sexta-feira, 27 de março de 2020

MADAME SATÃ: NEGRO, "BICHA", BANDIDO E BOM DE BRIGA


MADAME SATÃ: NEGRO, "BICHA", BANDIDO E BOM DE BRIGA
Ele foi um dos primeiros transformista, que encantava o Carnaval carioca com suas fantasias. Foi o bandido violento que matava com um único soco. O homossexual assumido que “caçava veados” na Lapa, segundo suas próprias palavras. Foi também o herói que não admitia violência contra os mais fracos e, como capoeirista, enfrentava desarmado a polícia. Ele foi o Madame Satã, um homossexual delicado, mas bom de briga!

Negro, pobre e homossexual, Madame Satã foi um personagem controverso que lutou contra o preconceito durante os anos de 1920, em um Brasil extremamente racista e homofóbico.


João Francisco dos Santos, seu nome de batismo, nasceu, em 1900, no interior de Pernambuco, foi, na infância, trocado por uma égua, motivo encontrado por seus pais, ex escravos, para poder sustentar os dezessete filhos que ficaram. O homem que o adquiriu, embora tivesse prometido que iria lhe dar casa e estudo, fez dele um escravo em sua fazenda. Em 1908, João Francisco então fugiu com Dona Felicidade, que lhe ofereceu emprego, para o Rio de Janeiro, onde também passou a trabalhar como um escravo na pensão desta. O que o levou a fugir e morar nas ruas do bairro boêmio da Lapa.

Foi na Lapa, que passou a conviver em meio a marginalidade e os malandros da época, virando menino de rua, se envolvendo em pequenos crimes. E também na rua que descobriu sua homossexualidade: “eu fui homem algumas vezes e fui bicha algumas vezes. Eu gostei mais de ser bicha”  disse ele.

Em meio aos malandros aprendeu a lutar capoeira, se tornando hábil lutador, causando medo em malandros e até mesmo em policiais.


Mas as ruas da Lapa, não lhe trouxe apenas a marginalidade, pois foi no intenso clima artístico do bairro, entre prostitutas e dançarinas, que Madame Satã se apaixonou pela arte da dança e das performances artísticas dos palcos, imitando as coreografias de dançarinas famosas da época. 


E motivado por uma jovem dançarina com quem fez amizade, em 1928, esta lhe arrumou a oportunidade de se exibir no palco em uma casa de show. Seu espetáculo foi um sucesso, e lhe proporcionou fama imediata no bairro. Contudo, foi nesse mesmo ano que um incidente lhe levaria a assassinar um guarda, que o havia provocado. O fato aconteceu quando um guarda-civíl, o chamou repetidas vezes de “veado”; passando também a provocá-lo com empurrões e tapas. Madame Satã tentou não dar importância ao fato, mesmo com pessoas terem visto a humilhação. Voltou então para seu quarto. Porém no quarto sua raiva subiu ao nível do insuportável, ao relembrar as cenas novamente. Então, de posse de um revólver, voltou ao local, e matou seu agressor com tiros.

Madame Satã foi condenado a prisão pelo homicídio. Porém, passou apenas dois anos na prisão, após ter sido apontado como crime de legítima defesa. Após este fato, João Francisco passou a receber bastante convites de emprego de segurança, trabalhando em bordéis, protegendo prostitutas, outros malandros. Contudo, policiais não engoliriam tão facilmente a morte de companheiro de trabalho, o que fez que Madame Satã se torna-se sempre alvo das investidas de policiais, o que se agravava ainda mais com o fato de que ele não suportava ver policiais agredindo a população mais fraca, intervindo sempre que podia, espancando policiais.

Um dia, um sargento disparou seis tiros nele e, ao verificar que não foi atingido, correu atrás do policial desferindo-o navalhadas, inclusive em sua nádega. Desse momento adiante Madame Satã ficou conhecido como aquele que tinha dado uma navalhada na bunda de um policial.

Outras ousadias suas contra a polícia se tornaram bastante popular, como a vez que após, centenas de vezes, ser revistado, foi marchando sozinho até a delegacia de polícia, entrou e espancou o delegado. O que lhe acarretou mais um tempo de prisão: ao todo foram 27 anos, de idas e vindas dos presídios.

Lázaro Ramos como Madame Satã no Filme Homônimo de 2008


Em 1938, João Francisco ganhou o prêmio carnavalesco de melhor fantasia, em que João retratava uma espécie de morcego originário de sua cidade natal. Alguns dias depois, durante mais uma detenção, junto de outros homossexuais, um dos policiais, ao vê-lo, perguntou: “Não foi você quem ganhou o prêmio de melhor fantasia?”. Então com base na fantasia, e com a semelhança com um dos personagens de um filme do diretor Cecil B. de Mille, passou a chamá-lo de Madame Satã, título também do filme do referido diretor. Pronto. O apelido pegou, e eclipsaria seu nome de batismo, dando nome a um dos mais famosos personagens marginais da cidade do Rio de Janeiro.

Antes de adquirir seu famoso apelido, Madame Satã havia se casado com uma mulher, com quem criou seis filhos adotivos. Madame Satã se orgulhava de ter sido bom pai, e de ter transformado seus filhos em boas pessoas. Em uma entrevista, como exemplo, citou que uma filha havia se tornado musicista (professora de acordeão), um filho havia se tornado soldado e outro… delegado de polícia!

Madame Satã faleceu em 12 de abril de 1976. 

sexta-feira, 20 de março de 2020

CONHEÇA EPIDEMIAS QUE AMEAÇARAM IGREJAS E A FÉ EM DEUS


 CONHEÇA EPIDEMIAS QUE AMEAÇARAM IGREJAS E A FÉ EM DEUS
Ao longo da história do ser humano, vírus, germes e doenças das mais diversas têm desafiado a fé e as crenças religiosas mais populares do mundo. Abaixo, alguns casos em que vírus e vermes desafiaram os preceitos de Deus, e venceram.

Vermes


No século II antes de Cristo, um grupo de monges judeus, conhecidos por essênios,  seguiam à risca os rituais da TORAH (livro religioso judeu, conhecido também pela cristandade como velho testamento), que lhes ensinava a se banhar na mesma água parada dos templos, como forma de purificação do corpo, antes dos rituais religiosos no templo; esse ritual envolvia imersão total (olhos, boca, etc.) em piscinas de água parada, que criava um excelente ambiente para infestação de tênias, lombrigas e restantes parasitas. Ao longo do tempo, toda a comunidade foi contaminada por estes parasitas, o que fez com que a grande maioria dos essênios não chegassem aos quarenta anos de idade (6% apenas para ser mais exato, chegavam aos 40 anos).

Peste Negra


O que ficou conhecido como peste negra foi uma grande epidemia de leptospirose acontecida na Europa durante a idade média, doença transmitida pela pulga do rato, que transmitiria a doença a este e deste ao ser humano, por meio da contaminação de alimentos.



Devido a falta de higiene, grandes cidades se tornaram ambientes propício à infestação de ratos, que surgiam acompanhados de seu perigoso parasita. A doença matava milhares de pessoas todos os dias, que morriam com suas mãos e línguas negras, daí originando seu nome. Mais uma vez, ambiente religiosos como mosteiros, pela grande concentração de pessoas e pela extrema falta de higiene, facilitava a proliferação da doença.

Vírus
ocorrido acima, não se prende apenas ao passado. Em 2009, houve a pandemia da gripe suína, provocado pelo vírus h1-n1, que causou milhares de mortes pelo mundo. O ambiente fechado das igrejas, e o contato próximo entre os fiéis, se tornava um ambiente excelente para a transmissão da gripe. Proibiu-se, dentro das igrejas católicas, o recebimento direto, na boca do devoto, da hóstia, dada pelos padres, e o governo teve que desestimular a ida de fiéis às igrejas.

Coronavírus

Em 2020, temos mais uma pandemia, dessa vez de coronavírus, que põe à prova mais uma vez os rituais religiosos das mais populares crenças religiosas do mundo.

Com a possibilidade de milhares de mortes, governos do mundo inteiro decidem impedir grandes aglomerações de pessoas.  Aeroportos são fechados, campeonatos de futebol são decididos com ausência de público, grandes shows de música são cancelados, etc. E também, novamente, igrejas se tornam ambientes perfeitos para a proliferação da doença.

