CONHEÇA ESTRANHA DOENÇA QUE FAZ PESSOAS ACREDITAREM SEREM JESUS CRISTO

CONHEÇA PESSOAS QUE ACREDITAM SEREM JESUS CRISTO

Foi o filósofo Friedrich Nietzsche quem certa vez escreveu que “a loucura em indivíduos isolados é rara, mas em grupos, constitui a regra”.

É impossível discordar disso quando vemos certos fatos ligados a religião, ou indivíduos como o teatral Inri Cristo e seus devotos.

Vestido, supostamente, ao modo de um judeu do tempo de Cristo, Inri Cristo, nascido em 1948, em Santa Catarina, (nome verdadeiro Álvaro Thais), tornou-se famoso frequentando programas da televisão brasileira, e até já atacou de humorista em programas com o mesmo conteúdo, e com versões de músicas famosas, com letras narrando suas façanhas como suposta reencarnação de Jesus Cristo. E o cara já aprontou muito:

O cosplay de Cristo já chegou morar no famoso e caríssimo hotel Copacabana, comendo e bebendo do melhor, graças ao dinheiro ganho quando cobrava por suas previsões para ricos e políticos brasileiros. Nesse período Inri se chamava Iuri de Nostradamus.

Um dia em pleno Círio de Nazaré, na cidade de Belém, após ter vindo de suas andanças pelos Estados Unidos, Inri resolveu pregar para uma imensa multidão que se aglomerava na maior procissão da cristandade. Em seguida, Inri invadiu uma igreja, com a população gritando o nome Cristo, Cristo, Cristo..., em coro. Subiu no altar, e tirou o padre de lá na base da porrada, e arrancou a imagem de Cristo da cruz, dizendo que essa não era a igreja que seu pai, o próprio deus, gostaria. Conclusão: chamaram a polícia, e Inri Cristo não perdeu tempo: pediu para que o carro da polícia fosse de vagar para poder benzer o público que lá se reunia.

Inri Cristo não sabe quem são seus pais, pois foi adotado por um casal de alemães logo após seu nascimento.

Ele afirma que passou a ouvir vozes, que julga ser do próprio deus, voz que lhe ordena o que fazer. E desde então saiu pelo mundo, transmitindo a boa nova de que ele é a reencarnação de Jesus Cristo.

Inri Cristo possui fervorosos devotos, sempre prontos a lhe louvar e auxiliar nas horas mais humanas possíveis, até mesmo durante suas necessidades fisiológicas. E é aqui que a famosa frase de Nietzsche faz o maior sentido, pois conceber que alguém tenha um surto de loucura e saia por aí pregando aos quatro cantos ser Cristo em pessoa é facilmente concebível, mas que alguém assim possa encontrar inúmeros devotos que entreguem o tempo de sua vida e dinheiro a favor de tais pessoas parece serem mais loucos ainda.

Vissarion

E possuir um cosplay de Cristo, que se julga ser o próprio Jesus Cristo, não é apenas uma característica de nosso país. O excelente site Mundo Gump fez uma pequena lista com dezenas de pessoas que, em algum momento da história, afirmaram ser a reencarnação de Jesus Cristo; desde um ex policial russo chamado Vissarion, que possui milhares de seguidores, mesmo fora da Rússia, e que montou uma comunidade e uma nova religião em seu país, passando por um australiano, chamado de Brian Leonard Golightly Marshall, que usa sua semelhança com o sudário como prova de que é Cristo, e que arrecada dinheiro e milhares de discípulos pelo mundo inteiro.

 

Brian Leonard Goulightly Marshal

Acima, Semelhança do Brian com o Sudário de Cristo

Há também um africano, Emmanuel Solomon Semakula, preso por denúncia de exploração de seus devotos e por impedir que estes procurassem hospitais quando doentes, claro, afinal eles têm o próprio milagreiro Jesus Cristo em pessoa como líder. Enfim, são dezenas de pessoas que afirmam ser Cristo, que estão listados lá no Mundo Gump.

Fico imaginando como seria engraçado reunir todos esses Cristos reencarnados em um mesmo ambiente e ver como cada um tentaria convencer os outros de que é o Jesus Cristo verdadeiro. Bem, o local não deveria ter piscina, pois vai que um deles tentasse andar sobre a água e se afogasse. Veja abaixo o que Inri Cristo acha de Vissarion:

  

Acredito que se alguém se vestir de homem Aranha e sair por aí dizendo aos quatro cantos ser o próprio, ninguém acreditará em tal possibilidade, pois exigirão, no mínimo, que o pretenso herói demonstre seus super poderes, mas vestir-se de Cristo parece que desperta menos dúvidas nas pessoas, mesmo que o cosplay de Cristo dei uma resposta tosca para justificar a ausência de seus poderes sobre humanos, tais como transformar água em vinho ou andar sobre a água; bastando apenas que ele, ao contrário do cosplay de homem Aranha, diga que não necessita de provas físicas para demonstrar que é Jesus Cristo, bastando para tal apenas a fé de seus devotos (resposta que certamente jamais daria certo para um cosplay de Homem Aranha); aliás é esta desculpa que é usada por Inri Cristo.

É que a religião tem este estranho poder de fazer com que as pessoas acreditem mais facilmente em qualquer absurdo, sem necessitar de provas. O que torna ela muitas vezes perigosa quando dirigidas por mentes doentes, como a mente do pastor estadunidense, Jim Jones, que, após arrecadar todo o dinheiro de seus seguidores, se mudou para a Guiana com seguidores, criando a comunidade Jonestown; e lá, após alguns anos, levou-os todos ao suicídio, ingerindo veneno.

É impossível ver tantos casos de pessoas que acreditam ou acreditaram serem a reencarnação de Jesus Cristo — pessoas que em grande parte possuem distúrbios mentais — sem pensar que se isto se dá em pleno século XXI, com toda informação e o conhecimento disseminado por todo mundo, imagine como deveria ser comum nos dias em que havia centenas de pessoas se dizendo profetas ou messias em cada sombra no deserto; em um tempo em que não havia a noção de doença metal e muito menos remédio para tal, e em que as doenças mentais eram visto muitas vezes como um sinal divino! Será que devemos todas nossas religiões a líderes religiosos esquizofrênicos, que durante seus surtos psicóticos ouviam comandos de anjos, ou que juravam terem visto, ou feito, não eram mais do que frutos de suas mentes dementes? E que encontraram, como hoje, milhares de pessoas suficientes crentes, sem o menor senso crítico, prontos para acreditar em tudo que lhes desse esperança, ou que diminuísse o medo da morte, sem questionar o que diziam seus líderes religiosos?