sexta-feira, 7 de julho de 2023

CAMILLE MONFORT: A Vampira da Amazônia



EM 1896, A CIDADE DE BELÉM enriquecia com a venda da borracha amazônica. Os Fazendeiros prosperavam, construindo luxuosas mansões com materiais importados da Europa, e suas esposas e filhas mandavam suas roupas para o velho continente para serem lavadas e tomavam banho com água mineral importada de Londres. 


Theatro da Paz, Fundado em 1878

O Theatro da Paz era o centro da vida cultural da Amazônia, com artistas vindos da Europa. E entre eles, uma chamou especial atenção por sua grande beleza, a encantadora cantora lírica francesa Camille Monfort (1869 - 1896), que causou desejos inconfessáveis em ricos senhores, e ciúmes em suas esposas. 




Camille também provocou indignação por seu comportamento livre das convenções sociais de seu tempo. Ela era vista, seminua, a dançar pelas ruas de Belém, enquanto se refrescava sob a chuva da tarde, despertando também olhares curiosos com seus solitários passeios noturnos, com seus longos vestidos negros, à beira do Rio Guajará em noites de lua cheia. 

 

Boatos maliciosos logo se espalharam sobre ela. Dizia-se que era amante de Francisco Bolonha (1872 - 1938), que a trouxera da Europa, que lhe dava banho de champanhe, que fora atacada pelo vampirismo em Londres, devido à sua palidez e aspecto frágil, e que hipnotizava suas vítimas com sua linda voz, drenando-lhes o sangue. Tal boato ganhou força com relatos de jovens desmaiando nos corredores do teatro, explicado como o efeito da forte emoção de sua música. 


Contava-se, também, que ela possuía o poder de se comunicar com os mortos, materializando seus espíritos em densas brumas que expelia de seu próprio corpo em misteriosos cultos. Eram as primeiras manifestações na Amazônia do que viria a se chamar de Espiritismo. 


Cemitério da Soledade, Construído em 1850

No final de 1896, uma epidemia de cólera atingiu Belém, fazendo de Camille Monfort uma de suas vítimas, sendo sepultada no Cemitério da Soledade. 




Sua sepultura ainda está lá tomada pelo limo, musgo e pelas folhas secas, sob uma enorme mangueira que a faz mergulhar na obscuridade de sua sombra, apenas clareada por alguns raios de sol que se projetam por entre suas folhas verdes. É um mausoléu de linhas neoclássicas com um portão fechado por um velho cadeado enferrujado, de onde pode-se ver um busto feminino em mármore branco sobre a ampla tampa do túmulo abandonado; e, fixado à parede, uma lápide com uma pequena imagem emoldurada de uma mulher vestida de preto, onde pode-se ler: 


Aqui Jaz

Camille Marie Monfort (1869 - 1896)

A Voz que Encantou o Mundo


Mas há rumores que afirmam que seu túmulo está vazio, que sua morte fora apenas uma encenação, e que Camille Monfort ainda vive na Europa, aos 154 anos de vida. 


Quando você visitar o Cemitério da Soledade, em Belém, não esqueça de visitar seu túmulo, e lhe depositar uma rosa vermelha; e não se assuste se, no dia seguinte, a rosa tenha se tornado sangue. 


(* Pequeno Resumo de Divulgação do Romance Após a Chuva da Tarde).





Para Saber Mais, Adquira o Livro “Após a Chuva da Tarde - um Romance Gótico Amazônico”, Clicando Aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário