GUARANÁ, O Monstro de Mil Olhos da Amazônia
No mundo há milhares e milhares de frutos, das mais diversas formas e sabores, mas certamente nenhum é mais bizarro e assustador do que o guaraná, que mais parece um amontoado de olhos humanos.
Na mitologia grega, Argos Panoptes é um gigante que tem o corpo tomado por olhos, é um vigilante da deusa Hera.
Quando Argos quer dormir ele fecha metade de seus olhos, e com os outros continua vigilante.
Na Amazônia também temos nosso Argos, o vigilante de mil olhos: o guaraná, um vigilante que nunca dorme.
O guaraná é o fruto de uma trepadeira, que alcança três metros de extensão. E embora conhecidíssimo sob a forma de refrigerante, poucos conhecem a assustadora forma do fruto, de onde é retirado um poderoso energético usado, há milhares de anos por indígenas da Amazônia, como remédio para revigorar os músculos e clarear o pensamento, mas se se tomado em excesso causa insônia, motivo pelo qual tem levado alguns a tomá-lo para manter-se desperto durante estudos, trabalho ou na balada sob forma de energéticos industrializados.
E é claro que o formato do fruto gerou um mito: o mito do guaraná.
O Mito do Guaraná
De todas as tribos da Amazônia, uma era a mais poderosa e competitiva: a melhor na pesca e na caça. E tudo devia-se a um indiozinho que havia nascido com dons especiais. Porém, um dia, um espírito mal, transformado em uma serpente, o picou, levando-o à morte. E com sua morte, a tribo mergulhou na mais profunda tristeza e prejuízo, pois já não pescavam tão bem, nem obtinham fartas caças.
Compadecido com a miséria do povo, o deus Tupã aconselhou aos pajés da tribo que retirassem os olhos do indiozinho, enterrassem na terra e os regasse com lágrimas durante quatro luas.
Após este período uma planta nasceu, cujo os frutos eram semi redondos e levemente avermelhados. E qual não foi a surpresa de todos quando, ao abrirem seus olhos para mais um dia, notaram que os frutos da planta também haviam se aberto, e pareciam com olhos humanos que haviam acabado de acordar.
Os pajés então orientaram a todos para que colhessem os frutos e se alimentassem dele. E graças ao fruto, um pouco da energia e da destreza do indiozinho foi dado a cada indivíduo da tribo, e assim puderam pescar e caçar tão bem quanto antes.
E deram o nome de guaraná ao misterioso fruto.
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