Podemos
compreender, sem a menor dificuldade, que alguém goste de livros com histórias
policiais que envolva assassinos e crimes misteriosos; também podemos
compreender o gosto por histórias reais de assassinos, por despertar a
curiosidade de saber até onde pode ir a obscura mente humana; podemos
compreender até mesmo o gosto duvidoso de pessoas que colecionam objetos que
pertenceram a assassinos famosos e as páginas de discussões da internet sobre “Qual
o seu Serial Killer preferido?”. Contudo, há uma forma de relacionamento com
assassinos que se torna de difícil explicação. São os milhares de casos de
mulheres que se sentem atraídas e se apaixonam por Serial Killers; se
correspondendo com eles por meio de cartas apaixonadas; se acotovelando durante
seus julgamentos somente para vê-los, ou visitando-os nos presídios; se oferecendo
para esposas e tentando viver com eles mesmo sabendo que muitos se
especializaram em torturar e matar mulheres.
Este
texto é sobre esse lado obscuro da mente de mulheres que gostam ou perderam a
noção do perigo.
CAROL ANN BOONE E TED BUNDY
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Carol Ann Boone |
Ted
Bundy — preso em 1978 por cerca de 30 assassinatos de mulheres — seguia um
ritual quando escolhia suas vítimas: eram sempre mulheres brancas, de cabelos
negros, lisos e repartidos ao meio. Ele se valia de sua beleza, simulando
tentar carregar livros pesados até seu carro com um dos braços falsamente machucado
a fim de atrair universitárias. Quando a vítima oferecia ajuda, ele as
empurrava para dentro do carro, imobilizando-as até um lugar seguro para
matá-las.
Ted
Bundy as torturava brutalmente, estuprava-as antes de assassiná-las. Ele também
dilacerava seus seios por meio de dentadas; mutilava suas vaginas com estacas;
decepava suas cabeças. Ted também seguia o ritual de voltar dias depois de suas
vítimas terem sido mortas para fazer sexo com seus cadáveres.
Se
você imaginou que após saberem destes terríveis detalhes nenhuma mulher iria se
interessar novamente por ele, você está extremamente errado. Pelo contrário,
pois após se tornar conhecido pela brutalidade de seus crimes contra mulheres,
Ted Bundy passou a receber milhares de cartas de mulheres se declarando
apaixonadas por ele. Durante seu julgamento muitas mulheres iam só para vê-lo,
algumas se vestiam semelhante as suas vítimas afim de chamar-lhe atenção. Entre
suas fãs uma se destacou mais: Carol Ann Boone, que o visitava constantemente
na prisão e durante seu julgamento chegou a ser pedida em casamento por ele,
tendo o juiz, devido uma antiga lei americana, obrigado a efetivar o casamento.
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Carol e Ted Bundy, Juntos com a Filha |
Carol engravidou de Ted Bundy, fato que tornou-se motivo de especulação já que
era proibido visita íntima. Alguns argumentam que eles subornaram policiais
para ficarem juntos; outros argumentam que Carol levou para fora da prisão o
sêmen de Ted Bundy e fez inseminação artificial. Seja como for, é espantoso que
mulheres possam nutrir sentimento de carinho por alguém que odiava tanto
mulheres ao ponto de tratá-las como ele tratou suas vítimas — alguns afirmam
que Ted Bundy via em suas vítimas a imagem de sua mãe, que ele tanto detestava.
E
se você pensa que esta atração de tantas mulheres por um terrível assassino de
mulheres se deu excepcionalmente apenas com Ted Bundy, você está mais uma vez
terrivelmente enganado, pois no mundo louco dos Serial Killers isto é uma
regra.
Tentando
compreender esta atração bizarra de mulheres por assassinos que têm prazer em
assassinar e causar mal as suas vítimas, e em que elas podem se tornar vítimas
potenciais deles, vamos até ao século XIX, onde tudo parece ter começado.
ROSALIND
BOWERS: UMA DAS PRIMEIRAS FÃS DE SERIAL KILLERS
A
primeira vez que foi documentado que um assassino de mulheres atraiu tantas
mulheres apaixonadas por ele em um julgamento se deu em 1895, na cidade de San
Francisco, Estados Unidos.