Religiões, Vermes e Vírus
A derrocada dos essênios para os vermes, nos “mostra o que acontece quando se leva as coisas bíblicas demasiado fundamentalista ou literalmente, como fazem em muitas partes do mundo, e quais são as consequências últimas desse fundamentalismo”.

Quem diria que estes pequenos seres, vírus e vermes, seriam capazes de destruírem crenças e rituais vindas do próprio “todo-poderoso, Deus”. 

terça-feira, 17 de março de 2020

RELATO DO LEITOR: O Quadro do meu Avô (por Rafael Silva)


RELATO  DO LEITOR: O Quadro do meu Avô (por Rafael Silva)

Mamãe foi pra garagem de casa de manhã cedo pra ficar sentada olhando pra rua, ela disse que nosso gato Bruce tava deitado em uma cadeira lá, e que nossa cachorrinha, Meg, sentou na outra cadeira, também ao seu lado. Eles estavam com ela quando ela ouviu algo caindo no chão, fazendo um barulho alto na sala. Era o quadro com a foto do meu avô que estava na parede que tinha caído no chão, e caiu com a parte do vidro pra baixo, e não quebrou. Mamãe estranhou, porque ela falou que não tava batendo vento, nesse momento, e que nenhum outro quadro caiu junto, mesmo os que ficam em cima do balcão grande onde fica um monte de quadros com fotos, estes nem mesmo se mexeram, e que nenhum outro quadro nunca tinha caído de lá, porque ela sempre teve o cuidado de não deixar eles na beira para cair.


Eu não creio que foi o vento, pois nada caiu de cima além do quadro, e realmente eles nunca ficam na beira pra não cair. E, como dito, não foi também o gato nem a cachorrinha, que estavam nas cadeiras, juntos de minha mãe.


O ocorrido realmente deixou minha mãe intrigada, principalmente quando ela percebeu que o quadro caiu no dia que meu avô completava um ano de falecido.


*O quadro acima é somente para ilustrar o relato.


sexta-feira, 13 de março de 2020

CASAS DE BELÉM FORAM CONSTRUÍDAS COM LÁPIDES DE CEMITÉRIO

CASAS DE BELÉM FORAM CONSTRUÍDAS COM LÁPIDES DE CEMITÉRIO
Muitas cidades brasileiras, devido ao seu crescimento, tiveram que mudar a localização de seus cemitérios públicos a fim de dar lugar a novas moradias. Em geral, estes cemitérios eram localizados em partes privilegiados da cidade, o que estimulou ainda mais a venda de seus terrenos para aqueles que podiam pagar bem pela boa localização. Em muitos casos, estes cemitérios nasceram e cresceram da noite para o dia, devido a surtos de doenças que acabaram por matar milhares de habitantes em pouco tempo. É o caso do Cemitério de Nossa Senhora da Soledade, de Belém.


Localizado no centro da cidade de Belém, o Cemitério de Nossa Senhora da Soledade foi inaugurado 1853, devido a uma lei de higienização que obrigava tanto pessoas de posses quanto pobres fossem enterrados no mesmo lugar. É claro que a melhor parte do cemitério foi reservado aos ricos, pois como sabemos, nem na morte ricos querem se misturar com pobres. Antes desta lei, ricos e autoridades importantes eram enterradas nas criptas das igrejas. Porém, foram tantos mortes provocadas por uma epidemia de febre amarela que as igrejas de Belém ficar abarrotadas de mortos ilustres.

Ária Atual do Cemitério Comparada com seu Tamanho Original

E devido o Cemitério da Soledade ter área contendo belos túmulos (a área dedicada aos ricos), esta parte se manteve como um ponto histórico da cidade de Belém, tendo sua maior parte, dedicada a famílias pobres, ser vendida para a construção de casas. Este fato fez com que alguns moradores da Av. Nazaré e da Av. Serzedelo se assustar ao encontrar túmulos no subsolo de suas casas ou em seus quintais durante reforma ou construção de suas casas. Foi isto o que aconteceu com certo morador no distante ano de 1938, durante a construção de uma garagem, que foi registrado por um jornal da época.


