quinta-feira, 9 de junho de 2016

RELATO DO LEITOR: O Dia que Eu Morri



O DIA QUE EU MORRI
O leitor Breno castro divide com os leitores do BORNAL uma experiência extraordinária vivida por ele próprio há alguns anos atrás:
Um dia eu morri, ou me pareceu ter morrido. Era como um sonho tão real e fantástico como se eu estivesse sonhando acordado. Mas eu não estava, estava apenas desmaiado devido a um ataque cardíaco.
Era mais um dia de treino de Jiu Jitsu, e de repente, após um estrangulamento, minha vista escureceu, e então eu apaguei...
Quando dei por mim, sentia meu corpo leve, tão leve que eu comecei a flutuar... Primeiro vi a academia do alto, depois o bairro, a cidade... o mundo!, estava no espaço! E, naquele momento, todos meus problemas não faziam mais sentido algum, não havia dor nem sofrimento, só sentia a paz e tranquilidade. O peso de não ter um corpo físico me trazia alívio. Quando olhei para os lados, percebi que eu não estava só, havia milhares e milhares de pessoas flutuando no espaço junto comigo; todos felizes ao meu lado. Havia um ser que me disse para não ter medo. E quando olhei para longe, bem distante, vi um sol na escuridão, que não ofuscava meus olhos.


E todas as pessoas que estavam flutuando foram atraídas de repente para ele, numa velocidade inexplicável; tentei ver o que havia ao meu redor, mas só via flashes; e quanto mais me aproximava desse sol, mais me sentia feliz, como se aquele sol fosse um tipo de paraíso. Quando, por fim, me aproximei bem dele, estava quase vendo o que havia dentro dele, ouvi uma voz grave e forte que me disse “ainda não”. E, de repente, me senti como se estivesse sendo sugado para longe dele... Quando dei por mim novamente, estava de volta a academia. Havia sido ressuscitado. Tive uma parada cardíaca. Tudo isso durou apenas 20 segundos. Senti-me um pouco frustrado, preferia ter ido para o sol, uma terra sem dor.
Não sei se devido aos polivitamínicos e suplementos alimentares que eu tomava... Só sei que havia algo de diferente naquela sensação produzida pelo estrangulamento, pois já havia experimentado tantas e tantas vezes, mas naquela vez foi bem diferente.



Breno Castro
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