Era
o julgamento de Willian Henry Theodore Durrant, um jovem futuro médico, de
origem canadense, 23 anos, que matou duas jovens que frequentava a escola
dominical de sua igreja. A primeira de suas vítimas foi Blanche Lamont, de 20
anos. Ela foi morta com facadas no peito e escondida em um armário. Foi
estuprada antes e depois de ter sido morta. Já sua segunda vítima, Minnie
Willians, 20 anos, foi estrangulada, porém o adiantada estado de decomposição
de seu corpo impediu que fosse verificado se houve estupro.
Willian Henry Theodore Durrant era considerado
um jovem bonito, educado, religioso e trabalhador, com uma promissora carreira
pela frente. Era o que podia ser considerado como o sonho de qualquer sogra.
Seu julgamento, que durou três semanas, se tornou a sensação da imprensa da
época, que o apelidou de “O Demônio do Campanário”. Mas o que mais chamou a
atenção dos presentes e da imprensa foi o grande número de mulheres que iam
somente para vê-lo. E no meio de tantas mulheres uma começou a chamar atenção
de todos e, claro, também da imprensa, era uma mulher de nome Rosalind Bowers
que parecia todos os dias de julgamento com um buquê de flores para oferecê-lo.
Esta tentou visita-lo em sua cela, e mesmo sendo rejeitada pelo assassino,
frequentou o julgamento até seu término. Rosalind tornou-se uma atração a mais
ao julgamento. Mais tarde descobriu-se que ela era casada, causando desgosto em
seu marido. Em 3 de abril de 1897, o jovem futuro médico foi morto por
enforcamento como pena para seus crimes.
E
se você pensa que nesse estranho mundo das tietes de Serial Killers há apenas
admiração para os Serial Killers considerados bonitos e charmosos você mais uma
vez está redondamente enganado, para muitas fãs de Serial Killers são seus
terríveis atos que lhes fizeram ficar famosos:
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Henry Lee Lucas |
Henry
Lee Lucas não se enquadrava nos padrões do que seria um homem bonito, no
entanto tinha suas fãs apaixonadas que nem mesmo se importavam com o fato dele
ser homossexual; o mesmo aconteceu com o “Palhaço Assassino”, John Wayne Gacy,
que sentia profunda atração por rapazes novos, e que havia matado mais de 30, e
escondidos seus corpos sob o chão de sua casa.
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John Wayne Gacy |
Se
Rosalind Bowers foi a pioneira, podemos dizer que Sondra London foi a rainha
delas.
SONDRA
LONDON, A RAINHA DAS ADMIRADORAS DE SERIAL KILLERS
Em
sua vida amorosa, Sondra London teve duas possibilidades: Ter sentido pavor de
ter se relacionado com um Serial Killer, ou o começo de uma profunda atração
por eles. Ela seguiu a segunda opção, pois, durante sua adolescência, Sondra
namorou com um rapaz que nos anos de 1970 se tornaria um perigoso Serial
Killer: Gerard Schaefer, que ao ser preso confessou o assassinato de mais de 80
mulheres em 8 anos.
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Sondra e Gerard quando Jovens. Abaixo, com Mais Idade: |
Após
Gerard ter sido preso, e Sondra ter tido conhecimento de suas façanhas, o
antigo amor de adolescência foi reavivado, e Sondra passou 20 anos visitando-o
e se dedicando ao seu antigo amor, que deve ter se decepcionado quando ela,
após esse período, o abandonou por outro Serial Killer de mulheres, o
“Carniceiro de Gainesville”, Danny Rolling, muito mais novo e violento, com
grande predileção por estripar mulheres, que deve ter feito seus olhos
brilharem e se apaixonarem imediatamente por ele.
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Danny Rolling |
Em
1994, durante seu julgamento, Danny Rolling, aproveitou do tempo permitido a
sua defesa para cantar uma música com tema de amor, declarando, em público, seu
amor a ela, que estava presente no julgamento.
Sondra
London não apenas deu amor aos seus Serial Killers preferidos, mas também
ajudou-os em seus projetos como os livros em que seus “doces” Serial Killers de
mulheres se divertiam a contar com detalhes suas aventuras quando praticavam
assassinatos de mulheres. Com Gerard Schaefer ela ajudou na publicação de seu
livro “Killer Fiction”, e com Danny Rolling, ela escreveu “The Making of the
Serial Killers”, onde Danny Rolling põe a culpa de suas atrocidades em uma
suposta entidade chama “Gemini” que teria possuído sua alma; sua explicação
tornou-se uma grande piada quando descobriram a semelhança dessa suposta
entidade com a entidade presente no filme “O Exocista III”.
