quinta-feira, 1 de março de 2018

SILENCER, A “MACABRA” HISTÓRIA DA BANDA DE BLACK METAL QUE ENGANOU SEUS FÃS



SILENCER, A “MACABRA” HISTÓRIA DA BANDA DE BLACK METAL QUE ENGANOU SEUS FÃS

Desde que a banda pioneira de Heavy Metal, Black Sabbath, lançou seu primeiro álbum em uma sexta-feira 13 do ano de 1970, como uma forma de chamar ainda mais atenção para a temática sombria de suas letras, percebeu-se que para uma banda de Heavy Metal não basta apenas a música para promover seu sucesso, mas sempre é bom um boato, uma história sinistra mal contada, como meio de chamar ainda mais atenção para a referida banda, como a história de Ozzy e o morcego mordido por ele, que o próprio diz ter sido verdade, acontecido durante um show; tal fato, sem dúvida alguma, ajudou a alavancar ainda mais a carreira do famoso “madman”; e se isto já era verdadeiro nos tempos anteriores a internet, hoje, com a rápida possibilidade de se espalhar boatos através da rede mundial de computadores, tornou-se fundamental. Dito isto, convido-os a conhecerem a curiosa história da banda sueca SILENCER:
A banda surgiu em 1995, quando o guitarrista e baixista Andreas Casado, sob o pseudônimo de Leere (“vazio” em alemão) chamou para cantar em sua banda Mikael Nilsson, músico industrial de Markaryd, que adotou o pseudônimo Nattramn (nome de uma ave da mitologia nórdica que leva a alma de suicidas e bebês não-batizados). No final de 1998, lançaram com o baterista Tomas Mattsson a demo Death, Pierce Me, limitada em 40 edições, com uma única faixa de 11 minutos, que chegou aos ouvidos da gravadora alemã Prophecy Productions, que fechou com eles um contrato em 1999.



Em 2000, Silencer se une ao baterista Steve Wolz e grava o álbum Death – Pierce Me. Logo depois, o irmão de Nattramn publicaria uma carta onde revelava sua admiração pelo assassino em série sueco Thomas Quick (Esse assassino nunca existiu), terminando a carta dizendo que queria matar jovens meninas como ele fizera. No mesmo ano, ele tentaria atacar uma garota de 6 anos com um machado em um parque de Vattentornsskogen, em Ljungby. Logo depois, tentou fugir de bicicleta, e, ao ser pego, pediu à polícia que o matasse. A morte do irmão de Nattramn deixou ele bem perturbado e ele acabou sendo levado a um hospital psiquiátrico em Växjo em 2001 Há rumores de que ele fugiu do hospital psiquiátrico, depois voltando.



Em 2001 foi lançado pela Prophecy o álbum que Silencer havia gravado, que foi muito aclamado pelo meio do black metal. O que chamou muita atenção da mídia em geral para a banda foi o fato que Nattramn havia mutilado as próprias mãos e o rosto com cortes profundos no meio das gravações para produzir gritos realistas, e a chocante foto que ele tiraria no meio das gravações, onde seu rosto está envolto em bandagens e suas mãos são escondidas por pés de porco que ele amarrou em seus pulsos, suas bandagens e seu corpo muito ensanguentados.



Enquanto internado, foi sugerido a Nattramn que escrevesse para extravasar seus sentimentos e para desviar a atenção da terapia de reabilitação mental e dos cortes profundos em seu rosto em suas mãos. Como resultado, saiu em 2011 o livro Grishjärta(“coração de porco” em sueco,clique no linkpra baixar). Em 2012, saiu o álbum Transformalin, de seu novo projeto Diagnose: Lebensgefahr (diagóstico: fatal).



Aqui o suposto clipe do Silencer:
Possui imagens chocantes e perturbadoras, não recomendo a visualização se você se choca com facilidade.



Agora vamos tentar destruir os rumores…ou a história toda 😀

Fiquei bem intrigado com esse clipe, pois ele não se encaixa na linha do tempo. O Silencer encerrou suas atividades em 2001 devido o internamento do vocalista, e esse clipe começou a ser divulgado por volta de agosto de 2007, logo não teria como eles estarem envolvidos por trás da produção do mesmo, e outra curiosidade é que a postagem mais antiga desse vídeo vem de um site japonês e a publicação com mais visualizações tem legendas em espanhol, por sinal a história de Nattramn foi bastante divulgada pelos falantes de língua espanhola.

Com um pouco de pesquisa, descobri que as imagens que compõem esse clipe na verdade foram tiradas de um filme B chamado Begotten, alguém fez uma edição que casou com a música,  divulgou como se fosse o clipe do Silencer e meio mundo de gente acreditou, mas no primeiro olhar até que parecia mesmo, tem um cara retardado com rosto coberto e se mutilando com uma navalha.



Se você quiser saber sobre a história “construtiva” de Begotten, assista esse vídeo review.

O cara que aparece na foto que dizem ser o Mikael Nilsson é Rikard Bjernegård (Também conhecido como Nattramn) da banda Frostrike.