No quintal, encontrou um sólido monumento de pedra, cimento, cal, com uma entrada em uma lápide em mármore. Na pedra estava escrito:
“Aqui jazem os restos de João Francisco Verdete, natural de Portugal, nascido em 1818 e falecido em 1858”.




















Em alguns casos, casas antigas construídas no local, chegaram aproveitar materiais de sepultura em suas construções, é o que podemos ver com o relato abaixo, coletado de um membro de uma comunidade de rede social:
"Quando meu pai foi reformar nossa casa, as pedras das janelas eram pedras de sepulturas e tinham os nomes dos falecidos. O porão da casa quando foi feito a retirada de terra para tornar habitável foram encontradas várias lápides e diversos outros objetos de cemitério. Foram achadas correntes que prendiam escravos. A vida passa, e quem sabe, daqui a alguns anos a mesma história será contada incluindo o Cemitério da Soledade."

quinta-feira, 12 de março de 2020

SUZANE RICHTHOFEN: LIVRO TRAZ DETALHES SOBRE O CRIME QUE CHOCOU O PAÍS


SUZANE RICHTHOFEN: LIVRO TRAZ DETALHES SOBRE O CRIME QUE CHOCOU O PAÍS
Suzane Richthofen é a presa mais famosa do país. Volta e meia, está presente em programas de TV, ou em noticiários de jornais, quando de suas famosas saídas temporárias do Presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, para comemorar os dias das mães e dos pais, mesmo que Suzana não tenha mais pai nem mãe, pois ela mandou matá-los --- Marísia e Manfred von Richthofen foram mortos por meio de pancadas de barras de ferro em suas cabeças enquanto dormiam, desferidas por seu namorado, na época, Daniel e seu irmão Cristian Cravinhos.

Gugu, Suzane e Sandra

Em 2015, após dez anos de silêncio, Suzane, durante entrevista com o Gugu, para seu programa de TV, ela afirmou: “Tive culpa e estou pagando”. O programa mostrava que Suzane havia se tornado lésbica na prisão, namorando sua colega de cela, Sandra Regina Gomes, condenada pelo sequestro de um adolescente que fora morto, Suzane havia acabado relacionamento amoroso com outra detenta famosa, Elize Matsunaga, responsável por matar o marido com um tiro, e depois ter desmembrado seu corpo, enquanto estava vivo, e pô-lo em malas a fim de desová-lo. Gugu, por meio do programa, beneficiou a presa oferecendo objetos para maior conforto de sua cela.




O ano de 2020, também promete ser agitado para Suzane von Richthofen, com o lançamento do filme A Menina que Matou os Pais e o livro Suzane, Assassina e Manipuladora.

O lado manipulador de Suzane Richthofen

Mas teria mesmo Susana Richthofen se arrependido de ter mandado matar seus pais?

No livro Suzane, Assassina e Manipuladora, o jornalista Ullisses Campbell, como bem mostra seu título, mostra uma Suzane extremamente manipuladora e sem remorsos, que responde de forma negativa a pergunta feita acima.

Suzana foi a autora intelectual da morte de seus país. Manipulou seu namorado e o irmão deste para cometerem o crime, argumentando que era abusada pelo pai. Tudo mentira. Por ter seu pai proibido seu namoro com alguém que aparentava não lhe dar um bom futuro, Suzana passou a conjecturar que sua felicidade dependia da ausência de seus pais.

O lado manipulador e dissimulado de Suzane Richthofen ficou evidente não apenas por meio de seu crime e de seu choro durante o enterro dos pais, mas se evidenciou também na prisão. Suzane usa de sua beleza para conquistar vantagens de médicos, carcereiras e presidiárias. Manteve relacionamento com Sandra Regina, presa que impunha autoridade sobre outras detentas na prisão, o que conferia a Suzane proteção. Quando Sandra foi transferida para o sistema semi-aberto, o romance havia terminado. Mas tarde Suzane manteria relacionamento com Rogério Olberg, que a conheceu durante suas visitas de evangelização, namorando com este desde 2015 e, nas saidinhas, vai com ele para Angatuba, a 200 km da capital paulista. “A mente de Suzane é um mistério. Acredito que ela usa esse namorado porque não tinha para onde ir. Inicialmente, ela desdenha de Rogério. A família dele está dividida: metade acredita no amor de Suzane, a outra não.” Afirma Ullisses Campbell.

