matou mais de vinte mil pessoas das cidades costeiras do norte do Japão, e estranhamente, uma série de fenômenos fantasmagóricos passaram a ser relatados por moradores da região, especialmente da província de Tohoku, em que habitantes da cidade começaram a relatar terem visto a aparição de fantasmas daqueles que haviam sido mortos no desastre. Incrivelmente, vários taxistas da cidade (olha eles aqui), alguns meses após a tragédia, começaram a relatar terem pego passageiros que, segundo eles, sumiram ao chegar ao seu destino.

Kiyoshi Kanebishi

Esses curiosos acontecimentos gerou uma pesquisa comandada pelo professor de sociologia da Universidade de Tohoku Gakuin, Kiyoshi Kanebishi, em que foram entrevistados mais de 100 motoristas de táxi que estavam realmente convencidos de terem visto fantasmas, e teve como resultado o livro Post-Disaster Spirituality de autoria de Kiyoshi Kanebishi. Um desses taxistas disse ter pego um passageiro que, embora fosse verão, estranhamente, usava roupas de frio, e que ao chegar ao destino desejado, ao olhar para o banco de trás para avisá-lo do término da viagem, o passageiro tinha simplesmente sumido. Kiyoshi também afirma que existem evidências que comprovam tais corridas, e que os próprios taxistas tiveram que pagar com o próprio dinheiro pela corrida dos “passageiros fantasmas”.



Psicólogos tentam explicar a grande ocorrência de tais relatos, afirmando se tratar de uma projeção mental causada pelo trauma da tragédia na população local. Explicação que não é compartilhada pela maioria dos moradores da região, que juram terem visto moradores falecidos pelo tsunami em supermercado, ou andando sem rumo pelas ruas da cidade com suas roupas molhadas.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

ESTÁTUA DE TÚMULO CHAMA ATENÇÃO PELO GRANDE VOLUME EM SUAS CALÇAS



ESTÁTUA DE TÚMULO CHAMA ATENÇÃO PELO GRANDE VOLUME EM SUAS CALÇAS

O cemitério Père-Lachaise, em Paris, é um dos cemitérios mais famosos do mundo, atraindo milhões de pessoas anualmente, que o frequentam com a intenção de visitar os túmulos de famosos artistas, como os túmulos dos escritores Balzac, Marcel Proust, Oscar Wilde, líderes religiosos, como Allan Kardec, ou cantores da importância de Edith Piaf, ou de Jim Morrison, o saudoso vocalista da banda The Doors, que é o túmulo mais visitado, graças a sua grande legião de fãs. 



Porém, o túmulo de um desconhecido tem roubado a atenção dos frequentadores, não pela sua obra deixada para a posteridade, mas, digamos, por uma parte do corpo da estátua que adorna seu túmulo, que retrata o morto.



A estátua em bronze do jornalista Victor Noir possui um gritante volume na altura de seu pênis. Ao julgar pela estátua, o morto deveria ter sido famoso em vida por ostentar um avantajado pênis. Esta particularidade tem chamado a atenção dos frequentadores do cemitério e até criou uma lenda em torno de si, que afirma que quem apalpasse o volume teria boa fertilidade e uma potente vida sexual.



Até agora não se sabe se a lenda tem se tornado mais popular entre homem ou mulheres, só sabemos que ao julgar pelo desgaste da superfície da estátua em tal região, esta lenda urbana já se tornou bastante popular entre os frequentadores do cemitério. 
   

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

É VERDADE QUE CORPOS DE SANTOS NÃO APODRECEM? O CASO CARLO ACUTIS



É VERDADE QUE CORPOS DE SANTOS NÃO APODRECEM? O CASO CARLO ACUTIS

Recentemente, o processo da igreja católica para tornar santo o jovem Carlo Acutis trouxe, mais uma vez, para a discussão a questão dos corpos incorruptíveis, isto é, corpos humanos que supostamente não se decompõem após a morte.



O jovem Carlo Acutis faleceu aos 15 anos de leucemia, em 2006. Era um jovem que se dedicava a espalhar sua crença católica por meio da internet, e que por sua simpatia e fervor religioso, passou a ser cultuado após a morte.


Segundo a família do garoto Matheus, morador de Campo Grande, o primeiro milagre de Carlo Acutis aconteceu com ele, em 2019, quando o garoto portador de uma má formação em seu pâncreas, que o fazia vomitar tudo que comia, ao ter contato com uma parte da roupa de Acutis, que estava exposta em uma igreja de sua cidade, pediu ao jovem que melhorasse de seu problema. Foi quando, ao retornar a sua casa, informou à mãe que estava com fome e que queria comer. Matheus se alimentou e, pela primeira vez, não vomitou. O que foi tido como milagre pelos pais e não explicado por seus médicos.