Por volta de 2006, essa história do irmão de Nattramn e o hospício começou a ser divulgada, praticamente no boca a boca, tendo algumas modificações no decorrer de seu caminho, em algumas versões é o irmão que recebe a carta e Nattramn quem ataca a garota, em outra versão Nattramn remove as mãos e coloca as patas de porco no lugar.

Em primeiro lugar, ele não arrancou as mãos, ele tá segurando o pé de porco com mão de pato.



E creio que ele nem chegou a cortar as mãos as mãos como a história alega, pois nas fotos que foram publicadas em seu livro onde supostamente ele estava internado, suas mãos e braços estão sem marcas.



Já não posso dizer o mesmo do seu pé. 😛



E se as mãos tivessem sido arrancadas ele nunca iria conseguir assinar o seu livro.



Só pra finalizar o tema dos cortes, o sangue das fotos parece ser falso e pelo padrão de distribuição ele possivelmente foi acrescentado após colocar a bandagem, tá tão mal feito que seria reprovado por qualquer diretor de filme de terror.

Consegui achar uma foto colorida, nela você pode ver como o sangue aparenta ser praticamente uma tinta que foi despejada no rosto dele.



A história do homem que fugiu do hospício e atacou uma garota de 6 anos com um machado realmente aconteceu e você pode conferir aqui (use o google tradutor), mas em nenhum momento o nome de Mikael Nilsson, ou seu suposto irmão Patrik é citado. (segundo o examiner esse era o nome do irmão).



A policia sueca pegando o louco do machado.



Mas vamos supor que de fato o irmão de Mikael Nilsson ( Nattramn ) tenha cometido esse crime, e após a morte do querido irmão tenha ficado louco, acabou sendo internado, começou a escrever o seu livro e em seguida lançou álbum novo como parte da sua terapia.

Pelo amor dos Deuses que terapeuta iria permitir um paciente escrever uma música doentia no qual ele pede pra ser violentado depois de morto?

“Expose Me, Violent Me, Offend Me, Touch Me …After I’m Dead …Or …
Just Flush Me Down The Drain ”

Que terapia sensacional né?

E obviamente ele não fez esse livro e álbum sozinho, teve ajuda de gente grande, e um paciente que passa a maior parte do seu tempo dopado não conseguiria se mobilizar para fazer uma obra tão rebuscada (apesar de macabra “Diagnose: Lebensgefahr” é uma obra muito bem produzida).

vamos falar da super equipe por trás do atual Nattramn, começando pelo próprio Mikael Nilsson.

Pensei que esse nome fosse falso assim como Nattramn, mas depois de fazer um “who is” no site do Diagnose, pude comprovar que foi ele mesmo quem registrou.



Reparem que a data de criação do site do Diagnose foi feita 6 anos antes de lançar o álbum e coincidiu com o surgimento dos rumores em torno de Nattramn.

Mas quem é Mikael Nilsson?

Provavelmente ele é um artista que mora em Stockholm, que por sinal é a mesma cidade do Silencer.



Se lembra da capa do Silencer? parece né?



Em 1996, Nattramn tinha um outro projeto chamado Trencandis e lançou uma demo chamada Ödelagt. Reparem como a arte da demo é similar com a de Mikael Nilsson.



A arte de Mikael Nilsson



O projeto do diagnose também teve ajuda de um diretor de arte e um produtor / DJ. (Como assim DJ?)



Segundo o Metal Archive, Christian Söderholm está presente desde do primeiro e único álbum do Sinister.


E Tobias Lilja é um artista experimental sueco que atua desde 2001. Principalmente nas áreas de eletrônica, ambiente e techno, mas ele não tem medo de explorar e incorporar outros gêneros também. Seu trabalho é caracterizado pela atenção ao design de som e o uso de sua própria voz. Tobias também faz som e música para vídeo game, televisão, filmes e projetos de arte.

Muita produção para um louco que tá contido em uma cela né? e olha que nem falei que a capa do Diagnose foi produzida por Costin Chioreanu que é renomado artista e já fez capa até para o Archenemy.



Agora vamos para a parte sinistra, o Human Animali Liberati (O selo que publicou o livro) é meio que tratado como uma religião que que prega o despertar da parte animalesca de cada um.

Por sinal, o selo HAL foi criado só para divulgar os trabalhos de Nattramn.

“HAL should be looked upon as a further expression of Nattramn, not necessarily linked to either Silencer or Diagnose: Lebensgefahr but merely the “works of Nattramn”.”

E o personagem é tratado como uma divindade.



Pelo visto ele não é muito bom da cabeça.

Conclusão final:
O Silencer estava esquecido, aí surgiu um rumor que pode ter sido plantado até mesmo pelo próprio Mikael Nilsson,a história viralizou e ele aproveitou a oportunidade para lançar seu novo projeto, todo esse mistério por trás da banda e do personagem só ajudou a alavancar as vendas, a loja deles agradecem.

** O  texto Acima Foi Tirado do Blog Acidulante, com o Título: Silencer, a "Macabra" História da Banda que Enganou a Internet

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