CANIBALISMO NOS ANDES: OS SOBREVIVENTES DO PIOR ACIDENTE DE AVIÃO
Em
2002, trinta anos depois do mais famoso e terrível acidente aéreo que já
houve, alguns sobreviventes, acompanhados de seus filhos, visitaram o local do
acidente, homenagearam os mortos e relembraram aqueles dias terríveis, contando para as câmeras de um
documentário sobre suas terríveis experiências durante o ocorrido. O resultado foi o documentário A SOCIEDADE DO GELO, contando a luta pela sobrevivência de 16 jovens e a trágica decisão de se
alimentarem de carne humana para manterem-se vivos.
Restos dos Destroços do avião Acidentado |
O
documentário começa descrevendo a manhã de um belo dia de outubro de 1972, quando
deu-se inicio ao voo que levaria jovens jogadores universitários de rúgbi de Montevidéu,
capital do Uruguai, até o Chile, para um jogo de rúgbi. Como demonstra o
documentário, tudo era diversão para aqueles 45 passageiros, em sua grande maioria,
jovens entorno dos 19 anos; a maioria viajava de avião pela primeira vez.
Quando o avião sobrevoava o conjunto de montanhas que formam a Cordilheira dos
Andes, o piloto advertiu aos passageiros que devido aos fortes ventos de uma
tempestade que se formava deveriam se manter em suas cadeiras, já que teriam
que enfrentar algumas turbulências. O que não foi atendido por seus eufóricos passageiros,
que até viram naquilo mais um motivo para se divertirem. Quando, porém, as
coisas pioraram, da euforia os passageiros passaram para a mais angustiante
sensação de medo, com o pânico se instalando em todos. O avião então se
preparou para um pouso forçado, em uma região montanhosa e com bastante neve,
matando alguns de seus passageiros.
Com
o passar dos dias, os sobreviventes, que iam perdendo pouco a pouco as
esperanças de serem salvos, tiveram que enfrentar o mais duro dos dilemas, até
então: para se manterem vivos, devido a comida ter acabado, teriam que comer as
carnes dos mortos.
Sem
dúvida este é o ponto alto do documentário. O constrangimento, mesmo passado 30 anos,
ainda está estampado nos rostos daqueles que sobreviveram ao relatarem seus
atos de canibalismo: a princípio a indecisão da maioria em comer carne humana; o pudor em profanar o cadáver de um amigo; o
corte feito utilizando pedaços de vidro nos corpos inertes; o esforço em economizar a
carne humana; o desejo de alguns por mais carne; o pó obtido raspando ossos humanos para se obter cálcio; enfim, a narração da mais pura degradação humana.
Fotos Tirada por Eles Próprios |
Mas também a grande força de vontade de viver de todos os 16 passageiros restantes, de um total de 45, que
não se entregaram a morte, e conseguiram, após 72 dias, sobreviver, vencer as
montanhas e conseguir ajuda. Este documentário é uma grande lição de até onde
vai os valores humanos quando as piores necessidades da vida nos são impostos.
Abaixo confira o documentário:
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