Suzane e seu Namorado Rogério Olberg


Suzane: Assassina e Manipuladora

Para escrever o livro-reportagem dividido em 10 capítulos, o autor passou 3 anos pesquisando o tema e se debruçou em cerca de 6 mil páginas do processo de execução penal. Também realizou entrevistas com advogados, promotores, delegados, médicos legistas, psicólogos, mas também com 56 detentas e 16 funcionários das penitenciárias por onde passou Suzane ao longo dos 16 anos de prisão. O autor também entrevistou Cristian Cravinhos sobre o crime.

A ideia para o assassinato teria surgido em conjunto: “Nós só seremos felizes no dia em que seus pais não existirem mais”, teria dito Daniel para Suzane, que afirmou estar “espantada com a transmissão de pensamento”, segundo o livro.

Família Richthofen

O livro também comenta sobre a falta de carinho que envolvia a casa dos Richthofen: “Em um diálogo com a amiga Amanda, Suzane teria dito: ‘Os meus pais nunca me abraçaram e me beijaram dessa forma. Aí fico sem saber como reagir quando alguém me abraça’”.

Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos afirmaram que estavam sob efeito de drogas quando mataram os pais de Suzane, graças a ela ter afirmado que era violentada pelo pai desde a infância, uma das mentiras inventadas para convencimento do namorado. Os dois prepararam duas barras de ferro em forma de “L” para cometer o assassinato. Se posicionaram cada um em um lado da cama, para que cada um desferissem ao mesmo tempo golpes de ferro na cabeça de Marísia e Manfred von Richthofen.
  
O livro também afirma que a fim de desgrudar pedaços de crânio do bastão de ferro, “Cristian afundou rapidamente o bastão no crânio da vítima e puxou fazendo um movimento brusco, espalhando massa encefálica pelo colchão da cama”.

Após o crime, os Cravinhos se desesperaram e mostraram arrependimento, tanto que, anos depois, os dois conseguiram cumprir parte da pena no regime aberto.
Suzana ainda continua presa: “Até hoje ela não provou que está arrependida do que fez, não provou que não vai voltar a matar e não passou no teste psicológico, que aponta mentiras, narcisismo, agressividade camuflada e infantilidade”, revelou o autor do livro.

sexta-feira, 6 de março de 2020

2 GIRLS 1 CUP: CONHEÇA A HISTÓRIA DO VÍDEO QUE ENOJOU A INTERNET


"2 GIRLS 1 CUP": CONHEÇA A HISTÓRIA DO VÍDEO QUE ENOJOU A INTERNET
Há alguns anos atrás um vídeo pornográfico se tornou extremamente popular na internet por seu alto grau de provocar ânsia de vômito em quem o assistisse; tanto que com o tempo os vídeos com as reações das pessoas ao verem o filme passou a chamar mais atenção que o próprio filme. O filme se tornou tão popular que chegou a ser comentado em séries famosas de TV, como Uma Família da Pesada, Orange is the New Black, Lei e Ordem, etc., provocando também comentários de atores famosos e muitos memes.



Na verdade, o que se tornou popular não foi propriamente o filme, de título Hungry Bitches (Putas com Fome), mas seu trailer, de aproximadamente um minuto de duração, que ganhou o nome, dado por internautas, de 2 Girls 1 Cup (2 Garotas e 1 Copo).

Apesar de seu título em inglês, o filme é uma produção brasileira, de 2007.



Hungry Bitches, popularmente conhecido como 2 Girls 1 Cup, foi produzido pela produtora Fachini Media. Trata-se da relação sexual entre duas mulheres envolvendo dois dos mais nojentos fetiches sexuais: a coprofilia (excitação sexual através do contato com fezes) e emetofilia (prazer sexual em ver alguém vomitando, ou/e ter contato com o vômito, incluindo a ingestão do mesmo).

O filme contém cenas de defecação, contato com fezes, vômito e ingestão destes produtos pelas atrizes, em meio a cenas de lesbianismo. Tudo isso tendo como trilha sonora a romântica canção Lovers Theme, do álbum Romantic Times, do artista francês Hervé Roy.

