POR QUE ADORAMOS VILÕES EM FILMES E NA VIDA REAL?
O meme informa: Elize Matsunaga matou o marido e ganhou um documentário na Netflix; Suzane Von Richhofen matou os pais e se tornou a estrela de dois filmes. Mas a professora Heley de Abreu Silva, que salvou 28 crianças e morreu no incêndio na escola onde trabalhava, não teve nenhuma obra que lembrasse seu heroísmo.
O Jornalista Ulisses Campbell tem se tornado um dos autores de livros mais vendidos do Brasil escrevendo sobre as assassinas mais famosas de nosso país, com milhares de livros vendidos, onde se destaca curiosidades sobre a vida pessoal de tais assassinas.
Ulisses Campbell |
Curiosamente, também adoramos vilões nas histórias de ficção. O Coringa tem merecido tanto destaque quanto o super herói Batman.
O filme do Coringa mergulha nos traumas e dramas deste vilão, o humaniza e o torna tão próximo dos traumas e dramas de uma real que chega a ganhar a simpatia de muitos. No final percebemos que os anti heróis, com seus defeitos e imperfeições, estão mais próximos humanamente de nós do que os super heróis.
Na mitologia grega, os heróis, por seu heroísmo, pertenciam ao reino dos deuses, não dos humanos.
E é aqui que surge, talvez, uma explicação para a pergunta “Por que adoramos vilões?”. Os heróis para que seu ato de heroísmo não seja eclipsado por algum defeito de caráter, é necessário que sua história foque apenas em seu ato heroico, amenizando ou apagando por completo qualquer defeito de personalidade que o aproxime de nós.
É o que vemos no filme “Voo”, com o ator Denzel Washington, em que um piloto de avião é saudado como um grande herói após salvar os passageiros da morte com uma manobra extremamente ousada. Porém, a fascinação por seu ato de heroísmo termina quando descobre que ele, por ser alcoólatra, pilotava o avião bêbado, sendo este a causa de seu quase acidente fatal.
E é por deixar os sentimentos mais humanos --- cobiça, inveja, falsidade, ambição, etc. --- à mostra, sem filtro, através de seus atos hediondos, que os vilões acabam por ganhar simpatia do público e, por isso, também a atenção de autores de livros e diretores de filmes.
Heley de Abreu Silva |
Fica aqui uma singela homenagem à professora Heley de Abreu Silva, que morreu salvando crianças no incêndio da creche Gente Inocente, provocado pelo vigia do estabelecimento, em 2017, em Janaúba (MG).
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