POR QUE SOMOS FASCINADOS POR SERIAL KILLERS? -
JACK, O ESTRIPADOR E TED BUNDY
Jack, o Estripador
Desde
que Jack, o estripador, matou a primeira prostituta na escura, deserta e pobre
rua do subúrbio de Londres, no longínquo ano de 1888 (em um total de cinco
prostitutas mortas, no pequeno período de 31 de agosto a 9 de novembro), uma
nova forma de assassino surgiu: que caça um tipo específico de vítima, que as
mutila com precisão cirúrgica, por puro prazer, levando seus órgãos como troféu
e mandando cartas provocativas à polícia, desafiando-a a pegá-lo, do tipo:
“Pegue-me quando puder”, não sem antes a carta estar devidamente acompanhada de
um rim de uma das vítimas, deixada em frente à porta da delegacia.
A
famosa carta à polícia em que o misterioso assassino se identifica pela
primeira vez pelo nome de Jack the ripper (Jack, o estripador) e zomba da
polícia de Londres pôr ter pego um suspeito errado, conhecido por Avental de
Couro, apontado pelas prostitutas por tê-las ameaçado, fora mandado após seu
segundo assassinato, da prostituta Anne Chapman, morta por meio de um grande corte
no pescoço e outro corte no abdômen que possibilitou que o assassino puxasse
seus intestinos para fora, enrolando-os em seus ombros.
“Caro Patrão. Ouvi dizer que a polícia me agarrou mas não me prendeu. A brincadeira sobre o avental de Couro soou muito bem. Tenho nojo de prostitutas e vou cortá-las até você me pegar.Fiz um grande trabalho da última vez, não dei a à Dama nem a chance de gritar. Eu amo o meu trabalho. Você em breve ouvirá falar de mim novamente quando eu começar meus divertidos joguinhos.Minha faca é boa e afiada e quero começar a trabalhar agora se tiver oportunidade.Sinceramente: Jack, o Estripador.” (resumo da carta de Jack, o Estripador à polícia).
Liz Stride |
Liz
Stride tinha apenas a garganta cortada, o que indicava que Jack havia sido
interrompido quando se prepara para mutilá-la, por ter sentido que alguém se
aproximava. A poucos metros dalí a frase “Os judeus não serão culpados sem
motivo”, havia sido escrita em um muro, tendo um pedaço da roupa suja de sangue
de Liz Stride em baixo. Jack, sedento de sangue, havia se locomovido para a
parte menos pobre de londres e matado Katherine Eddowes. Seu corpo tinha sido
mutilado, com cortes no rosto em forma de ‘V’, tinha tido o nariz cortado, seu
útero e rins haviam sido arrancados. Jack, o estripador, estava cada vez mais
ousado.
Katherine Eddowes |
Em
15 de outubro de 1888, o chefe do comitê de vigilância do bairro em que as
primeiras prostitutas haviam sido mortas, George Lusk, recebeu uma carta
acompanhada de metade de um rim humano, com o nome do remetente intitulado
“From hell” (Do inferno), que dizia:
“Senhor Lusk, envio a você metade do rim que tirei de uma mulher, a outra metade fritei e comi. Estava muito bom. Talvez até mande a faca que usei se você puder esperar mais um pouco. Pegue-me quando puder Sr. Lusk!”
Na
manhã de 9 de novembro de 1888, ao cobrar o aluguel da prostituta Mary Kelly,
seu senhorio tem uma visão terrível: seu corpo estava na cama, extremamente
mutilado, com suas vísceras espalhadas pelo cama, com a coxa direita cortada
expondo o osso, com o rosto cortado de forma irreconhecível, e pedaços de carne
sobre uma mesinha ao lado. Por tê-la matado em um quarto, Jack, o estripador,
teve todo o tempo para cortá-la em picadinho.
O
quinto assassinato de Jack, provocou revolta não apenas da população, mas
também da rainha Vitória, que exigiu que o assassino fosse imediatamente
encontrado. Porém, como por encanto Jack, o estripador sumiu, tão
misteriosamente como surgiu, encerrando os assassinatos que começara alguns
meses atrás. O que teria acontecido com ele? Teria morrido? Viajado? Ou
simplesmente saciado sua sede de sangue?