Origem

O vídeo é de autoria do distribuidor e pornógrafo brasileiro Marco Antônio Fiorito (nascido em 1 de julho de 1971, em São Paulo), que se descreve como um "fetichista compulsivo", e resolveu explorar o obscuro mercado de fetiches sexuais com seus filmes em 1994, e em 1996, começou a produzir filmes com sua esposa, Joelma Brito, que se tornou uma conhecida atriz de filmes de fetiche, com o nome artístico de Letícia Miller. Logo, Fiorito passou a explorar o fetiche da coprofilia, criando a produtora MFX Video, uma das várias empresas de propriedade de Fiorito.

Atrizes

As cenas de 2 Girls 1 Cup, contam com as atrizes Karla e Latifa, famosas atrizes de filmes de fetiches de coprofilia. Latifa também participaria de uma produção polêmica em que manteria relação sexual com a mãe, porém, não teria sido com a mãe mas com uma tia, o que ainda continuaria sendo um incesto.

2 Girls 1 Cup e Escatofilia

Fetiche é o nome usado para denominar a excitação sexual provocado por objetos, comportamento, situações, etc. que não estão relacionados diretamente ao ato sexual, mas que pode causar excitação quando ligado a alguma fantasia sexual (como transar no elevador), ou a algum comportamento (como se excitar ao vestir-se de bombeiro, policial, etc.), gosto particular de cada pessoa. Assim há aqueles que se excitam com mulheres vestidas de sapatos de salto alto, ou que se excitam com o cheiro da mulher desejada ao cheirar suas roupas íntimas, ou até ao ouvir a voz sexy de alguém, etc.



Filmes como 2 Girls 1 Cup, não teve apenas a intenção de chocar e, por isso, se tornar popular na internet, mas, sim, de agradar um público que, digamos, busca fetiches mais extremos, por secreções humanas, que pode tanto ter como fonte de excitação o masoquismo (prazer em ser humilhado), ou a transgressão (prazer de transgredir as regras do que a sociedade classifica como correto).
Porém, apesar do que possa parecer, segundo Marco Fiorito, as fezes do filme são falsas, foi usado uma mistura a base de chocolate, que é introduzida no ânus das atrizes, para simular uma defecação. O que já foi confirmado pelo próprio produtor:
"Eu já fiz filmes fetichistas com fezes, simulando usando chocolate em vez de fezes. Muitos atores fazem filmes de dispersão, mas não concordam em comer fezes." - Marco Fiorito
Quanto ao vômito, as atrizes estando de estômagos vazios, tomam iogurte, ou algo semelhante, que será em seguida despejado via estômago na companheira. Bem, sendo assim, pode-se considerar que os vômitos são verdadeiros.

Proibição Americana

Autoridades nos Estados Unidos classificaram alguns filmes de Fiorito como obscenos e ajuizaram acusações contra Danilo Croce, um advogado brasileiro que mora na Flórida, listado como um oficial de uma empresa que distribui os filmes de Fiorito nos Estados Unidos. Fiorito explicou que se soubesse que vender seus filmes nos EUA eram ilegais, ele teria parado. Em sua declaração ele afirmou "eu teria parado porque o dinheiro não é a principal razão que eu faço esses filmes".

FONTE: Wikipédia  

quarta-feira, 4 de março de 2020

"PRA QUEM ACREDITA EM FANTASMAS": ENTREVISTA COM O ESCRITOR DINO MENEZES

"PRA QUEM ACREDITA EM FANTASMAS": ENTREVISTA COM O ESCRITOR DINO MENEZES
A literatura de terror é, sem dúvida, uma das mais difíceis formas de escrita, já que o autor, contando apenas com palavras e a imaginação do leitor — diferente do cinema cheio de recursos de sons e imagens —, busca prender o leitor em uma atmosfera de suspense e mistério, transformando o medo em diversão. Por outro lado, há  também autores que veem nas histórias de terror algo mais do que apenas diversão, e sim um meio disfarçado de mostrar aos leitores suas crenças religiosas e esotéricas, sobre um mundo obscuro que se esconde por trás do véu da realidade. Tal qual o escritor Arthur Machen, com seu famoso O Grande Deus Pã, que levou para sua literatura de terror conhecimento ocultista, aprendido e praticado em sociedades secretas ocultistas, como a ordem hermética vitoriana da GOLDEN DAWN.


