O ROMANCE “APÓS A CHUVA DA TARDE” E O REALISMO MÁGICO
O escritor Gabriel Garcia Marques dizia que tudo que ele escrevia, por mais absurdo que parecesse, era baseado na mais pura verdade.
Pode-se dizer o mesmo do romance vampiresco "Após a Chuva da Tarde” em que tudo contido nele, por mais absurdo que possa parecer ao leitor, se baseia na mais extrema realidade; por exemplo: a afirmação de que as esposas dos barões da borracha de Belém mandavam para Europa seus vestidos para serem lavados — o que pode parecer ao leitor um exagero do autor —, é a mais pura verdade, e o fato se explica: a água de Belém amarelava os ricos vestidos das senhoras.
O romance “Após a Chuva da Tarde”, além da pesquisa histórica, baseia-se também no conceito de lenda: uma narrativa fantástica que surge de um acontecimento real que impressionou uma região ou um grupo de pessoas, e que com o tempo passa a ser acrescentados elementos mágicos a ela — ou seja, toda lenda tem um quê de verdade. Assim, é contado a história de Camille Monfort, uma cantora lírica francesa que veio para a cidade de Belém, durante o rico período do ciclo da borracha, em 1896, para concertos, causando alvoroço na cidade por seu espírito livre das convenções sociais da época e por seus banhos de chuva, seminua, durante a chuva da tarde, e por inspirar mulheres à busca da liberdade das amarras sociais, terminando com uma acusação de vampirismo.
Camille Monfort, em sua curta estadia, deixou um longo rasto de lendas, que são interpretadas de diferentes modos, segundo a classe social dos personagens do livro. Para os mais esclarecidos, ela foi uma grande artista, uma mulher à frente de seu tempo, de espírito livre, que lutava pela independência das mulheres e pelo direito ao voto feminino; para outros, uma mulher envolta em mistérios, com traços sobrenaturais, que foi identificada com entidades de lendas amazônicas — uma "matinta perera"; já para outros, o fato de sua vinda coincidir com a epidemia de cólera, que matou milhares de pessoas, seria o sinal de que ela havia trazido à Amazônia o terror do vampirismo.
Cabe ao leitor descobrir qual a melhor explicação para este grande mistério que foi Camille Marie Monfort, a Voz que Encantou o Mundo.
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