terça-feira, 27 de junho de 2017

A TRÁGICA HISTÓRIA DO FOTÓGRAFO QUE PRODUZIU UMA DAS FOTOS MAIS MACABRAS JÁ TIRADAS


A TRÁGICA HISTÓRIA DO FOTÓGRAFO QUE PRODUZIU UMA DAS FOTOS MAIS MACABRAS JÁ TIRADAS
Em 16 de março de 1993, o fotojornalista sul-africano Kevin Carter publicou no The New York Times uma das fotos mais trágicas já publicadas. Nela podemos ver uma criança africana desnutrida agonizando enquanto um abutre espera pacientemente a hora de seu falecimento para devorá-la.

Kevin Carter

A foto, que tornou-se extremamente popular e um símbolo do desamparo e da miséria humana, foi clicada na cidade africana de Ayod, no Sudão, e deu ao jornalista Kevin Carter fama repentina, levando-o a ganhar o mais cobiçado prêmio do jornalismo mundial, o famoso e cobiçado prêmio Pulitzer de 1994. Mas o que kevin Carter não poderia imaginar é que ela também se transformaria não apenas em um símbolo das misérias que a guerra podem gerar na vida dos seres humanos, mas também um terrível símbolo de que qualquer um — mesmo um famoso e premiado jornalista — pode se tornar vítima da opinião pública mal informada: um ano depois da foto tirada Kevin Carter se mataria tendo como causa críticas negativas a sua foto.

Kevin Carter Munido de sua Máquina Fotográfica

A opinião pública acusou Kevin Carter de ser um jornalista insensível, de não ter ajudado a criança naquela hora, de ter se aproveitado do momento apenas para ganhar fama em cima da miséria alheia. Mas o que poucos ainda não sabem é que jornalistas eram proibidos pelo governo local de terem contato físico com seus retratados, como forma de evitar transmissão de doenças, sendo escoltados por soldados que exigiam que esta regra fosse seguida rigidamente durante seus trabalhos.
Kevin Carter contou durante entrevistas posteriores que a captura da imagem durou aproximadamente 20 minutos, período que Carter esperou pacientemente o abutre se aproximar da criança. Após a ave chegar na posição ideal para a foto, ele eternizou o momento, que retratava com extrema realidade a situação que o país passava naquela época. Depois de registrar a fotografia, Carter espantou o abutre de perto da criança, mas não pode interferir em sua situação. Além disso, a criança, junta de seus pais já havia sido socorrida pela ONU — o que pode ser comprovada pela pulseira branca em um de seus braços —, e que seus pais no momento da foto preferiram deixa-la por perto, sozinha, para que ela evitasse o sufoco que seria pegar mantimentos que estariam sendo distribuídos naquele momento.


Porém, Carter não conseguiu superar as críticas negativas da opinião pública que não apenas o atrapalhou na aceitação de seus trabalhos futuros como também em suas relações com amigos e familiares, levando-o a se matar por meio de asfixia, trancando-se em seu carro enquanto este estava ligado, expelindo gás carbônico.
Kong Nyong, a criança da famosa foto, sobreviveu à fome e a guerra de seu país, tornou-se um adulto, falecendo por causas naturais em 2006, enquanto Kevin Carter morreu um ano depois da foto, vítima da opinião pública; mostrando que, algumas vezes, a opinião pública pode ser mais cruel que a guerra.  

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