Talvez seja nesse contexto que se insere Dino Menezes, com seu livro que traz o sugestivo título Pra Quem Acredita em Fantasma.

O livro traz uma seleção de lendas, casos e relatos fantasmagóricos colhidos de diversas regiões de nosso país, e apesar de seu título, pode ser de leitura interessante mesmo para aqueles que não acreditam em fantasmas.



Casos:

O Macabro Crime da Mala e o Fantasma da Mulher Grávida do Porto
Conta a história do mais famoso crime ocorrido no Brasil, acontecido na década de 1920. Em que um corpo desmembrado de mulher, com seu feto exposto, fora encontrado em um baú em um barco que iria para a Itália. O crime, que se tornou o mais popular homicídio em nosso país antes do aparecimento de crimes feitos por serial killers brasileiros, teria sido cometido pelo marido. Segundo relatos, o fantasma da mulher ainda assombra o porto de Santos.

O Local Amaldiçoado: Crime do Poço e o Incêndio do Edifício Joelma
O incêndio do Edifício Joelma, ocorrido em 1974, foi um dos piores incêndios acontecido em local público do Brasil. A TV acompanhou todo o drama, com pessoas se jogando de sua altura, ou desesperadas na cobertura do prédio, correndo das chamas e fumaça, sendo queimadas vivas. O curioso é que alguns anos antes da construção do prédio, um acontecimento terrível havia acontecido no mesmo local; o caso do filho que havia matado a mãe e as irmãs, e jogado seus corpos em um poço preparado para o crime. Um bombeiro também morreu, contaminado pelos cadáveres em decomposição durante o resgate dos mesmos. Passado vários anos depois das tragédias, no novo edifício feito no local ainda dá origem a relatos de fantasmas e fatos assombrosos.

Espírito de Jack, O  Estripador, se Comunica com uma Médium no Brasil
Este título relata um fato curioso. Após cessar as mortes de prostitutas cometidos em 1888, em Londres, e atribuídas ao mais famoso serial killer, Jack, o Estripador, assassinatos semelhantes ocorreram na Vila de Paranapiacaba, interior de São Paulo. Teria Jack vindo para o Brasil, já que nesse período a vila teria sido construída por operários ingleses da firma inglesa contratada para a construção da ferrovia que ligaria o porto de Santos com demais localidades? A curiosidade aumenta ainda mais quando um médium recebe o espírito do médico inglês que havia morado na região, e que assumiu os crimes e contou detalhes sobre os mesmo.

Estes são alguns títulos de um total de 21 casos contado no livro Pra Quem Acredita em Fantasmas.

Abaixo, uma pequena entrevista que o blog BORNAL fez com seu autor, Dino Menezes.



BORNAL: O título de seu livro, Pra Quem Acredita em Fantasma, dá a ideia de que seu livro tem como público-alvo pessoas que acreditam no sobrenatural. Para você é importante que seus leitores acreditem em fatos paranormais para ler o livro?
DINO MENEZES: Não, de forma alguma. Os leitores podem ler como uma boa ficção; a intenção do título do livro é exatamente gerar curiosidade até para os que não acreditam. Tanto é, que recebi o retorno de pessoas de várias idades, dos 12 aos 85 anos, e de diversas crenças também. No próprio livro, inseri esse feedback das pessoas que vieram a interagir com uma parte das histórias quando divulguei pela internet. Ali, é possível perceber a variedade do público e dos que inicialmente não acreditam e começam a se questionar quanto ao assunto.

BORNAL: Qual o critério que você usou para selecionar as histórias para o livro?
DINO MENEZES: Depois de uma viagem para Paranapiacaba, comecei a pesquisar as lendas de terror e usei o caminho da antiga São Paulo Highway, que vai da cidade de Santos até Campinas, ligando as crônicas, que são baseadas em fatos reais, pelos trilhos da antiga ferrovia. 
           
BORNAL: Você acredita que há uma conexão entre escritores de histórias de terror e a crença no sobrenatural?
DINO MENEZES: Pode haver ou não, dependendo de cada escritor. Mas a curiosidade e a inquietação sobre o tema tem que haver. A curiosidade, a imaginação, o medo... principalmente o medo nos faz viajar. Atualmente, tenho lido livros espíritas para entender melhor o assunto, que é tão complexo quanto desconhecido para alguns.

