O
DIA QUE EU MORRI
O leitor Breno castro divide
com os leitores do BORNAL uma experiência extraordinária vivida por ele próprio
há alguns anos atrás:
Um
dia eu morri, ou me pareceu ter morrido. Era como um sonho tão real e
fantástico como se eu estivesse sonhando acordado. Mas eu não estava, estava
apenas desmaiado devido a um ataque cardíaco.
Era
mais um dia de treino de Jiu Jitsu, e de repente, após um estrangulamento,
minha vista escureceu, e então eu apaguei...
Quando
dei por mim, sentia meu corpo leve, tão leve que eu comecei a flutuar... Primeiro
vi a academia do alto, depois o bairro, a cidade... o mundo!, estava no espaço!
E, naquele momento, todos meus problemas não faziam mais sentido algum, não
havia dor nem sofrimento, só sentia a paz e tranquilidade. O peso de não ter um
corpo físico me trazia alívio. Quando olhei para os lados, percebi que eu não
estava só, havia milhares e milhares de pessoas flutuando no espaço junto
comigo; todos felizes ao meu lado. Havia um ser que me disse para não ter medo.
E quando olhei para longe, bem distante, vi um sol na escuridão, que não
ofuscava meus olhos.
E todas as pessoas que estavam flutuando foram atraídas de
repente para ele, numa velocidade inexplicável; tentei ver o que havia ao meu
redor, mas só via flashes; e quanto mais me aproximava desse sol, mais me
sentia feliz, como se aquele sol fosse um tipo de paraíso. Quando, por fim, me
aproximei bem dele, estava quase vendo o que havia dentro dele, ouvi uma voz
grave e forte que me disse “ainda não”. E, de repente, me senti como se
estivesse sendo sugado para longe dele... Quando dei por mim novamente, estava de
volta a academia. Havia sido ressuscitado. Tive uma parada cardíaca. Tudo isso
durou apenas 20 segundos. Senti-me um pouco frustrado, preferia ter ido para o
sol, uma terra sem dor.
Não sei se devido aos polivitamínicos e suplementos alimentares que eu
tomava... Só sei que havia algo de diferente naquela sensação produzida pelo
estrangulamento, pois já havia experimentado tantas e tantas vezes, mas naquela
vez foi bem diferente.
Breno Castro
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