As
investigações sobre sua identidade continuaram ainda por quatro anos, se
encerrando sem a menor pista da identidade do mais famoso assassino em série de
todos os tempos.
O
surgimento de Jack também foi o começo da misteriosa popularidade dos
assassinos serial, não que não tenha havido antes dele esta fascinação por
assassinatos sangrentos e atos violentos, como era visto durante as antigas
execuções de prisioneiros por meio de enforcamento, decapitação, em praças
públicas, atraindo um grande número de pessoas que vinham para ver as
sangrentas execuções, mas a razão para sua popularidade é que os crimes de
Jack, o estripador, aconteceram em um momento em que a imprensa estava
suficientemente formada para que seus feitos chegassem a um grande número de
pessoas, causando enorme sensação, e tornando a caçada a Jack, o estripador, um
grande motivo de venda de jornais, com milhares de leitores sedentos por
detalhes sórdidos dos assassinatos destes, transformando Jack não apenas no
mais conhecido assassino da Inglaterra, mas do mundo; e mesmo numa época em que
as notícias se espalhavam com lentidão, era possível ler notícias dele no
Japão, o que tornou Jack uma espécie de superstar da época.
Se
com Jack, o estripador, o interesse por assassinos em série se tornou uma das
grandes causas de vendas de jornais nos fins do século XIX, com o americano Ted
Bundy o fascínio por assassinos em série chegou ao seu auge, inspirando
personagens de livros e filmes policiais.
Ted
Bundy, assim como Jack, o estripador, se especializou em matar mulheres. Bundy
tinha preferência por mulheres atraentes de 18 a 21 anos de idade, que possuíam
o mesmo corte de cabelo. Ele matou cerca de 36 mulheres — mas estima-se que
tenha sido muito mais — entre os anos de 1974 e 1978, nos Estados Unidos.
Nascido
com o nome de Theodore Robert Cowell, Ted Bundy, como melhor ficou conhecido,
fingia estar com o braço quebrado para atrair alguma garota desavisada que
passasse por perto, pedindo-lhe para lhe ajudar a pôr livros dentro de seu
carro; e aproveitando que a moça estivesse dentro do carro, a deixava
inconsciente, e a levava a algum lugar para torturá-la, estuprá-la e matá-la.
Ted Bundy tinha o hábito de visitar os cadáveres de suas vítimas para
maquiá-las e manter relações sexuais novamente, durante dias em seguida. Doze
de suas vítimas, tiveram a cabeça decepada, e levadas para enfeitar as
estantes de sua casa.
Se
você acha divertido assistir filmes ou séries tipo: Silêncio dos Inocentes,
Dexter, The Following, agradeça a Ted Bundy, pois ele foi o modelo clássico de
psicopata assassino, que tanto influenciou a criação dos personagens de séries
e filmes e que ainda influencia hoje.
Ted Bundy e Elizabeth Kloepfer |
Ted
Bundy foi o psicopata assassino clássico, daqueles que vemos em filmes
policiais, capaz de fingir levar uma vida normal, de bom cidadão, sem levantar
suspeitas em sua família nem nos amigos e nem em suas namoradas (com exceção de
Elizabeth Kloepfer que desconfiou de Bundy e chegou a denunciá-lo à polícia),
embora fosse um assassino de mulheres. Ele era extremamente inteligente, bem
falante, bonito, estudioso, e usava a imagem de um pacato estudante
universitário para esconder suas maldades. Era até capaz de fazer boas ações,
como: ter salvado um garoto de três anos do afogamento, recebendo elogios da
polícia, e até foi voluntário em ong que prevenia pessoas de se suicidar.
Mas, por trás de toda essa máscara de bom rapaz, Bundy escondia algo terrível:
um desejo irresistível de matar mulheres.
Em
30 de dezembro de 1977, ao escapar, de forma espetacular, pela segunda vez da
prisão, aproveitou para fazer o que mais gostava na vida: invadiu uma república
para universitárias, espancou quatro estudantes que dormiam, matando duas à
pauladas, durante a fuga, invadiu uma casa nas redondezas matando outra garota.