BORNAL: De todos os relatos e lendas que você catalogou, qual a que lhe impressionou mais e qual o motivo?
DINO MENEZES: O incêndio no edifício Joelma, pois quando eu era criança, assisti aquele terror todo ao vivo pela televisão. A história e as imagens ficaram marcadas em mim. E durante as pesquisas e ao escrever o livro, revivi toda a tragédia que marcou a minha infância.

BORNAL: Você passou por alguma experiência que você classificaria como sobrenatural?
DINO MENEZES: Algumas coincidências aconteceram enquanto eu escrevia o livro. Acho que cada pessoa reage de uma forma diferente ao sobrenatural, dependendo de suas capacidades para sentir. Alguns veem, outros sonham, mas ocorre para quem tem sensibilidade. No meu caso, acho que consigo sentir as histórias e transportá-las em sua maioria para o papel, respeitando os espíritos e também entregando um pouco da minha sensibilidade ao escrever sobre esses seres quando consigo manter uma ligação aos personagens sem o preconceito às suas atitudes.

BORNAL: Seu interesse por lendas e relatos sobrenaturais é motivado por alguma crença religiosa?
DINO MENEZES: Não sou religioso, fui muito pouco a igreja, venho do teatro e trabalho com cinema.  Então a minha ligação com as histórias é uma forma artística de me expressar. E, contar histórias é a minha paixão não importando o meio.
Nasci em Belém do Pará, morei no Edifício Manoel Pinto, que tem diversas histórias assombradas. Depois fui morar em frente ao Cemitério da Soledad, onde meus irmãos me contavam histórias de terror. E ainda nesta época, no caminho da escola, passava em frente ao Palacete Bolonha, que é tema de uma das histórias do meu próximo livro que fiz em parceria com Bosco Silva, o qual me entrevista, rs. Enfim, essas experiências na infância me fizeram ter interesse e escrever sobre Terror.

BORNAL: O que você pensa sobre toda essa onda de conservadorismo, estimulada por políticos evangélicos, que tendem a censurar e desestimular filmes, livros, com temáticas de sobrenatural, terror?
DINO MENEZES: Cada um que tenha seu ponto de vista, goste ou não de algo, temos que respeitar isso, ter o livre arbítrio para escolher o que fazer (Ler). O fundamental é liberdade de expressão, e a liberdade de expressão é inalienável. Tem que ter filme de Prostituta, como também tem que ter filme de Igreja. Tem que se produzir todos os gêneros, e consome quem quiser. Dou esse exemplo, mas serve para todas as categorias artísticas. O perigo oculto do conservadorismo, é que começam censurando a arte, depois queimam livros, daqui a pouco estarão matando gente. Já vimos isso acontecer antes e temos que aprender com a história. Temos que ficar atentos !!

BORNAL: Você tem se sentido prejudicado com a política conservadora do novo governo?
DINO MENEZES: Muito prejudicado. A agência reguladora do cinema, ANCINE, a área que atuo, está sendo sucateada e está parada. Mais de 400 produções estão burocraticamente paralisadas atualmente no Brasil. Desde o ano passado, tento registrar um documentário e não consigo, não tenho resposta. A atuação desse governo é um desastre, um grande retrocesso a cultura e a arte brasileira. Mas vamos continuar a luta pela arte e pela liberdade de expressão!

Dino Menezes



Produtor Audiovisual e diretor, Dino Menezes trabalha com o Cinema, a literatura e o Teatro, montando Peças Teatrais, Curtas-metragens, Documentários e Performances. Ganhador de inúmeros prêmios na Baixada Santista e no Estado de São Paulo, participou de Festivais de Cinema no Brasil e no Exterior. Artista multimídia, Dino Menezes transita entre o cinema, a fotografia, a literatura e o Teatro, desenvolvendo a sua arte livre, com mais de 30 prêmios nesses segmentos. Produz a Mostra Cine Debate e a Mostra Marginal de Cinema Santista.

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Blog de Dino Menezes: https://medium.com/@dinomenezesii