“APÓS A CHUVA DA TARDE” E A LENDA DA CANTORA-VAMPIRA
O romance Após a Chuva da Tarde — um Romance Gótico Amazônico, do paraense Bosco Chancen, além de ser um romance histórico com pegada vampírica (algo inédito no gênero), adapta o estilo gótico — originalmente associado às frias terras europeias — ao calor da região amazônica, misturando a lenda europeia dos vampiros à lendas amazônicas, como a do boto encantado, e focando no processo de como as lendas surgem.
Diferente do mito, que busca explicar a origem dos deuses, do ser humano e da natureza, (como nos mitos gregos), as lendas são criações anônimas e populares — ainda bastante viva em nosso tempo —, que, geralmente, se formam a partir de algum acontecimento real que impressionou um pequeno grupo de pessoas, um povoado, ou uma região que, com o tempo, são acrescentadas a elas detalhes maravilhosos e miraculosos feitos por aqueles que passam a narrá-las.
O romance, baseado em fatos reais, narra os escândalos que uma bela e enigmática cantora lírica francesa, Camille Monfort, provocou, por seu comportamento livre das convenções sociais de sua época, na conservadora sociedade de Belém, de 1896, ao vir para uma série de concertos no Theatro da Paz e ser acusada de vampirismo e de ter trazido um misterioso culto vitoriano à Amazônia.
O livro, por meio de relatos e recortes de jornais da época, conta as impressões que a presença da misteriosa cantora deixou na população local: admiração nos mais cultos, por seu grande talento musical e espírito livre, que inspirou o sentimento de emancipação nas mulheres da região; medo e superstição na maioria, que passaram a ver nela uma ameaça a ordem social, demonizando-a e criando a lenda de uma mulher-vampira.
Sabendo que toda lenda tem um fundo de verdade, um dos personagens busca encontrar as causas que deram origem a lenda da mulher-vampira, descobrindo detalhes sórdidos sobre a estadia da bela cantora na Amazônia, fatos assustadores sobre a vida de importantes cidadãos locais e também histórias nebulosas sobre a cidade de Belém.
Recentemente, parte da história de Camille Marie Monfort viralizou na internet, rompendo as páginas do livro e fronteiras do Brasil, ganhando matérias e vídeos nos mais variados países e línguas estrangeiras — inglês, francês, espanhol, alemão, italiano —, fazendo conhecida a cidade de Belém à inúmeros estrangeiros que nunca sequer ouviram falar da capital do estado do Pará, e causando curiosidade e interesse em habitantes locais pelos monumentos e história da cidade de Belém; evento nunca antes acontecido com livro de um autor brasileiro.
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Tem como comprar o livro sem ser na feira do livro? Sou de Belém
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