A MALDIÇÃO DE ABIGAIL
APÓS
ESTRANHA GRAVIDEZ, que parecia devorar sua mãe por dentro, a cada dia, nasceu Abigail,
o mais jovem membro de uma nobre família inglesa.
Quando
a pequena criança viu a luz pela primeira vez, sua mãe, por uma estranha
coincidência, fechou os olhos para a vida, após horas de agonia, pondo fim a
dores terríveis, alucinações e profundo sonambulismo, que a conduzia para fora
de seu castelo, em êxtase, fazendo-a embrenhar-se por densos bosques e penetrar
em um antigo cemitério e deitar-se, nua, sobre o túmulo de uma bruxa, com seu
corpo tomado por movimentos de diabólica luxúria.
Abigail
havia nascido estranhamente com os olhos abertos a evitar contato com a luz da
lua, e quando era iluminada por velas, irritava-se, gesticulando em meio a
gritos e grunhidos, acalmando-se apenas na mais profunda treva.
Fora
entregue aos cuidados de amas de leite que alimentavam seu prodigioso apetite.
A criança mamava com voracidade até os seios de suas amas de leite sangrarem. E
enquanto mais saudável Abigail ficava, doentias e esqueléticas, suas amas
ficavam. E em meio a esta estranha mistura de sangue e leite, Abigail cresceu
com um gosto excessivo pelo primeiro.
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