sexta-feira, 3 de junho de 2016

O PARAÍSO UTERINO



O PARAÍSO UTERINO
O presente texto tem como objetivo demonstrar por meio de análises linguística, psicológica e religiosa, a incrível semelhança entre o conceito de PARAÍSO religioso e o período da vida humana vivida no útero materno.


Adão e Eva foram os primeiros seres humanos criados por Deus, nos diz a Bíblia. E que devido desobedecerem a Deus, este os expulsou do Jardim do Éden onde moravam, onde havia alimento em fartura, andavam nus, não trabalhavam, nem sofriam qualquer forma de sofrimento.

Assim como na religião cristã, grande parte das religiões concebem um estado, ou um lugar, de felicidade suprema, onde não há sofrimento de nenhum tipo, apenas fartura de tudo que o ser humano precisa. Muitos denominam este lugar de PARAÍSO. E embora as religiões o situe, algumas vezes, em um tempo muito distante do presente, ou em um lugar após a morte, o certo é que todos nós já habitamos em um lugar muito parecido com este lugar mágico que todos chamam de Paraíso: o ÚTERO MATERNO; e que, como veremos adiante, o mito da expulsão do Paraíso sofrido por Adão e Eva se assemelha muito a um nascimento.


SEMELHANÇAS ENTRE O MITO DA EXPULSÃO DE ADÃO E EVA DO PARAÍSO E O NASCIMENTO
Assim como Adão e Eva tinham suas necessidades físicas plenamente satisfeitas no Paraíso, o feto também tem sua necessidade de alimentação, água, calor, conforto, oxigênio, proteção, etc. imediatamente satisfeitas por meio do corpo da mãe, sem que precise se dar ao trabalho de obtê-las.
Contudo, ao desobedecer a Deus, como castigo, Adão e Eva foram expulsos do Paraíso. Fato que tem como resultado o fim da vida de abundância no Éden. Agora eles sentem necessidade, precisam procurar e trabalhar bastante para conseguir alimento; conhecem também a dor e o sofrimento. Aqui há também grandes semelhanças com o nascimento, pois o nascimento é uma espécie de expulsão do útero, que começa primeiro com as contrações, apertos e, por fim, com a retirada à força do bebê, de um ambiente em que ele estava acostumado, e que o mantinha aquecido e protegido por meses. Nesse momento a criança passa saber que a dor existe, pois até mesmo funções, que antes eram desnecessárias, como de enxergar e respirar, lhe causa incômodo e dor. E que, daqui adiante, terá que se adaptar a esse novo mundo em que as coisas não são mais lhe dada de bandeja, e em que cada segundo está propenso a sofrer dor.



O SIGNIFICADO DA PALAVRA PARAÍSO FUNDAMENTA O QUE FOI DITO ACIMA
Incrivelmente a palavra PARAÍSO ainda traz em si rastros de sua origem. A palavra PARAÍSO se origina de dois termos persas: PAIRI, significando circundante, e DAEZA, parede, ou seja, PAREDE CIRCUNDANTE. O que se assemelha bastante ao ventre materno. Portanto, não seria o Paraíso Religioso uma metáfora do útero materno e o mito da expulsão de Adão e Eva do paraíso, uma ideia inconsciente ao parto de toda a humanidade, da perda da felicidade e da graça de todo individuo ao nascer?
Continuemos. E vejamos se guardamos alguma lembrança inconsciente do tempo em que habitávamos o útero materno para que possamos, mais tarde, reconstruí-la em forma da metáfora do Paraíso Religioso nas inúmeras religiões do passado e do presente.


O DESEJO DE NÃO SAIR DO ÚTERO
Se o útero materno é tão adequado ao ser humano em seus primeiros dias, é de esperar que instintivamente os bebês tentem evitar ser expulso destes.
Sabemos que a criança nasce com um reflexo apreensível, tão forte ao ponto de sustentar o próprio peso do corpo se lhe derem uma barra onde agarrar-se. Seria um impulso inato de evitar se desprender do corpo da mãe durante o nascimento? Se for, seria natural que essa expulsão involuntária do útero materno fosse suficientemente forte para deixar em adultos lembranças do útero materno.


HÁ LEMBRANÇA INCONSCIENTE DO PERÍODO DE VIDA NO ÚTERO MATERNO EM ADULTOS
Quando circunda o filho com os braços junto ao peito para acalmar-lhe e anda com ele, a mãe estaria instintivamente reconstituindo para o bebê a segurança e o conforto do tempo em que ela o levava consigo, suspenso no saco amniótico.
O abraço, como forma de carinho, nada mais é do que uma forma de recriar inconscientemente para a pessoa abraçada a proteção e a paz do ambiente uterino.
Estes são fatos que demonstram que inconscientemente ainda temos lembranças do tempo em que habitávamos o útero materno.


LEMBRANÇAS INCONSCIENTES DO ÚTERO MATERNO NAS EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE
Umas das situações em que lembranças do nascimento parece emergirem intensamente acontecem nas chamadas experiências de quase morte.
Independente da cultura, muitas pessoas ao redor do mundo tem relatado um túnel escuro, tendo em sua extremidade luz vindo do exterior; sentem também seu corpo leve, a flutuar, e, não raro, alguém do outro lado do túnel a lhe esperar, em experiências próximas da morte.
Tudo nos leva a pensar que substâncias do cérebro, quando ativadas em situações extremas, como de quase-morte, são capazes de ativar lembranças de nosso nascimento, que então estavam esquecidas em nosso cérebro, pois as experiências relatadas por pacientes à beira da morte, como as descritas acima, se assemelha muitíssimo a experiências experimentadas por bebês durante o nascimento:
O túnel é o canal vaginal da mãe; a luz em sua extremidade é a luz do mundo exterior; é a figura humana na extremidade do túnel parece ser de alguém que comanda o parto.
GRANDE PARTE DAS RELIGIÕES SÃO PRODUZIDAS PELO DESEJO INCONSCIENTE DE VOLTAR AO ESTÁGIO DE VIDA NO ÚTERO
Se a vida no útero era marcada, sobretudo, por paz e conforto, e o nascimento, e daí por diante, por dor e pela necessidade, é razoável pensar que a passagem do útero para o mundo exterior, por meio do nascimento, tenha gerado lembranças desagradáveis inconscientes em todos nós; e, por outro lado, também uma espécie de saudade do tempo em que vivíamos no útero de nossas mães, em forma de memórias inconscientes desse período, como foi visto pelos exemplos acima. E se a ideia de um Paraíso, tão presente nas religiões, for apenas uma metáfora para o período em que vivíamos no útero, então não seria tão descabido pensarmos que grande parte das religiões nada mais são do que formas inconscientes de manifestar o desejo de voltar a este período da vida tão importante ao ser humano: a vida antes do nascimento.
Aliás, a palavra religião se origina da palavra latina “Religio”, que significa religar, ou seja, se ligar novamente, se aproximar novamente de algo. O que seria esse algo? Seria, por acaso, se aproximar novamente de nossa vida antes do nascimento? De nossa vida no útero?
Uma das mais antigas noções de felicidade religiosa é o conceito de Nirvana, que é o estágio de calma e paz interior alcançado pelo devoto do Budismo, em que há a mortificação do desejo e da vontade que provocam sofrimento. Isto é praticamente a descrição do estado mental de um feto!
E Você o que Pensa disso? Comente.

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