quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O ANDROIDE (de Bosco Silva)



Numa badalada casa noturna em um futuro distante...
- Oooiii!
- Oi.
- As coisas lá dentro estão pegando fogo, hein?!
- Fogo, aonde, aonde? - disse o sujeito estranho com voz metálica, virando a cabeça em 360 graus.
- Calma, quero dizer apenas que as pessoas estão bastante animadas lá dentro.
- Ah sim, desculpa-me, é que sou um androide-bombeiro, tipo MX30.6, semi-humano.
- É mesmo?! Hum... que maravilha! Então aposto que és capaz de abrir esta garrafa de vinho somente com as mãos.
- Sim, meus dedos podem se transformar em ferramentas... zimm... ziimmm... ziiimmmm... ziiiimmmmm...
- Nossa! Obrigada - disse a mulher com a garrafa aberta.
- Tens um cigarro?
- Não compactuamos com nenhuma possibilidade de incêndio.
- Claro, claro, um robô... que boba sou eu, mas é que pareces ser tão humano! E aposto que és capaz de apagar qualquer tipo de fogo, com esses braços e essas pernas longas, hein? - inquiriu a mulher com segundas intensões, e continuou:
- Aliás, tudo em você parece ser tão forte e grande.
- Sou um robô-bombeiro, tipo MX30.6.
- Sei, sei, do tipo que apaga qualquer fogo... Huuummm, gostaria muito de ver sua mangueira, onde ela fica?
- Entre minhas pernas.
- Nossa!, que sugestivo! Então mostre-me.
- Só mostramos em presença de fogo.
- Ah, éééé...? - disse a mulher tirando um isqueiro do bolso.
E após acendê-lo, ela exclama:
 - Mas só isso!!!
- Sou de tecnologia japonesa.
- Tô vendo - disse a mulher insatisfeita. - Mas pelo menos me restam as ferramentas... Venha cá, você tem aí algo emborrachado?
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário