quinta-feira, 29 de junho de 2017

COINCIDÊNCIAS DO DIA A DIA PODEM COMPROVAR QUE VIVEMOS NA MATRIX



COINCIDÊNCIAS DO DIA A DIA PODEM COMPROVAR QUE VIVEMOS NA MATRIX
Para quem ainda não sabe, as ideias por trás do filme MATRIX, a ideia de que vivemos em um mundo que não existe, um mundo ilusório criado por um super programa de computador, não são ideias novas, remontando a antiga filosofia indiana e grega, que no filme toma uma interpretação moderna em termos de programas de computador, mas que em sua essência são ideias que são discutidas há muito tempo; e uma das evidências apontadas no filme para a existência da Matrix é o fenômeno do déjà-vu, que é a sensação de que algo que acabamos de ver está se repetindo pela segunda vez, ele representa uma falha da programação da Matrix — pois mesmo sendo o mais complexo programa de computador já criado, que nos dá a falsa sensação de vivermos em um mundo real e não em uma grande ilusão, também possui seus bugs momentâneos.


COINCIDÊNCIAS
Em nossa vida diária outro fenômeno misterioso poderia também ser apontado como um erro da Matrix; mas, enquanto no filme MATRIX, o déjà-vu representaria um bug, um travamento momentâneo da Matrix, este fenômeno, por sua repetição, seria uma espécie de falta de variação de possibilidades, uma limitação do repertório de possibilidades da Matrix no exato momento em que acontece; este fenômeno são as coincidências complexas que acontecem em nossas vidas, também chamadas de SINCRONICIDADE.  
Numa manhã você se acorda com determinada música na cabeça, e eis que assim que você liga o computador, e acessa um site de música bastante frequentado por você, lá está estampado uma coletânea publicada com vários compositores, e entre estes, o compositor da música que você deseja ouvir. Ou você se acorda com determinado assunto na cabeça e eis que ao acessar sua rede social preferida ou um site de notícias frequentemente acessado por você lá está uma matéria inesperada falando sobre o assunto de seu interesse do momento, embora não seja nenhum assunto de grande interesse para o público.



O roteirista Frederic Raphael, que escreveu com o cineasta Stanley Kubrick, o roteiro do famoso filme De Olhos Bem Fechados, conta em seu livro De Olhos Bem Aberto, como foi escrever o roteiro de tal filme; comenta várias coincidências engraçadas que ocorreram durante a feitura do roteiro; uma delas, como nos conta Bráulio Tavares, foi que “Kubrick exigiu segredo absoluto, pois não queria que ninguém soubesse que ele estava adaptando o livro de Schnitzler, projeto pessoal que há alguns anos já tinha vazado para a imprensa.
Raphael diz que obedeceu, mas não podia evitar comentários de outras pessoas. Conversando com um amigo seu, chamado Stanley Baron, o amigo perguntou em que projeto ele estava trabalhando no momento. Raphael limitou-se a dizer que era uma história ambientada em Viena. E Baron perguntou: “Será Uma novela de sonho, de Schnitzler?”.



Ele diz que a única outra pessoa que adivinhou a natureza do projeto foi o diretor Stanley Donen (para quem Raphael escrevera o roteiro de Two For the Road), quando soube que Raphael estava trabalhando para Kubrick. Ele sugeriu essa possibilidade porque já sabia há muitos anos – antes mesmo dos dois se conhecerem – que Kubrick tinha interesse por aquele livro.
E Raphael diz:
E assim aconteceu que as únicas pessoas (além da minha esposa Sylvia) que sabiam o segredo também se chamavam Stanley”.
Ou seja, eram três apenas que sabiam de seu projeto, que estranhamente tinham o mesmo nome Stanley, que incluía o próprio diretor Stanley Kubrick.
É mais uma vez Bráulio Tavares quem nos relata mais uma estranha coincidência:
“A jornalista Leonor Amarante me relatou um fato que foi direto para minha coleção de coincidências.
Ela estava em Natal, organizando uma exposição de artes plásticas, sua área de atuação. Conheceu um artista chamado Guaracy Gabriel, os dois trocaram telefones e ficaram de se ligar. Dias depois, no hotel em que estava, ela ligou para o número do artista. Acontece que ela tinha anotado erradamente o número, como percebeu depois; tinha trocado um ou outro algarismo.
A ligação foi atendida e ela perguntou: ‘É da residência (ou do ateliê) de Guaracy Gabriel?’
O sujeito que atendeu disse: ‘Não senhora, isto aqui é um orelhão, na rua tal’.
Ela disse: ‘Eu estou ligando para esse número porque quem me deu foi essa pessoa, dizendo que era o da casa dele’.
O cara do outro lado disse: ‘Não, é um telefone público, mas... a senhora disse que estava ligando para Guaracy Gabriel, o artista?’
‘Sim, para ele mesmo’
‘Um momento... Ei! Guaracy! Telefone pra você!’
Ou seja, a ligação errada caiu num telefone público, foi atendida por alguém que conhecia a pessoa para quem ela estava ligando, e ainda por cima o destinatário da ligação estava passando por acaso justamente ali, naquele momento!
Calculadoras em punho, amigos: quais são as chances matemáticas de uma coisa assim acontecer? Minha vontade é traduzir esta história para o inglês e remetê-la para Alan Vaughan, autor do interessante livro Incredible Coincidence, repleto de ocorrências tão estranhas quanto esta, e até mais”.


COINCIDÊNCIAS E CONHECIMENTO
De todas as formas de coincidências as mais interessantes são aquelas que acrescentam conhecimento em nossas vidas, pois uma série de coincidências repetidas pode chamar nossa atenção para algo que esta passando despercebido por nós, ou ao ter nossa atenção despertada por determinado assunto em uma noite, e ao lermos casualmente, na manhã do outro dia, em um jornal uma matéria sobre o assunto que nos interessa durante a espera do ônibus ou a consulta no dentista.

Embora estas coincidências possam ser vistas como sinais de um deus comandando o destino de alguém, adaptando ocorrências de nossa vidas aos nossos desejos, ou o universo entrando em sintonia com nossas mentes, a verdade é que, seja o que for, deus, destino, ou uma evidência da existência de um poderoso programa de computador a comandar nossas vidas, a Matrix, o certo é que tais coincidências aparentam ser como se o mundo estivesse se adaptando aos nossos desejos, se auto concertando de suas falhas, pois as coincidências podem ser vistas como uma limitação de variações, de possibilidades das ocorrências do mundo. 
E se um dia pudermos comprovar que moramos em uma Matrix, certamente tais coincidências serão vistas como o resultado de falhas na elaboração de novas variantes de possibilidades do programa da Matrix.

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