O título de um livro é algo extremamente importante; e em muitos
casos, até mais que a capa, eles aguçam nossa curiosidade. Lembro-me que alguns
títulos de livros mexiam muito com minha curiosidade, e que foram o principal
motivo para lê-los; e quando os via em suas respectivas capas, imagens curiosas
me vinham imediatamente à cabeça.
Um título que sempre achei curioso foi “Bola de Sebo”, do francês Guy de Maupassant; sempre o achei um
título asqueroso, nojento mesmo; porém, longe de me repelir ele só me atraía: ficava
a imaginar do que se tratava, e quando descobri que era o apelido de uma mulher,
de uma prostituta, a curiosidade só aumentou, e posso dizer que, mesmo após tê-lo
lido, ainda hoje se mantém viva a curiosidade.
Mas havia também títulos de
poesia sem igual, como “Chove Nos Campos de Cachoeira”, de Dalcídio Jurandir;
esse título me traz imagens de vastos campos sob uma chuva rala, não o
suficiente para alagar ou relampejar, mas o bastante para trazer o frescor a um
dia ensolarado, com ventos refrescantes por entre o corpo, e a vontade
incontrolável de correr sob a chuva, sentindo o cheiro da relva e da terra
molhada: uma vontade irresistível de ser novamente criança.
E aproveitando o assunto
trago a vocês alguns livros com títulos curiosos; livros que podem muito bem ser
julgados, não por suas capas, certamente, mas por seus títulos.
Comecemos por este aqui
que parece um bom livro para ser lido por um adolescente aborrecido por ter ido
de férias com os pais a uma cidade que não queria:
Mais uma noite besta na cidade de merda, de Nick Flynn.
E já que a cidade é descrita
como uma cidade de merda, bem que poderia, na tradução brasileira, ser uma
Boston ou Chicago, por seus nomes serem bem sugestivos.
Já este aqui seria ideal a
um assaltante discípulo de John Lennon ou Gandhi:
Como assaltar bancos sem violência, de Roderic Knowles.
Este aqui seria útil aos
frequentadores de camping:
Como defecar na floresta, de Kathleen Meyer.
Já este seria ideal àqueles zoofilistas que gostam de viver perigosamente:
Aprendendo a brincar com testículos de leão, de Melissa Haynes.
E para quem tem um
verdadeiro trombone na bunda este livro seria ideal:
A arte Zen do peido, de Reepah Gud Wan.
Este aqui seria útil a um
completo solitário em uma ilha deserta:
Caixões: Faça você mesmo, de Dale Power.
Bem, não sei se o livro
também ensina a fechar o caixão e ser enterrado por si mesmo, mas...
E não esqueçamos também dos
amantes surpreendidos pelos maridos traídos no quarto da esposa:
Como desaparecer por completo e nunca mais ser encontrado, de Doug Richmond.
Ah este livro não poderia
faltar na estante de um bom machista:
As mulheres são humanas?, de Catherine MacKinnon.
E já que falamos em
mulher, que tal você mulher moderna se livrar dos inconvenientes dos banheiros
sujos:
Como fazer xixi de pé: dicas para garotas descoladas, de Anna Skinner.
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