Em 2019, o corpo de Carlo Acutis foi exumado, quatorze anos após sua morte, segundo a igreja, estava preservado. O que tem causado admiração em crentes e descrentes com a divulgação pela internet de seu corpo exposto na igreja onde se encontra.

Corpos Incorruptíveis
Corpos incorruptíveis, corpos humanos mortos que, após dezenas ou mesmo centenas de anos, permanecem no mesmo estado como se estivessem vivos, tem sido visto como um sinal de santidade do morto. Como o de Santa Bernardette, morta em 1879, tendo o seu corpo, supostamente, de modo natural sido preservado intacto até aos nossos dias.



Conta-se que durante a exumação de seus restos mortais em 1909, a comissão encarregada de investigar sua santidade encontrou seu corpo intacto, como no dia de seu sepultamento, com uma única diferença: seu hábito estava molhado. “Sepultada, foi novamente exumada em 1919, sob as vistas de testemunhas leigas e religiosas. Os médicos que examinaram o corpo escreveram: ‘Quando o caixão foi aberto o corpo parecia estar absolutamente intacto e sem nenhum odor post mortem. Não havia cheiro de putrefação e nenhum dos presentes experimentou qualquer desconforto’. Uma terceira exumação foi feita em 1923 e o cadáver encontrava-se nas mesmas condições. Desta vez, o corpo foi aberto (necropsiado), e segundo o testemunho, seus órgãos internos estavam flexíveis. Um médico escreveu: ‘O fígado estava leve e sua consistência era praticamente normal’.”

Adipocere: Mumificação Natural
Convém esclarecer que corpos conservados não acontece apenas com santos católicos, mas também com pessoas comuns, acometidas pelo processo natural chamado adipocere, em que um corpo estando protegido de insetos, como moscas e larvas, em ambiente com pouco oxigênio e úmido, com certa dose de alcalinidade e temperatura constante, começa a ter seu tecido gorduroso transformado, lentamente, em uma espécie de sabão. O que protege o resto do corpo, lhe mantendo preservado. Porém, nesse caso, não trata-se corpo incorruptível, mas de uma forma de mumificação natural.


Como o que ocorreu na cidade de Acapetahua no México, com o senhor Victor Chamlati.


 
A família do morto ficou surpresa quando, ao preparar a sepultura para um novo enterro, constatou, durante a exumação, que apesar deste ter sido assassinado há 65 anos, o corpo de Victor Chamlati permanecia intacto como se acabara de morrer, sem exalar qualquer mau cheiro. Durante a tentativa de abrir a sepultura, os coveiros ainda feriram o pé do morto, o qual não sangrou, mas ficou em carne viva! O filho do morto disse ter sido uma agradável surpresa ter visto como o pai era, já que ele tinha apenas três anos quando o pai faleceu. Victor Chamlati Hernández disse que era como se seu pai estivesse apenas dormindo.

Corpo Incorruptível ou Mumificação?
Em meio a discussão em torno da beatificação e exposição do corpo de Carlo Acutis uma questão chamou atenção. Quando perguntado sobre o grau de conservação do jovem, um dos padres responsável pela conservação de seu corpo afirmou que o corpo já possuía sinais de decomposição, e que para ser exposto seu rosto e mãos teve que ser coberto por uma camada de cera.



A afirmação honesta de tal padre nos leva a crer que a crença em corpos incorruptíveis, que mesmo após décadas de falecido ainda se encontre com o aspecto como se estivesse vivo, não existe, e que na verdade trata-se apenas no máximo de casos de mumificação natural ou forçada, tendo em conta que muitos religiosos que foram objeto de devoção em vida, quando morriam, seus corpos recebiam bastante cuidados de conservação já que era comum que fossem expostos por dias à visitação pública, e o mesmo cuidado continuava quando eram levados até a sepultura, onde eram armazenados em lugares que promoviam sua conservação.


O ocorrido com Carlo Acutis parece ser um procedimento comum feito pela igreja como se pode ver no caso do Padre Pio, religioso que também teve o corpo exposto.



O corpo de Padre Pio, que faleceu em 1968, teve a cabeça reconstituída em silicone, devido algumas partes de seu corpo estarem em más condições de conservação.

Nazarreno Gabrielli, um dos responsáveis pela conservação de seu corpo explicou que, ao abrir o caixão de Padre Pio, foi verificado que:
* a pele do rosto ainda existia;
* ainda havia orelhas e lábios;
* havia barba e bigode;
* não havia mais olhos nem nariz;
* a cabeça, o tronco e a bacia estavam em boas condições;
* os membros inferiores estavam muito deteriorados.

Foi admitido também que após sua exumação seu corpo passou por tratamento químico para o manter conservado.