Como
a grande maioria dos serial killers, Ted Bundy era extremamente narcisista, se
achava superior a suas vítimas, tinha extrema necessidade de ser o centro das
atenções, é o que podemos ver durante as filmagens de seu julgamento, em que o
próprio se tornou advogado de si mesmo, chegando a recusar a participação de um
auxiliar quando este passou a chamar atenção para suas boas qualidades de
advogado; Bundy gostava de pedir para as testemunhas que relataram detalhes de
seus assassinatos, era evidente que ele sentia prazer ao ouvir tais detalhes.
Ele comandou seu julgamento como se fosse um show transmitido para todo os
Estados Unidos e alguns lugares do mundo; chegou a apontar o dedo para o juiz,
e pediu uma de suas namoradas em casamento em pleno tribunal.
Ted
Bundy era psicólogo por formação e extremamente inteligente, chegou a ser
procurado por psicólogos e policiais para traçar perfis psicológicos de outros
assassinos, e também servindo como modelo para psicólogos forenses criarem o
conceito de Serial Killer. Vale lembrar que na época que Bundy assassinava, o
conceito de Serial Killer não existia ainda, nem era padrão a criação de perfis
psicológicos de assassinos. Aliás, assassinos serial era uma novidade nos anos
de 1970, como podemos ver através do documentário Conversando com um Serial
Killer: Ted Bundy, da Netflix, do quanto a polícia americana estava
despreparada para lidar com esse novo tipo de assassino.
Mas Afinal, Por que Somos Fascinados por Serial
Killers?
Passados
mais de 130 anos dos terríveis assassinatos de Jack, o estripador, hoje, se faz
turismo nas ruas de Londres, visitando os lugares de seus assassinatos, por
meio de passeios conduzidos por cicerones vestidos à moda do século XIX.
O Personagem Canibal Hannibal Lecter |
E o
interesse por assassinos em série só tem crescido desde então. E como se não
bastassem os serial killers reais, o enorme interesse por eles estimulou também
a criação de inúmeros serial killers de filmes, gerando um dos mais famosos o
canibal Hannibal Lecter, do famoso livro e filme Silêncio dos Inocentes, de
1991. O que faz lembrar a famosa frase atribuída a Jack, o estripador:
“Um dia os homens olharão para trás e dirão que eu dei à luz ao século XX”.
O
que, assustadoramente, não deixa de ser verdade, visto o crescente número de
assassinos serial, tanto reais quanto fictícios, que o século XX viu nascer.
Quanto
a Ted Bundy, as seções de seu julgamentos era disputada não por estudantes de
direito, mas por pessoas comuns que se sentiam atraídas pelos crimes e sua
personalidade; e grande parte desse público era composto por mulheres que se
sentiam atraídas por sua personalidade charmosa e por sua beleza. Fato que tem
se repetido também com outros serial killers. E isso nos dá uma grande pista do
porquê que serial killers nos pareçam tão fascinantes.
Ao
vemos monstros como Ted Bundy, nos assusta e ao mesmo tempo nos intriga, que
ele, apesar de sua aparência tão “normal”, tenha sido capaz de cometer as mais
perversas atrocidades; como pode o mal se manifestar em um cidadão
aparentemente comum?, podendo se manifestar, como disse o próprio Bundy, em
seus maridos, seus filhos. Jack, o estripador caçava suas vítimas apenas à
noite e nos finais de semana, dando-nos a entender que fora das noites de
finais de semana ele levava uma vida comum, dedicado ao trabalho, sem inspirar
a menor suspeita.
Quando
se sabe de atrocidades cometidas por uma pessoa, é natural que tentamos
conceber causas para sua maldade, como traumas sofridos quando criança,
loucura, etc.; imagina-se que tal pessoa se assemelha a um animal selvagem; mas
quando se vê que essa maldade pode aparecer em alguém que, como Ted Bundy, teve
uma infância feliz, com pais atenciosos, alguém inteligente, charmoso, bonito,
essa percepção nos desarma e nos enche de curiosidade, e passamos até a
questionar o que nos diferenciaria de alguém capaz de cometer tantas
atrocidades. Este questionamento nos leva a cultivar certa curiosidade e
interesse pelo lado sombrio da mente humana, que também encontramos em nós
próprios, nos levando sempre a encontrar indícios que estamos longe de sermos
um potencial Ted Bundy ou Jack, estripador.
FONTE: Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy (Documentário);
oprendizverde.com.br
FONTE: Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy (Documentário);
oprendizverde.com.br
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