Quem precisa dormir? ERA UM DIA NORMAL e nada indicava
nenhuma anormalidade: cães ladravam e a caravana continuava passando. Na janela
Januária há muito não está mais, vivemos
tempos droganáuticos, anfetaminados, hipodérmicos. Uma pressa não sei pra quê. O amor e a morte andam mais
próximos que no tempo de Lord Byron A realidade é assim: te dá um gostinho do
mel e do fel mas, como ia dizendo era um dia normal: a política no Brasil é uma
perda de tempo, o Flamengo não é um time mas uma religião, bolsões de miséria
ao lado de ícones do consumo e poder do capital, nada de novo. De novo apenas a
maravilha que é jogar com as palavras, ao vento, ao léu, no papel. Poucas
certezas, muita enganação, muito ópio em forma de religião alienante, o que
fazer? Para o circo eu nunca fui bom palhaço, no máximo mais um ator dependendo do cenário, na hora do pão
primeiro o meu João mas, e o tempo? Realidade independente de crenças (quinze
minutos já se passaram desde o início deste texto), ateus, agnósticos, céticos,
ninguém duvida do tempo. A verdade é algo que eu controlo, o controle passa
pela minha mente que é quase bipolar. Não me venha com discurso de normalidade.
A vida é o que acontece enquanto fazemos outras coisas (já dizia Lennon) mais
uma sexta, está aí, depois virão as cabeças ressacadas das segundas. Aproveite
o máximo, aproveite o dia, o cérebro é um poder e aliado ao coração, ficamos
imbatíveis. Pouca gente entendeu o real significado da frase do cineasta alemão
Fassbinder: “poso dormir quando estiver morto”.
Haroldo, para mim, a maior marca do bom prosador é a facilidade de escrever de forma que se tenha a impressão de estar batendo um papo, de forma fluente e sem adornos desnecessários. Essa coisa tua, seca, direta, cercada das coisas, sempre foi algo que eu notei desde o início. Talvez por isso a minha curiosidade em te ler sempre mais, pois é algo que sempre busquei: essa naturalidade meio atrevida de se falar de tudo em duas ou três pinceladas. Ainda corro atrás, ainda corro.
Haroldo, para mim, a maior marca do bom prosador é a facilidade de escrever de forma que se tenha a impressão de estar batendo um papo, de forma fluente e sem adornos desnecessários. Essa coisa tua, seca, direta, cercada das coisas, sempre foi algo que eu notei desde o início. Talvez por isso a minha curiosidade em te ler sempre mais, pois é algo que sempre busquei: essa naturalidade meio atrevida de se falar de tudo em duas ou três pinceladas. Ainda corro atrás, ainda corro.
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