A
BELA E MORTAL VERONICA LYNN COMPTON
Se
Sondra London foi a rainha das Tietes de Serial Killers, Veronica Lynn Compton
foi a princesa que todo Serial Killer sonharia em ter por perto.
Veronica
Lynn Compton era uma jovem e belíssima mulher que sonhava em ser atriz de
Hollywood quando visitou pela primeira vez na prisão um dos chamados
“Estranguladores de Hillside”, kenneth Bianch que, junto de seu primo Angelo Buono
Jr., havia matado mais de dez mulheres, a maioria por estrangulamento. Veronica
estava fazendo uma pesquisa para a criação do personagem de um Serial Killer
mulher. Durante suas visitas a Kenneth ela se apaixonou por ele, e ele vendo o
poder que exercia nesta, a convenceu de matar mulheres por estrangulamento para
demonstrar a polícia de que os verdadeiros assassinos ainda estavam soltos.
Para tanto Kenneth comprava sêmen de seus companheiros de prisão para que
Veronica pudessem usá-los nas futuras cenas de crimes. O resultado foi
catastrófico para Veronica que viajou para cidade de Bellingham, no estado
americano de Washington, conheceu uma garçonete, levou-a para um apartamento
que havia alugado. E quando tudo estava pronto para o estrangulamento, sua
vítima se soltou, o que a levou a ser presa.
Uma vez presa, Veronica começou a se
corresponder com o Serial Killer Douglas Clark, um necrófilo que junto com
Carol Bundy que atraia mulheres para que ele pudessem estuprá-las e depois
matá-las, matou uma série de mulheres. Douglas, antes de fazer sexo com seus
cadáveres, decepava suas cabeças para que Carol maquiassem elas para que se
parecessem com a boneca Barbie e fosse usadas por Douglas como lembranças de
seus assassinatos. Nas cartas trocadas entre Douglas e Venonica os dois tinham
estipulados que quando saíssem da cadeia iriam montar uma funerária para que os
dois pudessem manter relação sexual com cadáveres.
Veronica
Lynn Compton é um exemplo de que a paixão por um Serial KIller pode levar ao
crime.
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Tiago da Rocha |
Se
após todos esses exemplos de mulheres que se sentem atraídas por assassinos de
mulheres, você pensa que é algo que só acontece lá na terra do cinema, você
mais uma vez está redondamente enganado, pois aqui mesmo na terra do carnaval,
este parece ser um fenômeno relativamente comum que foi mais uma vez verificado
quando o Serial Killer goiano Tiago da Rocha após ficar conhecido nacionalmente
pelas matérias de TV que anunciava ser ele o assassino de mais de 11 mulheres
que foram mortas por meio do uso de arma de fogo quando esperavam seu
transporte em parada de ônibus. Tiago passou a receber milhares de cartas de
admiradoras mulheres.
Outro
caso que surpreende pelo mesmo fato é o do assassino Francisco de Assis
Pereira, que ficou conhecido como o “Maníaco do Parque”, que torturou, estuprou
e assassinou mais 9 mulheres. Após ser preso passou a receber mais de 100.000
cartas de mulheres apaixonadas por ele por mês; e esse valor não diminuiu tanto
ainda hoje. Ele casou com uma pós-graduada em história; de classe alta; e
bonita. E ele continua preso. Quando se diz que não é fácil compreender as
mulheres, taí um bom exemplo!
Mas
o que poderia explicar este fenômeno feminino em que não basta apenas se apaixonarem
por assassinos, mas se apaixonam por assassinos que têm a preferência de só
matar mulheres; e em quanto mais violentos são eles, mas têm admiradoras?
Sem
dúvida um dos grandes motivos que levam mulheres a se aproximarem de assassinos
famosos é o desejo de compartilharem com estes um pouco da fama que
conquistaram com seus horríveis crimes. Contudo, embora esta seja um dos
maiores motivos, não é o único. Abaixo algumas explicações para tal
comportamento:
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Mulheres que possuem baixo estima podem ver no relacionamento com um Serial
Killer uma forma de dominá-lo, e dominando-o se sentiriam poderosas, amenizando
o sentimento da baixa estima.
*
A atração por Serial Killers seria movida pelo excitante desejo do perigo.
*
Mulheres que foram abusadas, mal cuidadas, ou cresceram sem a figura de um pai
podem sentirem atração por criminosos.
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Há a atração provocada pela excitação sexual que a violência pode despertar em
algumas mulheres.