O médico legista Orazio Pennelli, que por muito tempo foi diretor sanitário da Casa Sollievo della Sofferenza (Casa de Alívio do Sofrimento), hospital fundado por Padre Pio, assim se referiu, sem esconder seu desapontamento, a ver o estado que se encontrava o corpo:

Espero não escandalizar ninguém ao afirmar que a esperança humana ficou decepcionada, mas penso que intimamente cada um de nós nutre a ideia de que seu corpo está incorruptível ou pelo menos que foi descoberto algum sinal sobrenatural. Infelizmente, as transformações naturais, apesar de terem mantido o seu semblante humano, aniquilaram todos os vestígios dos "selos sagrados" que o Senhor imprimiu no "corpo" que durante meio século envolveu a "verdadeira essência da Cruz" e que era o "crucifixo de imensos dons espirituais".

Em outras palavras: intimamente, ele alimenta a esperança de que há algum fator sobrenatural em relação aos restos mortais de Padre Pio. Mas como cientista ele não possui nenhum indício para afirmar isso.

sábado, 10 de outubro de 2020

FESTA NO IML: COMUNIDADE DO FACEBOOK INCENTIVAVA SEXO COM CADÁVER


FESTA NO IML: COMUNIDADE DO FACEBOOK INCENTIVAVA SEXO COM CADÁVER

Necrofilia, isto é, atração sexual por cadáver, é um fato comum em filmes de terror, em histórias de assassinos em série, e também é relativamente comum ouvirmos casos com tal tema em lendas urbanas ligadas a necrotérios e funerárias, ou até mesmo que alguns pouquíssimos casos vire notícias de jornal. De modo que tais casos sempre me pareceram serem pouquíssimos e muito longínquo da realidade, e qual não foi minha surpresa quando percebi que eu estava extremamente errado, ao saber sobre uma comunidade do Facebook composta por membros que incentivavam e divulgavam suas experiências de prática sexual com cadáveres;  foi quando pude ver que a coisa é bem mais comum do que eu pensava.


A comunidade Festa no IML, do Facebook, se dedicava a publicar vídeos de cadáveres nus de mulheres, também publicava cenas de sexo com cadáveres, memes com frases ofensivas a belas jovens que haviam falecidas recentemente, e que tinham se tornado matéria de jornais, e até ensinavam os meios de entrarem no necrotério para ter relação sexual com cadáveres.



Devido aos inúmeros comentários de seus membros, supõe-se que é bastante possível que alguns deles trabalhem em funerárias ou como auxiliares de necropsia e que sejam até legistas em alguns dos milhares de IMLs e casas funerárias espalhados pelo Brasil. E foram graças a algumas pessoas que se infiltraram no grupo que a existência desta comunidade veio à tona, como os agentes funerários Nina Maluf e Vinicius Cunha.

Nina Maluf comenta já ter presenciado cadáveres de mulheres terem desperta admiração em colegas de trabalho:  "Escutei, na funerária onde eu trabalhava, homens falando sobre uma menina de 24 anos que tinha morrido por suicídio. 'Toda depilada, nossa que peitão, baita de uma gostosa'. Fiquei tão irritada que botei todo mundo para fora. Fiquei sozinha preparando o corpo dela".



Já Vinicius Cunha relata que "Já vi colegas que se depararam com esse tipo de corpo, jovem e bonito, e tiveram ereção. Mesmo com uma moça com a face desfigurada do acidente de carro, um deles foi ao banheiro se masturbar. Aquilo foi a gota d'água."

A indignação com esses comportamentos levaram os dois a pesquisarem sobre o assunto, e os levaram a descobrirem alguns grupos na internet e Whats App que se dedicavam a publicar fotos de cadáveres de belas moças, com comentários de desejo sobre seus corpos, e o grupo Festa no IML, que já existia a um ano, foi um deles. Os dois recolheram material sobre o grupo, saíram do mesmo, e o denunciaram a polícia que o tirou da internet.

Necrofilia


A necrofilia é uma forma de parafilia, nome dado a formas de gostos sexuais em que o indivíduo se excita com algo que não está diretamente relacionado com o sexo, como no caso de pessoas que se excitam com a possibilidade de fazer sexo em público, ou em lugares impróprios, como elevadores, banheiro de aviões; ou pessoas que se excitam com pés femininos, ou mulheres calçadas com sapatos salto alto. Note que a excitação sexual precisa de algo além do sexo ou de partes não diretamente ligadas ao sexo. Essas são formas de parafilias inofensivas; já a necrofilia se insere nas parafilias agressivas e perigosas, em que a proximidade com a morte, como o corpo frio e imóvel de um cadáver, é o motivo de excitação do necrófilo. Há casos de estupradores que matam suas vítimas para depois fazerem sexo com elas, já que é o contato com a morte que os excita.

O Código Penal prevê o crime de vilipêndio de cadáver, com punição entre um e três anos de prisão, além de multa.

