MEU DOCE SERIAL KILLER: MULHERES
APAIXONADAS PELO MANÍACO DO PARQUE
Francisco
de Assis Pereira ficou conhecido como o "Maníaco do Parque", por torturar,
estuprar e matar, cerca de dez mulheres em um parque deserto de São Paulo, onde
deixava os cadáveres. Foi preso em 1998. Desde então passou a receber centenas
de cartas de mulheres apaixonadas por ele.
Acima, uma das Vítimas do Maníaco do Parque |
Alguns
anos atrás, Francisco se casou na prisão com Marisa Mendes Levy, formada em
história e de família de classe média alta. O casamento não durou muito.
E
mesmo sabendo das atrocidades que Francisco foi capaz de cometer com nove mulheres,
centenas de mulheres lhe mandavam convites de casamento, mulheres que, com
certeza, seriam suas vítimas potenciais.
Diz
uma delas: “[...] quero dizer que te desejo todas as noites”. Outra: “Eu te
amo, te amo, te desejo, e te quero de corpo e alma.” Trecho de mais uma carta: “Eu
durmo sozinha e querendo você aqui”.
Reportagens da Época |
Impressionar
mulheres não parece ser algo recente para Francisco. Quando foi preso pela
polícia, o que mais impressionou as autoridades foi como alguém feio, pobre,
sem muita instrução, não portando revólver ou faca, conseguiu convencer nove
mulheres, algumas até de classe média-alta e nível universitário, a subir na
garupa de uma moto e ir para o meio do mato com um homem que tinham acabado de
conhecer. O criminoso explicou: Bastava falar aquilo que elas queriam ouvir.
Francisco dizia-se ser um Fotógrafo, e assim Levava
suas Vítimas para o meio do Mato, para Tirar Fotos
|
Francisco
cobria todas de elogios, se identificava como um fotógrafo de moda de uma
revista importante procurando novos talentos, oferecia um bom cachê e convidava
as moças para uma sessão de fotos em um ambiente ecológico. Dizia que era uma
oportunidade única, assim, as conquistava.
Algumas das Vítimas do Maníaco do Parque |
O
que poderia explicar o fato de tantas mulheres se sentirem atraídas por um maníaco
e assassino, e mais do que isso, um assassino que sentia uma vontade irresistível
de torturar e matar mulheres? Seria o desejo pelo perigo? A tentativa de
mudá-lo? A busca pela fama? Ou o desejo visto em tantos donos de cães ferozes,
de compartilhar sua ferocidade? Ou ainda um grau elevado de masoquismo?
Foi
a procura por uma resposta que o jornalista Guilmar Rodrigues escreveu o livro “Loucas
de Amor – mulheres que amam serial killers e criminosos sexuais” (editora
Ideias a Granel), onde não apenas é relatado o caso do Maníaco do Parque mas
outros assassinos cortejados por mulheres.
Guilmar
Rodrigues percebeu que são mulheres aparentemente normais, apesar do título do
livro que escreveu sobre o assunto. E que “quanto mais bárbaro, mais o
assassino obtém admiradoras, observou Rodrigues. O que explica o fato de o
Maníaco do Parque ser o recordista em recebimento de cartas da Penitenciária de
Itaí, no interior paulista.
Ele
constatou que, entre as fãs do maníaco, há feias e bonitas, pobres e mulheres
da classe média, semi-analfabetas e universitárias, solteiras (na maioria) e
casadas.
De
comum, essas mulheres (ou a maioria delas) tiveram um relacionamento afetivo
precário na infância. Muitas sofreram abandono dos pais ou abuso sexual. Elas
possuem baixa autoestima e, na maioria dos casos, têm um entendimento
infantilizado do amor. São românticas a todo custo.
“É uma simbiose de marginalizados. Essas
mulheres veem o criminoso sexual como um igual”, disse Rodrigues à revista
Época.
Pereira
foi molestado na infância por uma tia materna e, adulto, foi assediado pelo
patrão. Namorou uma gótica que, em uma felação, quase arrancou o seu pênis.
Morou por cerca de um ano com Tayná, um travesti, o qual levava dele surra com
frequência.
Por
conta disso tudo, Pereira afirmou, na época em que foi julgado, ser um
psicopata. Hoje ele se diz renegado porque encontrou Jesus.
Rodrigues
entrevistou detentos e mulheres que se correspondiam com condenados por crime
sexual. Ele falou também com psiquiatras, juízes, promotores, advogados e
jornalistas, no total de 80 pessoas.
Não
se arrepende de ter-se dedicado por quatro anos um assunto tão sombrio, mas,
nas entrevistas, admite ter ficado abalado com a miséria humana”.
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