LEÔNCIO ERA O TÍPICO filho
das ricas famílias de um Brasil imperial de final de século XIX, que haviam enriquecido
com a exportação do açúcar oriundo de grandes plantações de canas-de-açúcar, nascidas das extensas e férteis terras brasileiras; plantados e colhidos por calejadas mãos
escravas, acorrentadas em salubres navios negreiros e vindos do velho
continente africano; e como grande parte dos filhos de famílias ricas da época,
o rapaz havia sido mandado desde o final de sua infância para Portugal, para a
universidade de Coimbra, para estudar medicina.
Porém, o que seu pai, o exigente
comendador Almeida, não sabia era que seu único filho havia se mudado para
Paris, então a capital do mundo, onde todas as formas de prazeres licenciosos
encontravam seu centro.
Paris, Então Capital do Mundo, era Capaz de Alimentar Todos os Prazeres da Carne |
Leôncio passara a trocar as horas dedicadas aos livros
e as aulas da grande arte de Hipócrates aos luxuriosos e delirantes bordeis de
Paris. Não sendo incomum achá-lo nos horários dedicados aos estudos não entre
livros, mas entre duas ou mais raparigas nuas em alguma das dezenas de casas
dedicadas ao meretrício que se espalhavam pelas ruas da festiva Paris.
Leôncio Entre duas Raparigas Francesas |
Leôncio
dizia-se mais interessado em corpos vivos e sadios das moçoilas que vinham de
toda parte da Europa do que dos cadáveres pútridos e fétidos das aulas de
anatomia.
Leôncio em uma Aula Particular de Anatomia |
Ele, como um bom dândi,
se dedicava com afinco a todas as formas de prazeres, desde os prazeres
intelectuais da mais libertina literatura francesa, passando pelos prazeres da boa
mesa, aos etílicos embalados por fartas doses de absinto. E de todos os
prazeres, os licenciosos eram os que mais o agradava.
À noite, reunia-se com
amigos em bando, portando garrafas de bebidas, cantarolando ou entoando poesias
obscenas juntos de seus amigos Baudelaire, Rimbaud e Verlaine, poetas, que
assim como ele, eram vistos com maus olhos por aquela sociedade que,
falsamente, parecia nadar na mais pura virtude, mas que, como eles, sob o cair
do espesso véu da noite, subiam as estreitas ruas de Paris, indo a algum novo
bordel que, entre os vários frequentados todas as noites, não havia sido
frequentado na noite anterior. E ao entrar em cada prostíbulo Leôncio consultava
a cafetina sobre a existência de “carnes novas”, forma com que se referia as
meninas ainda na idade impúbere que ele tanto adorava. Mas entre polacas,
inglesas, portuguesas, francesas... Leôncio tinha verdadeira predileção por
negras, que ostentavam um atributo particular que tanto lhe agradava: grandes e
fartos traseiros.
Dizia que era uma qualidade que faltava às brancas europeias;
e nisso julgava-se um verdadeiro connaisseur em tal matéria.
Por isso, não é de
admirar a grande surpresa que lhe apossou a alma ao retornar ao Brasil, a fim
de casar-se com Malvina, moça de rica família que lhe havia sido prometida, e
ver em que bela mulher havia se tornado Isaura, a escrava branca, que ainda era
uma menina quando havia deixado a casa paterna.
Acima, Isaura em sua Roupa Tradicional. E, embaixo, Mostrando seus Dotes Físicos em uma Revista da Época |
Isaura possuía cabelos
pretos como as asas da araúna, que soltos e fortemente ondulados se despencavam
caracolando pelos ombros em espessos e luzidios rolos; o colo donoso e do mais
puro lavor sustentava com graça inefável o busto maravilhoso; e uma cintura tão
fina quanto a do pilão, instrumento que suas irmãs, não de cor, mas de alma, esmagavam
os alimentos que serviriam a seus patrões; e as nádegas, ah as nádegas de
Isaura!, Isaura tinha nádegas volumosas e rígidas como da mais pura das negras,
cujo volume a pesada indumentária, de fina dama, não conseguia esconder por
completo. Tanto que logo havia despertado o desejo de Leôncio, que havia visto
em tais atributos a mulher ideal aos seus caprichos libertinos. Porém, o que não
nos contam as crônicas da época é que por trás do mais ingênuo sorriso e do
rosto angelical de menina se escondia uma mulher capaz das mais ardentes
paixões noturnas: Isaura queimava de desejos à noite em seu quarto sob
labaredas da mais pura luxúria e paixão. O que a obrigava a sair às escondidas
sob o véu da noite e se entregar aos negros da senzala. E se Leôncio amava
nádegas de negras, Isaura tinha verdadeira paixão por negros de membros avantajados.
Isaura Entre dois Escravos de Membros Avantajados |
Continua...
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