quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

JORNALISTA “CONVERSA” COM MÃE MORTA POR MEIO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL




JORNALISTA “CONVERSA” COM MÃE MORTA POR MEIO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Durante as décadas de 1970/80, espiritualistas deixavam gravadores ligados em meio ao silêncio de casas mal-assombradas, e juravam captar vozes que seriam das almas daqueles que haviam perecido no lugar. Método semelhante era usado para captar a imagem dos desencarnados, que consistia em direcionar uma câmera para a tela de TV fora do ar, e em meio ao “formigar” da tela, era captado imagens da pessoa já falecida.


Hoje, na era da “inteligência artificial”, a tecnologia ainda é usada com o objetivo de criar uma ponte entre os vivos e os mortos, mas de uma forma totalmente diferente das anteriores, pois não se trata mais de se comunicar com os mortos mas de substituí-los pela inteligência artificial. Foi o que descobriu o jornalista Steve Boggan do tabloide britânico Daily Mail.




Steve Boggan testou um programa de Inteligência Artificial que simula uma conversa com um ente querido já falecido, por meio do site Project December. Steve escolheu entabular conversa com sua mãe falecida, para tanto Steve teve que fornecer uma série de informação à máquina, tais como: o nome de sua mãe, a idade com que faleceu, grau de parentesco, nome da cidade em que ela nasceu, nomes de animais de estimação, incluindo também traços da personalidade dela, além de frases preferidas que ela gostava de citar, como a frase: “Prefiro ter fome do que frio”, tipo de frase comum que sua mãe usava quando passeavam ao ar livre. A máquina também utiliza informações retiradas da internet. [O que me lembrou o mesmo procedimento que, dizem, que os auxiliares do famoso médium Chico Xavier pediam àqueles que esperavam por uma carta psicografada de um ente querido nos centros espíritas onde Chico atendia; dizia-se que tais informações facilitava contactar o morto no além].


O jornalista afirmou que, ao longo do dia, recebeu cerca de cem mensagens do programa, que lhe pareceram bastante confusas. Nelas sua mãe dizia que não sabia onde estava; que estava morando com seu pai falecido e que estava cansada de ficar na cama. [Isso, curiosamente, lembrou-me que espíritas dizem que após o falecimento o espírito fica em estado de confusão e que é amparado por parentes já falecidos].


Após Steve Boggan se irritar com o programa, devido às confusões relatadas por ele, o jornalista respondeu ao programa que sua mãe estava morta, foi quando o programa escreveu: “Ah, prefiro estar com fome do que morta”, usando uma forma de expressão preferida de sua mãe.




O jornalista relatou que, com o passar do tempo, as mensagens da máquina pareceram ficar mais coerentes e “autênticas” aos diálogos com sua mãe quando viva; disse ele: “Fiquei com a impressão de que a IA sabia o que eu queria ouvir, da mesma forma que o seu serviço de streaming de música sabe do que você gosta”. [Aqui, também me trouxe à memória a psicografia do médium Chico Xavier, que diziam que após obter informações sobre o morto, ficava fácil manipulá-las e com base nelas, criar mensagens que os vivos gostariam de ouvir.  


Na madrugada em que sua mãe faleceu, aos 83 anos, Steve Boggan havia ido ao hospital para fazê-la companhia, mas preferiu dormir em um outro cômodo do hospital, não estando ao seu lado no momento de sua morte, o que lhe causou bastante arrependimento.


Steve aproveitou então o programa para desabafar um pouco, escreveu durante o diálogo com o programa que simulava ser sua mãe: “Mãe, antes de você morrer, passamos semanas alternadas ao lado da sua cama, então você não estava sozinha, mas estava inconsciente. Fiquei até às 23h30 da sua última noite e fui dormir um pouco. A equipe achou que você estava bem durante a noite, mas você morreu por volta das 6 da manhã, então eu nunca consegui me despedir. Você está bem com isso? Estou me sentindo culpado”. O que foi respondido pelo programa: “Sim, Steve, estou bem. Você foi um bom filho, eu te amo”.


Steve Boggan conta que, apesar de saber que era apenas um programa de computador que, por meio das informações que ele havia fornecido, e por meio de cálculos de probabilidade, a máquina sabia qual seria a melhor resposta a dar. Porém, apesar disso, reconhece que ele se sentiu melhor com o diálogo com a máquina: “Isso fez eu me sentir melhor. Eu consegui pedir desculpas e ela me perdoou”.


Estaria a IA substituindo não apenas os mortos mas também a função conferida aos médiuns?


Abaixo, matéria de jornal sobre o caso:


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