"É crime ter qualquer atitude que signifique desrespeito, agressão ou violação com cadáveres", diz a advogada criminalista Luiza Eluf. "Se violar mais de um cadáver, a pena acumula."

Geralmente, se espera os piores fatos vindos da deep web, e é assustador verificarmos que não precisamos ter contato com a macabra e lendária rede criminosa para termos acesso ao que de pior o ser humano é capaz de fazer, para tanto basta apenas acessarmos algo tão familiar e supostamente inofensivo, como o Facebook.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

VAMPIROS E BOTOS: DUAS LENDAS COM MUITO EM COMUM



VAMPIROS E BOTOS: DUAS LENDAS COM MUITO EM COMUM

Um das lendas mais conhecidas da Amazônia, a Lenda do Boto, nos conta que em noites de lua cheia, o boto se transforma em um belo rapaz de chapéu e roupa branca, que sai do rio para encantar jovens caboclas das cidades próximas a beira de rios, fazendo-as se apaixonarem por ele, engravidando-as, e deste relacionamento nascem crianças encantadas, que trazem em si os poderes dos encantados.
 


Sempre se diz que o chapéu é um bom indício do encantado, pois ao se transformar em homem, o boto traria um defeito, uma ligação com sua forma original: um furo no alto da cabeça, por onde o boto respira. O que o levaria a ocultar tal defeito sob o chapéu, que não tiraria da cabeça por nada, levando as moças a criar situações para desvendar o mistério e quebrar seu encanto, tirando seu chapéu da cabeça, fazendo-o revelar-se como boto.



Nos rios da Amazônia há dois tipos de boto: o boto tucuxi, cinza, que é visto como um ser benévolo, que ajuda afogados a ser deslocados para a beira dos rios, e o boto rosa, tido como encantado, e é dele que vem a Lenda do Boto.
 
O boto pertence aos seres encantados da Pajelança, religião de origem indígena, são seres que possuem o poder de se transformar em outros seres.



O curioso é que a Lenda do Boto possui profundas semelhanças com  uma famosa lenda surgida na Europa, mais precisamente, do leste europeu: a Lenda dos Vampiros. A semelhança não está apenas na capacidade de se transformar em outros seres, como os vampiros possuem de se transformar em cachorros, lobos, morcegos; acrescenta-se a eles também a Matinta Pereira que, devido a uma maldição de família, possui a capacidade de se transformar em ave ou em porco. 

A pesquisadora Dione do Socorro de Souza Leão, em sua dissertação de mestrado "Cosmologias da Encantaria do Marajó", recolhendo relatos de ribeirinhos da ilha de Marajó registra que também há outras semelhanças entre a Lenda do Boto e a Lenda dos Vampiros, como o ato amassar alho para jogar no rio, colocar cruzes nas portas das casas para afugentar e se proteger contra o boto encantado:

Quando eu era criança e a gente morava no interior, meu pai viajou e ficou eu, minha mãe e meus três irmãos. Uma noite, a gente estava dormindo e a mamãe assustada acordou a gente, pois ela sentia que tinha alguém dentro da casa, no corredor. Quando ela fez o barulho, a coisa correu pela cozinha, desceu ao redor da casa e pulou na água. No outro dia, minha mãe amanheceu com muita dor de cabeça, febre, vômito e, em frente a casa um monte de botos boiando. Foi preciso bater um monte de dentre de alho dentro de uma cuia e meu irmão 12 mais velho foi jogar lá no meio do rio pra espantar os bichos e, nós fomos pra casa da vovó pra ela cuidar da minha mãe.
 


É interessante encontrar em duas lendas de regiões tão distantes, separadas por um oceano e pela língua, elementos tão comuns em ambas: Os mesmos elementos usados para afugentar o que se teme, no caso vampiros e botos encantados.

O uso de água benta e cruzes pode ser explicado pelo hábito de devotos cristãos de demonizar personagens de crenças diferentes das suas, mas alho é difícil de explicar. E a semelhança entre vampiros e botos encantados não param por aí. Assim como os vampiros, botos também são atraídos por sangue humano. Há relatos que dizem que se mulheres menstruadas viajam num barco, este é seguido por botos atraídos à distância por seus cheiros. Estes vêm até ao barco com intenção de virá-lo. Então, para evitar que suas embarcações sejam viradas, alguns caboclos pintam seus cascos com óleo.

O sangue como atração nas duas lendas, pode se dá devido a associação inconsciente, feitos tanto pela Lenda do Boto quanto pela dos vampiros, entre sangue e sexo.

As semelhanças entre a Lenda do Boto e a dos vampiros demonstra que apesar das inúmeras diferenças entre as duas culturas, o ser humano usa simbolismos semelhantes, contendo os mesmos sentidos.

FONTE: Cosmologias da Encantaria do Marajó/Dione do Socorro de Souza Leão.